Este é um livro esquisito, até v. perceber que é um texto histórico sobre as pessoas e os fatos que ocorreram durante as décadas de 1960 e 1970 em alguns círculos que começavam a pensar a modernidade, as transformações sociais e as novas teorias científicas que surgiram diante do avanço tecnológico maciço da época. Um dos pontos fortes do livro é a descrição das personagens relevantes do período e suas realizações: W. Grey Walter, Roy Ashby, Gregory Bateson, Ronald Laing, Stafford Beer, Gordon Pask, e muitos outros que de alguma forma contribuiram para o enriquecimento do caldo cultural em fermentação, como William James, John Cage, William Blake, Martin Heidegger, Aldous Huxley, Alan Turing, etc. Ele deveria se chamar Ontologia Cibernética, e o próprio Pickering fala da "estranheza dos projetos cibernéticos específicos" que acompanha a estranheza de sua ontologia. Veja um trecho do livro (p. 17).
"No capítulo anterior, abordei a cibernética por um ângulo antropológico - esboçando alguns aspectos de uma estranha tribo e deus interessantes projetos e práticas, perto de nós temporalmente e espacialmente, e ainda assim de algum modo diferente e bastante esquecida. Os capítulos seguintes também poem ser lidos com uma disposição antropológica, como se preenchessem mais esse quadro. Trata-se, espero, de uma boa história. Mas pode-se dizer mais sobre a substância da cibernética antes de entrarmos em detalhes. Já descrevi a cibernética como uma ciência do cérbero adaptativo, o que é correto mas não suficiente. Para estabelecer o cenário do que vem a seguir, necessitamos de uma perspectiva mais ampla se quisermos ver como as diferentes peças se encaixam, e o que acabam formando. Para fornecer isso, quero falar agora sobre ontologia: questões sobre o que parece ser o mundo, que tipos de entidades o povoam, como elas se ligam umas às outras. O que desejo sugerir é que a ontologia da cibernética é uma ontologia estranha e pouco familiar, muito diferente daquela das ciências modernas, Também quero sugerir que a ontologia faz uma diferença - que a estranheza dos projetos cibernéticos específicos caminha junto com a estranheza de sua ontologia".
The Cybernetic Brain: Sketches of Another Future
Andrew Pickering
University Of Chicago Press 2010 536 pages PDF 3,7 MB
http://www.megaupload.com/?d=KMDRZD97
"No capítulo anterior, abordei a cibernética por um ângulo antropológico - esboçando alguns aspectos de uma estranha tribo e deus interessantes projetos e práticas, perto de nós temporalmente e espacialmente, e ainda assim de algum modo diferente e bastante esquecida. Os capítulos seguintes também poem ser lidos com uma disposição antropológica, como se preenchessem mais esse quadro. Trata-se, espero, de uma boa história. Mas pode-se dizer mais sobre a substância da cibernética antes de entrarmos em detalhes. Já descrevi a cibernética como uma ciência do cérbero adaptativo, o que é correto mas não suficiente. Para estabelecer o cenário do que vem a seguir, necessitamos de uma perspectiva mais ampla se quisermos ver como as diferentes peças se encaixam, e o que acabam formando. Para fornecer isso, quero falar agora sobre ontologia: questões sobre o que parece ser o mundo, que tipos de entidades o povoam, como elas se ligam umas às outras. O que desejo sugerir é que a ontologia da cibernética é uma ontologia estranha e pouco familiar, muito diferente daquela das ciências modernas, Também quero sugerir que a ontologia faz uma diferença - que a estranheza dos projetos cibernéticos específicos caminha junto com a estranheza de sua ontologia".
The Cybernetic Brain: Sketches of Another Future
Andrew Pickering
University Of Chicago Press 2010 536 pages PDF 3,7 MB
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