segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O que é doença mental?

Excelente artigo no Research Digest blog, da British Psychological Society, analisa o que é doença mental segundo a ótica do psiquiatra Dan Stein e sua equipe. Vou colocar aqui os pontos principais do artigo, que pode ser lido na íntegra aqui.

A equipe de Stein propõr que um distúrbio mental tenha cinco características. Primeira, é um padrão ou síndrome comportamental ou psicológico que ocorre no indivíduo.

Segunda, os sintomas de distúrbio mental são angústia (distress) clinicamente significativa (por exemplo, um sintoma doloroso) ou incapacidade (isto é, dano em uma ou mais áreas de funcionamento). Aque eles explicam que 'clinicamente significativa' aponta para uma distinção com relação a uma "angústia leve ou dificuldade de funcionamento que podem não exigir atenção clínica".

Terceira, o comportamento ou os sintomas não devem ser apenas uma resposta esperada a fatores comuns de estresse ou perdas (por exemplo, a perda de alguém querido), ou ou uma resposta culturalmente sancionada a um evento particular (por exemplo, estados de transe em rituais religiosos). Como a característica anterior, esta questão também visa ajudar a evitar a medicalização de reações psicológicas que sejam uma parte já esperada da vida.

Quarta, um distúrbio mental deve refletir um distúrbio psicobiológico básico. Isto é um reconhecimento de que todas as doenças da mente têm um correlato neural subjacente. Ao mesmo tempo, o 'distúrbio' descrito aqui pode ser interpretado em termos evolutivos, pelos quais uma faculdade não está funcionando da maneira como evoluiu para tanto, ou em termos de desvio estatístico do que é normal, de acordo com o background e as metas futuras do próprio cliente.

Quinta, para ser um distúrbio mental, Stein e sua equipe dizem dizem que o comportamento ou os sintomas de uma pessoa não devem ser primariamente resultado de desvio social ou de conflitos com a sociedade. Esta é outra salvaguarda contra a patologização exagerada do comportamento. O critério é exigido, diz a equipe de Stein, "porque diagnósticos psiquiátricos já foram usados para propósitos políticos no passado e um mau uso potencial no futuro não deve ser descartado".