domingo, 28 de fevereiro de 2010

Inovação em Sistemas Culturais


"Em anos recentes, houve algum interesse nas ciências sociais em aplicar os princípios da evolução ao estudo da cultura. Arqueólogos e antropólogos reconsideraram o papel da inovação, em particular, e passaram a caracterizar a inovação em sistemas culturais não apenas como um produto, mas também como um processo evolutivo. Esta distinção era familiar à biologia, mas nova para as ciências sociais; os evolucionistas culturais dos séculos 19 e 20 tendiam a ver a inovação como uma mudança pré-programada que ocorria quando um grupo cultural 'precisava' superar problemas ambientais. Neste livro, importantes pesquisadores de muitas disciplinas - incluindo antropologia, arqueologia, biologia evolutiva, filosofia e psicologia - oferecem suas perspectivas sobre a inovação cultural. O livro fornece não só muitos pontos de vista, mas também uma descrição integrada, na qual os capítulos apresentam uma progressão ordenada de pensamento.

Os autores participantes examinam a inovação em termos biológicos, discutindo epistemologia, estudos com animais, sistemática e filogenia, plasticidade fenotípica e a capacidade de evoluir, além de Evo Devo (Evolutionary Development - desenvolvimento evolutivo); discutem idéias modernas sobre inovação, incluindo simulação, o modelo de cópia aleatória, difusão e análise demográfica; e oferecem estudos de casos de inovação a partir de registros arqueológicos e etnográficos, examinando padrões de desenvolvimento e padrões comportamentais e sociais. Os autores: André Ariew, R. Alexander Bentley, Werner Callebaut, Joseph Henrich, Anne Kandler, Kevin N. Laland, Daniel O. Larson, Alex Mesoudi, Michael J. O’Brien, Craig T. Palmer, Adam Powell, Simon M. Reader, Valentine Roux, Chet Savage, Michael Brian Schiffer, Jeffrey H. Schwartz, Stephen J. Shennan, James Steele, Mark G. Thomas, Todd L. VanPool".

Innovation in Cultural Systems: Contributions from Evolutionary Anthropology
Michael J. O'Brien & Stephen J. Shennan

Alguns disquinhos


Asaf Avidan & The Mojos - Poor Boy/Lucky Man

Israel’s Asaf Avidan (foto acima) and The Mojos are rapidly gaining recognition as one of indie music’s most interesting and original acts. The group, centered on the talents of singer/guitarist Asaf Avidan creates a unique concoction of 70’s influenced folk-rock, blues and Americana with Avidan’s soulful vocals, eerily reminiscent of Janis Joplin’s, serving as the main driving force. Moving from acoustic, bluesy passages accompanied by some swaggering piano playing, to over-drive laden bursts of energy, the band’s latest album – released under two different titles, seamlessly combines 70’s American folk-rock, Garage and psychedia with a current indie-rock attitude and post-punk aesthetics. Anyone who enjoys such varied artists such as Bob Dylan, Led Zeppelin, The Beatles, Janis Joplin, Neil Young, The Rolling Stones, Fiona Apple, James Brown, Arctic Monkeys and Jeff Buckley should take heed, because Avidan’s music combines the best of these into one unique package.29 year old Asaf Avidan is a Jerusalem born & bred singer-songwriter.He released his acclaimed debut EP, Now That You’re Leaving, in 2006.Since then, he has continued to write and mold his experiences with broken love into personal, yet universally relatable songs.
01. Brickman
02. Poor Boy Lucky Man
03. Got It Right
04. My Favorite Clown
05. Small Change Girl
06. The Ghost Of A Thousand Little Lies
07. Wasting My Time
08. Jet Plane
09. Little Stallion
10. Your Anchor
11. Losing Hand
12. Painting On The Past
13. Out In The Cold
14. My Latest Sin
Asaf Avidan – vocals, guitar, harmonica
Roi Peled – guitars
Ran Nir – bass
Joni Snow – drums
Hadas Kleinman – cello
Password: bluesmen-worldmusic.blogspot.com
Labels: Asaf Avidan and The Mojo’s, Folk-rock, Israel, World

The Renderers - Monsters and Miasmas

Com um nome desses, tem que ser soturno, como sugere a avaliação divulgada pelo site (húngaro):

"Essas dez canções estão em débito com as antigas baladas sobre assassinatos, com o Velvet Underground e os Doors, o Neil Young acústico, Townes van Zandt e Marianne Faithfull. Trazendo um banjo fantasmagórico (na gótico-sulista A Little to the Left), um denso bordão de guitarra com um órgão inquieto (A Forest of Forests), contrabaixo com eletrônica perturbadora (a paisagem sonora de Sargasso Sea) e vocais vindos dos confins de um salão escuro (Harvesting the Sea), isso pode ser tão assustador quanto catártico. Mais conhecidos nos Estados Unidos, onde se apresentaram recentemente, do que em casa (New Zealand), os Renderers ocupam um território sombrio similar ao de Nick Cave. Mas quando Maryrose assume os vocais, surge uma justaposição ainda mais enervante entre seu canto e as ameaçadoras letra e música".
(Adaptado de: Graham Reid (elsewhere.co.nz))
01.Deep Hole
02.A Little to the Left
03.A Forest of Forests
04.Fu Manchu
05.Sargasso Sea
06 Five Good Hours
07.Deep Deep Sea
08.Feels Like Fun
09.Harvesting The Sea
10.Supernova
Bass - John Billows
Drums - Michael Daly
Guitar, Keyboards, Vocals - Brian Crook
Guitar, Vocals - Maryrose Crook
Password: bluesmen-worldmusic.blogspot.com
Labels: Americana, New Zealand, The Renderers

Scout Niblett - The Calcination of Scout Niblett 2010

The fifth album from the musical entity known as Scout Niblett. Continuing her fruitful studio relationship with Steve Albini, her new record is her most tightly coiled long-player yet, a heavy handful of songs that are reaching for the ripe and the light. People come to Emma Louise Scout Niblett for the joy of a scalding hot bath of sound amidst stark, bluesy emoting and she won't let 'em down this time. But something has shifted. Having made herself a record or two's worth of celebration ballads and moody freakouts, she seems to be hearing that call from within to feel for other things. The songs string together, almost as one, her guitar growls and bites, and the black velvet of space hovers.

Tracklist:
01. Just Do It!
02. The Calcination Of Scout Niblett
03. I.B.D.
04. Bargin
05. Cherry Cheek Bomb
06. Kings
07. Lucy Lucifer
08. Duke Of Anxiety
09. Ripe With Life
10. Strip Me Pluto
11. Meet And Greet

Scout Niblett - The Calcination Of Scout Niblett (2010)
Indie Rock MP3 51:22 min 83.2 MB

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Early Language Development

Ao invés das costumeiras abobrinhas da editoria, talvez seja melhor colocar a lista dos autores dos artigos, que já fala enormidades.

Josiane Bertoncini
Laboratoire Psychologie de la Perception, CNRS – Université Paris 5, France
Barbara T. Conboy
University of Washington, Seattle, WA, USA
Anne Cutler
Max Planck Institute for Psycholinguistics, The Netherlands
Scania de Schonen
Laboratoire Psychologie de la Perception, CNRS – Université Paris 5, France
Ansgar Endress
Scuola Internazionale Superiore di Studi Avanzati (SISSA), Italy
Angela D. Friederici
Max Planck Institute for Human Cognitive and Brain Sciences, Germany
Judit Gervain
Scuola Internazionale Superiore di Studi Avanzati (SISSA), Italy
Galina Iakimova
Laboratoire Psychologie de la Perception, CNRS – Université Paris 5, France
Elizabeth K. Johnson
Max Planck Institute for Psycholinguistics, The Netherlands
Valesca Kooijman
F.C. Donders Centre for Cognitive Neuroimaging, Radboud University, The Netherlands;
Max Planck Institute for Psycholinguistics, The Netherlands
Patricia K. Kuhl
University of Washington, Seattle, WA, USA
Claudia Männel
Max Planck Institute for Human Cognitive and Brain Sciences, Germany
Jacques Mehler
Scuola Internazionale Superiore di Studi Avanzati (SISSA), Italy
Debra L. Mills
Department of Psychology, Emory University, USA
Sylvain Mottet
Laboratoire Cognition et Comportement, CNRS – Université Paris 5, France
Thierry Nazzi
Laboratoire Psychologie de la Perception, CNRS – Université Paris 5, France
Marina Nespor
University of Ferrara, Italy
Regine Oberecker
Max Planck Institute for Human Cognitive and Brain Sciences, Germany
Akira Omaki
Department of Linguistics University of Maryland College Park, USA
David Poeppel
Department of Linguistics University of Maryland College Park, USA
Elizabeth A. Sheehan
Department of Psychology, Emory University, USA
Maritza Rivera-Gaxiola
University of Washington, Seattle, WA, USA
Josette Serres
Laboratoire Psychologie de la Perception, CNRS – Université Paris 5, France
Juan Silva-Pereyra
Universidad Nacional Autónoma de México, Mexico
Guillaume Thierry
School of Psychology, Bangor University, UK
Marilyn May Vihman
School of Psychology, Bangor University, UK
Language and Linguistics, The University of York, UK

