Biology faces a quantum leap into the incomprehensible
Physics had to come to terms with the transition from commonsense Newtonian theory to the counterintuitive world of relativity and quantum mechanics. Now it's biology's turn
Posted by Robin McKie, Observer science correspondent Friday 12 November 2010
Essa postagem do Guardian vem acompanhada de uma palestra de Paul Nurse, que não tem legendas em português, mas dá para entender tudo - é só prestar atenção - Nurse fala devagar e explicadinho. E Nurse termina sua palestra dizendo: "I suggest that the complexity of life and the complexity of the networks we have to understand may take us to a strange and counterintuitive world" (Eu sugiro que a complexidade da vida e a complexidade das redes que temos que entender podem nos levar a um mundo estranho e contra-intuitivo").
Paul Nurse apresenta suas idéias modestamente. "Você é como eu, quando lê livros sobre relatividade?" ele pergunta. "Vocâ acha que entendeu, mas v. fecha o livro e vê que tudo desapareceu.E se v. acha que tem dificuldades com a relatividade, espere até se meter com a mecânica quântica. É totalmente incompreensível". Não é uma admissão tão ruim assim para um ganhador do Nobel.
Para Nurse, a questão é que a biologia está enfrentando um salto similar para o incompreensível, como ocorreu com a física no início de século 20 quando o bem ordenado mundo da física newtoniana foi substituido pela relatividade e pela mecânica quântica. Hoje, uma revolução aguarda o estudo das criaturas vivas.
No passado, víamos as explicações biológicas como senso comum. Explicaram como os genes dirigem a manufatura de proteínas ou explicam o aparecimento de doenças através do comportamento de bactérias e vírus. Mas é provável que tal simplicidade dsapareça em futuro próximo, argumenta Nurse, que ganou o prêmio Nobel de fisiologia (2001) por seu trabalho sobre o papel do DNA na divisão celular. A estrutura do DNA pode ser elegante e pode revelar o mecanismo que controla a hereditariedade, mas sua importância real está na maneira como armazena informações digitais. Ele também não é o único sistema de um ser vivo que armazena e processa informações. A célula pode ser vista como um computador minúsculo, por exemplo.
Entender como as diferentes partes do corpo processam informações e então as distribuem é a próxima tarefa a ser enfrentada pela moderna biologia, diz o biólogo, que tem 61 anos de idade. Como funciona a homeostase - o mecanismo através do qual um organismo mantém seu status biológico? E como as células se intercomunicam?
Entender essas redes irá revelar um "mundo estranho e contra-intuitivo", insiste Nurse, que assume a presidência da Royal Society no final desse mês. Os organismos serão revelados em sua verdadeira complexidade, acredita ele, e isto será crucial para se chegar a uma compreensão apropriada da natureza da vida.