domingo, 31 de maio de 2009

JS Bach - Mullova toca as Sonatas e Partitas


Viktoria Mullova, que juntamente com Itzhak Perlman é o que esse universo entrópico oferece de melhor com relação a solistas de violino no momento, gravou as Sonatas e Partitas de JS Bach, BWV 1001-1006. Os links são um presente do blog PQP Bach, e estão em http://pqpbach.opensadorselvagem.org/page/2/ . VM colocou em seu site um texto sobre a gravação do disco:

“Esta gravação das Sonatas e Partitas é um importante marco em uma jornada interminável. Sempre tive uma ligação muito estreita com a música de Bach, e desde cedo senti que ela teria um papel fundamental em minha vida. A despeito disso, aproximar-me do mundo de Bach e realmente entendê-lo não foi fácil nem desprovido de longos períodos de desânimo.

Durante muitos anos, ainda que eu estivesse tocando e estudando estas obras regularmente, nunca consegui encontrar qualquer princípio ou caminho que permitisse expressar meus sentimentos através dessa música.

Quando eu estava no conservatório, em Moscou, meus professores me forneceram um conjunto de regras bastante rigorosas para tocar a música de Bach: elas se baseavam numa abordagem bem aceita na época, que combinava um som bonito e padronizado, uma articulação uniforme, um fraseado longo, se possível, e um vibrato contínuo e regular em cada nota, imitando, diziam eles, o de um órgão imaginário. Compreendo que a menção desses critérios hoje em dia possa despertar um sorriso, mas eles dão uma boa idéia da estética musical na qual eu me fundamentava. Durante aqueles anos, minhas Sonatas e Partitas tornaram-se rígidas, monótonas e até mesmo de difícil execução, porque não haviam me dado os princípios básicos para entender o texto barroco. Costumava tocá-las com bem pouca articulação, e sem a distinção entre os tempos fortes e fracos que é tão naturalmente ligada aos ataques do arco. Mas acima de tudo, eu não entendia as relações harmônicas, que são fundamentais para se ter um sentimento de liberdade e envolvimento com o tema musical. Tentei compensar todos esses problemas estudando muito, mas a coisa toda me parecia muito difícil e fisicamente impossível de sustentar.

Então deixei meu país, e iniciou-se um período em que eu viajava constantemente e apresentava grande número de concertos. Isto significava uma repetição infindável de algumas peças, e um bom tempo sozinha estudando, com pouco tempo para preparar um repertório novo e aprofundar a compreensão da música que eu conhecia, ou achava que conhecia.

Foi quando eu estava em Paris certa vez, ensaiando, que tive a grande e inesperada sorte de encontrar Marco Postinghel, um instrumentista de fagote e de continuo. Primeiro ele derrubou as poucas certezas que eu tinha sobre música barroca, e então, graças a uma amizade que passei a prezar muito, levou-me a viagem maravilhosa mas exigente que afinal me levou a esta gravação. Lembro-me que na primeira tarde ele me revelou mais sobre música antiga no intervalo de poucas horas do que eu jamais tinha ouvido ou imaginado. Ninguém, anteriormente, tinha usado tantas evidências para me explicar como o discurso musical, particularmente em Bach, é sustentado por múltiplos elementos que estão todos interconectados: impulso harmônico, articulação, polifonia, contraponto, forma e assim por diante. Ele explicou tudo com um entusiasmo contagiante. Subitamente percebi que não tinha tido uma preparação como artista como havia tido para ser instrumentista, e que eu precisava de um período de reflexão e estudo para preencher esse hiato. Imediatamente, cancelei uma gravação já programada das sonatas para violino e cravo de Bach e comecei a estudar e explorar como louca tudo que fosse relacionado à música antiga. Li muita música de compositores como Biber, Leclair, Tartini, Corelli, Vivaldi e muitos outros, sentindo que isso me ajudaria a entender melhor a música de Bach.

Ouvi incontáveis concertos e gravações de artistas como Harnoncourt, Gardiner, Giovanni Antonini e seu maravilhoso conjunto ‘Il Giardino Armonico’, e Ottavio Dantone, um dos maiores intérpretes de Bach que conheci, e fiquei totalmente cativada e atraída pelo que ouvi. Com essa inspiração nos ouvidos e no coração, ainda com a assistência de meu amigo Marco, comecei a estudar novamente o repertório barroco, agora de forma sistemática.

Comecei com um instrumento moderno, e à medida que meu entendimento da estética do século 18 aumentou passei a sentir – com bastante naturalidade - a necessidade de mudar para cordas de tripa e arcos barrocos. Pouco a pouco, os músicos que eu tanto admirava e que tanto haviam me ajudado em minha investigação começaram a me convidar para tocar em concertos com eles, e isso foi muito emocionante. Esta injeção de confiança da parte deles levou-me a estudar ainda mais intensamente, e a tornar o repertório barroco uma parte central de minha vida artística. Tanto é que tocar Bach tornou-se parte de meu bem-estar espiritual e emocional (uma experiência que acho bem parecida com meditação).

Hoje, quando ouço minhas antigas gravações de Bach, ainda fico muito admirada com a enorme transformação ocorrida. Reconheço a violinista, mas não a musicista. Estou ciente de que continuar a tocar e estudar as obras do gênio de Bach é um processo de exploração infindável, e que um dia eu poderei achar esta gravação surpreendente e distante também! Mas espero que ela testemunhe a seriedade, o respeito e o amor com os quais tentei abordar essa música intemporal”.
Viktoria Mullova, 2009

sábado, 30 de maio de 2009

Enciclopédia de Distúrbios Neurológicos

Todo profissional da área de saúde que reúne psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e outros, além de professores de diversos estágios (principalmente das primeiras séries), deveria ter condições de perceber que está diante de um distúrbio neurológico ao atender seu paciente ou dar aulas a seus alunos pela primeira vez. Cada uma dessas atividades tem seu histórico tradicional de distúrbios aceitáveis e normalidades tradicionais, mas o ideal é poder estabelecer uma diferença significativa entre o normal e o patológico e encaminhar o paciente/aluno para um especialista, se necessário. O índice da letra “D” da enciclopédia serve bastante bem para exemplificar o que estou dizendo:

Ele inicia com uma síndrome da qual poucos ouviram falar (Dandy-Walker), prossegue com três distúrbios psiquiátricos muito importantes (delírio, demência e depressão), lista uma droga utilizada tradicionalmente (diazepam), um assunto de interesse geral (dieta e nutrição) e alguns distúrbios que interessam especialmente aos professores e fonoaudiólogos (dislexia e disartria). O conhecimento interdisciplinar proporcionado por uma enciclopédia desse gênero certamente trará benefícios para todos (profissionais, pacientes, alunos).

Os verbetes estão muito bem redigidos (sendo, portanto, de fácil leitura), e aqueles que abordam os distúrbios e condições mais importantes/conhecidos trazem ilustrações (coloridas) muito boas e até uma minibibliografia, sendo as mais extensas delas divididas em itens como Livros, Periódicos, Organizações, Websites e Outros. Um índice quilométrico (e exaustivo, por certo) completa a obra.