Early Language Development: Bridging brain and behaviour
Angela D. Friederici & Guillaume Thierry (editors)
John Benjamins Publishing Company; 5th edition (2008) Pages: 263 PDF 4 MB
http://sharingmatrix.com/file/1891329/1009.rar ou
http://rapidshare.com/files/355317834/1009.rar

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Explicando o Cérebro


Explicando o Cérebro é sobre o verbo, não sobre o objeto direto. A apresentação da editoria (veja abaixo) é correta, mas não faz justiça à amplitude da exposição de Craver. Por exemplo: na p. 23, ele estabelece seus propósitos: "Meu objetivo nesse livro é elaborar um modelo de explicação que reflita, mais do que simplesmente acomode, a estrutura das explicações da neurociência. Não inicio tendo uma visão filosófica da explicação em mente, e então tentando imprimí-la sobre aquilo que encontro em sessões de discussão, artigos de revisão e livros textos de neurociência. Ao invés, desenvolvo uma visão da explicação que faz justiça a exemplares da explicação em neurociência e aos padrões segundo os quais essas explicações são avaliadas. Começando com a neurociência, em oposição à física ou à química, três características principais da explicação exigem atenção: (1) explicações descrevem mecanismos; (2) explicações distribuem-se por múltiplos níveis; e (3) explicações integram achados de campos múltiplos". Mecanismos, níveis e campos: estas são as questões principais de Craver.

Os mecanismos e sua explicação são abordados no cap. 4, onde ele desenvolve um modelo causal-mecânico de explicação constitutiva (em contraposição a etiológica) e mostra como e porque. E acrescenta: "Há duas tradições de pensamento amplas e dominantes sobre a explicação constitutiva: a tradição redutiva e a tradição sistêmica. Meu ponto de vista é um desenvolvimento e uma pormenorização de uma versão da tradição sistêmica".

No capítulo 5, Um Guia de Campo sobre Níveis, depois de repetir todo mundo ("as explicações da neurociência tipicamente abordam múltiplos níveis"), Craver diz que o termo 'nível' é multiplamente ambíguo e tem diversos usos comuns na neurociência atual: "Para nomear apenas alguns poucos, há níveis de abstração, análise, comportamento, complexidade, descrição, explicação, função, generalidade, organização, ciência e teoria. Consequentemente, as disputas científicas e filosóficas sobre níveis não podem ser abordadas, e muito menos resolvidas, sem primeiro apontar-se qual dos vários sentidos de 'nível' está em discussão" (p. 164).

O cap. 7 mostra "como as explicações mecaniscistas multiniveladas estruturam a unidade da neurociência". Craver explica: "Tradicionalmente, os filósofos da neurociência consideram que a unidade da neurociência é obtida através da redução passo-a-passo de teorias de nível superior para teorias de níveis sucessivamente inferiores, e em última instância, fundamentais. Em contraste, eu argumento que a unidade da neurociência é obtida quando diferentes campos integram suas pesquisas ao adicionar circunscrições às explicações mecanicistas multiniveladas. O objetivo de descobrir explicações de múltiplos níveis fornece um resumo abstrato, ou estrutura, para a integração dos campos. Os achados em diferentes campos da neurociência são utilizados, como os ladrilhos de um mosaico, para montar esse mecanismo elaborado e para dar forma ao espaço de possíveis mecanismos".

Resumindo numa só frase, então: "A unidade em mosaico da neurociência é obtida através da integração entre os campos de um dado nível e através da integração entre os níveis de uma hierarquia de mecanismos". (p. 228)

Da editoria: What distinguishes good explanations in neuroscience from bad? Carl F. Craver constructs and defends standards for evaluating neuroscientific explanations that are grounded in a systematic view of what neuroscientific explanations are: descriptions of multilevel mechanisms. In developing this approach, he draws on a wide range of examples in the history of neuroscience (e.g. Hodgkin and Huxleys model of the action potential and LTP as a putative explanation for different kinds of memory), as well as recent philosophical work on the nature of scientific explanation. Readers in neuroscience, psychology, the philosophy of mind, and the philosophy of science will find much to provoke and stimulate them in this book.

Explaining the Brain: Mechanisms and the Mosaic Unity of Neuroscience
Carl F. Craver

Neurociência Evolutiva


Nossa postagem de 25 de novembro de 2009 trazia o livro (em quatro volumes) Evolution of Nervous Systems, do qual este aqui presente é uma coleção de artigos selecionados (parece que em um só volume de 1038 p.). Vê se gostas.

Evolutionary Neuroscience is a collection of articles in brain evolution selected from the recent comprehensive reference, Evolution of Nervous Systems (Elsevier, Academic Press, 2007). The selected chapters cover a broad range of topics from historical theory to the most recent deductions from comparative studies of brains. The articles are organized in sections focused on theories and brain scaling, the evolution of brains from early vertebrates to present-day fishes, amphibians, reptiles and birds, the evolution of mammalian brains, and the evolution of primate brains, including human brains. Each chapter is written by a leader or leaders in the field, and has been reviewed by other experts. Specific topics include brain character reconstruction, principles of brain scaling, basic features of vertebrate brains, the evolution of the major sensory systems, and other parts of brains, what we can learn from fossils, the origin of neocortex, and the evolution of specializations of human brains. The collection of articles will be interesting to anyone who is curious about how brains evolved from the simpler nervous systems of the first vertebrates into the many different complex forms now found in present-day vertebrates. This book would be of use to students at the graduate or undergraduate levels, as well as professional neuroscientists, cognitive scientists, and psychologists. Together, the chapters provide a comprehensive list of further reading and references for those who want to inquire further.
Evolutionary Neuroscience
Jon H. Kaas

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

A escrita nas paredes das cavernas


A revista New Scientist publicou o artigo abaixo, do qual traduzo uma parte, onde se comprova com razoável certeza que o homem de 10.000 a 40.000 anos atrás já rabiscava mensagens em linguagem simbólica nas paredes das cavernas de diversas partes do mundo. (Dê um clique na figura acima)

The writing on the cave wall
17 February 2010 by Kate Ravilious

"Os primeiros exploradores a realizar a tarefa de se arrastar por sete metros dentro de um túnel estreito que leva às cavernas Chauvet, no sul da França, foram recompensados com magníficos trabalhos de arte que rivalizam qualquer composição moderna. Estendendo-se a três metros de altura, as pinturas mostram um grupo de majestosos cavalos em cores profundas, acima de um par de agressivos rinocerontes em meio a uma luta. À esquerda, encontraram uma bela exposição de um rebanho de vacas pré-históricas. "As cabeças dos cavalos parecem saltar da rocha em sua direção", diz Jean Clottes, ex-diretor da pesquisa científica das cavernas e uma das poucas pessoas a ver as pinturas com seus próprios olhos.

Quando se testemunha uma beleza tão espetacular, quem poderia culpar os antropólogos visitantes por ignorar os modestos semicírculos, linhas e ziguezagues que também estão marcados nas paredes? Mesmo assim, não dar atenção a eles acabou sendo um erro. As últimas pesquisas mostram que, longe de serem rabiscos, as marcas são, de fato, altamente simbólicas, formando um 'código' escrito que era familiar a todas as tribos pré-históricas através da França e possivelmente para além dela. Realmente, essas modestas formas podem ser tão notáveis como as pinturas dos cavalos que correm e os rinocerontes em luta, fornecendo um flagrante dos primeiros passos da humanidade na direção do simbolismo e da escrita.

Até agora, a visão aceita era que nossos ancestrais passaram por uma 'explosão criativa' há uns 30.000 ou 40.000 anos, quando subitamente começaram a pensar abstratamente e a criar arte com pedras. Esta idéia recebe sustentação da enorme quantidade de surpreendentes pinturas em cavernas, como as de Chauvet, que proliferaram pela Europa por essa época. A escrita, por outro lado, parece ter surgido bem mais tarde, com os primeiros registros de um sistema de escrita pictográfica aparecendo apenas há uns 5.000 anos.

