quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Com os olhos fechados

"Nós pensamos diferente quando estamos de olhos fechados?" pergunta a postagem de Janet Kwasniak (http://charbonniers.org/2011/01/31/with-eyes-closed/ ). A resposta é afirmativa, e ela desenvolve o tema com base em dois artigos (ao final).

O que isto nos diz acerca da consciência? Talvez tenhamos que usar o córtex visual para obtermos simulações mentais mais amplas. Nossa consciência completa, então, pode ser usada com relação à cena imaginada. Talvez o ato de fechar os olhos, com efeito, dê permissão para se usar as dependências do córtex visual para imaginar. As cascatas dos olhos (CLM - a autora coloca 'cascades', mas tenho quase certeza que ela queria dizer 'saccades' - a sacada, o ato de olhar, etc.) estão de alguma maneira coordenadas com o ritmo das ondas gama que acompanham a consciência; será que é por isso que existe uma diferença em imaginar com os olhos fehados? Quase sempre fechamos os olhos quando queremos nos concentrar em alguma coisa, saborear alguma coisa ou rememorar alguma coisa. Talvez, fechar os olhos seja uma maneira de fortalecer o controle 'top-down' da atenção. As cascatas (CLM - de novo...) dos olhos também têm algum efeito em dirigir a atenção para o próximo ponto do espaço que será o centro do campo visual. Talvez, fechar nossos olhos nos torne mais visceralmente conscientes, e isso incremente a emoção.

Blind ethics: Closing one’s eyes polarizes moral judgments and discourages dishonest behavior
Eugene M. Caruso & Francesca Gino 2011

Eyes Wide Shut: Amygdala Mediates Eyes-Closed Effect on Emotional Experience with Music
Yulia Lerner, David Papo, Andrey Zhdanov, Libi Belozersky & Talma Hendler 2009