terça-feira, 16 de março de 2010

Cosma Rohilla Shalizi - Complexity

Acompanho há bastante tempo as coisas que Cosma escreve. É sempre bom, recompensador, interessante. Veja abaixo: sua postagem sobre Complexidade começa com dois parágrafos de perguntas, e estamos conversados. Seu site (My site is deliberately low on graphics, diz ele) é graficamente discreto, discretíssimo: simplesmente não traz ilustrações de qualquer espécie. Cosma foi/é professor de física, matemática, biologia da mente, estatística e sistemas complexos, e sua tese de doutorado teve dois orientadores: um para a parte de física e outro para a de matemática. Atualmente leciona no departamento de estatística da Carnegie Mellon University.

Complexity
13 Feb 2010 21:28

"Uma definição viria a calhar. E também uma medida ordinal, se não uma cardinal (o link aponta para sua postagem Complexity Measures). Estaria claro que os humanos são mais complexos do que baleias? Do que chimpanzés? Do que cupins? Do que cupinzeiros?

Existe alguma tendência para uma maior complexidade entre as coisas vivas, com o decorrer do tempo? Na Terra, como um todo? No universo, como um todo? Existe alguma explicação profunda (alguém vai de 'élan vital'?) ou ela pode ser explicada pelos suspeitos de sempre - seleção natural, 'muito espaço na parte de cima', o acaso? Mesmo que consigamos uma medida da complexidade, será muito difícil aplicá-la ao registro fóssil, já que as partes moles já se foram há muito tempo, e por isso não podemos saber (muito) sobre as entranhas do cérebro, ou sobre o sistema imune. (De fato, será que se poderia inferir a existência de sistemas imunes a partir do registro fóssil? Isso é importante, já que eles são muito complexos, e se não pudermos inferir, como saberemos se não havia outras coisas - também confinadas aos tecidos moles - que não eram camparativamente complexas?)

As 'ciências da complexidade' são na quase totalidade um potpourri, e ainda que o nome se justifique de certa forma - movimento caótico parece mais complicado do que oscilação harmônica, por exemplo - acho que o fato de que traz mais dignidade do que 'disparate não-linear ordenado' não foi a menor razão para seu sucesso. Essa opinião não se modificou muito depois de trabalhar por cinco anos no Santa Fe Institute".

Como sempre, o forte dos verbetes de Cosma são as indicações da literatura pertinente e seus comentários sobre ela. No caso da Complexidade, desencavei dois livros que ele recomenda e coloquei cada um deles numa postagem (para aproveitar o design de suas capas - acho que Cosma não aprovaria...)

Bigger than Chaos: Understanding Complexity through Probability
Michael Strevens


Complexity: A Guided Tour
Melanie Mitchell