Poucos pesquisadores, entretanto, levaram a sério as marcas relativamente pequenas e modestas à volta das pinturas das cavernas. As evidências do princípio da criatividade humana, pensaram, estava claramente nos elaborados desenhos.
Enquanto alguns pesquisadores como Clottes registraram a presença de sinais em sítios individuais, Genevieve von Peltzinger, na época uma estudante da University of Victoria, British Columbia, Canada, ficou surpresa ao ver que ninguém tinha reunido todos aqueles registros para comparar os sinais de diferentes cavernas. Assim, sob a supervisão de April Nowell, também da University of Victoria, ela imaginou um ambicioso projeto de pesquisa para seu mestrado. Ela compilou um banco de dados abrangente, com todos os sinais das cavernas registrados em 146 sítios da França, cobrindo 25.000 anos de pré-história - de 35.000 a 10.000 anos atrás.

O que surgiu foi surpreendente: 26 sinais, todos desenhados no mesmo estilo, apareceram repetidamente em diversos sítios (veja a ilustração). Reconhecidamente, alguns dos símbolos são bastante básicos, como linhas retas, círculos e triângulos, mas o fato de que muitos dos desenhos mais complexos também apareceram em diversos lugares revelou a von Peltzinger e Nowell que eles eram significativos - talvez mesmo as sementes de uma comunicação escrita.

Um exame mais próximo confirmou suas suspeitas. Quando von Peltzinger voltou a alguns dos registros das paredes das cavernas, ela notou outros sinais, menos abstratos, que pareciam representar uma parte separada de uma figura mais ampla - como as presas de um mamute sem o respectivo corpo. Essa característica, conhecida como sinédoque, é comum nas linguagens pictográficas conhecidas. Para von Peltzinger e Nowell, ela demonstrava que nossos ancestrais estavam mesmo pensando em como representar idéias simbolicamente, mais do que realisticamente, levando eventualmente aos símbolos abstratos que foram a base do estudo original".

Beethoven


The connections between a great artist's life and work are subtle, complex, and often highly revealing. In the case of Beethoven, however, the standard approach has been to treat his life and his art separately. Now, Barry Cooper's new volume incorporates the latest international research on many aspects of the composer's life and work and presents these in a truly integrated narrative.
Cooper employs a strictly chronological approach that enables each work to be seen against the musical and biographical background from which it emerged. The result is a much closer confluence of life and work than is usually achieved, for two reasons. First, composition was Beethoven's central preoccupation for most of his life: "I live entirely in my music," he once wrote. Second, recent study of his many musical sketches has enabled a much clearer picture of his everyday compositional activity than was previously possible, leading to rich new insights into the interaction between his life and music. This volume concentrates on Beethoven's artistic achievements both by examining the origins of his works and by expert commentary on some of their most striking and original features. It also reexamines virtually all the evidence--from fictitious anecdotes right down to the translations of individual German words--to avoid recycling old errors. And it offers numerous new details derived from sketch studies and a new edition of Beethoven's correspondence.
Beethoven
Barry Cooper
Oxford University Press 2008 PDF 464 pages 5.24 MB
http://depositfiles.com/files/zuagcfcj6 ou
http://www.megaupload.com/?d=RDL3D4HJ

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

The Kentucky Headhunters


Roquinho rural competente, bom para ouvir jogando biriba. Não serve pra mais nada. A listagem das faixas está meio bagunçada.

The Best of the Kentucky Headhunters is a first-rate compilation of the highlights from the group's first three albums. Although their debut remains a worthwhile purchase, this collection salvages the good songs from the band's two uneven followups to their exciting breakthrough first album.

Tracklist:

1. Dumas Walker 2:52
2. Rock 'N' Roll Angel 3:51
3. Walk Softly On This Heart Of Mine 3:45
4. Oh, Lonesome Me 3:08
5. The Ballad Of Davy Crockett 2:34
6. Only Daddy That'll Walk The Line 3:09
7. It's Chitlin Time 2:18
8. Spirit In The Sky 4:20
9. Let's Work Together 2:16
10. Honky Tonk Walkin' 3:46
11. Dixie Fried 2:10
12. Redneck Girl 2:26
13. You've Got To Hide Your Love Away 4:21

Kentucky Headhunters - The Best of (1994)

Scientific American Mind - Março/Abril de 2010


Esse número da revista (copie daqui ou daqui) está muito bom, e uma das atrações é o artigo de Christof Koch sobre optogenética (Playing the Body Electric, p. 17), que nos interessa porque mostra como hoje se pode intervir cada vez mais precisamente em nível neuronal. Koch descreve a paisagem:

Cada geração nova de astrônomos descobre que o universo é bem maior do que seus predecessores imaginavam. O mesmo é verdade quanto à complexidade do cérebro. As mais avançadas tecnologias de cada era, quando aplicadas ao estudo do cérebro, continuam a revelar mais camadas de complexidade aninhada, como um conjunto interminável de bonecas russas. Sabemos hoje que existem uns mil subtipos diferentes de neurônios e coadjuvantes - as células de glia e os astrócitos - no sistema nervoso. Cada tipo de célula é definido por seus constituintes químicos, sua morfologia neuronal, sua arquitetura sináptica e seu processamento de input-output.

Como se estuda isso: Tecnologias voltadas para o geral, como imagem funcional cerebral ou eletroencefalografia, identificam regiões cerebrais relacionadas a visão, dor ou memória. Mas não conseguem esclarecer detalhes no importantíssimo nível de circuito. A imagem cerebral investiga o consumo de energia de um milhão de neurônios, sem distinguir se eles são excitatórios ou inibitórios, se se projetam localmente ou globalmente, e assim por diante. Para fazermos progressos com relação à consciência, precisamos de algo drasticamente mais refinado.

A entrada da optogenética nessa empreitada vem do trabalho de três biofísicos alemães, e essa história é descrita assim: Em nosso socorro chega uma tecnologia admirável, uma fusão de biologia molecular com estimulação óptica chamada optogenética. Ela se baseia em algumas descobertas fundamentais feitas por três biofísicos alemães - Peter Hegemann, Ernst Bamberg e Georg Nagel - trabalhando em foto-receptores de bactérias antigas. Esses foto-receptores convertem a luz que chega da parte azul do espectro em um sinal elétrico positivo, excitatório. O trio também isolou o gene dessa proteína, chamada channelrhodopsin-2 (ChR2). Bamberg e Nagel, subsequentemente, iniciaram uma frutífera colaboração com Karl Deisseroth, professor de psiquiatria e bioengenharia da Stanford University, e com Edward S. Boyden, hoje no Massachusetts Institute of Technology.

Koch disse que esta é uma tecnologia admirável, e não exagerou: O grupo pegou o gene ChR2, inseriu nele um pequeno vírus, e infectou neurônios com esse vírus. Muitos dos neurônios adquiriram as instruções vindas de fora, sintetizaram a proteína ChR2 e inseriram os fotoreceptores em sua membrana. No escuro, os receptores ficavam quietinhos, sem qualquer efeito discernível em suas células hospedeiras. Mas a iluminação da rede com um flash curto (10 milissegundos) de luz azul faz com que cada um desses foto-receptores bacterianos agite um pouco sua célula hospedeira. Coletivamente, eles confiavel e repetidamente produzem uma spike (faísca) na voltagem da membrana. As spikes são os pulsos universais utilizados por todos os sistemas nervosos (menos os minúsculos) para comunicar informações entre os neurônios. Cada vez que a luz é ligada, as células faiscam confiavelmente, apenas uma vez. Desse modo, toda uma população de neurônios pode ser manipulada por ataques de luz cronometrados com precisão.

Esses troços elétricos têm que ser ligados e desligados, é claro. Os cientistas, então, fizeram o seguinte: Os biofísicos adicionaram outro foto-receptor às suas ferramentas. Ele deriva de um tipo diferente de bactéria, que vive nos lagos salgados do deserto de Sahara. Incidindo-se luz amarela sobre ela, é gerado um sinal negativo, inibitório. Através da mesma estratégia viral, os dois tipos de foto-receptores foram então introduzidos em neurônios. Uma vez que o neurônio incorpore estavelmente os dois tipos em sua membrana, ele pode ser excitado pela luz azul e sossegado pela amarela. Cada clarão azul evoca uma spike, como soa uma nota quando se pressiona uma tecla de piano. Mas um clarão simultâneo de luz amarela pode bloquear essa spike. Pense na 'partitura musical' registrada a partir de um tal neurônio como se ele fosse tocado por luz. Esta habilidade de controlar com precisão a atividade elétrica de um ou mais neurônios não tem precedentes.