The Gale Encyclopedia of Neurological Disorders (2 Volume Set)
Gale 2005 1025 Pages PDF 13MB
http://rapidshare.com/files/238800429/Gal.Ency.rar ou http://www.uploading.com/files/VLUPAEC3/Gal.Ency.rar.html

Aprender alemão

Qualquer bebê aprende uma ou várias línguas perfeitamente, à medida que vai crescendo, mas para adultos a coisa é mais complicada. Para os brasileiros, a língua alemã tem fama de ser a mais difícil das línguas ocidentais para se aprender depois de burro velho (isto é, depois dos sete ou oito anos de idade), mas eu acho que é apenas uma questão de perseverança e interesse, juntamente com o abandono do perfeccionismo. Minha fórmula sempre foi a mesma, para o aprendizado de qualquer língua: ler jornais e revistas, ver filmes, ouvir música popular com a letra da canção em mãos (pelo menos no início), e imergir o mais que puder na cultura mais poderosa que utilizar a língua que se deseja aprender. O inglês, por exemplo, tem suas variantes: da Austrália, da Jamaica, dos USA, da Inglaterra, etc. O chinês também tem, mas o estrangeiro precisa aprender o mandarim. O alemão que deve ser estudado: berlinense básico, ou o mais próximo disso.

Recomendo então, sem qualquer ordem de chegada: um dicionário confiável e bilíngue (alemão-português e português-alemão no mesmo volume, com ênfase na primeira parte, é claro). E mais:

As notícias diárias devem ser procuradas em jornais alemães, que estão no excelente site Newseum (aproveite para ler outras línguas...)

Colloquial German
Routledge 1998 English/German PDF 109.93MB 353 pages
http://rapidshare.com/files/236051629/ColloquialGerman_LACDMY.part1.rar
http://rapidshare.com/files/236050519/ColloquialGerman_LACDMY.part2.rar
(livro mais material de áudio)

Rocket Languages: German
Rocket Languages English MP3+PDF 2005 380 MB 48/64kbps
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Marc, Practice Makes Perfect: German Pronouns and Prepositions
McGraw-Hill 2006 192 pages PDF 2,2 MB
http://depositfiles.com/files/qxpds5xog

German Demystified
Publisher: McGraw-Hill Pages: 432 2007 PDF 2 MB
http://uploading.com/files/AY3630DO/0071475613.rar.html ou
http://uploadbox.com/files/6abf48e0dd

Ed Swick, Practice Makes Perfect: German Vocabulary
McGraw-Hill 2007 256 pages PDF 1 MB
http://depositfiles.com/files/efumm4lp8

Helen Davies, Stefanie Steiner, Das Bildwörterbuch
Ars Edition GmbH 2001 96 pages DJVU 14,5 MB
http://depositfiles.com/files/l860qktxv

Cherel, German Without Toil
Assimil 1974 408 pages PDF + mp3 11,1 + 77,1 MB
http://depositfiles.com/files/g3h4axpc2

Alicia & Stephan Muller, The Complete Idiot's Guide to Learning German
Alpha 2000-06-19 352 pages PDF 3,4 MB
http://depositfiles.com/files/qmdbluacv

Ronald D. Flack In-Flight German: Learn Before You Land
Living Language 2001-06-19 20 pages mp3 45,3 MB
http://depositfiles.com/files/5739453

Se eu topar com mais coisas boas, volto ao assunto.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Poesia Inglesa

No blog Metafilter está essa indicação preciosa: “Spenser and the Tradition: English Poetry 1579-1830 é um banco de dados gigante de poesia inglesa que traça a influência do grande poeta do século 16, Edmund Spenser sobre a poesia inglesa durante 250 anos. Há mais ou menos 25 mil textos diferentes no site, mais de 6000 poemas – desde clássicos famosos até efemérides obscuras – e mais milhares de biografias e comentários. Como seriam necessários anos para se ler todo o material, fico feliz em dizer que há um guia para se navegar pelo banco de dados, uma visão geral de seu conteúdo, um resumo estatistístico e um ensaio sobre tradição e inovação. O imenso banco de dados, que começou como uma pilha de cartões de índice, foi compilado em sua maior parte por David Hill Radcliff, Professor na Virginia Tech, no decurso de mais de 17 anos. Postado por Kattullus.”

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Anatomia cerebral humana

... em imagens computadorizadas. Este é o livro de hoje, e bom proveito. Diz a editoria:

“As modernas imagens de tomografia estão revelando a estrutura do cérebro humano em detalhes sem precedentes. Esse progresso, entretanto, traz um problema crítico para os neurocientistas e os clínicos de profissões relacionadas ao cérebro: como encontrar o caminho nas atuais imagens tomográficas de modo a identificar um local cerebral em particular, seja normal ou danificado pela doença? O problema se torna ainda mais difícil por causa da grande amplitude de variação neuroanatômica. Preparado por uma especialista de ponta em técnicas avançadas de imagem cerebral, este mapa singular é um guia para a localização de estruturas cerebrais que ilustra o grande campo da variação neuroanatômica. Ele se baseia na análise de 29 cérebros normais obtida a partir de reconstruções tridimensionais de tomografias por ressonância magnética de pessoas vivas. Também fornece 177 seções (coronal, axial e parassagital) de um desses cérebros, de modo que a mesma estrutura apresentada na seção obtida em uma incidência pode ser identificada na seção de outra incidência. Seções adicionais (209) de outros dois cérebros com configurações gerais diferentes são incluidas nas mesmas incidências, de modo que os leitores possam se familiarizar com a variabilidade de imagens padronizadas que resultam de diferentes formas de crânios. Quarenta e seis cérebros normais, segmentados nos dois lobos principais, também estão incluídos. O atlas se baseia na técnica de renderização de voxel desenvolvida no laboratório da autora, que permite a reconstrução do cérebro em três dimensões. A técnica permite a identificação dos sulcos e giros principais com mais ou menos o mesmo grau de precisão que pode ser obtido na mesa de autópsia. O livro contém 50 páginas de ilustrações coloridas".

Hanna Damasio Human Brain Anatomy in Computerized Images
Oxford University Press 2005 560 pages PDF 50,6 MB
http://rapidshare.com/files/238131848/0195165616.rar

terça-feira, 26 de maio de 2009

O desenvolvimento do sistema nervoso

Para quem estuda neurociência porque precisa aprofundar seus conhecimentos para acompanhar os progressos teóricos e práticos de seu campo de atividade, livros sobre áreas básicas são víveres de primeira necessidade. Este é um deles, como se pode ver pela apresentação da editora:

“O cérebro humano – talvez o objeto mais complexo do nosso universo – é composto de bilhões de células e trilhões de conexões. É de fato uma maravilha de enormes proporções. Apesar de estarmos longe de uma compreensão completa de nossos cérebros, o estudo da maneira como os constituintes do sistema nervoso, neurônios e glias, funcionam para produzir sensações, comportamentos e processos mentais de ordem superior tem sido uma área bastante produtiva da ciência. Entretanto, cada vez mais os neurocientistas percebem que estamos estudando o crescimento de um alvo móvel, e que as modificações são parte integral da função cerebral, formando a própria base de aprendizagem, percepção e desempenho. Para entender a função cerebral, então, temos que entender como os circuitos surgem e de que maneira se modificam durante seu amadurecimento. Santiago Ramón y Cajal, um dos fundadores da moderna neurociência, foi capaz de obter seus notáveis progressos em estudos sobre a base celular do sistema nervoso em grande parte por causa de seu trabalho com o cérebro embrionário, escolhendo estudar 'a madeira jovem, no estágio de formação... mais do que a ... impenetrável ... floresta completamente formada'”.

