segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Memória de Trabalho: Será o Novo QI?

Tracy P. Alloway (Durham University) e Ross G. Alloway (Edinburgh University) são os autores de Working memory: Is it the new IQ? O artigo (de 17 pgs) traz implicações (e indicações) muito interessantes relativas à memória de trabalho, como se pode ver na tradução do seu primeiro parágrafo, abaixo. Uma diferença encontrada pelos autores nos percentis é significativa, pelo que revela sobre variabilidade individual: “Igualmente notável é que existe um grau substancial de variabilidade em cada idade, como fica refletido na distância entre o 10º percentil e o 90º percentil para cada medida. Aos sete anos, por exemplo, o 10º percentil está perto da média para a amostra de quatro anos de idade, e o 90º percentil se aproxima do desempenho médio das crianças de dez anos. Assim, em uma turma média de 30 crianças, esperaríamos ver diferenças na capacidade de memória de trabalho correspondentes a seis anos de desenvolvimento normal, entre os indivíduos com os três maiores e os três menores escores individuais”. No arquivo PDF oferecido como prova do crime as tabelas e figuras estão nas páginas 13 e seguintes. O primeiro parágrafo do estudo:

“A memória de trabalho, nossa capacidade de processar e rememorar informações, está ligada a uma amplitude de atividades cognitivas que vão desde tarefas de raciocínio até a compreensão verbal. Também existem extensas evidências do relacionamento entre memória de trabalho e resultados de aprendizagem. Entretanto, alguns pesquisadores sugerem que a memória de trabalho é simplesmente um substituto do QI, e não faz nenhuma contribuição singular para os resultados da aprendizagem. Aqui, nós mostramos que as habilidades em memória de trabalho em crianças de 5 anos de idade eram o melhor preditor de resultados de leitura, soletramento e matemática seis anos depois. O QI, em contraste, era responsável por uma pequena porção da singular variância de habilidades em leitura e matemática, e não era um preditor significativo do desempenho no soletramento. Nossos resultados demonstram que a memória de trabalho não é um substituto do QI, ela antes representa uma habilidade cognitiva dissociável que tem ligações singulares com os resultados de aprendizagem. Criticamente, descobrimos que a memória de trabalho no início da educação formal é um preditor mais poderoso do sucesso escolar posterior do que o QI. Esse resultado tem importantes implicações para a educação, particularmente com respeito ao desenvolvimento de intervenção e de treinamento. Parece que devemos dirigir nossos esforços para o desenvolvimento de habilidades em memória de trabalho para que vejamos ganhos em aprendizagem”.
Em: http://precedings.nature.com/documents/2343/version/1