Koch, depois, aborda seu assunto predileto: A importância da optogenética para a consciência é que ela permite que se teste uma hipótese específica sobre a base neural da consciência. Por exemplo, até onde o feedback de regiões corticais superiores é essencial para regiões inferiores? Descubra isso treinando um animal em uma tarefa que dependa da sensação consciente, e então desative esses elementos do circuito e observe o comportamento do animal.

Não deixe de ler o artigo todo (mas saiba que as ilustrações são fraquinhas).

Esse número também traz uma entrevista com Stanislas Dehaene. Ele diz basicamente o que já disse antes (veja nossas postagens de 20 de novembro de 2009 e 5 de dezembro de 2009)), mas acrescenta algumas formulações diferentes que ajudam a ampliar a compreensão do que ele vem investigando.

Outro assunto abordado é Aprendizagem, em seção especial.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Significado e Linguagem. Perspectivas fenomenológicas


This book is the first anthology to provide a wide-ranging picture of how phenomenology relates to language. It contains both in-depth studies on new aspects of language in Husserl’s thought as well as original phenomenological research that explores the respective potentials and limits of linguistic expression and conceptualization.The fourteen texts gathered here may have a single aim, but their content varies depending on the respective author’s intention: either to discuss problems of language within the Husserlian framework, to address philosophical issues of language proceeding from a phenomenological viewpoint, or to provide a reflection on phenomenology’s relation to language. Thus, rather than being organized by topic, the collection has been arranged into three parts, according to the respective authors’ philosophical approaches.

Meaning and Language: Phenomenological Perspectives
Filip Mattens

A 'energia escura' do cérebro

The Brain's Dark Energy, by Marcus Raichle ( p. 44)

Esse artigo do grande Marcus Raichle na revista Scientific American de Março de 2010 (aqui ou aqui), é excelente e deveria estar na SciAm Mind. Veja no CL&M de 23 de outubro de 2008 o que faz Marcus Raichle nas horas vagas, quando não está fazendo churrasco no jardim nem brincando com seu cachorro. E leia uma parte do artigo de hoje, que traduzi abaixo:

"Imagine que v. está quase adormecendo em uma espreguiçadeira na varanda, com uma revista no colo. De repente, uma mosca pousa em seu braço. Você agarra a revista e tenta atingir o inseto. O que estava acontecendo em seu cérebro depois que a mosca aterrisou? O que estava acontecendo um pouquinho antes disso? Muitos neurocientistas supõem há tempos que a maior parte da atividade neural dentro de sua cabeça quando v. está em descanso combina-se com sua disposição descuidada e sonolenta. Nesse ponto de vista, a atividade do cérebro em descanso nada representa senão ruído aleatório, parecido com o 'chuvisco' do aparelho de TV quando fora de sintonia. Então, quando a mosca pousa em seu braço, o cérebro focaliza a tarefa consciente de destruir o inseto. Mas uma análise recente produzida com tecnologias de neuroimagem revelou algo bastante notável: grande volume de atividade significativa está ocorrendo no cérebro quando uma pessoa está recostada sem fazer nada.

Acontece que quando a mente está em descanso - quando v. está devaneando sossegadamente em uma cadeira, digamos, dormindo na cama ou anestesiado para uma cirurgia - áreas cerebrais dispersas estão conversando entre si. E a energia consumida por essa troca ativa de mensagens, que é conhecida como o modo default do cérebro, é vinte vezes maior do que a energia utilizada pelo cérebro quando reage conscientemente a uma mosca chatinha ou a outro estímulo exterior. De fato, a maior parte das coisas que fazemos conscientemente, seja sentar para jantar ou fazer um discurso, sinalizam um afastamento da atividade básica do modo default do cérebro.

Um achado importante para se entender o modo default do cérebro foi a descoberta de um sistema cerebral, até aqui desconhecido, que foi chamado de rede do sistema default do cérebro (DMN - default mode network). O papel exato da DMN na organização da atividade neural ainda está em estudo, mas ela pode orquestrar a maneira como o cérebro organiza as memórias e diversos sistemas que necessitam de preparação para eventos futuros: o sistema motor do cérebro tem que estar ligado e pronto quando v. sentir o toque de uma mosca pousando em seu braço. A DMN pode desempenhar um papel crítico na sincronização de todas as partes do cérebro, de modo que, como corredores em uma pista de competição, todas elas estejam no modo 'set' ('pronto') apropriado quando a arma que dá a partida disparar. Se a DMN prepara mesmo o cérebro para a atividade consciente, investigações sobre seu comportamento podem fornecer indícios quanto à natureza da experiência consciente. Além disso, os neurocientistas têm razões para suspeitar que rupturas na DMN podem tanto estar na base de erros mentais simples como em diversos distúrbios cerebrais complexos, da doença de Alzheimer à depressão"
****************************

Ao se referir a uma 'energia escura' do cérebro, Raichle está fazendo um paralelo com a ainda desconhecida 'dark energy' que faz parte da composição do universo, e que em seu artigo, The Preposterous Universe, Sean Carroll assim descreve: "De toda a energia do universo, apenas uns 5% consistem de matéria conhecida - os tipos de partículas que examinamos em laboratórios. Uns 25% do universo são de matéria escura, presumivelmente algum tipo de partícula que detectamos apenas por causa de sua influência gravitacional em estrelas, gases e galáxias. Os 70% restantes são ainda mais misteriosos: alguma forma de energia escura que está distribuida uniformemente por todo o espaço e que evolui muito devagar, se é que evolui". (p. 9 do primeiro endereço abaixo [as 47 planilhas], e p. 1 do segundo arquivo).

http://insti.physics.sunysb.edu/yitp/conf/GR2005/talks/Carroll.pdf (47 planilhas)
http://preposterousuniverse.com/writings/skytel-mar05.pdf
Ou com bastante matemática:
http://supernova.lbl.gov/~evlinder/carroll.pdf

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Como funcionam os antidepressivos


Research uncovers how antidepressants actually work
February 18, 2010

PhysOrg.com - Pesquisadores australianos do Queensland Brain Institute (University of Queensland) revelaram como os antidepressivos estimulam o cérebro para melhorar o humor (mood - estado de espírito) de uma pessoa. Eles descobriram que a classe de drogas que aumentam os níveis de um neurotransmissor conhecido como 'norepinefrina' ativa a neurogênese - o crescimento de novos neurônios - em uma região do cérebro chamada hipocampo.

(acima, Perry Bartlett)

"Se v. bloqueia a neurogênese do hipocampo, os antidepressivos não funcionam mais", disse a chefe dos pesquisadores, Dra Dhanisha Jhaveri. "Isso sugere que os antidepressivos devem regular a neurogênese para que eles tenham qualquer efeito no comportamento".

Entretanto, os neurocientistas também descobriram que nem todos os antidepressivos funcionam da mesma maneira. A Dra Jhaveri disse que, surpreendentemente, a classe de antidepressivos que aumenta os níveis de um neurotransmissor chamado serotonina - o Prozac é um exemplo comum - não estimula a neurogênese.

"Basicamente, a norepinefrina liga-se diretamente aos precursores que ativam um sinal que leva à produção de mais neurônios", disse ela. "A serotonina não faz isso. O Prozac não funciona regulando a atividade do precursor - ele pode funcionar fora daquela região, mas não regula o hipocampo diretamente. É preciso pesquisar mais para se saber o que a serotonina realmente faz".

Utilizando modelos de roedores, a pesquisa, publicada no Journal of Neuroscience, estabeleceu que bloquear seletivamente o reuptake de norepinefrina ativa diretamente as células tronco do hipocampo, descobrindo assim um conjunto mais amplo de precursores inativos no hipocampo do que se pensava existir anteriormente.

Os pesquisadores também aumentaram sua compreensão dos mecanismos através dos quais a norepinefrina ativa os precursores do hipocampo, e descobriram que a expressão dos receptores adrenérgicos beta3 é crítica na mediação desse efeito.

O pesquisador associado, e líder da equipe, Professor Perry Bartlett, disse que de posse dessas informações a equipe seria capaz de explorar melhores tratamentos para a depressão e para a demência. "Como a demência, especialmente na população idosa, parece estar relacionada a um decréscimo na neurogênese, esta descoberta abre novos caminhos para se estimular a produção de novos neurônios para aliviar os efeitos devastadores da demência em nossa sociedade", disse o Professor Bartlett.

