Em seu artigo The dawn of cognitive genetics? Crucial developmental caveats, de 2005 (doi:10.1016/j.tics.2005.01.008), Gaia Scerif & Annette Karmiloff-Smith examinam a nova ênfase acadêmica nas investigações cognitivas referentes aos aspectos genéticos e à ligação entre o genótipo e o fenótipo cognitivo, e fazem a ressalva: "Examinamos recentes achados empíricos de pesquisas sobre distúrbios genéticos nos três níveis de descrição - cognitivo, neurosistêmico e celular - que acautelam contra um simples mapeamento genótipo-fenótipo em todos os níveis. Mais importante, os esforços interdisciplinares para integrar a genética humana e a cognição precisarão operacionalizar os mecanismos que governam os processos de desenvolvimento tanto típicos como atípicos no decurso do tempo". Esta restrição está bem explicada logo na introdução do artigo, apresentando detalhes da complexidade dessa tarefa de integração, mas procura dirigir aqueles esforços para uma direção em que (falando amplamente) as diferenças entre normal e patológico estejam muito bem demarcadas.
Genes, brain, and cognition: A roadmap for the cognitive scientist, de Franck Ramus (Cognition, Vol. 101, Issue 2, September 2006), tem a seguinte Conclusão:
"Há dez anos, a neurociência estava para revolucionar a ciência cognitiva, ou pelo menos assim foi anunciado. Muitos cientistas cognitivos podem afirmar que não sentiram a diferença (a não ser por suas verbas, que foram desviadas para a neurociência cognitiva). Estão certos acerca da neurociência básica ter progredido a uma velocidade incrível, mas tiveram pouco contato com a ciência cognitiva. Agora a genética é anunciada como sendo a próxima revolução. Devemos nos importar? Eu tenho argumentado que devemos. De fato, a genética pode até mesmo estar ultrapassando a neurociência na corrida para a mente humana. Ao inverso da neurociência básica, que é grandemente dedicada ao estudo da percepção e do controle motor em animais não humanos, os estudos genéticos começaram dirigindo-se diretamente aos fenótipos cognitivos humanos. Mas ao mesmo tempo, a genética está intimamente ligada à neurociência, e portanto fornece uma nova oportunidade para se conectar a cognição com o cérebro no nível mais profundo. Esse número especial (da Cognition) é dedicado a aumentar a consciência dos cientistas cognitivos e seu interesse quanto a esta nova perspectiva, reunindo artigos que fornecem diferentes exemplos empíricos e perspectivas teóricas sobre como se obter uma integração entre os diferentes níveis de descrição".
Isto é, o artigo é bem escrito e com boa quantidade de referências importantes, mas Ramus ainda está apenas chamando a atenção para o futuro brilhante de uma genética da neurociência cognitiva. E os outros artigos desse número especial da Cognition não vão muito mais longe do que isso.
Entre os artigos que dão continuidade a um maior conhecimento dessa linha de abordagem, escolhi "The model organism as a system: Integrating 'omics' data sets" (de Andrew R. Joyce & Bernhard Ø. Palsson, 2006) para que se tenha um quadro bem atual dos conjuntos de dados 'ômicos', dos quais nos interessam particularmente a genômica (p. 199) e a fenômica (p. 201). Na p. 207, faz-se uma pequena referência direta a novos conhecimentos evolutivos derivados da integração de múltiplos tipos de dados ômicos: "Por exemplo, como as sequências genômicas do chimpanzé e do homem compartilham ~99% de identidade, que outros fatores celulares explicam as diversas diferenças morfológicas, comportamentais e cognitivas que existem entre (essas) espécies?" A presença de artigos acadêmicos e livros englobando genética e cognição ainda é pequena na literatura de qualidade, mas esta situação já está começando a mudar.
Da editoria do livro:
"Sabe-se há tempos que alguns aspectos do comportamento estão disseminados através das famílias; estudos mostram que características relaciondas a cognição, temperamento, e todas os principais distúrbios psiquiátricos, são produto de herança. Esse livro oferece uma introdução para se entender os mecanismos genéticos desses traços herdados. Ele propõe um conjunto de ferramentas - uma base conceitual - para se avaliar criticamente estudos recentes e oferece um panorama das últimas pesquisas nos campos emergentes da genética cognitiva e da genética tomográfica. Os capítulos enfatizam questões fundamentais que tratam do projeto de experimentos, a utilização de ferramentas bioinformáticas, a integração de dados de diferentes níveis de análise e a validade dos achados, argumentando que as associações entre genes e processos cogtnitivos devem ser replicáveis e colocadas em um contexto neurobiológico para serem validadas.