Development of the Nervous System, D. H. Sanes, T. A. Reh, & W. A. Harris
Academic Press 2nd edition (2005) Pages: 392 PDF 36.52 MB
http://uploading.com/files/98Y2E3PD/DeveNerv.rar.html ou
http://www.file-rack.com/files/0dro94ofQsWq/DeveNerv.rar.html ou
http://www.filefactory.com/file/ag2ef2a/n/DeveNerv_rar

domingo, 24 de maio de 2009

Simulação do Cérebro: o projeto Blue Brain

Cérebro simulado mais próximo do pensamento
por Jason Palmer, Repórter de ciências, BBC News, Praga

Uma simulação detalhada de uma pequena região de um cérebro construído molécula por molécula foi montada e recriou resultados experimentais de cérebros verdadeiros.

O “Blue Brain” foi instalado em um corpo virtual, e sua observação oferece as primeiras indicações da base molecular e neural do pensamento e da memória. Colocar a simulação em escala com o cérebro humano é apenas uma questão de dinheiro, diz o chefe do projeto.

O trabalho foi apresentado no encontro Tecnologias Futuras da Europa, em Praga. O projeto Blue Brain foi lançado em 2005 como o mais ambicioso esforço de simulação jamais realizado. Enquanto muitas simulações computadorizadas tentaram codificar computações semelhantes às que faz o cérebro, ou mimetizar partes do sistema nervoso e cérebros de diversos animais, o projeto Blue Brain foi concebido para fazer a engenharia reversa de cérebros de mamíferos a partir de dados reais de laboratório e construir um modelo de computador até o nível das moléculas que o constituem.

A primeira fase do projeto agora está completa. Os pesquisadores modelaram a coluna neocortical – uma unidade do cérebro dos mamíferos conhecida como o neocórtex, e que é responsável pelas funções superiores do cérebro e pelo pensamento. “O importante da coluna neocortical é que você pode pensar nela como se fosse um processador isolado. É bem semelhante no rato e no homem – um pouco maior e mais larga nos humanos, mas o diagrama de circuito é muito similar”, disse ao BBC News Henry Markram, líder do projeto Blue Brain e fundador do Brain Mind Institute, da Suiça. Ele acrescentou que quando a evolução descobriu esse “segredo dos mamíferos”, ela o duplicou muitas e muitas vezes e então “usou-o à medida que precisou cada vez mais de funcionalidade”.

Quase lá

O professor Markram disse à conferência da Ciência Além da Ficção que a coluna está sendo integrada em um agente de realidade virtual – um animal simulado em um ambiente simulado, de modo que os pesquisadores sejam capazes de observar as atividades detalhadas da coluna à medida que o animal se move por aquele espaço.

“Ele começa a aprender coisas e começa a se lembrar de coisas. Você pode realmente ver o animal recuperar uma lembrança e de onde ela vem, porque podemos refazer o caminho de toda a atividade de cada molécula, cada célula, cada conexão, e ver como a lembrança se formou”.

A próxima fase do projeto utilizará uma versão mais avançada do supercomputador Blue Gene, da IBM, que foi usado até hoje na pesquisa. “A próxima fase começa com um processo de ‘molecularização’: entramos com as moléculas e as vias bioquímicas para ir até a expressão genética e as redes genéticas. Não conseguíamos fazer isso em nosso primeiro supercomputador”.

Além disso, o Professor Markram acha que o crescimento exponencial em poder de computação permitirá que em dez ou vinte anos o projeto integre muitas facetas da medicina, até o perfil genômico, eventualmente criando um vasto banco de dados para uma “medicina personalizada”. Uma tal abordagem permitiria que os pesquisadores simulassem, no nível de um indivíduo, como iria ser a resposta a um dado remédio ou tratamento.

Artes emergentes

A conferência é um encontro para incrementar uma pesquisa multidisciplinar de alto risco referente a informação e tecnologia da comunicação (ICT – information and communication technologies), e como tal é uma mistura de muitos tipos de pesquisadores, de cientistas da computação a biólogos.

Nem todos eles concordam que as elevadas metas do projeto Blue Brain poderão ser alcançadas. Wolfgang Wahlster, do German Research Center for Artificial Intelligence, e um dos principais consultores científicos do governo alemão em ICT, acha que a estratégia reducionista do projeto tem um defeito – ele não vai distinguir a floresta das árvores.

“Imagine que você pudesse acompanhar, em um dos mais avançados chips Pentium de hoje, o que cada transistor está fazendo nesse momento”, disse ele ao BBC News. “Eu pergunto: ‘O que está acontecendo? O Word está rodando? Você está pesquisando com o Google?’ Você não saberia responder. Observando nesse nível você não pode saber a resposta. A pesquisa é muito interessante, e não estou criticando, mas não nos dá nenhuma ajuda em ciências da computação ter o comportamento inteligente dos humanos replicado”.

O Professor Markran acredita que desenvolvendo gradativamente a partir de uma coluna neocortical até o neocórtex completo, as “propriedades emergentes” etéreas que caracterizam o pensamento irão, passo a passo, se tornando aparentes.

“Elas não são coisas facilmente predizíveis apenas conhecendo-se cada elemento – por definição – mas reunindo-as você pode explorar os princípios, de onde elas vieram. Basicamente, é disso que estamos atrás: entender os princípios das propriedades emergentes”. Essas propriedades emergentes levam à própria essência de ser humano – a percepção espacial dos animais inferiores progride até pontos de vista políticos e expressão artística nos seres humanos.

Quando indagado se a simulação produziria algo artístico ou uma invenção, o Professor Markran disse que era simplesmente uma questão de dinheiro. “Se não for uma questão de tempo, é uma questão de dólares. A psicologia existe hoje, e a tecnologia existe hoje. É uma questão de saber se a sociedade quer isso. Se ela quiser isso em dez anos, vai tê-lo em dez anos. Se quiser em mil anos, podemos esperar”.

História da BBC News: http://news.bbc.co.uk/go/pr/fr/-/1/hi/sci/tech/8012496.stm Publicado: 2009/04/22 12:46:13 GMT © BBC MMIX

Quem quiser saber mais sobre o projeto Blue Brain (e vale à pena, acredite-me), o endereço é http://bluebrain.epfl.ch/page18699.html , onde há uma discussão detalhada e exemplificada da coisa toda. O site é da École Polytechnique Fédérale de Lausanne (EPFL), Suiça, e tem vídeos e fotos. Essas fotos da mediateca da EPFL são excelentes, e algumas até levam a uma “metacognição” (neurônios pensando sobre neurônios, e é melhor parar por aqui).

A ilustração acima é a número 2, Neurônios em uma coluna, que é assim descrita: "Outra visão do microcircuito neocortical, enfatizando os axônios pendentes dos neurônios piramidais que passam informações a partir do neocórtex. Os neurônios piramidais compreendem 80% dos neurônios do neocórtex".

sábado, 23 de maio de 2009

Linguística Matemática, de Kornai

Este livro é elogiado urbe et orbe (isto é, por toda a torcida do Flamengo), mas quando Geoffrey Pullum (Professor, University of Edinburgh, UK) diz que ele é “uma realização notável, uma leitura essencial para todos os linguistas que procuram estar bem informados sobre as aplicações da matemática nas ciências da linguagem”, já estou convencido (vejam o currículo dele em http://ling.ed.ac.uk/~gpullum/biodata.html). Pullum é coautor (com Rodney Huddlestone) da Cambridge Grammar of the English Language (2002), a obra definitiva (por muitos anos, pelo menos) sobre o assunto. Andras Kornai, o autor de Mathematical Linguistics, inicia o prefácio com o seguinte texto:

“A linguística matemática tem raízes tanto no método axiomático de Euclides (c. 325-265 AC) como no método de descrição gramática de Panini (c. 520-460 AC). Certamente, tanto Euclides como Panini se valem de um considerável volume de conhecimento reunido por seus precursores, mas a sistematicidade, o detalhamento e o alcance dos Elementos e dos Ashtadhyayï os colocam entre os grandes marcos de toda a história intelectual, mesmo se desconsiderarmos o progresso metodológico chave que fizeram.

