O "som" de um músico, seja ele compositor, instrumentista, cantor, etc., é sua identidade, sua impressão digital. Quando Wes Montgomery ou Roger McGuinn estão na caixa de som, v. sabe. Quando Billie Holiday, Tom Waits, Elis Regina ou Adam Duritz abrem a boca, v. sabe que são eles. Distinguimos com bastante clareza três contemporâneos (nascidos no mesmo ano): Bach, Händel e Scarlatti. O outro lado da moeda também ocorre: nem todos sabem que "aquela" música tradicionalmente tocada nos casamentos é de Mendelssohn.
Em setembro de 2007, Ben Ratliff, crítico de jazz do New York Times, lançou seu livro Coltrane, The Story of a Sound. Pouco depois foi entrevistado no site Jerry the Jazz Musician sobre o assunto e disse o seguinte, entre outras coisas:
JJM Como v. descreveria o som de Coltrane?
BR Grande, ressonante, e já começa num nível bem alto. Ele se aproxima do microfone e solta um bloco sonoro enorme, sem fazer aquela coisa cíclica que os melhores solistas fazem: começam devagar, depois dão um show e depois voltam ao início, com elegância.
Descrições físicas do seu som, especialmente vindas da minha boca, sempre soam fracas, porque a coisa toda sobre seu som - e a razão pela qual uso essa palavra no livro - tem a ver com o fato de que se v. seguir a carreira dele, e se reparar no que ele estava fazendo ao final de sua vida, passa a ouvir aquelas faixas que ficavam cada vez mais parecidas umas com as outras, de modo que no final a mensagem de seu trabalho já não era tanto sobre composição ou estrutura, era sobre som - tanto o som que saía individualmente de seu instrumento como o som que vinha de sua banda.
O som de Coltrane era o melhor quando suas bandas estavam na melhor forma. Obviamente, a música do quarteto clássico é o melhor exemplo do grande som de uma pequena banda, mas também acho que a banda que gravou Stellar Regions - com Rashied Ali, Jimmy Garrison e sua (CL&M - de Coltrane) esposa Alice - também tinha o potencial de grande som de uma pequena banda, só que não se concretizou de maneira suficiente. O som que Coltrane tirava de seu próprio instrumento tinha muita amplitude e profundidade, muito equilíbrio e poder - era quase uma coisa física que transmitia muitas informações sobre quem ele era. Quando dizemos que sabemos de onde ele estava vindo, ou quando dizemos que compreendemos quem era Coltrane como homem ou como músico, acho que apreendemos isso a partir de seu som, mais do que das melodias que ele compôs.
Em setembro de 2007, Ben Ratliff, crítico de jazz do New York Times, lançou seu livro Coltrane, The Story of a Sound. Pouco depois foi entrevistado no site Jerry the Jazz Musician sobre o assunto e disse o seguinte, entre outras coisas:
JJM Como v. descreveria o som de Coltrane?
BR Grande, ressonante, e já começa num nível bem alto. Ele se aproxima do microfone e solta um bloco sonoro enorme, sem fazer aquela coisa cíclica que os melhores solistas fazem: começam devagar, depois dão um show e depois voltam ao início, com elegância.
Descrições físicas do seu som, especialmente vindas da minha boca, sempre soam fracas, porque a coisa toda sobre seu som - e a razão pela qual uso essa palavra no livro - tem a ver com o fato de que se v. seguir a carreira dele, e se reparar no que ele estava fazendo ao final de sua vida, passa a ouvir aquelas faixas que ficavam cada vez mais parecidas umas com as outras, de modo que no final a mensagem de seu trabalho já não era tanto sobre composição ou estrutura, era sobre som - tanto o som que saía individualmente de seu instrumento como o som que vinha de sua banda.
O som de Coltrane era o melhor quando suas bandas estavam na melhor forma. Obviamente, a música do quarteto clássico é o melhor exemplo do grande som de uma pequena banda, mas também acho que a banda que gravou Stellar Regions - com Rashied Ali, Jimmy Garrison e sua (CL&M - de Coltrane) esposa Alice - também tinha o potencial de grande som de uma pequena banda, só que não se concretizou de maneira suficiente. O som que Coltrane tirava de seu próprio instrumento tinha muita amplitude e profundidade, muito equilíbrio e poder - era quase uma coisa física que transmitia muitas informações sobre quem ele era. Quando dizemos que sabemos de onde ele estava vindo, ou quando dizemos que compreendemos quem era Coltrane como homem ou como músico, acho que apreendemos isso a partir de seu som, mais do que das melodias que ele compôs.
Well, não deixe de ler o restante dessa entrevista de Ben Ratliff, e repare nos exemplos musicais que estão distribuídos através do texto (com links para a Amazon, mas alguns não funcionam). Além disso, veja as muitas outras entrevistas que estão disponíveis lá mesmo.