A Dra Jhaveri disse que as descobertas também permitiriam que os pesquisadores desenvolvessem antidepressivos específicos e mais eficazes. "A depressão é um distúrbio tão complexo que vamos testar diferentes resultados comportamentais para verificar que componentes aumentam os níveis de norepinefrina ou estimulam o trabalho dos receptores adrenérgicos beta3 apenas para certos tipos de depressão. Ainda não sabemos, mas isso pode, por exemplo, melhorar a aprendizagem e a memória, ou reduzir a ansiedade", disse a Dra Jhaveri.

Provided by the University of Queensland

Abstract do artigo original:
Norepinephrine Directly Activates Adult Hippocampal Precursors via β3-Adrenergic Receptors
Dhanisha J. Jhaveri, Eirinn W. Mackay, Adam S. Hamlin, Swananda V. Marathe, L. Sanjay Nandam, Vidita A. Vaidya, and Perry F. Bartlett

Adult hippocampal neurogenesis is a critical form of cellular plasticity that is greatly influenced by neural activity. Among the neurotransmitters that are widely implicated in regulating this process are serotonin and norepinephrine, levels of which are modulated by stress, depression and clinical antidepressants. However, studies to date have failed to address a direct role for either neurotransmitter in regulating hippocampal precursor activity. Here we show that norepinephrine but not serotonin directly activates self-renewing and multipotent neural precursors, including stem cells, from the hippocampus of adult mice. Mechanistically, we provide evidence that β3-adrenergic receptors, which are preferentially expressed on a Hes5-expressing precursor population in the subgranular zone (SGZ), mediate this norepinephrine-dependent activation. Moreover, intrahippocampal injection of a selective β3-adrenergic receptor agonist in vivo increases the number of proliferating cells in the SGZ. Similarly, systemic injection of the β-adrenergic receptor agonist isoproterenol not only results in enhancement of proliferation in the SGZ but also leads to an increase in the percentage of nestin/glial fibrillary acidic protein double-positive neural precursors in vivo. Finally, using a novel ex vivo "slice-sphere" assay that maintains an intact neurogenic niche, we demonstrate that antidepressants that selectively block the reuptake of norepinephrine, but not serotonin, robustly increase hippocampal precursor activity via β-adrenergic receptors. These findings suggest that the activation of neurogenic precursors and stem cells via β3-adrenergic receptors could be a potent mechanism to increase neuronal production, providing a putative target for the development of novel antidepressants.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Immanuel Kant


Da Philosophy Now, uma "revista de idéias", aqui está minha tradução de uma parte de um artigo sobre Kant. Bem escrito, dá até vontade de ter conhecido a figura. Não deixe de ler o artigo todo!

Immanuel Kant - Sapere Aude!
Anja Steinbauer
escreve uma introdução à vida e às idéias de Immanuel Kant, o alegre sábio de Königsberg, que morreu há 200 anos.

"Tenha a coragem de usar sua própria razão!" (em latim, sapere aude!) é o grito de guerra do Iluminismo. Foi articulado por Immanuel Kant em seu famoso artigo "O que é o Iluminismo?" (1784). Os obstáculos que podem estar em nosso caminho de chegar à maturidade, isto é, pensar por nós mesmos, são muitos e têm a ver com: o eu, política e sociedade, e também com a cultura. Estes são problemas que preocupam tanto os acadêmicos como qualquer outra pessoa: em uma carta a seu soberano, Kant declarou livremente que ele acreditava que Rousseau estava certo ao dizer que os governantes só toleram aqueles intelectuais que se contentam em simplesmente "adornar nossas correntes com flores" - como muitos fazem. A maior dificuldade é motivar as pessoas para que se livrem da imaturidade: "É tão fácil não crescer... Se tenho um livro que compreende por mim, um pastor que tem uma consciência por mim, um médico que decide minha dieta, e assim por diante, não tenho por que me preocupar. . Não preciso pensar, se puder pagar - outros terão por mim esse incômodo trabalho".

Heinrich Heine disse certa vez, sarcasticamente, que "a história da vida de Immanuel Kant é difícil de descrever, porque ele não teve vida, nem história". De certo modo, Immanuel Kant parece ter sido exatamente o que v. esperaria que um professor alemão fosse, uma paródia de si mesmo, por assim dizer: pedante, pontual, rígido. Tudo isso é verdadeiro com relação a ele, mas clichês são apenas clichês, e não pessoas reais. Há algo mais no "Chinês de Königsberg", como Nietzsche o chamava, cinicamente. Quem foi esse homem, que podia ser levado ao desespero quando uma cadeira de seus aposentos estava fora do lugar?

Se v. tivesse batido à sua porta em Königsberg, certamente teria sido atendido por seu empregado Lampe. Se v. tivesse entrado na intimidade do santuário da casa, teria ficado desapontado ao descobrir que o grande pensador, de cujas palavras Coleridge disse que o tinham agarrado como "o punho de um gigante", era na verdade uma pessoa pequena e delgada, até insignificante, e de saúde frágil. Entretanto, seus vivos olhos azuis poderiam revelar algo de seu espírito e de seu senso de humor que o tornavam muito popular, especialmente entre as mulheres, Além de ter sido um famoso filósofo, ele parece ter sido bem festeiro, e era uma figura costumeira e estimada nos eventos sociais de Königsberg. Ele adorava jogar sinuca e conversar com os amigos.

Um desses amigos informa que o velho filósofo acordava muito cedo: ele havia instruido Lampe para que o acordasse às cinco. Isso é que é acordar cedo, por qualquer padrão. E Kant frequentemente relutava em levantar-se, mas tinha que fazê-lo porque tinha dado ordens estritas a Lampe para que não o deixasse dormir nem um minuto a mais, não importando o quanto ele implorasse. Kant, então, passava algum tempo escrevendo até a hora de suas aulas da manhã. Não se deve imaginar que ele era um acadêmico pachorrento com muito tempo disponível para observar o próprio umbigo e ter belos pensamentos. Ele era professor com horário integral, num esquema de vinte horas de contato com os alunos por semana. Ainda assim, Kant estava muito feliz com seu posto, que custara tanto a conseguir. O desenrolar de sua carreira não é desconhecido para os acadêmicos que procuram estabilidade hoje em dia: depois de anos como tutor particular de crianças ricas, e depois como professor particular pago por hora, Kant, o quarto dos nove filhos do seleiro Cant, finalmente recebeu uma cadeira de filosofia com a idade de 47 anos. Ele não podia se dar o luxo de especializar-se em uma só área, como a filosofia; era exigido que ensinasse direito natural, mecânica, mineralogia, física, matemática e geografia. A imagem que muitas pessoas têm dele como um homenzinho de rosto amargo está em completo contraste com as descrições de seus contemporâneos, que afirmam ter sido ele uma conversa inspiradora e inteligente, com um senso natural de humor.

Depois das aulas da manhã, Kant fazia um elaborado almoço, no qual era acompanhado por muitos amigos. Era sua única refeição do dia. Depois de longas conversas, Kant fazia sua caminhada da tarde ao longo do rio seguido por seu empregado, que levava um guarda-chuva para o caso de chover. Depois, Kant passava mais algum tempo estudando, antes de ir dormir exatamente às 10 horas. Até ir para a cama envolvia um ritual especial: Kant tinha uma espécie de técnica de se enrolar tão completamente nas cobertas que elas o envolviam todo. Nesse casulo, ele então dormia.

Fado


Da apresentação da coleção: "O fado é um gênero musical português que toma a forma de um canto melancólico, geralmente acompanhado por instrumentos de corda tocados com paletas. O cantor de fado, ou fadista, explora em geral temas recorrentes: saudade, o amor irrealizado, o ciúme, a nostalgia dos mortos e do passado, a dificuldade de viver, os sofrimentos, o exílio... No início ele era cantado nos bairros mal-afamados, antes de chegar à burguesia. O fado foi a música nacional de Portugal na época do ditador Salazar. A palavra 'fado' vem do latim fatum, que significa 'destino'. O fado provavelmente pareceu por volta dos anos 1820 ou 1840 em Portugal, mas suas origens precisas são incertas. Segundo alguns, ele surgiu do fado marinho, um canto entoado pelos marinheiros portugueses. Para outros, ele seria uma síntese de gêneros musicais brasileiros muito em voga em Lisboa no século 18, como o lundu e a modinha. A primeira cantora de fado de que temos notícia foi Maria Severa, que viveu na primeira metade do século 19. Nos anos de 1920 e 1930, muitos registros fonográficos do fado de Coimbra tiveram um certo sucesso".

