Americanizing the global mind?
Andrew Rasmussen, Ph.D, March 15, 2010
"Estaremos fazendo mais mal do que bem ao exportar nossos diagnósticos e remédios para doenças mentais? Um novo livro - Crazy Like Us: The Globalization of the American Psyche - estabelece a agenda para uma discussão pública vital".
Depois de citar alguns fatos e estatísticas, prossegue Rasmussen:
"...Judith Warner chamou às falas toda a área, no New York Times: 'Este é o quadro geral da assistência médica psiquiátrica na América: não pessoas perfeitamente saudáveis engolindo pílulas sem qualquer razão, mas pessoas com doenças reais sem acesso a cuidados médicos; enfrentando obstáculos como ignorância, estigma e altos preços; ou tendo acesso a tratamento ineficazes'.
Esta crítica se globalizou em Crazy Like Us: The Globalization of the American Psyche, do jornalista Ethan Watters, um livro que aborda 'o grande projeto de americanizar a compreensão da mente humana'.
Esta não é a primeira incursão de Watters na crítica da doença mental, já que ele é co-autor de dois livros com o psicólogo social da University of California-Berkeley, Richard Ofshe, Making Monsters (1996), uma acusação ao fenômeno da memória reprimida das décadas de 1980 e 1990 e, talvez mais relevante quanto ao seu livro atual, Therapy's Delusions (1999), uma avaliação cáustica da escola psicanalítica (isto é, freudiana) de psicoterapia. (...)
A tese principal de Watters é mais ou menos assim: expandindo seus domínios através das forças da globalização, os profissionais americanos de saúde mental estão prejudicando outras sociedades ao introduzir sintomas do Ocidente na maneira como as pessoas de outras culturas expressam seu sofrimento, substituindo as explicações locais para problemas de saúde mental por modelos científicos ocidentais. Ele inicia apresentando aos leitores um fato que todos nós que estudamos a saúde mental globalmente conhecemos bem: a expressão e a explicação da doença mental depende em parte da cultura na qual residem os indivíduos atingidos. Na linguagem da área, elas (a expressão e a explicação) são 'culturalmente mediadas'.
Watters fornece diversos bons exemplos disso em Crazy Like Us, mas a articulação mais clara vem do professor da McGill University e editor de Transcultural Psychiatry, Laurence Kirmayer, que é entrevistado amplamente. Kirmayer explica que muitas culturas têm uma experiência de isolamento e de desmotivação que nós, do Ocidente, chamamos tipicamente de depressão. Na Índia isso pode ser caracterizado por uma sensação de que o coração está fisicamente escorregando para baixo por dentro do corpo, na Nigéria por reclamações de uma sensação apimentada na cabeça, e na Coréia por 'uma doença de fogo. uma queimação na barriga'.
Os leitores que se interessarem por conhecer um compêndio de doenças mentais de outros países não ficarão desapontados. A maioria delas têm análogas no Ocidente (como a depressão), mas outras não têm. A mais tristemente famosa delas é o koro, do Sudeste da Ásia, a sensação repentina de que o próprio pênis está decrescendo em tamanho ou desaparecendo completamente. Se isto soa divertidamente amalucado, um surto de uma condição similar na década de 1990 em diversos países da África Ocidental resultou em multidões espancando e matando diversas mulheres por suspeição de feitiçaria. Esses fenômenos psicológicos são reais porque têm consequências comportamentais reais.
Esses distúrbios 'nativos' estão sendo deslocados por conceitos ocidentais, primariamente, afirma Watters, por jornalistas inconsequentes do mundo em desenvolvimento que se deixam levar por peritos ocidentais e por profissionais de saúde ocidentais aventureiros que estão lá para fazer o bem. Eles introduzem idéias sobre como os problemas mentais devem ser expressados - ou, mais exatamente, como eles são expressados na cultura ocidental - e aqueles que sofrem dão atenção a isso e os imitam".