quarta-feira, 30 de junho de 2010

Richard Thompson - Season of the Witch



http://besotted.250free.com/SeasonOfTheWitch/Richard Thompson - Season of the Witch.mp3

Resolvendo problemas no Pleistoceno

Em seu artigo sobre Aprendizagem Implícita, Jonah Lehrer (do grande blog The Frontal Cortex, e já postado aqui) vem discorrendo sobre a propriedade da existência de apenas um coeficiente de QI, e escreve:

Para entender as limitações da inteligência geral (Lehrer está se referindo ao fator 'g', o coeficiente de inteligência geral levantado pelo teste de QI), pelo menos como é definido atualmente, é importante investigar no mínimo um dos grandes temas da psicologia, que é o papel essencial do inconsciente. Freud associava o inconsciente aos impulsos indizíveis do Id, ao passo que nós sabemos que nosso submundo mental é na verdade um notável dispositivo de processamento de informações que nos ajuda a fazer sentido da realidade.

Isto levou ao modelo de processo dual da cognição, no qual a mente está dividida em dois modos gerais. Há o pensamento Tipo 1, que é em grande parte inconsciente, automático, contextual, emocional e rápido; acontece que a maior parte do nosso comportamento toma sua forma através desses pensamentos inarticulados. (pense, por exemplo, o que acontece quando v. freia em um sinal de trânsito amarelo, ou pede um prato do cardápio assim que o lê, ou tem uma 'intuição' sobre como abordar um problema). E temos o pensamento Tipo 2, que é deliberado, explícito, demanda esforço e é intencional. (Imagine um amador jogando xadrez e pensando nas implicações de cada jogada possível). Não é preciso dizer que os testes padronizados de QI se baseiam em grande parte em problemas abstratos e de matemática, e se correlaciona com o desempenho da memória de trabalho.

O resultado final é uma crescente contradição entre como definimos inteligência - trata-se de pensamento explícito e 'g' - e como conceituamos a cognição, que está inextricavelmente ligada aos processos Tipo 1. (Em outras palavras, atualmente nós medimos a inteligência excluindo a maior parte do processamento de informações que está ocorrendo dentro de nossas cabeças).

Além do mais, esta obsessão com a variação individual medida pelo 'g' significa que não tem havido virtualmente nenhuma pesquisa sobre a variação individual quando se trata do output do inconsciente, ou da velocidade/eficiência do pensamento Tipo 1. Nós supomos que o cérebro subterrâneo - este computador primal do Pleistoceno - é virtualmente uniforme e universal, e roda os mesmos programas estúpidos em todas as pessoas. Aqui está um trecho de exemplo de uma recente revisão do pensamento Tipo 1: "As diferenças individuais contínuas (nos processos mentais inconscientes) são poucas. As diferenças individuais que realmente existem refletem em grande parte dano nos módulos cognitivos, o que resulta em um distúrbio cognitivo bastante descontínuo como o autismo, ou as agnosias e alexias". Em outras palavras, a variação que interessa existe no pensamento Tipo 2.

Esta postagem de Lehrer gerou 20 comentários em um só dia (veja ao final do texto original), e eu pensava que ninguém dava importância a essas coisas...

Georges Canguilhem


Canguilhem fez história com o livro que escreveu com base em sua tese de doutorado, O Normal e o Patológico (há tradução brasileira, da Forense-Universitária). Estamos falando da década de 1940, mas ele se firmou como uma autoridade em filosofia da ciência, graças à sua formação científica (medicina) e filosófica na Universidade de Estrasburgo. Bem, estas são as cinco partes em que se divide o livro:

Parte 1 - Metodologia
Parte 2 - Epistemologia
Parte 3 - História
Parte 4 - Interpretações
Parte 5 - Problemas

Depois vem uma bibliografia comentada, por Camille Loges, em excelente trabalho de pesquisa e apresentação. Divide-se em duas partes, uma seleção dos trabalhos mais significativos de Canguilhem e uma seleção das críticas (reviews) e comentários feitos sobre suas obras. A editoria (abaixo) diz o de sempre:

Georges Canguilhem (1904-1995) was one of France's foremost historians of science. Trained as a medical doctor as well as a philosopher, he combined these practices to demonstrate to philosophers that there could be no epistemology without concrete study of the actual development of the sciences and to historians that there could be no worthwhile history of science without a philosophical understanding of the conceptual basis of all knowledge. A Vital Rationalist brings together for the first time a selection of Canguilhem's most important writings, including excerpts from previously unpublished manuscripts and a critical biography by Camille Limoges.

A Vital Rationalist: Selected Writings from Georges Canguilhem
François Delaporte & Arthur Goldhammer
Zone Books 2000 481 Pages PDF 11 MB
http://www.megaupload.com/?d=YUCCS6OP ou

Aprendizagem e Memória

Estudo revela como ocorrem aprendizagem e memória
(PhysOrg.com) June 28, 2010

A descoberta foi feita na University of Leicester, no laboratório do Professor Andrew Tobin, Professor de Biologia Celular, e Wellcome Trust Senior Research Fellow. O trabalho teve a colaboração de outros cientistas, e foi publicado na journal PNAS - Proceedings of the National Academy of Sciences.

Disse o Prof. Tobin: 'O trabalho se concentra nos mecanismos através dos quais formamos memórias. Nós descobrimos uma das principais proteínas envolvidas no processo da memória e da aprendizagem. Esta proteína está presente na região do cérebro na qual as memórias são armazenadas. Nós descobrimos que para a fixação de qualquer memória esta proteína, chamada de receptor M3-muscarinic, tem que ser ativada'.

'Também determinamos que esta proteína para por modificações muito específicas durante a formação de uma memória. A esse respeito, nosso estudo revela pelo menos um dos mecanismos moleculares que estão em operação no cérebro quando formamos uma memória, e isso representa um importante avanço em nossa compreensão sobre como fixamos memórias'.

'Esta descoberta não só é interessante por si mesma, como também tem importantes implicações clínicas. Um dos principais sintomas da doença de Alzheimer é a perda de memória. Nosso estudo identifica um dos mais importantes processos envolvidos em memória e aprendizagem, e afirmamos no estudo publicado que drogas projetadas para atingir a proteína identificada na pesquisa seriam benéficas para se tratar a essa doença'.

O Professor Tobin disse que todos ficaram muito animados com a descoberta de sua equipe e com sua potencial utilização. 'Foi fascinante observar os processos moleculares envolvidos na formação da memória. Ficamos satisfeitos não só com a importância científica de nossa descoberta, mas também pelas possibilidades de que nosso trabalho possa ter um impacto na elaboração de drogas para o tratamento da doença de Alzheimer'.

"The M3-muscarinic receptor regulates learning and memory in a receptor phosphorylation/arrestin-dependent manner" appeared in the Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) 2010 Vol 107 pages 9440-5.
http://www.pnas.org/content/107/20/9440.long

terça-feira, 29 de junho de 2010

William Fitzsimmons - You Can Close Your Eyes



http://coverlaydown.com/tunes/closeyour.mp3

A evolução da realidade

Wojciech Zurek, físico polonês, investiga questões fundamentais que surgem nas interpretações padronizadas da mecânica quântica: O mundo objetivo desaparece quando ninguém está olhando? Falando nisso, quando é que o mundo se torna 'objetivo'? Por que não experimentamos a incerteza quântica na vida diária? O que ativa a diferença entre o quântico e o clássico? Ele acha que sua teoria do darwinismo quântico pode explicar.

Zurek conheceu o importante físico John Wheeler quando foi fazer seu doutorado em Austin, no Texas, e esse contato despertou sua atenção para diversos enigmas relativos a uma realidade estável. Abaixo, vou traduzir uns excertos das interessantes idéias de Zurek para que o leitor se anime a ler o artigo completo.

The Evolution of Reality. How natural selection could explain one of the biggest conundrums of quantum mechanics: The emergence of objective reality.
by Anil Ananthaswamy

November 10, 2009

(...)

Acima de tudo, Zurek e Wheeler tinham dúvidas sobre uma das principais questões que incomodam a mecânica quântica: Como é que uma realidade objetiva emerge do mundo quântico? Uma das principais distinções entre um objeto quântico e um objeto clássico é que o primeiro pode existir em uma superposição de diferentes estados. Por exemplo, um elétron pode estar em dois lugares ao mesmo tempo. Mas esta superposição só perdura enquanto não olhamos para o objeto, ou o medimos. Uma vez que fizermos isso, ele volta imediatamente ao estado único.

Realidade Emergente

Como é que tal objeto quântico se torna clássico, escolhendo apenas um estado definitivo? A questão incomoda os físicos desde o surgimento da mecânica quântica, o colapso da função de onda e os universos paraleos sendo invocados como explicações alternativas. Mas nenhum dos dois conseguiu explicar o mecanismo real através do qual a realidade clássica emerge, ou como e porque a transformação é ativada por observações.

