Information, Matter and Energy - a non-linear world-view
Pierre Madl & Maricela Yip 2006
University of Salzburg
Antigamente (muuuito antigamente) os componentes básicos do mundo em que vivemos eram fogo, terra, ar e água. Os filósofos gregos (para ficarmos no Ocidente) escolhiam a esmo um desses elementos e, com base em desenvolvimentos hipotéticos do mesmo, criavam sua história cósmica. Como o bicho-homem não pára quieto, um deles (Anaximandro) postulou o ápeiron como princípio das coisas: a idéia não-matemática do infinito ilimitado e indeterminado, como quis Julián Marías. Esta heresia materialista só podia dar no que deu: uma confusão dos diabos, que só ficou esclarecida com a criação da relatividade e da teoria quântica. Hoje estamos mais tranquilos, cosmologicamente falando, do que estávamos há 2.500 anos: os componentes básicos do nosso Universo são informação, matéria e energia.
As galimatias quânticas e os apotegmas relativistas são hoje nossas ferramentas epistemológicas para tentar compreender o incompreensível, isto é, como a interação dessas três entidades cria e mantém o Universo conhecido. É preciso dar um pequeno desconto nos arroubos new age pós-modernistas que se intrometem no vocabulário científico dos autores (especialmente no abstract). Madl e Yip explicam tudinho pra nós:
"Hoje é possível interpretar a natureza como uma relação toma-lá-dá-cá contínua entre matéria, energia e informação. A energia, utilizada como um conceito para se entender a dinâmica da maioria dos processos físicos, é o potencial para que mudanças sejam causadas, enquanto que, por outro lado, a matéria é a substância de que se compõem os objetos físicos. Isto constitui o universo observável. De acordo com as teorias da relatividade e da mecânica quântica, não existe distinção essencial entre matéria, frequência e energia. Assim, a informação, enquanto terceito elemento dessa relação, obviamente determina a forma e a gestalt. Mediada pela energia necessária, a informação materializada é matéria. A tríade IEM, por assim dizer, faz uma ponte entre o soma e a significância, onde a função de onda (o campo) se constitui como o aspecto mental (ou de significância) do elétron. Aqui, o a campo e a partícula nunca se distinguem, sendo em verdade aspectos de uma mesma realidade. O campo age sobre a partícula não através de intensidade, mas através de seu conteúdo de informação (forma). Faz surgir uma atividade que é identificada com o significado (proto-inteligência) que guia o elétron. Entretanto, isto não é um fluxo unidirecional: tanto a informação como as entidades materializadas fazem feedback entre si através de meios energéticos, com a interface entre espírito e matéria sendo a informação. Infelizmente, um entendimento científico atual enfatiza os aspectos físicos, já que não é capaz de entender e interpretar o significado associado".
Esse trecho parece indicar que Madl e Yip estavam sob a influência de alguma substância ilegal ao escrevê-lo, mas não deixe de ler os três itens anteriores (intitulados adequadamente "energia", "matéria" e "informação"), que trazem concepções interessantes sobre o andar dessa carruagem. Por exemplo: "A energia é aprisionada diretamente no nível eletrônico (de 'elétron') e é armazenada como energias de ligação eletrônica e vibracional em gradientes, campos e padrões de fluxo cíclico, compartimentos, organelas, células, tecidos, órgãos, organismos e populações inteiras. A 'corrente de fluxo descendente' de elétrons, por exemplo, é represada e utilizada para a fabricação de ATP, que por sua vez é reconvertida em ADP na biosíntese de todas as biomoléculas, e para o crescimento e desenvolvimento, para os sentidos, o movimento, o pensamento, para se amar - resumindo, para se viver".