segunda-feira, 5 de abril de 2010

Um artigaço sobre Johann Sebastian Bach

J. S. Bach in the Twenty-First Century: The Chapel Becomes a Larder
Harold Fromm
The Hudson Review Vol. LX, No. 4: Winter 2008

"Algumas vezes fala-se de Bach como o pai da música ocidental, não para sugerir que nada havia de substancial antes dele (ele não brotou já crescidinho da cabeça de Zeus), mas que a música depois dele foi profundamente influenciada e formada por seus modelos. Mas se Bach é O Pai, por que ele não inflamou a imaginação popular? Temos filmes piegas sobre Mozart e Beethoven, assim como uma proliferação de biografias para o leitor inteligente em geral, mas nada comparável com relação a Bach. Se fizermos uma amostragem da produção desde o ano 2000, o 250º aniversário da morte de Bach, as biografias de 'vida e obra' são apenas pesadas e sérias, e esses volumes essencialmente acadêmicos de Martin Geck, Christoph Wolff e Peter Williams, a despeito de suas pretensões generalistas, mal podem ser lidos por não-especialistas. Quando ouvimos 'Mozart' ou 'Beethoven', pensamos em uma pessoa por trás da música. Quando ouvimos 'Bach', ouvimos apenas a música. Mas qual é a sensação que derivamos de Bach? De fato, quem é esse pai aparentemente genérico?

Ainda que Bach tenha nascido em 1685, por volta de 1700 ele já estava envolvido em uma carreira musical séria. O New Bach Reader fornece registros eclesiásticos de seu lugar de nascimento - Eisenach - referentes ao seu batismo, à morte de sua mãe, ao novo casamento de seu pai e à morte de seu pai, tudo nos dez primeiros anos. A partir de registros escolares de 1693-95, sabemos que Bach frequentou a escola de latim de Eisenach. À medida que Bach se muda para Lüneburg e Weimar depois de viver em Ohrdruf com seu irmão (que fazia as vezes de pai) Johann Christoph, ficamos sabendo sobre seus primeiros empregos, começando como 'secretário' (termo titular de um tipo de faz-tudo musical), mas em 1703 temos um diploma da nomeação de Bach para o posto de organista da igeja de Arnstadt. Na época, ele já tinha se tornado tão perito na arte de construir, afinar e outras operações técnicas sobre órgãos que era chamado para fornecer consultas profissionais, um serviço que executou até o final de sua vida. Os casamentos de Bach - com Maria Barbara, que gerou sete filhos, e, depois da morte desta, com Anna Magdalena, que gerou mais treze - e suas prestigiadas posições como Mestre de Capela e Diretor do Coro de cortes, igrejas e finalmente da Escola St. Thomas de Leipzig, tomam mais de 250 páginas de documentos, que também incluem as dedicações autográficas que fez para a realeza, seus breves prefácios para grandes obras como o Cravo Bem Temperado, seus testemunhos para alunos e filhos, suas queixas sobre o conselho da cidade de Leipzig e seus recibos de diversas despesas
".

Harold Fromm prossegue seu texto discutindo em detalhes tudo o mais que é relevante sobre Bach, principalmente sua música. Realmente um artigo imperdível.
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Num futuro não muito distante de Bach, que o anuncia em diversos pontos de sua obra, domina o Romantismo. Leia esse excelente artigo sobre uma de suas figuras mais importantes.

In Search of Chopin
Alexandra Mullen 2004