Como veremos, os dois métodos são fundamentalmente muito similares: o método axiomático começa com um conjunto de afirmações que se supõe verdadeiras, e transfere a verdade dos axiomas para outras afirmativas por meio de um conjunto fixo de regras lógicas, enquanto o método gramatical é iniciar com um conjunto de expressões que se supõe gramaticais tanto em forma quanto em significado e transferir a gramaticidade para outras expressões por meio de um conjunto fixo de regras gramaticais.

Talvez por nosso assunto ter atraído os esforços de algumas das mais poderosas mentes (e eu sublinho aqui a de A. A. Markov) desde a antiguidade até a época atual, não existe apenas um texto introdutório facilmente acessível de linguística matemática. De fato, para o matemático todo o campo da linguística pode parecer impossivelmente atolado em controvérsias, e nem o formidável corpo de conhecimento empírico sobre as línguas nem os padrões de argumentação linguística oferecem qualquer ponto de entrada.

Aqueles com uma inclinação mais pósmoderna podem até chegar a duvidar da existência de um núcleo sólido de conhecimento matemático, quase sempre apontando para falsos teoremas e provas incompletas ou totalmente erradas que se esgueiram pelo processo de revisão por especialistas a uma taxa talvez alarmante. Mais do que tentar sufocar essas dúvidas em rios de tinta filosófica, o presente livro simplesmente prosseguirá more geometrico (à maneira da geometria) a exibir esse sólido núcleo de conhecimento. Nos capítulos 3-6 apresento as principais ramificações de linguística, fonologia, morfologia, sintaxe e semântica”.

Andras Kornai , Mathematical Linguistics 1st edition (2007) 290 pages PDF 1,6 Mb
http://depositfiles.com/files/2874103

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Neurociência para neurologistas

Vista de outro ângulo, a neurociência mostra detalhes que podem enriquecer nossa compreensão do todo. Leia as abobrinhas da editoria: “Escrito por especialistas do campo, esse oportuno livro apresenta os princípios científicos que formam a base da neurologia. Visa trazer o leitor desde o genoma humano, através da expressão genética, até a patologia molecular e celular, e subsequentemente até as investigações e experiências clínicas contemporâneas. Cada contribuição inclui uma discussão sobre o futuro do campo e enfatiza áreas de crescimento potencial, além de sua relevância para a prática clínica de rotina durante a próxima década. (...)”
Parece promissor...

Patrick F. Chinnery Neuroscience for Neurologists Imperial College Press 1st edition (2006) PDF 468 pages 24MB
http://rapidshare.com/files/79505458/1860946577.rar

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Uma epifania em quadrinhos: Robert Crumb

Este post é para dividir com os leitores um achado: obras e mais obras de Robert Crumb, o universal desenhista americano que sacudiu as décadas de 60 e 70 (principalmente). Seus primeiros desenhos foram publicados na Zap Comix em 1967, mas sua paixão sempre foram as histórias em quadrinhos, das quais foi o Jean-Jacques Rousseau (como diz o uploader dessas obras, que pirateio aqui – as obras e o uploader), confessando suas inibições, seus fantasmas, suas dificuldades de relacionamento, suas frustrações, todas as misérias da condição humana. Crumb foi o desenhista da capa do primeiro disco de Janis Joplin, Cheap Thrills, com Big Brother and the Holding Company. Criou Fritz the Cat e Mr. Natural, duas figuraças.

“Crumb nos deixa um testemunho histórico sobre o período chamado de ‘psicodélico’, sobre as experiências com LSD, sobre a liberação sexual – que ele só pôde vivenciar depois de se tornar célebre. Sua obra é caracterizada por uma grande nostalgia: os blues dos anos 1930, as mudanças do vestuário, etc. Ele se coloca totalmente fora do sistema: não toca em um centavo do desenho animado de Fritz the Cat (tinha horror a essa obra – feita por outro artista - e assassinou Fritz assim que o desenho animado chegou às telas), e recusa-se a desenhar uma pochette para os Rolling Stones porque não gosta da música deles. Em 1994, Terry Zwigoff fez um documentário consagrado à sua carreira, sua vida e sua família. Em 1999, ganhou o Le Grand Prix de la ville d’Angoulême pelo conjunto de sua obra. Crumb vive na França desde 1993 com sua mulher, Aline Kominsky-Crumb. Toca banjo e bandolim na banda Os Primitivos do Futuro”.

A mens sana in corpore sano, a vida dedicada à castidade e à modéstia, o puritanismo e a caretice são opções pessoais perfeitamente válidas, mas se forem sua praia é melhor não ler as obras de Crumb. Eu avisei...

ANTICLÍMAX - parece que alguns ou todos os links de Crumb estão 'fora do ar' ou desativados. Sinto muito pela frustração, que é minha também. Vou procurar novos hospedeiros desses mesmos links e volto ao assunto.

Art and Beauty 1-2
http://rapidshare.com/files/76349158/Crumb-Art_and_Beauty_1-2.zip
--> 29,5

Artistic Comics 3rd Ed
http://rapidshare.com/files/76349160/crumb-Artistic_Comics__3rd_Edition_.rar
--> 27,7

Belly Button Comix 1-2
http://rapidshare.com/files/76349162/crumb-Belly_Button_Comix_1-2.zip
--> 25,3

Best Buy Comics 1st Ed
http://rapidshare.com/files/76363279/crumb-Best_Buy_Comics__1st_Edition_.rar
--> 12,7

Big Ass Comics 1-2
http://rapidshare.com/files/76363282/crumb-Big_Ass_Comics-1-2.zip
--> 20,4

Bijou Funnies [1-8]
http://rapidshare.com/files/76395899/crumb-Bijou_Funnies0_1-8_.zip
--> 93,1

Black & White Comics 01 1st Ed
http://rapidshare.com/files/76405164/crumb-Black___White_Comics_01_1st_Ed.rar
--> 10,4

Complete Crumb V 10
http://rapidshare.com/files/76405165/crumb-Complete_V10.rar
--> 64,1

Despair 01 5th Ed
http://rapidshare.com/files/76412607/crumb-Despair_01.rar
--> 10

Dirty Laundry [1-2]
http://rapidshare.com/files/76412608/crumb-Dirty_Laundry_1-2_.zip
--> 26,2

El Perfecto
http://rapidshare.com/files/76495514/crumb-El_Perfecto.rar
--> 9,7

Home Grown Funnies 12th Ed
http://rapidshare.com/files/76499511/crumb-Home_Grown_Funnies.rar
--> 11,7

Hup [1-4]
http://rapidshare.com/files/76499512/crumb-hub_1-4_.zip
--> 55,5

Id [1-3]
http://rapidshare.com/files/76502928/crumb-Id_1-3_.zip
--> 20,7

Motor City Comics [1-2]
http://rapidshare.com/files/76509140/crumb-Motor_City_Comics_1-2_.zip
--> 18,8

Mr Natural [1-3]
http://rapidshare.com/files/76512579/crumb-Mr_Natural_1-3_.zip
--> 29,4

Mystic Funnies [1-3]
http://rapidshare.com/files/76519410/crumb-Mystic_Funnies_1-3_.zip
--> 71,4

Peoples Comics 3rd Ed
http://rapidshare.com/files/76525141/crumb-Peoples_Comics.rar
--> 11,4

Self-Loathing Comics
http://rapidshare.com/files/76528607/crumb-Self-Loathing.rar
--> 23

Snatch T 01
http://rapidshare.com/files/76561002/crumb-Snatch.rar
--> 4,9

Snoid
http://rapidshare.com/files/76561005/crumb-snoid.rar
--> 17,9

The Peoples' Comics
http://rapidshare.com/files/76566447/crumb-The_Peoples.rar
--> 8,9

Unneda Comics
http://rapidshare.com/files/76566448/crumb-Uneeda_Comix.rar
--> 10,5

Weirdo [1-3]
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A calma dessa gente...