Pode parecer um problema esotérico, mas o crescente interesse em computação quântica lhe conferiu imediatividade. A superposição está no cerne da promessa da computação quântica. A idéia é que como os sistemas quânticos, à semelhança dos elétrons, podem existir em uma superposição de estados, eles podem codificar uma superposição de possibilidades e, portanto, executar uma superposição de computações simultaneamente. Em um computador clássico, a presença ou a ausência de um elétron pode codificar um '0' ou um '1'; em um computador quântico, a superposição poderia representar os dois simultaneamente. Isto significa que, em teoria, os computadores quânticos podem executar números exponencialmente maiores de cálculos usando o mesmo número de elétrons que o computador clássico.

Para que isso aconteça na prática, um computador quântico tem que manter sua superposição de estados por tempo suficiente para executar cálculos significativos. Mas isso é mais fácil de dizer do que fazer; está claro que o mundo que percebemos não existe em uma superposição de estados quânticos. Enquanto aqueles que constróem computadores quânticos procuram não destruir a superposição, os teóricos imaginam por que, em primeiro lugar, ela é destruida.

Aqui entra Zurek. Ele concentrou seus esforços na noção de decoerência, levantada prieiro por Dieter Zeh, da University of Heidelberg, em 1970. De acordo com a teoria da decoerência, um sistema quântico só pode permanecer em superposição de estados (isto é, permanecer coerente) à medida em que estiver isolado do meio ambiente. Assim que o meio ambiente - que inclui tudo, das moléculas do ar aos fótons - entra na figura, a coerência sai pela janela.

A (teoria da) decoerência argumenta que a razão pela qual não vemos objetos macroscópicos em uma superposição de estados quânticos é porque eles não podem ficar isolados de seu meio ambiente. Não é necessário um observador consciente efetuando uma medição para levar um objeto de um estado quântico para um estado clássico, basta uma pequena intervenção de suas cercanias.


A Sobrevivência do mais Apto
Mas isto ainda não explica quais objetos quânticos, efetivamente, se tornam clássicos. Foi aqui que Zurek fez sua contribuição mais importante, em trabalhos publicados de 1981 em diante. Sua argumentação enfatiza o papel do ambiente, que não perturba passivamente o objeto quântico. ao invés, ele determina ativamente qual realidade clássica será selecionada. 'O ambiente está monitorando o sistema. Não está apenas perturbando o sistema, está absorvendo informações'.

A questão principal é que os estados de superposição quântica não são criados igualmente - alguns são mais aptos para sobreviver em um ambiente particular do que outros. O ato de transferência de informação do sistema quântico para o ambiente serve a dois propósitos. Primeiro, ele destrói estados quânticos frágeis que não se ajustam muito bem a seus ambientes. Esta é a 'einselection' - a super-seleção induzida pelo ambiente (environment induced super-selection) - o processo que seleciona estes estados preferidos e dissemina as informações aobre eles através do ambiente.

Mas isso ainda não explica o surgimento da realidade objetiva. Afinal, esses estados quânticos super-selecionados ainda podem ser perturbados por uma medição direta executada por um observador.


As pesquisas atuais de Zurek se concentram na idéia de que o ambiente também se torna 'testemunha' do estado do sistema. Isso significa que múltiplas cópias dos estados que sobrevivem à interação com o ambiente se disseminam por todo o ambiente - como se este estivesse tirando fotografias dos estados preferidos e passando as mesmas adiante. Os estados-de-sobrevivência-do-mais-apto e sua proliferação por todo o ambiente foi chamado de darwinismo quântico (DQ).

O DQ assegura que diferentes observadores verão a mesma realidade objetiva porque, muito provavelmente, eles interceptarão uma cópia do mesm o estado estável. 'A idéia principal do darwinismo quântico é que quase nunca fazemos uma medição direta de nada', diz Zurek. Ao invés, o ambiente atua como testemunha, ou como canal de comunicação. 'É como um grande cartaz de publicidade, que deixa flutuar múltiplas cópias da informação sobre nosso universo por toda parte'.

(...)

O próximo passo de Zurek é fazer outras previsões que possam ser testadas. Por exemplo, que fração do ambiente é necessária para se extrair uma certa quantidade de informação sobre o sistema quântico? Isto exige ampliar seu trabalho para incluir ambientes impuros. Até agora, os modelos teóricos envolveram ambientes puros idealizados, ou ''folhas em branco', nas quais apenas as informações sobre o sistema serão 'escritas'. Mas em casos realistas, a folha não está em branco - o ambiente pode já estar parcialmente ocupado por informações de outras entidades.

É claro que sempre existe o perigo de que o trabalho de uma vida seja minado pelos experimentos; Zurek esteve trabalhando em teorias de informação quântica por mais ou menos 30 anos. Muitas de suas teorias foram confirmadas por exeprimentos, mas o DQ ainda é novo e aguarda experimentos. Zurek, entretanto, está imperturbável. Afinal, enfrentar testes experimentais é essencial para qualquer teoria física que deseje ser levada a sério. Em um mundo cheio de idéias alternativas, apenas as mais aptas sobreviverão.

Especificidade Funcional do Cérebro Humano

Functional specificity in the human brain: A window into the functional architecture of the mind
Nancy Kanwisher 2010
McGovern Institute for Brain Research, Massachusetts Institute of Technology
http://www.pnas.org/content/107/25/11163.full.pdf+html

Abstract. Será o cérebro/mente humano composto de um conjunto de componentes altamente especializados, cada um deles executando um aspecto específico da cognição humana, ou é apenas um dispositivo de propósito geral, no qual cada componente participa de uma grande variedade de processos cognitivos? Por quase dois séculos, os proponentes de órgãos especializados ou módulos da mente e do cérebro - dos frenologistas a Broca, a Chomsky e Fodor - lutaram com os proponentes do processamento neural e cognitivo distribuido - de Flourens a Lashley, a McClelland e Rumelhart. Argumento aqui que as pesquisas que utilizam fMRI estão começando a responder essa antiga pergunta com novas clareza e precisão, indicando que pelo menos alguns aspectos específicos da cognição são implementados em regiões do cérebro altamente especializadas somente para aquele processo. Foram identificadas regiões corticais que são especializadas não só para processos motores e sensoriais básicos, mas também para a análise perceptual de alto nível de rostos, lugares, corpos, palavras apresentadas visualmente e mesmo para a função cognitiva muito abstrata de pensar sobre os pensamentos de outra pessoa. Trato ainda de questões ainda irrespondidas sobre o quanto da mente e do cérebro se compõe desses componentes funcionalmente especializados e como eles surgem no decorrer do desenvolvimento.

Uma cartilha da filosofia


Combining a basic history of philosophical thought with the often quirky personal stories of famous philosophers, this comprehensive introduction to the world of philosophy answers more than 1,000 questions, ranging from What was the Enlightenment? to Why did the Pythagorians avoid fava beans? Analyzing the collective effort of philosophers throughout history in the pursuit of truth and wisdom, the guide explores the tangible significance of philosophical thought to modern society and civilization as a whole. With a wide range of information suitable for various knowledge bases—from junior high to junior college—this is an ideal resource for anyone looking to get a better grasp of the history of thought.

The Handy Philosophy Answer Book
Naomi Zack, PhD
Visible Ink Press 2010 505 pages PDF 5,3 MB
http://www.megaupload.com/?d=V504P0X0

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Amanda Jane Kelley - Pie Jesu (from Faure's Requiem)


http://www.earlymusic.org/audio/download/1719/06+Pie+Jesu%2C+by+Faure.mp3

Christof Koch


Esta postagem vem se somar a pelo menos duas outras diretamente relacionadas a Koch (24 de fevereiro de 2010 e 8 de agosto de 2009), e por certo muitas outras ainda virão, porque o homem está sempre agitando, trabalha muito. O primeiro item, a seguir, é do site dele, onde v. também pode ler o primeiro capítulo do seu livro The Quest for Consciousness.
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Definições de termos relacionados ao estudo da consciência e do cérebro
Definitions of terms relating to the study of consciousness and the brain
by Professor Christof Koch 2007
http://www.klab.caltech.edu/~koch/

Correlatos neurais da consciência
Neuronal correlates of consciousness (NCC)
O conjunto mínimo de mecanismos ou eventos neuronais que em conjunto são suficientes para qualquer experiência ou percepto consciente específico. Descobrí-los e caracterizá-los em sujeitos humanos normais, assim como em pacientes, recém-nnascidos, animais e outos indivíduos competentes não-linguísticos representaria grande progresso para uma teoria científica da consciência.

