quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Musicophilia, de Oliver Sacks

Musicophilia é o último livro de Oliver Sacks, que dispensa apresentações, e a revista Harper’s de 28 de julho o entrevistou, fazendo seis perguntas. Vou traduzir a primeira delas:

1. Seu livro começa com um ‘súbito relâmpago’, por assim dizer, com a história de Tony Cicoria, um cirurgião ortopedista do norte de New York cuja vida se transformou quando foi atingido por um raio em 1994. Diga-nos algo sobre o Dr. Cicoria, e porque resolveu iniciar seu livro com esse caso.

Sacks. Quando escrevi Musicophilia, considerava a história de Tony Cicoria bastante dramática – e singular. Era um homem, um cirurgião, que nunca teve muito interesse em música, apenas ouvia rock and roll ocasionalmente. Um dia ele foi atingido por um raio e sobreviveu, aparentemente sem qualquer problema duradouro. Mas umas três semanas depois ele desenvolveu uma insaciável paixão pelo piano, e por Chopin em particular. Ele toca diariamente e recentemente estreou sua própria composição, a Sonata do Relâmpago. O que aconteceu com seu cérebro para criar esta súbita e avassaladora paixão por música?

Desde a primeira publicação da história de Tony Cicoria, recebi muitas cartas de pessoas que não foram atingidas por relâmpagos e pareciam não ter qualquer condição física ou psicológica especial, mas quase sempre, para sua grande surpresa – aos quarenta anos, mesmo aos oitenta – descobriram em si mesmas súbitos e inesperados dons criativos ou paixões, sejam musicais ou artísticos”.

Em http://harpers.org/archive/2009/07/hbc-90005417