quarta-feira, 21 de abril de 2010

O Grego Antigo


Um exemplo: no livro The Cambridge Companion to Early Greek Philosophy, editado por A. A. Long (de quem sou fã), está o artigo Heraclitus, escrito por Edward Hussey. Muito bom, pode acreditar. Lá pelas tantas (p. 91), diz Hussey:

"Logos, que aparece aqui e em outros contextos importantes com relação a Heráclito, era uma palavra grega usada comumente. Significava basicamente 'o que foi dito', isto é, 'palavra', ou 'história'; entretanto, mesmo na fala grega ordinária ela tinha ricas ramificações de significado. Ela adquiriu os sentidos secundários de 'razão matemática', e mais geralmente 'proporção', 'medida' ou 'cálculo'; em uma outra extensão desses sentidos, ela aparece por volta da época de Heráclito em compostos com sentido de 'cálculo certo' e 'proporção razoável'."

E vai por aí afora. Como ficar sabendo dessa evolução e localizar as acepções da palavra "logos", e de muitas outras palavras importantes que foram o veículo do pensamento dos physiologoi, os filósofos da natureza, e acabaram por gerar toda essa confusão epistemológica em que estamos submersos? Parece coisa de doido, e de certa forma é mesmo. Mas aqui está um livro que pode ajudar.

"A comprehensive account of the language of Ancient Greek civilization in a single volume, with contributions from leading international scholars covering the historical, geographical, sociolinguistic, and literary perspectives of the language".
A Companion to the Ancient Greek Language
Egbert J. Bakker