Vamos processar informações: quem leu, ficou sabendo que pela primeira vez na história da humanidade a população urbana agora excede a população rural. Não há uma data específica - o fenômeno foi registrado quando recenseamentos diversos foram integrados. Esta reversão vinha ocorrendo inexoravelmente nos últimos séculos, e todos já sabíamos que mais cedo ou mais tarde a mecanização da agricultura e outras importantes pressões econômicas e sociais resultariam nessa formação estatística dos agrupamentos humanos.
Ao ter conhecimento dessa nova disposição demográfica, fiquei na minha - era mais uma informação de valor estrutural aberto trazida pelo turbilhão da internet. Entretanto, ao ler Love in the Age of Self-Consciousness, de Rob Horning, perceptos semeados ao longo do texto começaram a interagir com abobrinhas diversas armazenadas na memória e minha perspectiva histórica recebeu incentivos. Pode ter sido o próprio cenário armado por Horning que determinou o viés comparativo: ele se vale do Book of the Courtier (Il Libro del Cortegiano), de Baldassare Castiglione (Veneza, 1528), para apresentar características da vida interior moderna:
Aquilo que supostamente fará sua amada saber que seu amor é sincero passa subsequentemente a fazer o papel de uma duvidosa performance de sinceridade. O amante deve controlar a representação de sentimentos que, se sinceros, estariam fora de controle, e ao mesmo tempo ele também deve reconhecer sinceridade em sentimentos que ele sabe que podem ser inventados e desenvolvidos estrategicamente. Como ele algum dia saberá se seus sentimentos são realmente sinceros se tiver que fazer constantemente a direção de cena de sua expressão?
Este é o tipo de reflexividade aniquiladora que, de acordo com o sociólogo Anthony Giddens, é uma das características definidoreas da modernidade. Segundo Giddens, estar sempre tenazmente auto-consciente se origina do nosso desenraizamento das condições e circunstâncias locais que antes estabilizavam nossa identidade. O tipo de problema cosmopolitano que antes estava reservado aos aristocratas da Renascença, agora aflige quase todos nós. Como os cortesãos de Castiglione, somos obrigados a imaginar que podemos nos aperfeiçoar de acordo com um ideal social gerado em abstrato.
Em certo sentido, a corte renascentista pode ter funcionado como um primeiro exemplo de um nonplace (não-lugar), o termo de Marc Augé para aqueles ambientes sociais artificiais que negam as contingências da natureza. Estes (ambientes...) podem ser entendidos como espaços nos quais nossa identidade é inteiramente determinada por relações sociais abstratas - onde, com efeito, a identidade se torna inteiramente política. Na vida urbana contemporânea, nós atravessamos seamlessly (sem solução de continuidade) esses espaços, e nossa identidade não é mais fixada por um conjunto de tradições locais. Ao invés, nossas práticas locais estão ligadas a relações sociais globalizadas através de discursos e procedimentos amplamente disseminados e através de nonplaces e marcas registradas generalizadas. Nós usamos caixas eletrônicos; comemos no McDonald's; fazemos compras em supermercados - as lojas são mais confortantes e familiares do que as pessoas à nossa volta, que quase sempre são desconhecidos indiferentes que sinalizam sua benevolência nos ignorando estudadamente.
Não mais contamos com uma comunidade para fornecer um contexto no qual possamos ser reconhecidos; podemos estar em qualquer lugar e continuar a agir como nós mesmos. Os horizontes da familiaridade local limitaram um dia o que poderíamos imaginar por nós mesmos, ao passo que a vida moderna nos situou em 'espaços abstratos' mais amplos - maneiras padronizadas de fazer as coisas e pontos culturais de referência que estão por toda parte, procedimentos e autoridades universalmente reconhecidos. A tradição - 'como as coisas são feitas por aqui' - foi fatalmente desintegrada. Podemos entrar em um elevador em qualquer metrópole ou em um restaurante italiano em qualquer cidadezinha americana e entender o que esperar e o que fazer. E graças à universalidade do dinheiro e às normas difundidas do mercado capitalista de troca, temos certeza que não precisamos de um relacionamento pessoal com o dono do bar para podermos comprar uma cerveja.
Os indivíduos são livres para atribuir razões pessoais a rotinas que anteriormente eram apenas 'aquilo que se faz'. Passamos a acreditar que podemos controlar em grau muito maior quem nós somos, e então tentamos dominar os processos sociais que nos dão forma ao ditarmos o resultado deles (processos sociais) através da cuidadosa administração daquilo com que os alimentamos. Portanto, a identidade moderna nasce da alienação da vigilância de si mesmo, que faz o eu (self) parecer uma coisa distinta (discrete) que manipulamos por trás das cortinas da publicidade. Mas isto serve apenas para acelerar aqueles processos e torná-los mais imprevisíveis. "A questão não é que não exista qualquer mundo social estável a ser conhecido", afirma Giddens, "e sim que o conhecimento daquele mundo contribui para seu caráter instável ou mutante". Ao querermos conhecer os processos sociais, colocamos em andamento os meios através dos quais eles se modificam incompreensivelmente. A reflexividade gera uma angústia (angst) embrutecedora, mesmo que torne possível o auto-refinamento.
