sexta-feira, 25 de junho de 2010

A experiência interior do tempo

The inner experience of time
Marc Wittmann 2009
Philos. Transactions of the Royal Society B (2009) 364, 1955–1967

Abstract. A notável diversidade de modelos psicológicos e neurofisiológicos da 'percepção do tempo' caracteriza o debate sobre como e onde o tempo do cérebro é processado. Nesta revisão, os modelos mais proeminentes de percepção do tempo serão discutidos criticamente. Algumas variações entre os modelos propostos serão exlicadas, a saber: (1) diferentes processos e regiões do cérebro estão envolvidos, dependendo da extensão do intervalo de tempo processado, e (2) diferentes processos cognitivos podem estar envolvidos, ainda que não sendo necessariamente parte de um sistema central de registro do tempo, mas, mesmo assim, influenciam a experiência do tempo. Esses processos cognitivos estão distribuidos através do cérebro e são difíceis de discernir de mecanismos de marcação de tempo. Desenvolvimentos recentes nas pesquisas sobre as influências emocionais sobre a percepção do tempo - subsequentes a décadas de estudos sobre o processamento temporal da cognição - serão enfatizados. Achados empíricos sobre a relação entre afeto e tempo, juntamente com conceituações recentes dos processos do eu e do corpo, são integrados através da observação da percepção do tempo como se ela implicasse estados emocionais e interoceptivos (dentro do corpo). Até hoje, não foram identificados mecanismos neurofisiológicos que poderiam explicar a representação do tempo humano. Argumenta-se aqui que os processos neurais do córtex insular, que se relacionam a sinais corporais e estados de sentimento, podem constituir tal mecanismo neurofisiológico para a codificação da duração.