quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Kevin Kelly

Kevin Kelly é uma dessas pessoas que transformam a Internet numa força cultural, um pólo de idéias, um eixo de criatividade. Seu site é um manancial de coisas importantes e interessantes. Eu costumo ler a seção The Technium, de onde veio o artigo abaixo (de cujo início coloco uma tradução):

Mentes Inevitáveis
A formiga da pedra é minúscula, mesmo para uma formiga. Individualmente, cada uma é do tamanho de uma vírgula nessa página. Suas colônias também são pequenas. Chegando normalmente a cem operárias, mais uma rainha, normalmente elas se abrigam entre as rachaduras de rochas, daí seu nome genérico. Sua sociedade inteira pode caber no mostrador de vidro de um relógio, ou entre as bordas milimétricas de uma capa de slide, que é onde normalmente são criadas em laboratórios. O cérebro de uma formiga da rocha contém menos de 100.000 nurônios, e é tão pequeno que chega a ser invisível.
Ainda assim, a mente de uma formiga da rocha pode realizar uma incrível façanha de cálculo. Para estimar o potencial de um novo local para seu ninho, essas formigas costumam medir as dimensões do aposento em total escuridão, e então calculam - e esta é a palavra apropriada - o volume e seu grau de conveniência. Por muitos milhões de anos, as formigas da pedra usaram um truque matemático que só foi descoberto pelos humanos em 1733. Elas podem estimar o volume de um espaço, mesmo que seja um espaço de forma irregular, deixando uma trilha odorífera aleatória por todo o solo do aposento, "registrando" o comprimento dessa linha e então contando o número de vezes que ela encontra essa linha odorizada durante as vezes em que cruza diagonalmente o solo. A área calculada é inversamente proporcional à frequência de intercessões vezes o comprimento. Em outras palavras, as formigas descobriram um valor aproximado de Π (Pi) através da intercessão das diagonais. A altura é medida pelas formigas com seus corpos, e depois "multiplicada" pela área para fornecer o volume aproximado de seu nicho.

Mas essas incríveis mentes das formigas fazem mais do que isso. Elas medem a largura e o número de entradas, a quantidade de luz, a proximidade de vizinhos e o grau de higiene do aposento. Então cotejam essas variáveis e calculam o grau de conveniência do ninho potencial através de um processo que se parece com uma fórmula "aditiva ponderada" da lógica fuzzy das ciências da computação. Tudo isso com 100.000 neurônios.

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