Microconsciência
Microconsciousness
Termo introduzido por Semir Zeki para denotar consciência de atributos individuais de qualquer percepto simples, os NCC asociados. A microconsciência pelativa ao movimento de um objeto pode ser percebida em um tempo ligeiramente diferente do que a microconsciência de sua cor. Isto tornaria a idéia da unidade da consciência difícil de ser defendida.
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Brain Science Podcast
Podcast de uma entrevista (com transcrição completa)
Consciousness, with Christof Koch (BSP 22)
by Ginger Campbell, MD on October 5, 2007
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A entrevista de Koch, acima, vem do site mencionado, Brain Science Podcast, que tem quase 70 outras entrevistas (com transcrição) para se ler e ouvir. Entre elas: The Future of the Brain: a discussion of the book by Steven Rose, Norman Doidge, MD, on Neuroplasticity: author of The Brain That Changes Itself: Stories of Personal Triumph from the Frontiers of Brain Science, Dr. Maryanne Wolf talked about her book Proust and the Squid: The Story and Science of the Reading Brain, e muitas outras.

domingo, 27 de junho de 2010

Band of Horses - The Funeral



http://subpop-public.s3.amazonaws.com/assets/audio/2463.mp3

Aquisição de Linguagem em Distúrbios do Desenvolvimento

Language acquisition in developmental disorders 2010
Michael S. C. Thomas
Department of Psychological Sciences, Birkbeck College University of London

Abstract. Nesse capítulo, faço a revisão de pesquisas recentes sobre aquisição de linguagem em distúrbios do desenvolvimento, e sobre os esclarecimentos que esses achados nos dão sobre a natureza da aquisição de linguagem em crianças de desenvolvimento típico. Os distúrbios abordados incluem Distúrbio Específico de Linguagem (Specific Language Impairment), autismo, síndrome de Down e síndrome de Williams. Argumento que os distúrbios de linguagem deveriam ser compreendidos em termos das diferenças dos limites impostos ao processo de aprendizagem, mais do que em termos do sistema normal que tenha componentes defeituosos ou no qual faltem componentes. Sublinho a natureza integrativa desse processo de aprendizagem e como propriedades tais como redundância e compensação podem ser caracterísitcas importantes dos sistemas de aprendizagem com limites atípicos. Estas idéias, assim como as novas metodologias que agora estão sendo usadas para se estudar as variações das vias da aquisição de linguagem, são ilustradas por estudos de caso da síndrome de Williams e do Distúrbio Específico de Linguagem.

Neurobiologia da Percepção do Mundo


At the beginning of the 20th century, German biologist Jakob von Uexkull created the concept of 'Umwelt' to denote the environment as experienced by a subject. This concept of environment differs from the idea of passive surroundings and is defined not just by physical surroundings, but is rather a 'subjective universe', a space weighted with meaning. Today, neuroscience provides a new way to look at the brain's capability to create a representation of the world. At the same time behavioural specialists are demonstrating that animals have a richer mental universe than previously known. Philosophical reflection thus finds itself with more experimental and objective data as well. Nearly a century after the publication of von Uexkull's founding work ("Umwelt und Innenwelt der Tiere" was published in 1909), neurobiologists, psychologists, sociologists, anthropologists, ethologists, and philosophers revisit his mail concept at the light of modern science.

Neurobiology of "Umwelt": How Living Beings Perceive the World
A. Berthoz & Y. Christen
Springer 2008 PDF 158 pages 5.59 MB
http://www.megaupload.com/?d=D7X7V2S0 ou

O Colapso Clínico da Linguagem


Doctors, nurses, and other caregivers often know what people with Alzheimer's disease or Asperger's 'sound like' - that is they recognise patterns in people's discourse, from sounds and silences, to words, sentences and story structures. Such discourse patterns may inform their clinical judgements and affect the decisions they make. However, this knowledge is often tacit, like recognising a regional accent without knowing how to describe its features. This is the first book to present models for comprehensively describing discourse specifically in clinical contexts and to illustrate models with detailed analyses of discourse patterns associated with degenerative (Alzheimer's) and developmental (autism spectrum) disorders. The book is aimed not only at advanced students and researchers in linguistics, discourse analysis, speech pathology and clinical psychology but also at researchers, clinicians and caregivers for whom explicit knowledge of discourse patterns might be helpful.

When Language Breaks Down: Analysing Discourse in Clinical Contexts
Elissa D. Asp & Jessica de de Villiers

Alguns ensaios de Daniel Dennett


This collection of 17 essays by the author offers a comprehensive theory of mind, encompassing traditional issues of consciousness and free will. Using careful arguments and ingenious thought-experiments, the author exposes familiar preconceptions and hobbling institutions. The essays are grouped into four sections: Intentional Explanation and Attributions of Mentality; The Nature of Theory in Psychology; Objects of Consciousness and the Nature of Experience; and Free Will and Personhood.

Brainstorms: Philosophical Essays on Mind and Psychology
Daniel C. Dennett

sábado, 26 de junho de 2010

Tom Freund - Can't Cry Hard Enough


http://www.tomfreund.com/mp3s/01%20can%27t%20cry%20hard%20enough%20M.mp3

Como é que aprender a ler afeta a percepção de fala?

How does learning to read affect speech perception?
Gregory Hickok
Friday, June 25, 2010

Oh céus... Depende do que v. quer dizer com 'percepção de fala' (Ainda isso).

Acabei de ler, esperançoso, um estudo do número atual do J. Neuroscience, de Pattamadilok et al., intitulado "How Does Learning to Read Affect Speech Perception?" Eu estava realmente animado porque, como já notei antes, existem evidências indicando que a capacidade de desempenhar certas tarefas de 'percepção de fala' (por exemplo, discriminação/identificação de sílabas), parece depender da capacidade de ler. Supondo que os analfabetos, ainda assim, podem entender a linguagem falada (afinal, fazemos isso há centenas de milhares de anos), tal achado parece indicar que essas tarefas de 'percepção de fala' não estão realmente medindo a percepção de fala enquanto considerada no processamento normal da linguagem.

Eu estava esperando que esse novo estudo fosse tratar desse assunto, mas ao invés, ainda que os autores estejam cientes dessas questões sobre tarefas, o relatório faz mais para perpetuar a confusão sobre a percepção de fala e o 'processamento fonológico' do que para esclarecer as coisas. Consistentemente com o campo em geral, o relatório de Pattamadilok et al. registra grande número de termos (nem sempre definidos) que um leitor pode aceitar como significando a mesma coisa (percepção de fala, processamento de fala, representações fonológicas, processamento fonológico, padrões fonoarticulatórios), e eles os empregam ou a eles se remetem com referência a uma lista de tarefas (decisão léxica, avaliação de rima, consciência fonológica), nenhuma das quais jamais foi provavelmente executada quando o sistema humano de percepção de fala estava se desenvolvendo.

Por que isso é um problema?


Não deixe de ler o final dessa novela.

Informática Cognitiva e Inteligência Natural


Cognitive informatics is a multidisciplinary field that acts as the bridge between natural science and information science. Specifically, it investigates the potential applications of information processing and natural intelligence to science and engineering disciplines. This collection, entitled Discoveries and Breakthroughs in Cognitive Informatics and Natural Intelligence provides emerging research topics in cognitive informatics research with a focus on such topics as reducing cognitive overload, real-time process algebra, and neural networks for iris recognition, emotion recognition in speech, and the classification of musical chords.
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About the Author Yingxu Wang is Professor of Cognitive Informatics and Software Engineering, Director of International Center for Cognitive Informatics, and Director of Theoretical and Empirical Software Engineering Research Center at the University of Calgary. He is a Fellow of WIF, a P.Eng of Canada, a senior member of IEEE and ACM, and a member of ISO/IEC JTC1 and the Canadian Advisory Committee for ISO. He received a PhD in software engineering from The Nottingham Trent University and a BSc in electrical engineering from Shanghai Tiedao University. He has industrial experience since 1972 and has been a full professor since 1994. He was a visiting professor in the Computing Laboratory at Oxford University in 1995, the Deptartment of Computer Science at Stanford University in 2008, and the Berkeley Initiative in Soft Computing Lab at University of California, Berkeley in 2008, respectively. He is the Founder and Steering Committee Chair of the annual IEEE International Conference on Cognitive Informatics. He is founding Editor-in-Chief of International Journal of Cognitive Informatics and Natural Intelligence (IJCINI), founding Editor-in-Chief of International Journal of Software Science and Computational Intelligence, Associate Editor of IEEE Trans on System, Man, and Cybernetics, and Editor-in-Chief of CRC Book Series in Software Engineering. He is an initiator of a number of cutting-edge research fields such as cognitive informatics, abstract intelligence, denotational mathematics, theoretical software engineering, and built-in tests. He has published over 105 peer reviewed journal papers, 193 peer reviewed full conference papers, and 12 books in cognitive informatics, software engineering, and computational intelligence. He is the recipient of dozens international awards on academic leadership, outstanding contribution, research achievement, best paper, and teaching in the last thirty years.