No Digg, podemos ler: “Pesquisadores da Swinburne University of Technology em Victoria, Australia, desenvolveram um material óptico capaz de armazenar informações em cinco dimensões. Utilizando três comprimentos de onda e duas polarizações da luz, os pesquisadores australianos foram capazes de gravar seis padrões diferentes no âmbito da mesma área. O material é feito de camadas de nanobastões de ouro suspensas em plástico transparente que foi achatado sobre um substrato de vidro, e múltiplos padrões de dados podem ser escritos e lidos no âmbito da mesma área do material sem interferência. A equipe conseguiu uma densidade de armazenamento de 1,1 terabytes por centímetro cúbico gravando dados em pilhas de dez camadas de nanobastões” (Via Slashdot).

Mas o Slashdot é um site que recebe e publica comentários. Então a coisa se desenvolve quando o pessoal escreve:

... se v. acrescentar uma sexta dimensão (tempo), pode armazenar uma quantidade quase infinita de informações. Mas recuperar essas informações é dureza.
... não existe ‘a’ dimensão número tal; uma dimensão é apenas uma propriedade ou variável que pode ser modificada independentemente de outras dimensões desse contexto. Assim, em diversas áreas da física, as quatro dimensões que v. usa em equações e outras coisas quase sempre incluem o tempo, mas isso não quer dizer que o tempo seja alguma dimensão universal a ser encontrada em todas as equações. Para esse armazenamento, o quando de sua leitura/escrita dos dados é irrelevante, por exemplo, se v. escrever 1 às 4 da tarde vai dar no mesmo que escrever 1 às 5 da tarde. Mas se v. escrever em outra cor, então os dados ficam diferentes, isto é, os dados de qualquer localização podem ser expressos como uma função da intensidade de cada uma dessas três cores (ou comprimentos de onda) e a intensidade das duas polarizações de luz diferentes – cinco dimensões. Se, por exemplo, v. quiser falar sobre a massa de qualquer dos pontos onde os dados estão armazenados, aí o que interessa é quantos átomos existem lá, e nada mais é relevantwe, e assim v. diz que só existe uma dimensão. Como v. vê, então, dimensões não são coisas universais, são puramente contextuais.
... chegamos à Era de Aquarius?
... o que eles querem dizer é que podem armazenar seis coisas diferentes no mesmo lugar. Não é a mesma coisa que ter seis dimensões.
... não é um uso errado da palavra ‘dimensão’. É que v. está acostumado a pensar apenas em dimensões espaciais, e outros sentidos restritos do termo.
Tem conversa pra mais de metro. Veja no Slashdot.

Sensação e Percepção

Tenho a impressão de que se este manual for tudo aquilo que diz (e parece) ser, trata-se de uma excelente escolha para aqueles que lidam com neurocognição, psicologia e até filosofia (o empirismo inglês, a fenomenologia e a epistemologia em geral, por exemplo). Aqui está uma introdução da editoria:

“Este manual apresenta o mais alto nível de desenvolvimento no campo da percepção por meio de uma revisão feita por especialistas, com ênfase em novas descobertas e abordagens. Ele examina todo o domínio da percepção, incluindo visão, audição, paladar, olfato e sensibilidade cutânea. É ideal para pesquisadores e professores que necessitam de descrições sucintas e atuais de áreas fora de sua especialidade, e para aqueles que desejam conhecer as atuais pesquisas e as futuras tendências. Ele utiliza uma abordagem tutorial, que resulta em uma descrição equilibrada dos tópicos, e uma seção de ‘Leituras Selecionadas’ indica referências bibliográficas gerais que fornecem tratamentos mais detalhados de cada assunto. A seção ‘Tópicos Adicionais’ fornece informações sobre importantes temas. O livro foi escrito pelos principais e mais conhecidos profissionais de cada área”.

E. Bruce Goldstein, Blackwell Handbook of Sensation and Perception
Wiley-Blackwell 2005 800 pages PDF 5,8 MB
http://depositfiles.com/files/bl52lbi5x

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Métodos (interativos) de estudo da mente

"A evolução da neurociência cognitiva recebeu um grande impulso com o desenvolvimento de técnicas investigativas crescentemente sofisticadas para o estudo da cognição humana. Em Methods in Mind, os especialistas examinam a grande variedade de ferramentas disponíveis para os neurocientistas cognitivos, dando especial atenção às maneiras como diferentes métodos podem ser integrados para fortalecer os achados empíricos, e como usos inovadores de técnicas já estabelecidas podem ser desenvolvidos. (...)

Cada capítulo explora uma abordagem diferente. Elas incluem: estimulação magnética transcraniana (transcranial magnetic stimulation), neuropsiquiatria cognitiva, estudos de lesões em primatas não humanos, modelagem computacional, psicofisiologia, neurônios isolados e comportamento de primatas, computação de grade, movimentos de olhos, fMRI, eletroencefalografia, imagem de genética, magnetoencefalografia, neurofarmacologia e neuroendocrinologia. Como deve ser, os autores focalizam a convergência e a inovação em seus campos; os capítulos enfatizam tais inovações entre os métodos como o uso do sinal de fMRI para estabelecer limites da magnetoencefalografia, o uso de eletroencefalografia (EEG) para guiar a estimulação magnética transcraniana rápida em uma frequência específica, e a integração bem sucedida de neuroimagem e análise genética. As abordagens computacionais dependem de um crescente poder de computação, e um dos capítulos descreve o uso de computação de grade, ou distribuída, para analisar conjuntos maciços de dados do ciberespaço. Cada autor de capítulo é uma autoridade na técnica que discute".

Contribuem: Peyman Adjamian, Peter A. Bandettini, Mark Baxter, Anthony S. David, James Dobson, Ian Foster, Michael Gazzaniga, Dietmar G. Heinke, Stephen Hall, John M. Henderson, Glyn W. Humphreys, Andreas Meyer-Lindenburg, Venkata Mattay, Elisabeth A. Murray, Gina Rippon, Tamara Russell, Carl Senior, Philip Shaw, Krish D. Singh, Marc A. Sommer, Lauren Stewart, John D. Van Horn, Jens Voeckler, Vincent Walsh, Daniel R. Weinberger, Michael Wilde, Jeffrey Woodward, Robert H. Wurtz, Eun Young Yoon, Yong Zhao.

