segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O uso de energia pelo cérebro é chave para entender a consciência


(à esquerda, Robert G. Shulman)

Brain energy use key to understanding consciousness
PhysOrg - June 16, 2009

Não entendi muito bem onde se quer chegar com esse artiguinho, mas a questão do consumo cerebral de energia em estados diferentes de alerta/consciência é interessante. Isto é, no fim, Shulman diz que a consciência não é do cérebro, é da pessoa, mas isso não explica nada além do que já se sabia. Continua o mistério.

"Altos níveis de energia cerebral são exigidos para se manter a consciência, uma descoberta que sugere uma nova maneira de entender as propriedades deste ainda misterioso estado, dizem pesquisadores da Yale University.

Em seu estado mais simples, pode-se definir a consciência como a capacidade de reagir de modo significativo a estímulos externos. A maior parte dos estudos sobre a consciência utilizou a tecnologia de imagem para tentar sobressaltar áreas de atividade cerebral durante tarefas como memorização ou resolução de problemas. Há duas dificuldades nessa abordagem, dis Robert G. Shulman, Sterling Professor Emeritus de biofísica molecular e de bioquímica em Yale e autor principal do estudo, que será publicado esta semana na edição online do journal Proceedings of the National Academy of Sciences. Em primeiro lugar, a fMRI mostrou que muitas áreas do cérebro, e não apenas uma ou duas, são recrutadas durante tarefas tais como testes de memória, e são de pouca ajuda no estudo do estado consciente. Em segundo lugar, a quantidade de energia utilizada nessas tarefas é diminuta, mais ou menos um por cento da energia básica que o cérebro tem à sua disposição.

"A neuroimagem tem olhado a ponta do iceberg", disse Shulman. "Nós olhamos o resto do iceberg".

O que fazem os outros 99 por cento da energia consumida?

Shulman e seus colegas propuseram que ela é necessária para manter uma pessoa em estado consciente. Sabe-se que pessoas profundamente anestesiadas apresentam reduções de aproximadamente 50 por cento no consumo cerebral de energia. Quando as patas de ratos levemente anestesiados, com níveis de energia básica bastante altos, eram tocadas, eram recebidos sinais de fMRI do córtex sensorial e de muitas outras áreas do cérebro. Em ratos profundamente anestesiados, o sinal se interrrompia no córtex sensorial. Tanto a energia total como os sinais de fMRI mudavam quando uma pessoa ou um animal perdiam a consciência.

"O que propomos é que uma pessoa consciente exige altos níveis de energia cerebral", disse Shulman.

A descoberta tem implicações profundas para nossa compreensão da conexão entre cérebro e consciência, disse Shulman. "Você pode pensar a consciência não como uma propriedade do cérebro, mas da pessoa".

Os anestesiologistas consideram que a pessoa está em estado comportamental de consciência quando reage a estímulos simples. As propriedades desse estado, como alta energia e sinais de fMRI multilocalizados, permitem que a pessoa desempenhe as tarefas interconectadas que compõem nossas vidas quotidianas.Shulman sugere que estas propriedades mais enrgéticas do cérebro sustentam o comportamento humano e deveriam ser levadas em consideração quando se interpretar os sinais bem mais fracos que são tipicamente registrados durante sessões de fMRI".
Source: Yale University