segunda-feira, 15 de março de 2010

Computação, Cognição, e Zenon Pylyshyn


Deve ser um excelente livro. Vou traduzir um pedaço da Introdução e deixar que as senhoras e os senhores julguem por si mesmos.

Introdução: Então, o que há de tão bom sobre Pylyshyn?
Introduction: So What’s So Good about Pylyshyn?
Jerry Fodor

Boa pergunta. Vou tentar explicar.

Acho que existem quatro questões básicas para as quais uma ciência cognitiva viável deve fornecer as repostas (básicas no sentido de que surgem em todos os departamentos de ciência cognitiva; de [como deveria ser] percepção a solução de problemas, a desenvolvimento cognitivo, e assim por diante, por todo o catálogo). São elas:

i. Qual é a natureza dos processos mentais?
ii. Que tipos de coisas são as representações mentais?
iii. Como é que as representações mentais têm conteúdo?
iv. Como é que as representações mentais se ligam ao mundo?

A ciência cognitiva 'clássica', à qual Zenon deu sua lealdade irrestrita por toda sua carreira, começou com a sugestão de Turing para solucionar a questão (i): Os processos mentais são computações. Em particular, eles são mais computações do que associações. Muita alegria; grande alívio. Para a tradição associacionista, que vinha sendo o coração do empirismo britânico desde Aristóteles (eu sei, eu sei), gradual mas inequivocamente revelou-se um estado de dissolução. E, até que a 'analogia com o computador' aparecesse no horizonte, não parecia haver nada que fizesse a substituição: não é de admirar que tantos psicólogos desistiram e se tornaram behavioristas.

Eu mesmo não estou convencido de que a teoria computacional da mente (CTM - computational theory of mind) vai dar conta do recado a longo prazo (e por que não estou, veja Fodor, 1983, 2000). Mas estou bastante certo (entre outras coisas, por razões que adiantamos em Fodor & Pylyshyn 1988), que o associacionismo está morto. As tentativas infrutíferas dos conexionistas para ressuscitar o cadáver deixaram isso bem claro
".

Computation, Cognition, and Pylyshyn