Do blog SharpBrains: “Em agosto de 2006, o responsável pelo blog Neurophilosophy lançou o Encephalon, um blog ambulante que traz, a cada quinzena, uma seleção dos melhores posts de neurociência e psicologia”. SharpBrains traz também todas as edições do Encephalon a partir de 18 de fevereiro de 2008, e o link (Archive) para edições anteriores. O Encephalon da quinzena que se iniciou em 17 de agosto de 2009 está no Neuronarrative, e traz bons artigos, como sempre. Um deles é Free Will and the Brain (O Livre Arbítrio e o Cérebro – veja lá embaixo o link para o artigo), publicado originalmente no Brain Stimulant em 28 de julho. Aqui está o início, e devo acrescentar que o artigo não perde pique até o final, pelo contrário.
“O livre arbítrio é a idéia de que somos o piloto de todas as nossas ações. Sentimos que estamos no controle de tudo aquilo que fazemos. Não parece que nosso comportamento está nos acontecendo de maneira determinista. Sentimos que não estamos assistindo passivamente ao ‘filme da vida’, mas sim que podemos agir de qualquer maneira que desejarmos. Será que a posição que atualmente temos, de que possuímos alguma coisa análoga ao livre arbítrio, é sustentável, dado o que a ciência nos informa hoje em dia? Será que apenas temos a sensação de um livre arbítrio? Também: será que futuras técnicas de neuromodulação poderiam incrementar nossa sensação de estar no controle de nossas próprias vidas?
Existe muita confusão quanto a livre arbítrio e mecânica quântica. Todas as partículas do seu cérebro, do seu corpo e de qualquer objeto externo não consciente seguirão as mesmas leis probabilísticas. Desse modo, você não pode afirmar que o cérebro tem algumas leis especiais da física que são distintas de qualquer outra coisa. Invocar a mecânica quântica para explicar o ‘livre arbítrio’ é mais ou menos como argumentar que um caça-níqueis tem ‘livre arbítrio’ porque distribui prêmios com base em probabilidades. Tudo o que a mecânica quântica significa é que existem coisas que acontecem interdeterministicamente no nível atômico/subatômico e que não podemos predizer seu resultado com antecedência (medir o spin de um elétron, por exemplo). Isto se aplica à toda a matéria, igualmente. A consciência não tem absolutamente nada a ver com esses tipos de resultados, também. De qualquer modo, uma interpretação amplamente aceita da mecânica quântica hipotetiza que os resultados probabilísticos que vemos são apenas um subconjunto de resultados em um multiverso mais amplo onde se realizam todas as probabilidades. A interpretação dos muitos mundos (ver link no artigo original) É uma teoria determinista. A única razão pela qual vemos resultados probabilísticos é que não podemos interagir com outros ramos da função de onda universal. Ela evolui de maneira determinista (ver link)”.
E assim por diante. Mesmo que v. ache tudo isso mucho loco, leia o resto do artigo, porque assuntos bastante interessantes são abordados. E por falar em mucho loco, um dos comentários a esse post do Brain Stimulant dizia: “Para demonstrar verdadeiro livre arbítrio, alguém tem que fazer alguma coisa que possivelmente jamais pensaria em fazer. Então, isso seria chamado de loucura”.
Alguns links presentes nesse post: SharpBrains - Neurophilosophy - Brain Stimulant. Veja mais no original.