Discoveries and Breakthroughs in Cognitive Informatics and Natural Intelligence
Yingxu Wang
Information Science Reference 2009 577 Pages PDF 14 MB
http://depositfiles.com/files/o8h9zi5qx ou
http://www.megaupload.com/?d=OSK8W7RZ

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Introdução Crítica à Epistemologia


What is epistemology or "the theory of knowledge?" What is it really about? Why does it matter? What makes theorizing about knowledge "philosophical?" Why do some philosophers argue that epistemology--perhaps even philosophy itself--is dead? In this succinct, exciting, and original introduction to epistemology, Michael Williams explains and criticizes philosophical theories of the nature, limits, methods, possibility, and value of knowing. A coherent and progressive text, Problems of Knowledge covers both traditional and contemporary approaches to the subject, including foundationalism, the coherence theory, and "naturalistic" theories. As an alternative to these perspectives, Williams defends his own distinctive contextualist approach. Problems of Knowledge provides clear and engaging explanations of the theory of knowledge and why it matters, offering an excellent foundation for students in introductory epistemology courses.

Problems of Knowledge: A Critical Introduction to Epistemology
Michael Williams
Oxford University Press 2001 DJVU 288 pages 6.00 MB
http://www.megaupload.com/?d=6Z7Y1HKX ou
http://depositfiles.com/files/u0q1y5bv5

Po' Girl


Mais um ponto do tremendo blog Wlasol Company: os cinco CDs das excelentes Po' Girls, que são assim descritas ali:

"Po' Girl é um quarteto feminino surgido no Canadá com um estilo que mistura jazz, folk e country, mas com uma atitude totalmente punk".

São elas:
Allison Russell (singer/multi-instrumentalist)
Awna Teixeira (singer/multi-instrumentalist)
Maggie Ellis (singer/multi-instrumentalist)
Benny Sidelinger (multi-instrumentalist)

Como dizem os bloqueiros, imperdível!

Hayes Carll - It's a Shame



http://www.chron.com/content/chronicle/ae/music/band/hayescarll/hayescarll/itsashame.mp3

A experiência interior do tempo

The inner experience of time
Marc Wittmann 2009
Philos. Transactions of the Royal Society B (2009) 364, 1955–1967

Abstract. A notável diversidade de modelos psicológicos e neurofisiológicos da 'percepção do tempo' caracteriza o debate sobre como e onde o tempo do cérebro é processado. Nesta revisão, os modelos mais proeminentes de percepção do tempo serão discutidos criticamente. Algumas variações entre os modelos propostos serão exlicadas, a saber: (1) diferentes processos e regiões do cérebro estão envolvidos, dependendo da extensão do intervalo de tempo processado, e (2) diferentes processos cognitivos podem estar envolvidos, ainda que não sendo necessariamente parte de um sistema central de registro do tempo, mas, mesmo assim, influenciam a experiência do tempo. Esses processos cognitivos estão distribuidos através do cérebro e são difíceis de discernir de mecanismos de marcação de tempo. Desenvolvimentos recentes nas pesquisas sobre as influências emocionais sobre a percepção do tempo - subsequentes a décadas de estudos sobre o processamento temporal da cognição - serão enfatizados. Achados empíricos sobre a relação entre afeto e tempo, juntamente com conceituações recentes dos processos do eu e do corpo, são integrados através da observação da percepção do tempo como se ela implicasse estados emocionais e interoceptivos (dentro do corpo). Até hoje, não foram identificados mecanismos neurofisiológicos que poderiam explicar a representação do tempo humano. Argumenta-se aqui que os processos neurais do córtex insular, que se relacionam a sinais corporais e estados de sentimento, podem constituir tal mecanismo neurofisiológico para a codificação da duração.

A criação da neurociência moderna


For modern scientists, history often starts with last week's journals and is regarded as largely a quaint interest compared with the advances of today. However, this book makes the case that, measured by major advances, the greatest decade in the history of brain studies was mid-twentieth century, especially the 1950s. The first to focus on worldwide contributions in this period, the book ranges through dozens of astonishing discoveries at all levels of the brain, from DNA (Watson and Crick), through growth factors (Hamburger and Levi-Montalcini), excitability (Hodgkin and Huxley), synapses (Katz and Eccles), dopamine and Parkinson's (Carlsson), visual processing (Hartline and Kuffler), the cortical column (Mountcastle), reticular activating system (Morruzzi and Magoun) and REM sleep (Aserinsky), to stress (Selye), learning (Hebb) and memory (HM and Milner). The clinical fields are also covered, from Cushing and Penfield, psychosurgery and brain energy metabolism (Kety), to most of the major psychoactive drugs in use today (beginning with Delay and Deniker), and much more.The material has been the basis for a highly successful advanced undergraduate and graduate course at Yale, with the classic papers organized and accessible on the web. There is interest for a wide range of readers, academic, and lay because there is a focus on the creative process itself, on understanding how the combination of unique personalities, innovative hypotheses, and new methods led to the advances. Insight is given into this process through describing the struggles between male and female, student and mentor, academic and private sector, and the roles of chance and persistence. The book thus provides a new multidisciplinary understanding of the revolution that created the modern field of neuroscience and set the bar for judging current and future advances.

Creating Modern Neuroscience: The Revolutionary 1950s
Gordon M. Shepherd MD DPhil

Primatas não-humanos lidam com afixos

Evidence of an evolutionary precursor to human language affixation in a non-human primate
Ansgar D. Endress, Donal Cahill, Stefanie Block, J. Watumull and Marc D. Hauser 2009
Royal Society - Biology Letters, 2009.0445

Abstract. A linguagem humana, e em particular a competência gramatical, baseia-se em um conjunto de operações computacionais que, em seu todo, não são encontradas em outros animais. Tal singularidade deixa aberta a possibilidade de que os componentes da competência linguística são compartilhados com outros animais, tendo evoluido (neles) para funções não-linguísticas. Aqui, nós investigamos esse problema a aprtir de uma perspectiva comparativa, indagando se os macacos tamarin cotton-top (Saguinus oedipus) podem adquirir espontaneamente (sem treinamento) uma regra de afixação que compartilhe importantes propriedades com nossa morfologia de inflexão (por exemplo, a regra que adiciona -ed para criar o tempo passado, como na transformação de walk para walked). Utilizando experimentos de playback, nós demonstramos que os tamarins discriminam entre itens dissílabos que começam com uma sílaba 'prefixo' e aqueles que terminam com a mesma sílaba como 'sufixo'. Esses resultados sugerem que alguns dos mecanismos computacionais básicos da afixação, em uma grande variedade de línguas, são compartilhados com outros animais, valendo-se das primitivas perceptuais básicas ou de memória que evoluiram para funções não-linguísticas.

Os quartetos para cordas de Haydn


A monumental accomplishment from the age of Enlightenment, the string quartets of Joseph Haydn hold a central place not only in the composer's oeuvre, but also in our modern conception of form, style, and expression in the instrumental music of his day. Here, renowned music historians Floyd and Margaret Grave present a fresh perspective on a comprehensive survey of the works. This thorough and unique analysis offers new insights into the creation of the quartets, the wealth of musical customs and conventions on which they draw, the scope of their innovations, and their significance as reflections of Haydn's artistic personality. Each set of quartets is characterized in terms of its particular mix of structural conventions and novelties, stylistic allusions, and its special points of connection with other opus groups in the series. Throughout the book, the authors draw attention to the boundless supply of compositional strategies by which Haydn appears to be continually rethinking, reevaluating, and refining the quartet's potentials. They also lucidly describe Haydn's famous penchant for wit, humor, and compositional artifice, illuminating the unexpected connections he draws between seemingly unrelated ideas, his irony, and his lightning bolts of surprise and thwarted expectation. Approaching the quartets from a variety of vantage points, the authors correct many prevailing assumptions about convention, innovation, and developing compositional technique in the music of Haydn and his contemporaries. Going beyond traditional modes of study, The String Quartets of Joseph Haydn blends historical analysis and factual information with critical appraisal in a way that will engage all Haydn enthusiasts.

The String Quartets of Joseph Haydn
Floyd Grave & Margaret Grave
Oxford University Press 2006 PDF 392 pages 19.79 MB
http://www.megaupload.com/?d=JB63R7CN ou
http://depositfiles.com/files/7g50ze4sr

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Scott W. Campbell - Some Assembly Required



http://www.upload-mp3.com/files/206197_lhjvg/Scott%20W.%20Campbell%20-%20Some%20Assembly%20Required.mp3

O que significa ser humano? Uma perspectiva comportamental

What does it mean to be human? A Behavioral perspective
Alison S. Brooks 2010
Anthronotes Volume 31 No. 1 Spring 2010

Introdução. Uma nova exibição permanente no National Museum of Natural History do Smithsonian faz a pergunta "O que significa ser humano?" Antes que tivéssemos fósseis para nos informar sobre os caminhos tomados ou não tomados em nossa jornada evolutiva, os especialistas dos séculos 18 e 19 pelejavam com as similaridades anatômicas entre os humanos e os macacos, especialmente, como notou Darwin, os macacos africanos. Muitas das distinções humanas citadas por esses primeiros especialistas eram comportamentais, incluindo a linguagem, a fabricação de ferramentas e a dependência tecnológica, a cultura, o uso do fogo, o senso de vergonha, o sepultamento dos mortos e um senso do sagrado. Ainda hoje, nossa anatomia, isoladamente, pode não ser suficiente para definir nosso gênero Homo. De fato, em 1964 um dos mais antigos membros do nosso gênero, o Homo habilis, foi definido como Homo em grande parte com base nas ferramentas encontradas em associação com seus ossos; o status evolutivo ou genérico dos próprios ossos permaneceu controverso. Como na exibição do Museu, novas abordagens à compreensão do nossos passado e à definição de nossa espécie enfatizam o papel do comportamento humano em transição e sua relação com, e possivel na, modificação de nossa anatomia.