Carl Senior, Tamara Russell , Michael S. Gazzaniga
Methods in Mind (Cognitive Neuroscience) The MIT Press (2006) 394 pages PDF 3 Mb
http://depositfiles.com/files/2682119

terça-feira, 19 de maio de 2009

O Cérebro Assimétrico

“A crença popular de que o hemisfério cerebral esquerdo é dominante para a linguagem, e o direito para as funções visuoespaciais, é incompleta e até enganadora. As pesquisas mostram que existem assimetrias em todos os níveis do sistema nervoso e elas se aplicam a processos emocionais, assim como a processos cognitivos superiores. Indo além do livro anterior dos mesmos autores, Brain Asymmetry (Assimetria Cerebral), este livro reflete o pensamento mais recente sobre assimetrias funcionais e seus correlatos estruturais na anatomia do cérebro. Ele enfatiza pesquisas que utilizam novas técnicas de neuroimagem e de neuroestimulação, como imagem por ressonância magnética (MRI e fMRI), tomografia por emissão de pósitrons (PET - positron emission tomography), magnetoencefalografia (MEG - magnetoencephalography) e estimulação magnética transcraniana (TMS - transcranial magnetic stimulation). Ele também examina aplicações clínicas das pesquisas de assimetria. O livro contém seções sobre modelos animais e funções básicas, estudos de neuroimagem e estimulação cerebral, lateralidade visual, lateralidade auditiva, lateralidade emocional, distúrbios neurológicos e distúrbios psiquiátricos”.

Kenneth Hugdahl & Richard J. Davidson , The Asymmetrical Brain The MIT Press; 1st edition (2004) 809 pages PDF 14,4 Mb
http://depositfiles.com/files/2466135

segunda-feira, 18 de maio de 2009

O cérebro toma forma

Apesar do nome, The Brain Takes Shape: An Early History (O cérebro toma forma: uma história inicial), este livro não trata da evolução anatômica e/ou fisiológica do cérebro (humano), mas sim da evolução conceitual e científica das considerações sobre nosso “refrigerador” aristotélico. Aqui, Martensen procura fazer história da ciência acerca de uma época em que a própria ciência era conhecida por outro nome (filosofia natural). E alerta o leitor para as dificuldades em transpor concepções do mundo entre épocas tão diversas como o século 17 e o século 21, ilustrando esse fato com cuidadosa consulta aos textos mais importantes da época (muitos dos quais em latim, com tradução revisada/feita por ele). Sem ser preciosista, Martensen descreve detalhadamente a situação histórica e epistemológica daquela época, sempre com ênfase no contexto inglês onde se dá o desenrolar dos acontecimentos.

O New England Journal of Medicine dá sua opinião: “Este é um livro bem pesquisado sobre um importante tópico que ainda não está bem representado na história da ciência: a transformação, principalmente no decorrer do século 17, da crença popular de que o coração seria o principal lugar da personalidade, para a crença de que, de fato, o cérebro exerce esta função”. W. F. Bynum, médico, PhD e Fellow of the Royal College of Physicians (FRCP), além de membro do Wellcome Trust Centre for the History of Medicine, University College London, também dá sua opinião: “Os acadêmicos sempre louvam os importantes papéis dos conceitos teológicos e filosóficos na construção da ciência e da medicina modernas. Robert Martensen levou isso a sério, e seu livro demonstra convincentemente como nossas idéias modernas sobre mente e corpo foram elaboradas pela primeira vez no século 17, quando a filosofia, a teologia e a ciência eram interligadas. O resultado é uma história cultural da biomedicina no melhor estilo”.

Robert L. Martensen, The Brain Takes Shape: An Early History Oxford University Press 1st edition (2004) 280 pages PDF 14,9 Mb
http://depositfiles.com/files/2442126

Ciência Cognitiva: uma introdução filosófica

Este é o tipo de livro que facilmente pode ser uma droga, uma perda de tempo. Rom Harré, como se pode ler na p. 5, diz que é um livro-texto escrito para um curso. Deve ser mesmo, porque a bibliografia remete a textos antigos e básicos como Locke (1690, An Essay Concerning Human Understanding), Kant (1787, Critique of Pure Reason), La Mettrie (1749, L’Homme Machine), Darwin (1859, On the Origin of Species) e muitos outros, e também a standards mais modernos como Wundt, Wittgenstein, Saussure, Sapir, Ryle, Searle etc., ainda que não a Mehler, Dehaene, Dupuy, Pinker, Chomsky, Bates, Damasio, Baron-Cohen e dezenas de outros. E para uma introdução filosófica à ciência cognitiva, deixar Husserl e a fenomenologia de lado é como falar de MPB e deixar Tom Jobim de lado. Diz o texto da editoria: “Este é o primeiro livro-texto importante a oferecer uma revisão verdadeiramente abrangente da ciência cognitiva em seu sentido mais completo. Estendendo-se de modelos de inteligência artificial dos processos neurais e da psicologia cognitiva até recentes teorias culturais e discursivas, Rom Harré oferece uma integração original e ainda assim acessível do campo”. Esta abrangência ‘em seu sentido mais completo’ não inclui o livro de AI mais lido e citado de todos os tempos, Artificial Intelligence, A Modern Approach (Russell & Norvig), ou Freud, William James e o gestaltismo, além dos onipresentes Cosmides & Tooby. Bem, fica a critério dos leitores...
Rom Harré Cognitive Science: A Philosophical Introduction Sage Publications Ltd 2002 336 pages PDF 1,6 Mb http://depositfiles.com/files/4695952

domingo, 17 de maio de 2009

A Neurociência Cognitiva da Música

“Há poucas coisas mais excitantes do que um campo científico inteiramente novo, uma nova tentativa de compreender outro aspecto da nossa existência humana – e agora é a vez da música. Aqui está uma reunião de trabalhos dos melhores nesta disciplina, tentando esmiuçar exatamente o que ocorre no cérebro quando temos a experiência da música. É um assunto muito vasto, e os editores devem receber aplausos por reunir tanto conhecimento em um só volume... O livro tem de tudo, e alguns capítulos são bem mais acessíveis do que outros para o neurocientista em geral – mas isto é uma crítica sem importância. Cada capítulo se exprime como uma seção de uma pequena orquestra, contribuindo para o magnífico total”. (The Lancet Neurology)

The Cognitive Neuroscience of Music Oxford University Press 1st edition (2003) 484 pages PDF 6.64 MB
http://www.megaupload.com/?d=XUPWX11H

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Fundamentos Lógicos da Cognição, etc.

The Logical Foundations of Cognition, de 1994, é o volume 4 da coleção Vancouver Studies in Cognitive Science. Foi editado por John Macnamara (McGill University) e Gonzalo E. Reyes (Université de Montréal), e publicado pela Oxford University Press. Os comentários editoriais:

“Este importante livro apresenta contribuições decisivas para a recente síntese de lógica e psicologia cognitiva. Os lógicos, que tipicamente se interessam por processos ideais de raciocínio, raramente cruzaram o caminho dos psicólogos cognitivos, que tratam de questões mais empíricas. Com a introdução de uma teoria semântica marcante como a de Gonzalo E. Reyes, entretanto, os campos de algum modo se reconciliaram e juntos vêm procurando esclarecer diversos fenômenos – por exemplo, como as crianças podem dominar nomes próprios e nomes de contagem, e assim adquirir conhecimento. (...) Este livro detalha as inadequações da lógica clássica em seu manejo da linguagem comum e revela as perspectivas de se aplicar uma simbiose entre lógica e psicologia à psicologia cognitiva, ciência cognitiva, linguística, filosofia da linguagem e à própria lógica. Interessante e erudito, The Logical Foundations of Cognition será interessante para psicólogos, filósofos, linguistas e cientistas da computação”.