Diz o Grove Dictionary of Music and Musicians:
The origin of fado has been the focus of considerable debate. Most researchers agree that fado emerged in poor neighbourhoods of Lisbon during the second quarter of the 19th century. This was a period that immediately followed the transfer of the Portuguese court to Brazil (1808–22), an event that intensified cultural exchange between the two countries. Fado was probably the result of a synthesis of several musical genres and dances popular in Lisbon in the early 19th century, as well as new genres brought to Lisbon with the return of the Portuguese court from Brazil. These genres include the lundum, a Brazilian dance and vocal genre of African origin, the modinha, a genre of salon ‘art’ song that developed in Portugal and Brazil from the mid-18th century to the mid-19th, the fandango, a Portuguese dance of Spanish origin, the fado, a Brazilian dance that is still found in rural areas in the state of Rio de Janeiro, and the fofa, a dance found in Brazil and Portugal. It is also likely that fado was initially danced to the accompaniment of the then popular five-string guitar, an instrument that was replaced by the ‘Portuguese guitar’ or guitarra, which was popular in the bourgeois salons of Lisbon at the time and which has accompanied fado ever since.

Que também fornece uma bibliografia, se v. quiser se aprofundar:

P. de Carvalho: História do fado (Lisbon, 1903, 2/1982)
A. Pimentel: A triste canção do sul: subsídios para a história do fado (Lisbon, 1904/R)
M. de S. Pinto: ‘O Lundum: o avô do fado’, Ilustração, vi (1931), 17–19
L. Moita: O fado: canção dos vencidos (Lisbon, 1936)
F. de Freitas: ‘Fado’, Enciclopédia luso-brasileira de cultura (Lisbon, 1969)
A. Osório: A mitologia fadista (Lisbon, 1974)
J. Pais de Brito: ‘O fado: um canto na cidade’, Ethnologia, l/1 (1983), 149–84
A.F. de Costa and M. das D. Guerreiro: O trágico e o contraste: o fado no bairro de Alfama (Lisbon, 1984)
V. Pavão dos Santos: Amália: uma biografia (Lisbon, 1987)
M. de Andrade: ‘Fado’, Dicionário musical brasileiro, ed. O. Alvarenga and F.C. Toni (Belo Horizonte, 1989)
A. Duarte: ‘Da balada de intervenção à música popular portuguesa e aos novos ritmos modernos’, Portugal contemporâneo, ed. A. Reis (Lisbon, 1989)
E. Sucena: Lisboa: o fado e os fadistas (Lisbon, 1992)
J. Pais de Brito, ed.: Fado: Voices and Shadows (Lisbon, 1994)
R. de Carvalho: As músicas do fado (Oporto, 1994)
S. El-S. Castelo-Branco: ‘The Dialogue between Voices and Guitars in Fado Performance Practice’, Fado: Voices and Shadows, ed. J. Pais de Brito (Lisbon, 1994), 125–40
J.R. Tinhorão: Fado: dança do Brasil, cantar de Lisboa: o fim de um mito (Lisbon, 1994)
P. Vernon: A History of the Portuguese Fado (Lisbon, 1998)
S.El-S. Castelo-Branco and J.S. de Carvalho: Sons de cidades: fado, samba, rap e outras músicas (Lisbon, forthcoming)
Autor do artigo do Grove: SALWA EL-SHAWAN CASTELO-BRANCO
Tracklist:
Volume 1 :
01 - Amália Rodrigues - Gaivota
02 - Carlos Ramos - Sempre que Lisboa Canta
03 - Hermínia Silva - Fado da Sina
04 - Camané - Mais um Fado no Fado
05 - Mariza - Ó Gente da Minha Terra
06 - Max - Nem às Paredes Confesso
07 - Lucília do Carmo - Maria Madalena
08 - Frei Hermano da Câmara - Rapaz da Camisola Verde
09 - Mafalda Arnauth - Quase Imortal
10 - Carlos do Carmo - Por Morrer uma Andorinha
11 - Maria Teresa de Noronha - Fado das Horas
12 - João Ferreira-Rosa - Triste Sorte
13 - Argentina Santos - Duas Santas
14 - Nuno da Camara Pereira - Fado do Ladrão Enamorado
15 - Kátia Guerreiro- Asas
16 - Fernando Farinha - Canção de Lisboa
17 - Tony de Matos - Fado Mora em Lisboa, O
18 - Vicente da Câmara - Moda das Tranças Pretas, A
19 - Maria da Fé - Valeu a Pena
20 - Fernando Maurício - Igreja de Santo Estevão
21 - Beatriz da Conceição - Pomba Branca, Pomba Branca
22 - Alfredo Marceneiro - Há Festa na Mouraria
Volume 2 :
01 - Amália Rodrigues - Povo que lavas no rio
02 - Camané - A cantar é que te deixas levar
03 - Mariza - Cavaleiro Monge
04 - Carlos do Carmo - Balada para uma velhinha
05 - Lucilia do Carmo - Loucura
06 - Alfredo Marceneiro - A casa da Mariquinhas
07 - Herminia Silva - Rosa Enjeitada
08 - Ana Sofia Varela - Vivendo sem MimVivendo sem Mim
09 - Fernando Farinha - Guitarras de Lisboa
10 - Maria Teresa de Noronha - Saudades das Saudades
11 - Rodrigo - Bairro Alto
12 - Mafalda Arnauth - Bendito Fado, Bendita gente
13 - Carlos Ramos - Canto o Fado
14 - Beatriz da Conceição - Recado a Lisboa
15 - Max - Rosinha dos Limões
16 - Argentina Santos - Chico da Mouraria
17 - Fernanda Maria - Saudade vai-te embora
18 - Vicente da Camâra - Fado das Caldas
19 - Maria da Fé - Até que a voz me doa
20 - Kátia Guerreiro - Amor de mel, amor de fel
21 - João Ferreira Rosa - Fragata
22 - Aldina Duarte - Ai meu amor se bastasse
Volume 3 :
01 - Maria Lisboa - Amália
02 - Duas Lágrimas De Orvalho - Carlos Do Carmo
03 - Feira De Castro - Mariza
04 - Se Ao Menos Houvesse Um Dia - Camané
05 - Meus Lindos Olhos - Mafalda Arnauth
06 - Não Venhas Tarde - Carlos Ramos
07 - Olhos Garotos - Lucília Do Carmo
08 - Moreninha Da Travessa - Fernando Maurício
09 - A Rua Mais Lisboeta - Hermínia Silva
10 - Lisboa Antiga - Tony De Matos
11 - Fado Errado - Maria Da Fé
12 - Cavalo Alazão - Carlos Guedes De Amorim
13 - Pintadinho - Maria Teresa De Noronha
14 - Porque Teimas Nesta Dor - Ana Moura
15 - Lisboa É Sempre Lisboa - Tristão Da Silva
16 - Guitarra Triste - Kátia Guerreiro
17 - Vielas De Alfama - Max
18 - A Voz E O Silêncio - Aldina Duarte
19 - Os Teus Olhos - Manuel De Almeida
20 - Vida Vivida - Argentina Santos
21 - Lembro-Me De Ti - Alfredo Marceneiro
Volume 4 :
01 - Mariza - Ha Uma Musica Do Povo
02 - Camane - A Minha Rua
03 - Herminia Silva - A Tendinha
04 - Carlos Do Carmo - Fado Do Campo Grande
05 - Maria Teresa De Noronha - Rosa Enjeitada
06 - Joao Ferreira-Rosa - Embucado
07 - Lucilia Do Carmo - Recordacoes
08 - Antonio Mourao - Uma Tarde Em Salvaterra
09 - Mafalda Arnauth - Pode La Ser
10 - Nuno Da Camara Pereira - Fado Portugues
11 - Ana Moura - Son Filha Das Ervas
12 - Fernando Farinha - Belos Tempos
13 - Argentina Santos - Chafarix Dél-Rei
14 - Fernando Mauricio - Alfama
15 - Carlos Ramos - Senhora Do Monte
16 - Katia Guerreiro - Valsa
17 - Max - A Julia Florista
18 - Antonio Dos Santos - Minha Alma De Amor Sedenta
19 - Aldina Duarte - Destme Tudo O Que Tinhas
20 - Alferdo Marceneiro - Ironia
21 - Amalia Rodrigues - Primavera
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African Funk - Um Guia