Este estudo fornece um resumo das principais descobertas do registros fósseis, seguido de uma discussão das características comportamentais que definem os humanos modernos e seu surgimento no decorrer do tempo. Isto é secundado por uma descrição das evidências que documentam o desenvolvimento dos humanos arcaicos, neandertais e modernos, traçando a evolução dos principais comportamentos de 600 a 40 mil anos. Finalmente, as evidências sobre o papel da África na evolução dos comportamentos humanos distintamente modernos são discutidas ao se concluir o estudo.

Proteção do Cérebro em Distúrbios Psiquiátricos


Neuroprotection is a novel perspective for the treatment of disorders that lead to neurodegeneration and disabilities as a result of deterioration of neurons due to apoptosis, oxidative stress, excitotoxicity, and other mechanisms. These mechanisms have implications not only for neurodegenerative disorders, but also for schizophrenia, mood and cognitive disorders. The purpose of this book is to provide an up-to-date overview of basic and clinical studies concerning the neuroprotective approach, mechanisms, and several compounds with neuroprotective properties that may contribute to more efficacious treatment of major mental health disorders.
The book is divided into two sections. The first section serves as an introduction and overview of conceptual issues of the neuroprotective approach, and some neurobiological advances. Chapters in this section review definitions, perspectives, and issues that provide a conceptual base for the rest of the book. In addition, this part includes chapters in which the authors present and discuss the findings from basic studies of neurodegenerative mechanisms that are associated with the pathogenesis of major mental health disorders. The second section focuses on findings obtained from clinical trials with neuroprotective compounds, and neuromodulatory techniques. The take-home message is that principles of the neuroprotective approach may be applied to treatment of schizophrenia, mood and cognitive disorders. Contributors to this book are among the most active investigators and clinicians in the field who provide new perspectives not only clarifying ongoing controversies but also propose diverse aspects and new insights to neuroprotection.
This book is intended for a broad readership, which includes a broad spectrum of readers including neuroscientists, psychiatrists, neurologists, pharmacologists, clinical psychologists, general practitioners, geriatricians, graduate students, and policy makers in the fields of mental health.

Brain Protection in Schizophrenia, Mood and Cognitive Disorders
Michael Ritsner (editor)
Springer 2010 997 pages PDF 7 MB
http://www.megaupload.com/?d=GBDKX690

MRI Quântica do Cérebro Humano


Magnetic resonance imaging (MRI) is a medical imaging technique used to visualize detailed internal structure of the body.This book discusses the recent developments in the field of MRI and its application to the diagnosis of human brain disorders. In addition, it reviews the newly emerging concepts and technology, based on the multi-coherence imaging (MQCI). It explains how computer packages can be used to generate images, in diseased states and compare them to in vivo results. This will help improve the diagnosis of brain disorders based on the real time events happening on atomic and molecular quantum levels. This is important since quantum based MRI would enable clinicians to detect brain tumors at the very early stages. - Uses practical examples to explain the techniques - making it easier to understand the concepts- Uses diagrams to explain the physics behind the technique - avoiding the use of complicated mathematical formulae.

Quantum Magnetic Resonance Imaging Diagnostics of Human Brain Disorders
Madan M. Kaila & Rakhi Kaila

MRI do Cérebro e da Espinha Dorsal


Established as the leading textbook on imaging diagnosis of brain and spine disorders, Magnetic Resonance Imaging of the Brain and Spine is now in its Fourth Edition. This thoroughly updated two-volume reference delivers cutting-edge information on nearly every aspect of clinical neuroradiology. Expert neuroradiologists, innovative renowned MRI physicists, and experienced leading clinical neurospecialists from all over the world show how to generate state-of-the-art images and define diagnoses from crucial clinical/pathologic MR imaging correlations for neurologic, neurosurgical, and psychiatric diseases spanning fetal CNS anomalies to disorders of the aging brain. Highlights of this edition include over 6,800 images of remarkable quality, more color images, and new information using advanced techniques, including perfusion and diffusion MRI and functional MRI. A companion Website will offer the fully searchable text and an image bank.

Achtung! Ao extrair o arquivo, vai aparecer um ícone de pasta com um ponto de interrogação, e seu tipo vai ser 'arquivo de ajuda'. Não se preocupe: é só clicar na pasta e usar o livro.

Magnetic Resonance Imaging of the Brain and Spine (2 Vol)
Scott W. Atlas

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Julia Haltigan & The Hooligans - Lost on a Salty Sea


http://www.juliahaltigan.com/email/02%20Lost%20On%20A%20Salty%20Sea.mp3

Múltiplos universos explicariam nossa seta do tempo?

Essas encucações cosmológicas também são cognição, informação processada. Nossa concepção do mundo (Weltanschauung), ainda que não pensemos muito nela, é parte importante de nossa particularidade: provavelmente é parte das motivações que nos levam a agir/reagir em situações conexas. Leia e pense nisso...

Artigo: O tempo e o multiverso. Múltiplos universos poderiam explicar nossa seta do tempo? O tempo decorre em sentido inverso em outros universos?

Time and the Multiverse. Could multiple universes explain our arrow of time? Does time run backwards in other universes?
Miriam Frankel 2010

You must remember this, a kiss is just a kiss, a sigh is just a sigh. The fundamental things apply, as time goes by...



Para muitos de nós, esta canção do filme Casablanca evoca lembranças românticas. Mas para Laura Mersini-Houghton, ela pode provocar questões mais profundas sobre os fundamentos da realidade: por que nos lembramos apenas do passado, e não do futuro? E qual é a origem da seta do tempo? Sua conclusão é que a seta do tempo não é tão fundamental como podemos acreditar.

A opinião de Mersini-Houghton sobre o tempo surge da visão de uma figura mais ampla - a maior figura possível, em verdade. Com a ajuda de uma verba de $50.000 da FQXi, ela está investigando a possibilidade de que nosso universo seja apenas um de muitos de um 'multiverso' de universos, e também o que isso significa com relação à seta do tempo.

Do Útero à Sepultura

Nós viajamos através da vida do útero até a sepultura, e não vice-versa, e ainda assim os cientistas não têm uma explicação real para o fluxo do tempo em uma só direção. As leis microscópicas que estão na base do comportamento das partículas não têm essa seta, funcionando igualmente bem para frente e para trás. Então, por que o tempo não corre para trás?

Os físicos quase sempre explicam a seta do tempo utilizando o conceito de entropia crescente - uma meida da desordem em um sistema. O universo se desenvolve de um início altamente ordenado, de baixa entropia, até um estado progressivamente mais desordenado, definindo a seta do tempo. Desse modo, os cubos de açúcar mergulhados no café se dissolvem à medida que o tempo passa, aumentando a desordem do sistema café-açúcar; mas eles não se re-solidificam. Para Mersini-Houghton, física da University of North Carolina, Chapel Hill, entretanto, este raciocínio simplesmente desperta a seguinte questão: por que, em primeiro lugar, o universo começou em um estado altamente improvável de baixa entropia?

A visão do multiverso oferece uma resposta simples: se existe um número infinito de cosmos, faria sentido que pelo menos alguns universos iniciassem em estado de baixa entropia. Mersini-Houghton primeiramente se interessou pela idéia com o advento da paisagem da teoria das cordas. Em 2003, os teóricos das cordas começaram a compreender que suas equações ofereciam surpreendentes 10.500 soluções igualmente válidas, cada uma das quais poderia descrever um universo possível. Repentinamente, conversava-se sobre uma paisagem de cordas - um multiverso de multiversos, cada um deles com leis físicas diferentes.

Essa paisagem fornece a base para o modelo de Mersini-Houghton. Cada novo universo se forma nessa paisagem como uma bolha, com alguma energia de vácuo intrínseca - similar em suas características à energia escura que faz com que o universo atual se expanda a uma taxa sempre crescente - que a leva a se inflar. Ao mesmo tempo, a matéria faz com que a bolha tente se esmagar em involução (crunch back down). 'É esse cabo-de-guerra que determina se um universos pode nascer ou não', diz ela.

De modo crucial, nesse modelo apenas as bolhas de alta energia sobrepujarão o esmagamento da matéria e se desenvolverão em universos completos. Essas bolhas teriam iniciado com entropia baixa, explicando as condições iniciais aparentemente improváveis do nosso universo.Um tempo sem seta?