The Logical Foundations of Cognition 384 pages Oxford University Press 1994) PDF
http://uploading.com/files/2SDYJ37U/0195092155.rar.html

O etc. é Models and Cognition, de Jonathan A. Waskan, de 2006, que propõe outra coisa. Nas palavras da editoria:

“Neste livro pioneiro, Waskan desafia o modelo dominante de representação mental da ciência cognitiva e propõe uma alternativa nova e bem modelada. A visão tradicional das ciências cognitivas usa um modelo linguístico (proposicional) de representação mental. Esse modelo de cognição baseado em lógica dá forma e também limita tanto a tradição clássica da inteligência artificial como a modelagem da tradição conexionista. É insuficiente quando confrontado com o problema da referência – a ausência de uma maneira (baseada em princípios) para determinar quais características de uma representação devem ser atualizadas quando novas informações tornam-se disponíveis. As alternativas propostas, incluindo o modelo imagístico, até agora não resolveram esse problema. Waskan propõe, então, a hipótese dos Modelos Cognitivos Intrínsecos (ICM – Intrinsic Cognitive Models), que argumenta que os estados representacionais podem ser conceitualizados como o equivalente cognitivo de modelos de escala.

Waskan defende ainda que a proposição de que os humanos abrigam e manipulam essas contrapartidas a modelos de escala oferece a única explicação viável para aquilo que mais claramente diferencia os humanos de outras criaturas: sua capacidade de se empenhar em manipulações de representações que preservem a verdade. A hipótese ICM, afirma ele, pode se distinguir de explicações de base sentencial da preservação da verdade de uma maneira que é totalmente compatível com o que se conhece sobre o cérebro.

Waskan também desenvolve uma nova descrição de explicação, baseada na hipótese ICM, como alternativa ao tradicional modelo dedutivo-nomológico – que, afirma ele, tem as mesmas deficiências que outras descrições de base sentencial da representação e da inferência. O ‘Modelo modelo’ de Waskan para a explicação resolve esses problemas de uma maneira que nenhuma outra descrição da explicação consegue”.
Meio esotérico, mas é isso...
Jonathan A. Waskan, Models and Cognition The MIT Press 2006 339 pages PDF 1,6 MB http://depositfiles.com/files/a6fmj8rlg

Biolinguística

“Este livro investiga a natureza da linguagem humana e sua importância para o estudo da mente. Ele indaga o que é a linguagem de um ponto de vista biológico e qual é a contribuição relativa da natureza e da educação (nature and nurture) quando uma criança aprende sua língua. Finalmente, ele pergunta como a linguagem evoluiu e examina as similaridades e diferenças entre a linguagem humana e os sistemas de comunicação dos animais. Singularmente, ele argumenta que o genético e o biológico desempenham um papel maior na aquisição da linguagem do que a instrução, o aprendizado ou determinantes culturais”.
Depois dessas palavras da editoria, só nos resta ler o livro e verificar se ficamos convencidos.

Lyle Jenkins Biolinguistics: Exploring the Biology of Language
Cambridge University Press 2001 278 pages PDF
http://depositfiles.com/files/5503835

terça-feira, 12 de maio de 2009

Pinker - como a linguagem funciona

“Quem, senão o cientista do MIT, Steven Pinker, poderia explorar um fenômeno linguístico isolado – o uso de verbos irregulares – a partir das melhores concepções da psicologia, biologia, história, filosofia, linguística e desenvolvimento da criança? Em Words and Rules, Pinker dá resposta a questões sobre essa miraculosa habilidade humana chamada linguagem, e o faz no estilo atraente e bem informado de seus outros bestsellers. À medida que as histórias transcorrem, o leitor mergulha na evolução da língua inglesa através dos séculos, com as teorias de Noam Chomsky e seus críticos, a simulação de redes neurais em computadores, os esclarecedores erros das crianças à medida que começam a falar, a trágica perda da linguagem por causa de doenças neurológicas, e outras ilustrações que usam mais jogos de palavras bem-humorados do que seria considerado possível. Pinker dá sentido a todos esses fenômenos com a ajuda de uma única idéia poderosa: a de que a essência da linguagem é um dicionário mental de palavras memorizadas e uma gramática mental de regras criativas”. (Texto da editoria)

Steven Pinker Words And Rules: The Ingredients Of Language Basic Books 1999 368 pages Djvu 3,7 MB
http://depositfiles.com/files/q9kwg10lc

segunda-feira, 11 de maio de 2009

O acaso na vida diária

Precisamos saber como pensar probabilisticamente. Um exemplo bastante conhecido é o seguinte: Após lançar uma moeda 6875 vezes, todas com o mesmo resultado (cara – um evento pouco provável, mas possível), qual a probabilidade de sair coroa no lançamento 6876? Os mesmos 50% de sempre... Você sabia? Esclarece a editora:

“Nesta segunda edição totalmente revisada de Understanding Probability, os leitores podem aprender de maneira informal sobre o mundo das probabilidades. O autor desmistifica a lei dos grandes números, os sistemas de apostas, as caminhadas aleatórias, o bootstrap, os eventos raros, o teorema do limite central, a abordagem bayesiana e muitas outras coisas. Esta nova edição tem uma cobertura mais ampla, mais explicações e exemplos com exercícios, e um novo capítulo sobre as cadeias de Markov, tornando-o uma boa escolha como um primeiro curso sobre probabilidades. Mas seu estilo leve também faz com que seja bom para que se aprenda alguma coisa sobre o assunto por conta própria, e a álgebra do segundo grau é toda a matemática necessária”.
Henk Tijms, Understanding Probability: Chance Rules in Everyday Life Cambridge University Press 2007 452 pages PDF 2,7 MB
http://depositfiles.com/files/wdpqnd31h

Esse livro está em boa companhia com:
Lawrence N. Dworsky, Probably Not: Future Prediction Using Probability and Statistical Inference (Provavelmente não: predição do futuro com o uso de probabilidades e de inferências estatísticas). Wiley-Interscience 2008 PDF 310 pages http://depositfiles.com/files/34tl8tryh

Pinker - como funciona a mente

Em resenha de Laurie Bartolini (MacMurray College Library, Jacksonville, Illinois): “Pinker, do MIT, que recebeu consideráveis aplausos por The Language Instinct (1994), volta sua atenção para como a mente funciona, e como e porque evoluiu da maneira como ocorreu. O autor se baseia principalmente na teoria computacional da mente e na teoria da seleção natural de replicadores para explicar como a mente percebe, raciocina, interage socialmente, experimenta emoções variadas, cria e filosofa. Lançando mão das teorias e pesquisas de diversas disciplinas (mais notadamente da ciência cognitiva e da biologia evolutiva), e utilizando o princípio da ‘engenharia reversa’, Pinker especula sobre o que a mente foi projetada para fazer e como evoluiu até se tornar um sistema de ‘faculdades psicológicas ou módulos mentais’. Este seu último livro é extraordinariamente ambicioso, frequentemente complexo, ocasionalmente tedioso, quase sempre divertido e consistentemente desafiador”.

Steven Pinker, How the Mind Works Penguin Books 1999 672 pages PDF 3,2 MB
http://depositfiles.com/files/975zq0r3e

domingo, 10 de maio de 2009

Brain-wise - Neurofilosofia

Vamos direto às abobrinhas da editoria: “O progresso das neurociências está modificando profundamente nossa concepção de nós mesmos. Em oposição à intuição consagrada através dos tempos, a mente parece ser um complexo de funções cerebrais. E em oposição ao desejo de alguns filósofos, não se pode superar o impacto revolucionário que a pesquisa do cérebro trará para nossa compreensão sobre como a mente funciona.

