quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Nasce um Universo

(Na foto: seis setores da nossa galáxia, cada um deles medindo milhares de anos-luz, fotografados pelo telescópio/sonda espacial Planck. Credits: ESA/Planck Collaboration)

Universo - Ato 1, Cena 1

Você gostaria de ler um artigo que findasse com o trecho abaixo?

Planck continua a investigar o Universo. Sua próxima liberação de dados está planejada para janeiro de 2013 e revelará a radiação (de micro-ondas) cósmica de fundo (CMB) com detalhes sem precedentes, o ato de abertura do drama cósmico, uma figura do início de tudo.

(O telescópio/sonda espacial Planck, lançado em sua missão inicial em 2009, é uma iniciativa da European Space Agency - ESA. Um filme de animação totalmente cool de sua aparência e funcionamento pode ser visto aqui, juntamente com as primeiras imagens enviadas pelo telescópio).

Veja alguns detalhes:

PhysOrg. - Imagine observar o nascimento do Universo - o Big Bang - olhando de fora. O que v. teria visto?

Naquele momento, e nos próximos 380.000 anos, um Grande Nada, à medida que fótons e partículas (elementares) se enlaçavam em uma dança de alta energia que evitava a fuga de qualquer nesga de luz.

Ainda que a descoberta das ondas gravitacionais possa não ocorrer mesmo com a utilização do Planck, não há dúvidas sobre a capacidade mais importante do telescópio/sonda: mapear a CMB com precisão até aqui inalcançada.

Essa radiação (a CMB) foi a primeira luz liberada após a separação de fótons e partículas. Mesmo não sendo tão antiga como as ondas gravitacionais (que permanecem por ser comprovadas experimentalmente), ela ainda assim pode fornecer novas informações sobre o cosmos. E pode trazer a marca de uma expansão muito rápida, conhecida como inflação, que teoriza-se ter ocorrido um milionésimo de segundo após o Big Bang.

PhysOrg - Os primeiros resultados científicos da missão Planck, da ESA, foram liberados em uma conferência de imprensa hoje (11 de janeiro), em Paris. As descobertas focalizam os objetos mais frios do Universo, desde o interior de nossa galáxia até as distantes profundezas do espaço.

Podemos pensar o Universo como um palco onde o grande drama cósmico está sendo encenado em três atos. Os telescópios de luz visível enxergam muito pouco antes do último ato, (que se passa) na tapeçaria das galáxias à nossa volta. Mas efetuando medições em comprimentos de onda entre o infravermelho e as ondas de rádio, o Planck é capaz de alcançar tempos já idos e mostrar os dois atos anteriores. Os resultados liberados hoje contêm importantes informações novas sobre o segundo ato, quando as galáxias estavam sendo reunidas.