Mersini-Houghton afirma que o tempo do multiverso mais amplo não tem seta, não favorecendo qualquer direção especial. Mas enquanto as leis físicas de cada universo em formação herdam essa simetria temporal, as próprias bolhas não recebem esse legado. Isto porque no momento de seu nascimento a bolha perde informações sobre o multiverso. A perda de informações resulta numa desordem crescente, diz ela. Em outras palavras, a entropia começa a aumentar na bolha, criando uma seta local do tempo.

A atração do multiverso?

Para descrever a evolução dinâmica da bolha, Mersini-Houghton utiliza uma equação quantico-mecânica dominante. 'É importante derivar tudo de uma teoria existente, fundamental', ela explica. Mas isso tem um preço: como não existe uma teoria corrente que ligue a mecânica quântica à relatividade geral, Mersini-Houghton supõe que as leis da mecânica sejam mais fundamentais que as da relatividade geral. Entretanto, nem todos os cosmologistas acham que o papel da relatividade geral possa ser subestimado. Sean Carroll, do Caltech, Pasadena, também está investigando independentemente a questão do tempo em um multiverso, mas, em contraste, está usando uma abordagem semiclássica de gravidade quântica. Seu modelo também contém um multiverso pai, sem uma seta geral do tempo.

'Você começa com um espaço-tempo que não tem direcionalidade temporal, o que faz sentido já que as leis físicas básicas são assim', diz Carroll. Em seu modelo, os universos bebês começam preferencialmente am baixa entropia. Uma vez crescidos, cada universo pode eventualmente dar à luz novos universos, o que ocorre devido às flutuações quânticas em presença da energia do vácuo. Esses universos têm setas do tempo apontando para diferentes direções, e assim, em alguns universos, o tempo pode realmente correr para trás.O decurso do tempo para trás é menos problemático para a mente do que parece, diz Carroll de modo confortante. Naquilo que chamamos de passado, existem universos nos quais, do nosso ponto de vista, a entropia está crescendo na direção do passado. Mas do mesmo modo, do ponto de vista deles, a entropia está crescendo na direção do futuro e estamos no passado deles. 'Tudo é completamente simétrico', diz ele. 'O antes está na visão do observador'.

Tudo isto soa bem em teoria. Mas dado que estamos fechados em nosso universo, será que há possibilidade de testarmos algum dia se um multiverso existe, e além disso, que ele possa ter uma seta do tempo? Mersini-Houghton acha que sim. Em seu modelo, os universos bebês mantêm uma vaga influência gravitacional uns sobre os outros, mesmo depois de perderem informações sobre o multiverso. Em 2006, ela predisse que essa linha cruzada fantasmagórica iria resultar em um 'empuxo' (
CLM - usei 'atração' anteriormente) nos clusters (grupos) de galáxias em uma parte do céu. No ano passado esse efeito - chamado de 'fluxo escuro' - surpreendentemente foi observado pela NASA. Não há consenso sobre o que ocasiona esse fluxo, Mersini-Houghton está animada. 'Nunca pensei que veria tal coisa, pelo menos não durante minha vida'.

Mersini-Houghton também predisse que um universo vizinho poderia criar um gigantesco vazio no espaço ao nos abalroar, repelindo gravidade e matéria. Alguns meses depois, a descoberta de um tal vazio com a utilização de rádio-telescópios da Very Long Baseline Array, New Mexico, foi registrada. Mas esse resultado foi questionado depois, em 2009, quando astrofísicos da University of Michigan afirmaram que as evidências do vazio eram um erro estatístico. A despeito desse contratempo, Rüdiger Vaas, filósofo da ciência da University of Stuttgart, diz que uma das vantagens do modelo de Mersini-Houghton é que ele pode ser testado. 'Você pode derivar predições dele, é é possível fazer testes agora mesmo', diz ele. 'Ainda que atualmente não se possa dizer se ele é verdadeiro ou falso, parece muito promissor'.
Assim, será que as últimas predições de Mersini-Houghton vão passar no escrutínio? Só o tempo dirá...

No clima do tempo humano:

Sandy Denny - Who Knows Where the Time Goes




Across the evening sky all the birds are leaving

But how can they know it's time for them to go?
Before the winter fire, I will still be dreaming
I have no thought of time
For who knows where the time goes?
Who knows where the time goes?
Sad deserted shore, your fickle friends are leaving
Ah, but then you know it's time for them to go
But I will still be here, I have no thought of leaving
I do not count the time
For who knows where the time goes?
Who knows where the time goes?
And I am not alone while my love is near me
I know it will be so until it's time to go
So come the storms of winter and then the birds in spring again
I have no fear of time
For who knows how my love grows?
And who knows where the time goes?
http://spoonercentral.com/RS/WhoKnows.mp3

Coevolução genético-cultural na era da genômica

Gene-culture coevolution in the age of genomics 2010
Peter J. Richerson, Robert Boyd, and Joseph Henrich
PNAS May 11, 2010 vol. 107 suppl. 2

Abstract. O uso de informações aprendidas socialmente (cultura) está no centro das adaptações humanas. Nós investigamos a hipótese de que o processo de evolução cultural tenha desempenhado o papel principal na evolução dos genes. A cultura normalmente evolui mais rapidamente do que os genes, criando ambientes novos que expõem os genes a novas pressões seletivas. Muitos genes humanos que foram apontados como estando sob seleção recente ou em curso estão se modificando como resultado dos novos ambientes criados pelas inovações culturais. Alguns se modificaram em resposta ao desenvolvimento de sistemas de subsistência agrícola do Holoceno Primário e Médio. Os alelos que se codificam para adaptação a dietas ricas em amido vegetal (por exemplo, o número de cópias da amilase) e para doenças epidêmicas que se desenvolveram à medida que as populações humanas se expandiram (por exemplo, alelos da anemia falciforme e da deficiência de G6PD que dão proteção contra a malária). Verificações de larga escala utilizando padrões de desequilíbrio de ligação para detectar uma seleção recente sugerem que muito mais genes em resposta à agricultura. Uma mudança genética em resposta ao novo ambiente social das sociedades modernas contemporâneas provavelmente também está ocorrendo. Os efeitos funcionais da maioria dos alelos sob seleção durante os últimos 10.000 anos são desconhecidos atualmente. Também desconhecido é o papel da mudança paleoambiental na regulação do ritmo de evolução dos hominíneos (CLM - The Cambridge Encyclopedia of Human Evolution explica [p. 20]: os hominóideos são divididos em hominídeos e pongídeos (orangotangos); os hominídeos são os hominíneos [humanos] e os gorilíneos [chimpanzés e gorilas]). Ainda que a extensão completa da evolução dirigida pela cultura no interior da coevolução genético-cultural seja até agora desconhecida com relação a uma história mais profunda da linhagem humana, a teoria e algumas evidências sugerem que tais efeitos foram profundos. Métodos genômicos prometem ter um impacto significativo em nossa compreensão da coevolução genético-cultural ao longo da história evolutiva dos hominíneos.

Arqueologia da evolução cognitiva

The archeology of cognitive evolution 2010
Iain Davidson
WIREs Cogn Sci 2010 1 214–229

Abstract. Esta discussão da arqueologia da cognição trata primeiramente do surgimento evolutivo da cognição que é particular aos seres humanos modernos, mas existe uma implicação para a evolução dessa cognição. Evidências arquológicas podem fornecer importantes idéias sobre o surgimento evolutivo da cognição humana, mas considerações teóricas são fundamentais para a compreensão de que tipos de cognição poderia haver entre um ancestral símio comum e os humanos de hoje. A arqueologia é a única fonte de evidências para o comportamento associado a tais estágios teóricos. A arqueologia cognitiva, portanto, encolve uma interação iterativa entre a teoria externa à arqueologia e evidências mais ou menos diretas do passado. Esta revisão examina a amplitude de possíveis evidências da arqueologia e da genética, e resume alguns dos resultados da análise de primatas não-humanos, particularmente para avaliar as características do último ancestral comum (LCA - last common ancestor) de macacos e humanos. A história da mudança em tamanho e forma do cérebro desde a separação dos outros macacos introduz a necessidade de avaliação das teorias cognitivas spropriadas para a interpretação de tais evidências. A revisão se concentra em duas dessas abordagens: o modelo de memória de trabalho de Baddeley enquanto interpretado por Coolidge e Wynn, e os sistemas cognitivos interativos de Barnard, enquanto elaborados para definir as condições cognitivas dos hominídios entre o LCA e as pessoas modernas. A maior parte do restante da revisão trata de como as evidências de ferramentas de pedra poderiam ser consistentes com tais modelos teóricos de cognição. Estas evidências são consistentes com a opinião de que o comportamento humano moderno só surgiu nos últimos 100.000 anos (mais ou menos), mas fornece uma explicação para isso em termos de cognição.

A linguagem na cognição: estruturas mentais e suas regras



This textbook explores the ways in which language informs the structure and function of the human mind, offering a point of entry into the fascinating territory of cognitive science. Focusing mainly on syntactic issues, Language in Cognition is a unique contribution to this burgeoning field of study.