The Genetics of Cognitive Neuroscience procura dar ao leitor uma compreensão ativa da influência de variantes genéticas específicas sobre cognição, regulação afetiva, personalidade e distúrbios do sistema nervoso central. Com sua ênfase em pontos mretodológicos, continuará sendo um recurso valioso nesse campo de rápido desenvolvimento".
Genes, brain, and cognition: A roadmap for the cognitive scientist, de Franck Ramus (Cognition, Vol. 101, Issue 2, September 2006), tem a seguinte Conclusão:
"Há dez anos, a neurociência estava para revolucionar a ciência cognitiva, ou pelo menos assim foi anunciado. Muitos cientistas cognitivos podem afirmar que não sentiram a diferença (a não ser por suas verbas, que foram desviadas para a neurociência cognitiva). Estão certos acerca da neurociência básica ter progredido a uma velocidade incrível, mas tiveram pouco contato com a ciência cognitiva. Agora a genética é anunciada como sendo a próxima revolução. Devemos nos importar? Eu tenho argumentado que devemos. De fato, a genética pode até mesmo estar ultrapassando a neurociência na corrida para a mente humana. Ao inverso da neurociência básica, que é grandemente dedicada ao estudo da percepção e do controle motor em animais não humanos, os estudos genéticos começaram dirigindo-se diretamente aos fenótipos cognitivos humanos. Mas ao mesmo tempo, a genética está intimamente ligada à neurociência, e portanto fornece uma nova oportunidade para se conectar a cognição com o cérebro no nível mais profundo. Esse número especial (da Cognition) é dedicado a aumentar a consciência dos cientistas cognitivos e seu interesse quanto a esta nova perspectiva, reunindo artigos que fornecem diferentes exemplos empíricos e perspectivas teóricas sobre como se obter uma integração entre os diferentes níveis de descrição".
Isto é, o artigo é bem escrito e com boa quantidade de referências importantes, mas Ramus ainda está apenas chamando a atenção para o futuro brilhante de uma genética da neurociência cognitiva. E os outros artigos desse número especial da Cognition não vão muito mais longe do que isso.
Entre os artigos que dão continuidade a um maior conhecimento dessa linha de abordagem, escolhi "The model organism as a system: Integrating 'omics' data sets" (de Andrew R. Joyce & Bernhard Ø. Palsson, 2006) para que se tenha um quadro bem atual dos conjuntos de dados 'ômicos', dos quais nos interessam particularmente a genômica (p. 199) e a fenômica (p. 201). Na p. 207, faz-se uma pequena referência direta a novos conhecimentos evolutivos derivados da integração de múltiplos tipos de dados ômicos: "Por exemplo, como as sequências genômicas do chimpanzé e do homem compartilham ~99% de identidade, que outros fatores celulares explicam as diversas diferenças morfológicas, comportamentais e cognitivas que existem entre (essas) espécies?" A presença de artigos acadêmicos e livros englobando genética e cognição ainda é pequena na literatura de qualidade, mas esta situação já está começando a mudar.
Da editoria do livro:
"Sabe-se há tempos que alguns aspectos do comportamento estão disseminados através das famílias; estudos mostram que características relaciondas a cognição, temperamento, e todas os principais distúrbios psiquiátricos, são produto de herança. Esse livro oferece uma introdução para se entender os mecanismos genéticos desses traços herdados. Ele propõe um conjunto de ferramentas - uma base conceitual - para se avaliar criticamente estudos recentes e oferece um panorama das últimas pesquisas nos campos emergentes da genética cognitiva e da genética tomográfica. Os capítulos enfatizam questões fundamentais que tratam do projeto de experimentos, a utilização de ferramentas bioinformáticas, a integração de dados de diferentes níveis de análise e a validade dos achados, argumentando que as associações entre genes e processos cogtnitivos devem ser replicáveis e colocadas em um contexto neurobiológico para serem validadas.
The Genetics of Cognitive Neuroscience procura dar ao leitor uma compreensão ativa da influência de variantes genéticas específicas sobre cognição, regulação afetiva, personalidade e distúrbios do sistema nervoso central. Com sua ênfase em pontos mretodológicos, continuará sendo um recurso valioso nesse campo de rápido desenvolvimento".
The Genetics of Cognitive Neuroscience
Terry E. Goldberg & Daniel R. Weinberger
The MIT Press 2009-10-30 ISBN: 026201307X 280 pages PDF 1 MB
http://www.megaupload.com/?d=3YDANCPF
Terry E. Goldberg & Daniel R. Weinberger
The MIT Press 2009-10-30 ISBN: 026201307X 280 pages PDF 1 MB
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