Brain-wise é a sequência da Neurophilosophy, de PS Churchland, o livro que criou uma subdivisão nessa área. De maneira clara e um pouco informal, esse livro examina antigas questões sobre a natureza da mente na nova estrutura das ciências do cérebro. Pergunta ele: qual é a base neurobiológica da consciência, do eu e do livre arbítrio? Como é que o cérebro aprende sobre o mundo externo e sobre seu próprio mundo introspectivo? O que pode nos dizer a neurofilosofia sobre a base e a importância de experiências religiosas e morais?

Valendo-se de pesquisas feitas em níveis neurais, neuroquímicos e sistêmicos, o livro nos fornece uma perspectiva atualizada do estado da neurofilosofia – o que sabemos, o que não sabemos, e para onde as coisas podem ir a partir daqui”.

Brain-Wise: Studies in Neurophilosophy Patricia Smith Churchland 2002 438 pgs http://rapidshare.com/files/51029689/Studies_in_Neurophilosophy-026253200X.rar

Por que falamos?

O nome todo do livro é Why we talk? The evolutionary origins of language (Por que falamos? As origens evolutivas da linguagem). Diz o autor, no prefácio:

“A linguagem está no centro das preocupações dos cientistas da cognição. Ainda que a estrutura da linguagem tenha sido muito estudada, o mesmo não se pode dizer de sua função. Nossa ignorância nessa área da função da linguagem é especialmente lamentável porque nosso modo de comunicação para transmitir idéias e juízos parece ser única no reino das criaturas vivas. Por que temos essa habilidade e outras espécies não têm? Estou convencido de que se aplicarmos idéias evolutivas à ciência cognitiva, podemos modificar completamente nossa compreensão dos seres humanos. A abordagem evolutiva, por ligar algumas características estruturais da linguagem à necessidade de uma função biológica, é uma maneira de reduzir a aparente complexidade dos fenômenos vivos e de trazer uma coerência até então inexistente com referência a eles. Uma das questões com que esse livro vai tentar lidar diretamente é: Que necessidade biológica existe para a linguagem?”

Jean-Louis Dessalles, Why We Talk: The Evolutionary Origins of Language
Oxford University Press 2007 400 pages PDF 1.4 MB http://rapidshare.com/files/50352289/Why_We_Talk-The_Evolutionary_Origins_of_Language-0199276234.rar

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Jesse Bering - Scientific American Mind

A revista Scientific American Mind tem uma seção chamada Bering in Mind, na qual o psicólogo e pesquisador Jesse Bering, da Queen’s University, Belfast, faz “ponderações sobre alguns dos aspectos mais obscuros do comportamento humano do dia-a-dia”. Por que o bocejo é contagioso? Por que apontamos com nosso dedo indicador, e não o polegar? Ser amamentado ao nascer influencia nossas preferências sexuais adultas? Mas Bering não se limita a essas abobrinhas “super-interessantes” – e suas colunas são escritas com seriedade e bom humor, uma mistura raríssima. Alguns títulos: Are Very Young Children Stuck in the Perpetual Present? (As crianças muito pequenas estão presas em um perpétuo presente?), Is Religion Adaptive? It's Complicated (A religião é adaptativa? É um assunto complicado), e assim por diante.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Especificidade Regional & Processamento Distribuído

Nos Precedings da revista Nature, um artigo de Lauriente, Hugenschmidt e Hayasak aborda a natureza da rete mirabile do cérebro, e seu título remete diretamente ao assunto: Mapas de Modularidade Revelam a Estrutura Comunitária do Cérebro Humano em Repouso. Na forma em que está, o texto não é bem um artigo: parece uma comunicação bem ilustrada. O corpo tem três páginas e meia, referências, e depois há quatro páginas de ilustrações bem explicadinhas. Passamos então para outro texto (Métodos Suplementares), com bibliografia e ilustrações próprias. Boa parte do interesse, então, está nessa frase do abstract (abaixo): “Estes resultados são os primeiros a cartografar a modularidade por todo o cérebro sem restringir as análises a estruturas anatômicas predefinidas”. Aqui está o abstract/resumo:

“O cérebro é uma rede complexa de neurônios interconectados que combina especificidade regional com processamento distribuído. Progressos recentes no campo da teoria das redes facilitou análises pioneiras que demonstram que a conectividade cerebral apresenta propriedades de pequeno-mundo (small-world properties) similares a outras redes auto-organizadas como a internet, o genoma, e até mesmo organizações sociais. A conectividade cerebral sustenta um processamento local e global através de vias de grande aglomeração e curta conectividade, respectivamente. Ao mesmo tempo que esses índices abrangentes de rede enfatizam a organização global da rede, a especificidade regional está relacionada à interconectividade de vizinhanças locais no interior do sistema global. O trabalho apresentado aqui avaliou a estrutura comunitária de redes cerebrais humanas em repouso para identificar as vizinhanças locais e cartografar as áreas interconectadas sobre o cérebro. O estudo identificou uma aglomeração predizível nos córtices unisensoriais. Entretanto, a inesperada estrutura comunitária da rede em modo default (DMN – default-mode network) revelou três módulos distintos e incluiu os córtices frontais laterais além das tradicionais regiões DMN. Estes resultados são os primeiros a cartografar a modularidade por todo o cérebro sem restringir as análises a estruturas anatômicas predefinidas. Tais análises fornecem uma visão isenta das comunidades de rede e prometem fornecer novas idéias sobre a organização do cérebro. A avaliação da estrutura modular do cérebro por entre os estados, durante tarefas exigentes ou em populações doentes, revelará as modificações dinâmicas de conectividade em redes cerebrais globais”.
http://precedings.nature.com/documents/3069/version/1/files/npre20093069-1.pdf

terça-feira, 5 de maio de 2009

Os Lobos Frontais Humanos: Funções e Distúrbios

Em sua segunda edição, o livro editado por Miller & Cummings se concentra em novos conhecimentos. Diz a editoria: “Agora em uma segunda edição revisada e expandida, essa influente obra sintetiza a base do conhecimento sobre os lobos frontais humanos e seu papel central em comportamento, cognição, saúde e doença. Os autores participantes tratam de neuroanatomia, neuroquímica e do funcionamento neuropsicológico normal, e descrevem a natureza e as consequências da disfunção do lobo frontal em condições neurológicas e psiquiátricas específicas. A segunda edição traz uma nova seção sobre neuroimagem estrutural e funcional e expande substancialmente a cobertura da demência frontotemporal e distúrbios relacionados. Outros tópicos novos incluem autoconsciência, competência e personalidade; novas abordagens de testes; distúrbio bipolar; e o aparecimento de distúrbios genéticos do lobo frontal na idade adulta. O livro traz cem ilustrações”. Yes, meio feijão com arroz, mas é o que temos.

Bruce L. Miller, Jeffrey L. Cummings The Human Frontal Lobes, Second Edition: Functions and Disorders The Guilford Press 2006 665 pages PDF 6,2 MB
http://rapidshare.com/files/228420827/1593853297.rar

Depois de longo e tenebroso...

Estivemos fora do ar devido à falta de energia em nossos transmissores, isto é, a telefônica Vivo me desconectou por atraso no pagamento. E, é claro, vai me cobrar como se eu tivesse usado a conexão esses dias todos, além da multa.