Top notch introduction to the many forms of African Funk from the sophistication of High Life to the heavy psychedelia of Mulatu Astatke.
Track listing
Disc 1
1. Orlando Julius Ekemode - James Brown Ride On
2. Bembeya Jazz National - Petit Seckou
3. Beach Scorpions - Jealousy
4. Ry-Co Jazz - Mambo Ryco
5. The Funkees - Ole
6. ET Mensah -Odofo
7. Opotopo - Belama
8. Orchestra Baobab - Sey
9. Moussa Doumbia - Samba
10. The Immortals - Hot Tears
11. Ade - Xalam
12. Super Mama Djombo - Dissan nam'bera
Disc 2
1. Sir Victor Uwaifo & the Melody Maestros - Joromi
2. Rail Band - Lanseny
3. Geraldo Pino - Heavy Heavy Heavy
4. Super Djata De Bamako - Bimoko Magni
5. Stephen Osifa Amae chi & His Afro-Rhythm Skies - Afro Baby
6. Amadou Balake - Super Bar Konon Mousso
7. Balla Et Ses Balladins - Nyo
8. The Faces - Tug Of War
9. F. Kenya's Guitar Band - Nyameco
10. Kante Manfila - Keleya
11. Super International Band - Santa Barbara
Disc 3
1. Amadou Balake - Taximen
2. Mulatu Astatke - Yegelle Tezeta
3. Bola Johnson - Lagos Sisi
4. Super Boiro Band - So I Si Sa
5. Super Eagles - Viva Super Eagles
6. Sombory Jazz - Nana
7. Quintete Sextete - Massani Cisse
8. Pete King - Ajo
9. Djelimady Tounkara - Marigoundo
10. Celestine Ukwu - Igede
11. ET Mensah - Ghana Guinee Mali

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Shakespeare de A a Z


Easily the most respected, revered, and researched author of all time, William Shakespeare and his works have forever changed the face of literature, inspiring playful discussion and heated debate for hundreds of years. He wrote such well-known plays as Hamplet, Romeo and Juliet, and A Midsummer Night's Dream, published more than 150 sonnets, and coined more than 1,500 new words. While much of his life remains a mystery, this engrossing reference examines all facets of Shakespeare and his writings. An essential two-volume resource for the study of this literary giant, Critical Companion to William Shakespeare contains more than 3,000 engaging entries, making it an authoritative reference to virtually everything one needs to know about the Bard and his works.
Shakespeare A to Z - The Essential Reference to His Plays, His Poems, His Life and Times, and More
Charles Boyce

Gazzaniga e a condição humana


One of the world's leading neuroscientists explores how best to understand the human condition by examining the biological, psychological, and highly social nature of our species within the social context of our lives.What happened along the evolutionary trail that made humans so unique? In his widely accessible style, Michael Gazzaniga looks to a broad range of studies to pinpoint the change that made us thinking, sentient humans, different from our predecessors.Neuroscience has been fixated on the life of the psychological self for the past fifty years, focusing on the brain systems underlying language, memory, emotion, and perception. What it has not done is consider the stark reality that most of the time we humans are thinking about social processes, comparing ourselves to and estimating the intentions of others. In Human, Gazzaniga explores a number of related issues, including what makes human brains unique, the importance of language and art in defining the human condition, the nature of human consciousness, and even artificial intelligence.
Human: The Science Behind What Makes Us Unique
Michael S. Gazzaniga

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Atlas Mundial de Estruturas Linguísticas


The World Atlas of Language Structures is a book displaying the structural properties of the world's languages. 142 world maps and numerous regional maps - all in colour - display the geographical distribution of features of pronunciation and grammar, such as number of vowels, tone systems, gender, plurals, tense, word order, and body part terminology. Each world map shows an average of 400 languages and is accompanied by a fully referenced description of the structural feature in question.The Atlas will be especially valuable for linguistic typologists, grammatical theorists, historical and comparative linguists, and for those studying a region such as Africa, Southeast Asia, North America, Australia, and Europe. It will also interest anthropologists and geographers. More than fifty authors from many different countries have collaborated to produce a work that sets new standards in comparative linguistics. No institution involved in language research can afford to be without it.

The World Atlas of Language Structures
Martin Haspelmath, Matthew S. Dryer, David Gil, Bernard Comrie, Hans-Jorg Bibiko, Hagen Jung, Claudia Schmidt

A ciência da subjetividade


The study of consciousness is recognized as one of the biggest remaining challenges to the scientific community. This book provides a fascinating introduction to the new science that promises to illuminate our understanding of the subject. Consciousness covers all the main approaches to the modern scientific study of consciousness, and also gives the necessary historical, philosophical and conceptual background to the field. Current scientific evidence and theory from the fields of neuropsychology, cognitive neuroscience, brain imaging and the study of altered states of consciousness such as dreaming, hypnosis, meditation and out-of-body experiences is presented. Revonsuo provides an integrative review of the major existing philosophical and empirical theories of consciousness and identifies the most promising areas for future developments in the field. This textbook offers a readable and timely introduction to the science of consciousness for anyone interested in this compelling area, especially undergraduates studying psychology, philosophy, cognition, neuroscience and related fields.

Consciousness: The Science of Subjectivity
Antti Revonsuo

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Os links do RapidShare

Algumas pessoas têm reclamado que os livros e discos armazenados no RapidShare não estão disponíveis gratuitamente, mas estão. O RS faz força para que os internautas comprem contas premium, é claro, e o leitor tem que ter paciência e ficar tentando até o download grátis abrir. Depois da meia-noite fica mais fácil, ou ainda, quanto mais tarde melhor.

Depois de muito hesitar, resolvi comprar um pacote (premium) de seis meses, porque faço muitos downloads. Fui ao site www.contaspremium.com.br, fiz inscrição, paguei R$121,50 pelos seis meses e até agora (desde 8 de janeiro de 2010) tem funcionado muito bem. O pagamento foi feito por depósito em conta, sem riscos para meu cartão de crédito. É isso, senhoras e senhores.

Dicionário de Psicologia


The Cambridge Dictionary of Psychology is the first and only dictionary that surveys the broad discipline of psychology from an international, cross-cultural, and interdisciplinary focus. This focus was achieved in several ways. The managing and consulting editor boards were comprised of world-renowned scholars in psychology from many different countries, not just the United States. They reviewed and edited all of the keyword entries to make them lively and applicable across cultural contexts, incorporating the latest knowledge in contemporary international psychology. Thus entries related to culture, as well as those from all domains of psychology, are written with the broadest possible audience in mind. Also, many keywords central to contemporary psychology were incorporated that are not included in many competitors, including the Oxford and APA dictionaries.

The Cambridge Dictionary of Psychology
David Matsumoto

Neuroanálise


Neuroanalysis investigates using the neural network and neural computation models to bridge the divide between psychology, psychoanalysis, and neuroscience when diagnosing mental health disorders and prescribing treatment.Avi Peled builds on Freud's early attempts to explain the neural basis of mental health by introducing neural computation as a bridging science to explain psychiatric disorders. Peled describes the brain as a complex system of interconnected units and goes on to suggest that conscious experience, feelings, and mood are emergent properties arising from these complex organizations. This model describes mental health disorders in terms of perturbation to the optimal brain organization, and demonstrates how particular disorders can be identified through a specific breakdown pattern of the brain’s organization.This fresh approach to the diagnosis of psychiatric disorders will interest students, professors, and researchers of psychoanalysis, neuroscience, and their related fields.

NeuroAnalysis - Bridging the gap between Neuroscience, Psychoanalysis and Psychiatry
Avi Peled

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Susan Tedeschi arrasando


Para quem está prestando atenção, é a mesma manchete da postagem 'Grace Potter arrasando' (17 de janeiro de 2010). Quero dizer que, em geral, as mulheres cantam muito melhor do que os homens. Elis, Billie Holiday, Shirley Collins (antes de querer ser sua ídola Enya e faturar como ela), Christine McVie, Angela Gheorghiu, Christa Ludwig, Kathleen Ferrier, Anne Sofie von Otter, Emma Kirby, Aretha Franklin, Janis Joplin, Ella, e a lista é interminável. Se perguntassem meus cantores preferidos, não daria o menor trabalho: Bobby Short, Tony Bennett, Philip Jaroussky, Adam Duritz e mais uns poucos outros.

Esse é o segundo CD de Susan Tedeschi que aparece por aqui (ver: 2 de novembro de 2009). É só fazer o download e colocar na vitrola.

