Vou traduzir uns trechinhos do início da Parte I - Introdução ao Problema e sua Abordagem. Basicamente, é a identificação da função cerebral por exclusão (diante de uma lesão na região 'x', e sendo o sujeito afásico, faz-se a ligação), e não se fala no estudo da conectividade cerebral através de grandes redes ou de mapas citoarquitetônicos probabilísticos, ainda que seja citada uma interação 'de diversas áreas corticais' e também 'sistemas funcionais altamente integrados'. A Parte II do livro trata da Organização Cerebral da Linguagem e do Pensamento, fazendo essa abordagem através das conhecidas regiões temporal-occipital (percepção visual de objeto, pensamento e palavra), temporal (fala de articulação sonora), parietal-occipital (percepção espacial e forma da palavra) e região frontal (pensamento e sentença). Como descobri o livro há pouco e os títulos que constam no índice podem reservar boas surpresas, aí vai ele.
1.1. BACKGROUND
A história da 'localização' intra-hemisférica das funções linguísticas data de mais de um século. Dados básicos sobre esse assunto foram obtidos de pacientes com dano cerebral focal (CLM - isto é, uma lesão em local conhecido) correlacionando-se déficits de linguagem (afasia) com localizações das lesões no interior do hemisfério cerebral descobertas na autópsia. Diversos estudos mostraram que diferentes e específicos distúrbios de linguagem acompanham o dano a áreas coticais particulares no hemisfério esquerdo: frontal, temporal e parietal. Essas áreas foram chamadas de 'zonas de fala' do cérebro.
A localização de funções corticais superiores em neurologia clássica era considerada em termos de 'centros cerebrais' independentes, ainda que alguns teóricos tenham advertido contra uma localização muito delimitada de funções corticais. Esses conceitos eventualmente cederam lugar ao conceito contemporâneo de sistemas funcionais (Luria, 1966/1980), o que sugere que qualquer função complexa como a linguagem é realizada pela interação de diversas áreas corticais, cada uma delas fazendo contribuições específicas ao todo. Segundo a norma, os sistemas funcionais são altamente integrados, e assim sendo fica difícil 'extrair' a contribuição de áreas corticais discretas. (...)
O progresso moderno em nossa compreensão da organização cerebral da linguagem é resultado de novas técnicas de imagem que permitem imediata correlação de observações in vivo com a localização do dano cerebral. As descobertas feitas até hoje têm sido consistentes com as descrições clássicas, mas além disso elas aprsentaram um grau muito maior de diferencição com relação à linguagem, ou uma 'especificidade linguística' de certos campos citoarquitetônicos, do que se pensava anteriormente.
Language, Thought and the Brain
Tatyana B. Glezerman & Victoria I. Balkoski
1.1. BACKGROUND
A história da 'localização' intra-hemisférica das funções linguísticas data de mais de um século. Dados básicos sobre esse assunto foram obtidos de pacientes com dano cerebral focal (CLM - isto é, uma lesão em local conhecido) correlacionando-se déficits de linguagem (afasia) com localizações das lesões no interior do hemisfério cerebral descobertas na autópsia. Diversos estudos mostraram que diferentes e específicos distúrbios de linguagem acompanham o dano a áreas coticais particulares no hemisfério esquerdo: frontal, temporal e parietal. Essas áreas foram chamadas de 'zonas de fala' do cérebro.
A localização de funções corticais superiores em neurologia clássica era considerada em termos de 'centros cerebrais' independentes, ainda que alguns teóricos tenham advertido contra uma localização muito delimitada de funções corticais. Esses conceitos eventualmente cederam lugar ao conceito contemporâneo de sistemas funcionais (Luria, 1966/1980), o que sugere que qualquer função complexa como a linguagem é realizada pela interação de diversas áreas corticais, cada uma delas fazendo contribuições específicas ao todo. Segundo a norma, os sistemas funcionais são altamente integrados, e assim sendo fica difícil 'extrair' a contribuição de áreas corticais discretas. (...)
O progresso moderno em nossa compreensão da organização cerebral da linguagem é resultado de novas técnicas de imagem que permitem imediata correlação de observações in vivo com a localização do dano cerebral. As descobertas feitas até hoje têm sido consistentes com as descrições clássicas, mas além disso elas aprsentaram um grau muito maior de diferencição com relação à linguagem, ou uma 'especificidade linguística' de certos campos citoarquitetônicos, do que se pensava anteriormente.
Language, Thought and the Brain
Tatyana B. Glezerman & Victoria I. Balkoski
Springer 2002 PDF 332 pages 2.93 Mb
http://depositfiles.com/en/files/l8em5elve
http://depositfiles.com/en/files/l8em5elve