* Guides undergraduate students through the core questions of linguistics and cognitive science, and provides tools that will help them think about the field in a structured way.
* Uses the study of language and how language informs the structure and function of the human mind to introduce the major ideas in modern cognitive science, including its history and controversies
* Explores questions such as: what does it mean to say that linguistics is part of the cognitive sciences; how do the core properties of language compare with the core properties of other human cognitive abilities such as vision, music, mathematics
, and other mental building blocks; and what is the relationship between language and thought?
* Includes an indispensable study guide as well as extensive references to encourage further independent study

Language in Cognition: Uncovering Mental Structures and the Rules Behind Them
Cedric Boeckx

Wiley-Blackwell 2009 264 pages PDF 1,4 MB
http://www.megaupload.com/?d=JWTYKUDE ou
http://uploading.com/files/89f8bcm6/1405158816Language.rar/

terça-feira, 22 de junho de 2010

Lebeck/Thomas Trio - Between the Bars



http://noteable.net/MediaClips/JillianLebeck-BetweenTheBars.mp3

Forma e ritmo da evolução da linguagem

The shape and tempo of language evolution 2010
S.J. Greenhill, Q.D. Atkinson, A. Meade, R.D. Gray


Abstract. Existem aproximadamente 7.000 línguas faladas no mundo hoje. Esta diversidade reflete o legado de milhares de anos de evolução cultural. O quando podemos recuar no levantamento dessa história depende muito da taxa de evolução dos diferentes componentes da linguagem. Uma opinião bem disseminada é que as taxas de evolução léxica impõem um limite superior de 6-10 mil anos numa identificação confiável das relações linguísticas. Em contraste, argumentou-se que certos elementos estruturais da linguagem são muito mais estáveis. Assim como os biólogos utilizam genes altamente conservados para revelar os mais profundos ramos da árvore da vida, aspectos linguíticos altamente estáveis nos prometem a identificação das profundas relações que existem entre as línguas do mundo. Aqui, apresentamos a primeira rede global de línguas baseada nessa informação tipológica. Nós avaliamos as taxas evolutivas relativas dos aspectos tanto tipológicos como léxicos nas famílias linguísticas austronésias e indoeuropéias. As primeiras indicações são de que os aspectos tipológicos evoluem a taxas similares às do vocabulário básico, mas sua evolução é substancialmente menos dendrítica. Nossos resultados sugerem que, ao mesmo tempo em que as taxas de modificação do vocabulário estão correlacionadas entre essas duas famílias linguísticas, as taxas de evolução de aspectos tipológicos e de subtipos estruturais não apresentam uma relação consistente através das famílias.

Bickerton sobre a evolução da linguagem

Language evolution: A brief guide for linguists
Derek Bickerton 2007
Lingua 117 (2007) 510–526
Copyright 2005 Elsevier B.V.

Abstract. Para benefício de linguistas recém-chegados ao campo da evolução da linguagem, o autor estabelece as questões que precisam ser distinguidas em qualquer pesquisa sobre elas. Ele oferece um passeio (com guia) através das abordagens contemporâneas, incluindo o trabalho de linguistas ((Bickerton, Carstairs-McCarthy, Chomsky, Hurford, Jackendoff, Pinker, Wray), especialistas em comportamento animal (Dunbar, Hauser, Premack, Savage-Rumbaugh), neurofisiologistas (Arbib, Calvin), psicólogos (Corballis, Donald), arqueólogos (Davidson) e em modelagem computadorizada (Batali, Kirby, Steels). Ele critica as expectativas que descobertas recentes como os 'neurônios espelho' e o gene FOXP2 fornecerão respostas fáceis. Ele enfatiza a natureza extremamente interdisciplinar desse campo, e também a importância do envolvimento nele por linguistas, depois de mais de um século de abandono.

Evolução social da linguagem e linguagem da evolução social

The Social Evolution of Language, and the Language of Social Evolution
Thomas C. Scott-Phillips 2007
Evolutionary Psychology – Volume 5(4). 2007

Abstract. Os anos recentes testemunharam um crescente interesse pela evolução da capacidade humana para a linguagem. Um projeto desse tipo é necessariamente interdisciplinar. Entretanto, essa interdisciplinaridade traz com ela um risco: termos que têm um significado técnico em seu próprio campo são utilizados erradamente ou de modo muito informal por aqueles de outras formações. Infelizmente, esse risco aconteceu no caso da evolução da linguagem, onde muitos dos termos da teoria da evolução social (altruísmo recíproco, sinalização honesta, etc.) são incorretamente usados de uma maneira que sugere que certos fundamentos importantes não foram bem compreendidos. Em particular, a distinção entre explicações imediatas e definitivas quase sempre se perde, resultando que diversas afirmativas que são feitas por aqueles interessados na evolução da linguagem são epistemicamente incorretas. Mas a aplicação correta da teoria da evolução social fornece explicações claras e simples de porque a linguagem, muito provavelmente, evoluiu, e de como os sinais utilizados na linguagem - as palavras - continuam ordinárias e ainda assim arbitrárias.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Deep Dark Wood - All the Money I Had is Gone



http://www.pampelmoose.com/promos/The_Deep_Dark_Woods-All_The_Money_I_Had_Is_Gone.mp3

Leitura e função auditiva subcortical

Reading and Subcortical Auditory Function 2007
Karen Banai, Jane Hornickel, Erika Skoe, Trent Nicol, Steven Zecker and Nina Kraus
Cerebral Cortex doi:10.1093/cercor/bhp024

Abstract. Ainda que se concorde geralmente que os déficits de processamento fonológico são uma das principais causas da leitura deficiente, as origens neurais do processamento fonológico não são bem compreendidas. Nós mostramos agora, pela primeira vez, que a decodificação fonológica, medida através de um teste de leitura de não-palavras isoladas, está significativamente correlacionado com o timing do processamento auditivo subcortical e, também - mas em menor extensão - com a robustez da representação subcortical do conteúdo harmônico da fala, mas não com a codificação de pitch. As relações que observamos entre leitura e processamento subcortical repousam sobre um conjunto contínuo, com os maus leitores de um lado e os bons leitores do outro. Esses dados sugerem que a habilidade na leitura pode depender da integridade dos mecanismos auditivos subcorticais e que são consistentes com a idéia de que a representação subcortical de aspectos acústicos da fala podem desempenhar um papel na leitura normal, assim como no desenvolvimento de distúrbios de leitura. Esses dados estabelecem uma ligação significativa entre a função auditiva subcortical e a leitura, controbindo desse modo para a compreensão das bases biológicas da leitura. Em um nível mais geral, esses achados estão entre os primeiros a estabelecer uma relação direta entre a função sensorial subcortical e uma habilidade cognitiva específica (a leitura). Nós argumentamos que esta relação entre a função cortical e subcortical pode se formar durante o desenvolvimento pela via corticofugal, e que esse elo cortical-subcortical poderia contribuir para os déficits de processamento fonológico experimentados por maus leitores.

Mapas e fluxos do córtex auditivo

Maps and streams in the auditory cortex: nonhuman primates illuminate human speech processing
Josef P Rauschecker & Sophie K Scott 2009

Abstract. Fala e linguagem são consideradas habilidades unicamante humanas: os animais têm sistemas de comunicação, mas estes não se igualam às habilidades linguísticas humanas em termos de estrutura recursiva e poder combinatório. Ainda assim, na evolução as linguagens faladas devem ter surgido a partir de mecanismos neurais pelo menos parcialmente disponíveis nos animais. Nesse estudo demonstraremos como nossa compreensão da percepção de fala, um importante aspecto da linguagem, saiu ganhando a partir dos achados e da da teoria de estudos com primatas não-humanos. Entre os principais desses trabalhos estão estudos fisiológicos e anatômicos mostrando que o córtex auditivo dos primatas, interespécies, apresenta padrões de estrutura hierárquica, mapeamento topográfico e fluxos de processamento perceptual. Identificaremos os papéis de diferentes áreas corticais no processamento perceptual da fala, e vamos revisar trabalhos de imagem funcional em humanos que são importantes para nosso entendimento de como o cérebro decodifica e monitora a fala. Um novo modelo conecta as estruturas dos lobos temporal, frontal e parietal, ligando percepção e produção de fala.

Richter plays Haydn


Não há o que dizer: Sviatoslav Richter interpretando sonatas de Haydn.


http://www.mediafire.com/download.php?4z4yug0dry2

&

http://www.mediafire.com/download.php?lj5dm4wdzyt

domingo, 20 de junho de 2010

sábado, 19 de junho de 2010

Neko Case em cover de Tom Waits

Christmas Card From A Hooker In Minneapolis


http://youcrazydreamers.com/wp-content/uploads/2009/01/christmas-card-from-a-hooker-in-minn.mp3

Mas o que SIGNIFICA aquele sinal de fMRI?


