What Causes Specific Language Impairment in Children?
Dorothy V.M. Bishop 2006
University of Oxford, Oxford, England
ABSTRACT - O distúrbio específico da linguagem (SLI) é diagnosticado quando o desenvolvimento linguístico da criança é deficiente sem ter qualquer razão óbvia. Por muitos anos, tem havbido uma tendência em supor que o SLI foi causado por fatores como cuidados insatisfatórios dos pais, dano cerebral imperceptível na época do nascimento ou perda auditiva temporária. Subsequentemente, ficou claro que esses fatores eram muito menos importantes do que os genes na determinação dos riscos de SLI. Foram feitas pesquisas para encontrar 'o gene do SLI', mas logo ficou claro que nenhuma causa isolada poderia explicar todos os casos. Além disso, ainda que casos fascinantes de SLI causados por uma mutação particular tenham sido descobertos, na maior parte das crianças esse distúrbio tem uma base mais complexa, com a interação de diversos fatores de risco genéticos e ambientais. As evidências mais claras referentes aos efeitos genéticos surgiram de estudos que diagnosticaram o SLI utilizando medições de motivação teórica de déficits cognitivos básicos, mais do que critérios clínicos convencionais.
E um outro parágrafo interessante:
Assim, ainda que os diferentes déficits tenham origens diferentes e possam ser dissociados, aparentemente a criança tem que ter distúrbios em mais de um domínio para que a linguagem seja seriamente danificada. Isto nos leva de volta à questão levantada no início desse artigo: A linguagem quase sempre é surpreendentemente robusta em face de circunstâncias adversas de desenvolvimento. Isto sugere que podem haver múltiplas rotas para a aquisição efetiva da linguagem, e se uma rota for bloqueada, quase sempre uma outra é encontrada. Entretanto, se duas ou mais rotas forem bloqueadas, o aprendizado da linguagem estará comprometido. Muitos pesquisadores ainda estão ocupados com a procura por uma teoria econômica do fator-único do SLI. Entretanto, estudos genéticos estão nos forçando a repensar essa perspectiva e a encarar o SLI como um caso no qual o desenvolvimento fica comprometido precisamente porque mais de um processo cognitivo está danificado. Esta conceituação põe em questão qualquer noção do SLI como uma síndrome única, e também sugere que podemos necessitar analisá-lo em termos das dimensões do dano, ao invés de procurar por subtipos isolados.