sábado, 19 de fevereiro de 2011

Como o cérebro escolhe os neurônios que vai usar?

How does the brain pick which neurons to use?
Jason Snyder 02/16/2011

Integrando (wiring). Esta é uma das respostas para essa pergunta. Nós sabemos isso a partir de mapas topográficos do tálamo e do neocórtex, onde as unidades básicas das informações sensoriais estão concisamente representadas em populações espacialmente arrumadas de neurônios - as diversas partes do corpo estão representadas em localizações específicas, assim como as diferentes frequências de som, as diferentes partes da retina e os diferentes odores e gostos. As informações sensoriais básicas têm que ser representadas (isto é, precisamos de uma representação fiel dos elementos visuais, precisamos ouvir as diversas frequências que formam a fala humana, etc.), então por que não neurointegrá-las (hardwire them) e tornar sua representação a mesma para todos nós?

O artigo não pára por aqui. Snyder prossegue perfilando hipóteses e novidades, até que escreve:

O outro estudo é bastante revolucionário, eu acho, e também tem a ver com padrões pré-determinados e neurointegrados da atividade neuronal. Um dos desenvolvimentos mais animadores dos últimos quinze anos foi a descoberta de que padrões de atividade neuronal são retomados durante o sono. Considera-se que esse "replay" é o correlato fisiológico da consolidação da memória, isto é, o ensaio de experiências recentes e a integração de novas informações no circuito cerebral. Agora, Dragoi & Tonegawa (ver detalhes no texto original) descobriram que os padrões de atividade neuronal, vistos enquanto um rato explora um ambiente novo, também podem ser vistos durante episódios de descanso/sono antes que o rato jamais esteja nesse ambiente. Essencialmente, eles descobriram que o cérebro criou uma representação (ou pelo menos uma fração) de uma experiência que ainda não aconteceu. Eles chamam o fenômeno de "preplay". (Negritos do original)

Não há nada de esotérico aqui. Alguns constructos de Edvard I. Moser, Emilio Kropff, e May-Britt Moser (aqui) podem ajudar a explicar o fenômeno, mas Snyder não cita esse estudo. Se essa for sua praia, não deixe de ler os artigos, que são muito interessantes.