Jin Hyung Lee, Remy Durand, Viviana Gradinaru, Feng Zhang, Inbal Goshen, Dae-Shik Kim, Lief E. Fenno, Charu Ramakrishnan & Karl Deisseroth
Vol 465 10 June 2010 doi:10.1038/nature09108

Abstract. A despeito de uma literatura rapidamente crescente sobre a imagem cerebral clínica e científica baseada em imagem por ressonância magnética funcional (fMRI) que utiliza sinais BOLD (blood oxygenation level-dependent - que dependem do nível de oxigenação do sangue), permanece controverso se os sinais BOLD de uma região em particular podem ser causados pela ativação de neurônios excitatórios locais. Essa difícil questão é importante para a interpretação e utilidade do Bold, que tem grande importância para os estudos de fMRI de pesquisa básica e de aplicações clínicas. Utilizando uma nova tecnologia integrada que unifica o controle optogenético de inputs com leituras do sinal high-field de fMRI, demonstramos aqui que a estimulação específica de neurônios excitatórios que expressam CaMKIIa, seja no neurocórtex ou no tálamo, produz sinais BOLD positivos no local de estímulo com cinética clássica. Também demonstramos que a fMRI optogenética (ofMRI) permite a visualização dos efeitos causais de tipos específicos de células definidos não só pela identidade genética e localização do corpo celular mas também pelo alvo da projeção axonal. Finalmente, demonstramos que a ofMRI no interior do cérebro vivo e intacto de mamíferos revela sinais BOLD em alvos em pontos subsequentes das vias, distantes do estímulo, indicando que essa abordagem pode ser usada para mapear os efeitos globais do controle de uma população celular local. A esse respeito, à diferença tanto dos estudos convencionais de fMRI baseados em correlações e de fMRI com estimulação elétrica que também afetarão axônios aferentes e próximos, esta abordagem de ofMRI fornece informações causais sobre os circuitos globais recrutados por padrões de atividade neuronal local definida. Em conjunto, esses achados fornecem um fundamento empírico para o largamente utilizado sinal BOLD de fMRI, e osaspectos da ofMRI definem uma potente ferramenta que pode ser conveniente para a análise de circuito funcional, assim como para a elaboração do fenótipo global do circuito disfuncional.

Para os leigos, a explicação das informações contidas nesse abstract pode ser vista no artigo What does that MRI signal MEAN, anyway? - que dá nome à nossa postagem.
Geralmente as postagens do blog Neurotopia (fonte desse artigo) rendem comentários de alto nível, sendo esta uma das vantagens de abordar os assuntos levantados apenas depois de uns dois ou três dias de postagem - se estiver interessada(o) nesse assunto, leia o artigo juntamente com os comentários.

Scicurious, a participante do Neurotopia que postou nosso assunto de hoje, explica o que é uma fMRI BOLD, mas introduz um caveat: ficamos sabendo que existe atividade na área examinada porque o sangue, e seu oxigênio, converge para ela, mas pergunta o que isso SIGNIFICA. Já que existem grupos de neurônios excitadores, inibidores e moduladores no cérebro, ela pergunta: "Você tem atividade em uma área ao desempenhar uma tarefa, mas será uma atividade excitadora? Ou será uma atividade inibidora que está impedindo outra coisa e não permite excitação? Ou será ainda mais complicado do que isso? Os cientistas não sabem. Tudo o que podem dizer de uma certa área do cérebro que produz um sinal BOLD em resposta a uma dada tarefa é que ela está 'ativada'. Não podem dizer DE QUE MODO."

Nesse ponto entra a optogenética para esclarecer o assunto. Funciona assim: "Existem certos canais nas células (as que nos interessam aqui são de algas verdes) que podem reagir à luz. São chamadas channelrhodopsins. Quando são atingidas pela luz de um comprimento de onda específico (no caso desse estudo, 473 nm - que é azul), os canais se abrirão e os íons se moverão para dentro e para fora. No caso de alguns desses canais, o entra-e-sai dos íons fará com que a célula onde está esse canal dispare".

Aqui a coisa se complica, no bom sentido. Diz Scicurious: "Há alguns anos, Karl Deisseroth descobriu que v. pode pegar o gene que codifica esse canal que responde à luz e colocá-lo em um vírus. Depois, pode utilizar uma infecção viral cuidadosamente dirigida para infectar uma área local de neurônios com o vírus, implantando o canal nas células). Adivinha o que aconteceu? (CLM - veja as figuras do artigo no Neurotopia). Legal, não é mesmo? Na parte superior v. pode ver os vírus colocados no córtex motor primário de um rato. Quando v. o estimula com luz, as células que agora reagem à luz DISPARAM em resposta. Quando v. instala isso no córtex motor, v. tem uma reação motora, como no vídeo (CLM - veja o pequeno vídeo do ratinho)."

No vídeo, "Você pode ver um rato que tem em seu córtex motor uma infecção mediada por vírus nos canais que respondem à luz. Ele está apenas cheirando por aqui e por ali, mas assim que recebe um jato de luz azul (que v. pode ver), começa a correr, porque seu córtex foi ativado".

Prossegue Scicurious: "Esta técnica é chamada de optogenética, e já é a próxima sensação. Utilizando a optogenética, pode-se estimular partes bem específicas do cérebro utilizando luz, e ver o que acontece. Pode-se também ligar esses canais que reagem à luz a receptores bem específicos, e observar o que acontece quando APENAS esses receptores de áreas específicas do cérebro são ativados".

Vou parar por aqui: as coisas já estão bem explicadas. Mas ainda há muito mais nos artigos de Lee et al. e do Neurotopia (não esqueça os Comentários).

Alguns artigos de interesse:

Neural substrates of awakening probed with optogenetic control of hypocretin neurons
Antoine R. Adamantidis, Feng Zhang, Alexander M. Aravanis2, Karl Deisseroth & Luis de Lecea 2007

Integration of light-controlled neuronal firing and fast circuit imaging
Raag D Airan, Elbert S Hu, Ragu Vijaykumar, Madhuri Roy, Leslie A Meltzer and Karl Deisseroth 2007

An optical neural interface: in vivo control of rodent motor cortex with integrated fiberoptic and optogenetic technology
Alexander M Aravanis, Li-PingWang, Feng Zhang, Leslie A Meltzer, MurtazaZMogri, M Bret Schneider & Karl Deisseroth 2007

In Vivo Light-Induced Activation of Neural Circuitry in Transgenic Mice Expressing Channelrhodopsin-2
Benjamin R. Arenkiel, Joao Peca, Ian G. Davison, Catia Feliciano, Karl Deisseroth,
George J. Augustine, Michael D. Ehlers, & Guoping Feng 2007

Bi-stable neural state switches 2008
André Berndt, Ofer Yizhar, Lisa A Gunaydin, Peter Hegemann & Karl Deisseroth

Figuras e mais Explicações da Optogenética

Phasic Firing in Dopaminergic Neurons Is Sufficient for Behavioral Conditioning
Hsing-Chen Tsai, Feng Zhang, Antoine Adamantidis, Garret D. Stuber, Antonello Bonci, Luis de Lecea, Karl Deisseroth 2009

High-speed mapping of synaptic connectivity using photostimulation in Channelrhodopsin-2 transgenic mice
H. Wang, J. Peca, M. Matsuzaki, K. Matsuzaki, J. Noguchi, L. Qiu, D. Wang, F. Zhang, E. Boyden, K. Deisseroth, H. Kasai, W. C. Hall, G. Feng, & G. J. Augustine 2007

Red-shifted optogenetic excitation: a tool for fast neural control derived from Volvox carteri
Feng Zhang, Matthias Prigge, Florent Beyrière, Satoshi P Tsunoda, Joanna Mattis, Ofer Yizhar, Peter Hegemann & Karl Deisseroth 2008

Targeted optogenetic stimulation and recording of neurons in vivo using cell-type-specific expression of Channelrhodopsin-2
Jessica A Cardin, Marie Carlén, Konstantinos Meletis, Ulf Knoblich, Feng Zhang, Karl Deisseroth, Li-Huei Tsai & Christopher I Moore 2010

Ultrafast optogenetic control 2010
Lisa A Gunaydin, Ofer Yizhar, André Berndt, Vikaas S Sohal, Karl Deisseroth & Peter Hegemann
Optogenetics Illuminates Brain Function
Bridget M. Kuehn (JAMA) 2010

Optogenetic control of epileptiform activity 2009
Jan Tønnesena, Andreas T. Sørensena, Karl Deisserothb, Cecilia Lundbergc, and Merab Kokaiaa

Integrated device for optical stimulation and spatiotemporal electrical recording of neural activity in light-sensitized brain tissue 2009
Jiayi Zhang, Farah Laiwalla, Jennifer A Kim, Hayato Urabe, Rick VanWagenen, Yoon-Kyu Song, BarryWConnors, Feng Zhang, Karl Deisseroth and Arto V Nurmikko

Os leitores mais atentos já repararam que todos esses artigos vêm do mesmo local: http://www.stanford.edu/group/dlab/papers/, onde há muitos e muitos outros textos.