1. "It's up to You" (Lamond, Tedeschi) – 4:19
2. "Gonna Write Him a Letter" (Tedeschi) – 3:05
3. "Love Never Treats Me Right" (Tedeschi) – 2:11
4. "It Hurts Me Too" (James) – 5:04
5. "Locomotive" (Tedeschi) – 4:28
6. "You're on My Hair" [instrumental] (Tedeschi) – 4:12
7. "Better Days" (Hayes) – 6:40
8. "Hound Dog" (Jerry Leiber, Mike Stoller) – 4:03
9. "I Don't Want Nobody" (Robey) – 2:58
10. "Ain't Nobody's Business" (Grainger, Robbins) – 7:33
Better Days (1995)
Susan Tedeschi – guitar, rhythm guitar, vocals
Adrienne Hayes – guitar, rhythm guitar, slide guitar
Jim Lamond – bass

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Music and the Brain

As palestras/entrevistas sobre música e cérebro da Biblioteca do Congresso (LoC - USA) são apresentadas aqui. Dois autores apresentados, Daniel Levitin e Aniruddh D. Patel, já foram mencionados no CL&M em algumas oportunidades, e essas transmissões em podcast da LoC nos trazem outras informações sobre suas histórias. A conversa entre o apresentador e os entrevistados é sempre amistosa e tranquila, e o nível técnico da gravação é de boa qualidade: dá para entender tudo. A dica foi dada no site Metafilter, onde de vez em quando aparecem coisas excelentes.

About Music and the Brain
The Library's Music and the Brain events offer lectures, conversations and symposia about the explosion of new research at the intersection of cognitive neuroscience and music. Project chair Kay Redfield Jamison convenes scientists and scholars, composers, performers, theorists, physicians, psychologists, and other experts at the Library for a compelling 2-year series, with generous support from the Dana Foundation.

As cantatas de câmara de Vivaldi


Vivaldi's chamber cantatas for solo voice, some forty in total, are steadily gaining in popularity: but because of their relatively small place in the oeuvre of a composer famed for his productivity, and also on account of the general scholarly neglect of their genre, they are little discussed in the literature. This book comprehensively explores their literary and musical background, their relation to the composer's biography, the chronology of their composition, and their musical qualities. Each cantata is discussed individually, but there is also a broader consideration of aspects concerning them collectively, such as performance practice, topical allusion, and the conventions of Italian verse. The author argues that while Vivalid's cantatas are not as innovative as his concertos and operas, he produced several masterpieces in the genre that rank with his best music.
Michael Talbot is Emeritus Professor of Music at the University of Liverpool.

The Chamber Cantatas of Antonio Vivaldi
Michael Talbot

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

O desenvolvimento de uma espécie extraordinária

We human beings share 98 percent of our genes with chimpanzees. Yet humans are the dominant species on the planet -- having founded civilizations and religions, developed intricate and diverse forms of communication, learned science, built cities, and created breathtaking works of art -- while chimps remain animals concerned primarily with the basic necessities of survival. What is it about that two percent difference in DNA that has created such a divergence between evolutionary cousins? In this fascinating, provocative, passionate, funny, endlessly entertaining work, renowned Pulitzer Prize–winning author and scientist Jared Diamond explores how the extraordinary human animal, in a remarkably short time, developed the capacity to rule the world . . . and the means to irrevocably destroy it.
Jared Diamond states the theme of his book up-front: "How the human species changed, within a short time, from just another species of big mammal to a world conqueror; and how we acquired the capacity to reverse all that progress overnight." The Third Chimpanzee is, in many ways, a prequel to Diamond's prize-winning Guns, Germs, and Steel. While Guns examines "the fates of human societies," this work surveys the longer sweep of human evolution, from our origin as just another chimpanzee a few million years ago. Diamond writes:
It's obvious that humans are unlike all animals. It's also obvious that we're a species of big mammal down to the minutest details of our anatomy and our molecules. That contradiction is the most fascinating feature of the human species.
The chapters in The Third Chimpanzee on the oddities of human reproductive biology were later expanded in Why Is Sex Fun? Here, they're linked to Diamond's views of human psychology and history.
Diamond is officially a physiologist at UCLA medical school, but he's also one of the best birdwatchers in the world. The current scientific consensus that "primitive" humans created ecological catastrophes in the Pacific islands, Australia, and the New World owes a great deal to his fieldwork and insight. In Diamond's view, the current global ecological crisis isn't due to modern technology per se, but to basic weaknesses in human nature. But, he says, "I'm cautiously optimistic. If we will learn from our past that I have traced, our own future may yet prove brighter than that of the other two chimpanzees." --Mary Ellen Curtin

The Third Chimpanzee: The Evolution and Future of the Human Animal
Jared M. Diamond
Harper Perennial 2006 432 Pages PDF 1.7 MB
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sábado, 13 de fevereiro de 2010

Mente, cérebro e educação


The emerging field of neuroeducation, concerned with the interaction between mind, brain and education, has proved revolutionary in educational research, introducing concepts, methods and technologies into many advanced institutions around the world. The Educated Brain presents a broad overview of the major topics in this new discipline: part I examines the historical and epistemological issues related to the mind/brain problem and the scope of neuroeducation; part II provides a view of basic brain research in education and use of imaging techniques, and the study of brain and cognitive development; and part III is dedicated to the neural foundations of language and reading in different cultures and the acquisition of basic mathematical concepts. With contributions from leading researchers in the field, this book features the most recent and advanced research in cognitive neurosciences.

The Educated Brain: Essays in Neuroeducation
Antonio M. Battro
Cambridge University Press 2008 Pages: 280 PDF 2.9 MB
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O instinto de interação: Evolução e aquisição da linguagem


The Interactional Instinct explores the evolution of language from the theoretical view that language could have emerged without a biologically instantiated Universal Grammar. In the first part of the book, the authors speculate that a hominid group with a lexicon of about 600 words could combine these items to make larger meanings. Combinations that are successfully produced, comprehended, and learned become part of the language. Any combination that is incompatible with human mental capacities is abandoned. The authors argue for the emergence of language structure through interaction constrained by human psychology and physiology.In the second part of the book, the authors argue that language acquisition is based on an "interactional instinct" that emotionally entrains the infant on caregivers. This relationship pres children with a motivational and attentional mechanism that ensures their acquisition of language. In adult second language acquisition, the interactional instinct is no longer operating, but in some individuals with sufficient aptitude and motivation, successful second-language acquisition can be achieved.The Interactional Instinct presents a theory of language based on linguistic, evolutionary, and biological evidence indicating that language is a culturally inherited artifact that requires no a priori hard wiring of linguistic knowledge.

The Interactional Instinct: The Evolution and Acquisition of Language
Namhee Lee, Lisa Mikesell, A. D. L. Joaquin, Andrea W. Mates, John H. Schumann
Oxford University Press 2009 248 pages PDF 1,4 MB
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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Linguagem humana em nosso cérebro reptiliano


O referido 'cérebro reptiliano' é descrito por Stephen Jay Gould aqui: "No núcleo do cérebro humano está o antigo cérebro proto-reptiliano, ou Complexo-R, que é responsável por padrões comportamentais inatos, estereotipados e típicos da espécie que são necessários para a sobrevivência do sujeito e da espécie". Uma apreciação do livro pode ser lida aqui, e seu autor é o excelente Michael Tomasello, do Max Planck Institute for Evolutionary Anthropology, Leipzig. Veja o que diz a editoria do livro:

"Este livro é uma introdução ao acirrado debate atual entre psicolinguistas, neurocientistas e teóricos da evolução sobre as origens e a natureza da linguagem humana. Aqui, um proeminete neurocientista defende a causa de Darwin, utilizando dados raramente levados em consideração por psicolinguistas e neurolinguistas, para argumentar que a linguagem humana - apesar de mais sofisticada do que todas as outras formas de comunicação animal - não é uma habilidade qualitativamente diferente das outras formas de comunicação entre os animais, não exige um salto evolutivo quântico para ser explicada e não está unificada em um 'instinto da linguagem' singular. Utilizando evidências clínicas de pacientes com distúrbios de fala, neuroimagem funcional e a biologia evolutiva para apresentar sua argumentação, Philip Lieberman insiste que a linguagem humana não é um módulo (cerebral) único, mas um sistema neurológico funcional composto de muitas habilidades distintas".

Human Language and Our Reptilian Brain: The Subcortical Bases of Speech, Syntax, and Thought
Philip Lieberman