Os próximos cinco parágrafos de Horning continuam a se valer de Castiglione, e tratam basicamente da arbitrariedade dos sentimentos na situação social e existencial dos cortesãos. Ele (Horning) nos apresenta o interessante conceito de 'sprezzatura' (veja no texto original) e introduz a 'insegurança ontológica' na vida daqueles infelizes personagens, utilizando uma definição restrita de Giddens que não faz justiça ao histórico do conceito (Heidegger, Binswanger, Laing e muitos outros). E prossegue:
Na modernidade, passamos a nos valer de esperanças similares para nossa própria segurança ontológica. Para aplacar as ansiedades da auto-conciência, Giddens argumenta em The Consequences of Modernity que a natureza aberta da identidade moderna significa que temos necessidade constante de renovar a confiança. Obtemos algo disso da continuidade do mundo social - a familiaridade da comérciosfera (buyosphere) ao longo de todas as cidades. Mas, no final das contas, isto é insatisfatório:
"As rotinas que estão integradas com os sistemas abstratos são básicas para a segurança ontológica nas condições da modernidade. Entretanto, esta situação também cria novas formas de vulnerabilidade psicológica; e a confiança em sistemas abstratos não é psicologicamente recompensadora como a confiança em pessoas". Giddens
Precisamos obter confiança básica na amizade recíproca, mas o fundamento de tais relacionamentos continua a ser erodido pelos avanços tecnológicos da modernidade, que sistematizam as amizades como se elas fossem redes sociais que existem para nossa conveniência. Empresas como o Facebook nos prometem a habilidade para gerenciar a intimidade e a intensidade de nossa capacidade de amar, mas essa habilidade de gerenciamento a torna suspeita.
Desse modo, o déficit de intimidade se amplia e esperamos mais de nossas relações pessoais para fecharmos essa lacuna, mas não sabemos como obter isso.
Horning certamente leu Marshall McLuhan, Herbert Marcuse, Erving Goffman e muitos outros autores que tratam das mazelas da civilização moderna sob diversos aspectos. Eles foram os primeiros a descrever essa civilização 'doente' (vai assim entre aspas porque ela pode se considerar 'doente' mas ficou desse modo devido à sua dinâmica social e conceitual intrínseca) valendo-se de um conjunto de obras de crítica social que vieram surgindo desde o Iluminismo (lembro-me logo de Swift, Erasmus, Hobbes, Malthus, etc.) e que acabariam culminando na obra de Marx, na condenação freudiana do rolo psico-compressor da civilização, na teoria crítica da Escola de Frankfurt (que nos deu Marcuse) e na crescente atividade acadêmica da sociologia profissional (Durkheim, C. W. Mills, Weber, Simmel, Foucault e incontáveis outros). Seu artigo abordado aqui não pode ser mais explícito/específico do que é, nem pretende ser - há questões de espaço e de preferências do público leitor - mas configura-se como mais uma análise dos males que nos afligem enquanto seres humanos modernos, o que é sempre bem-vindo. Horning fecha o artigo assim:
A experiência compartilhada já não é um fenômeno local, mas algo que ocorre em comunidades virtuais onde a identidade é uma perpétua obra em progresso, um esforço para alcançar um lar que não é qualquer lugar específico, e sim um estado mental, uma realização de alguma comunidade ideal que nutra um eu (self) ideal. Mas ela pode ser uma ficção irrealizável.
Nossas genuínas peculiaridades individuais - aquela sorte de coisas que poderiam ter permitido o florescimento do tipo de amor mútuo que dá valor à singularidade dos indivíduos envolvidos - são substituidas por esforços para produzir coisas arquitetadas. Como a vida citadina moderna é tão impessoal e objetva, afirma Simmel, os indivíduos tentam exageradamente ser singulares com relação a quaisquer mdos de ser que tenham permanecido abertos e que não tenham sido objeto de legislação ou que não tenham sido subordinados à eficiência econômica. "Extremismos, peculiaridades e individualizações têm que ser produzidos, e eles devem ser sobre-exagerados simplesmente para conseguirem ser objeto da atenção até do próprio indivíduo". A internet é uma extensão da metrópolis como vista por Simmel. A internet tornou essa condição ainda mais aguda, automatizando a simulação, colocando cada vez mais conteúdo diante de nossos olhos, dando-nos um fluxo interminável de novidades e sobrecarregando os limites de nossa capacidade de atenção.
Ao ter conhecimento dessa nova disposição demográfica, fiquei na minha - era mais uma informação de valor estrutural aberto trazida pelo turbilhão da internet. Entretanto, ao ler Love in the Age of Self-Consciousness, de Rob Horning, perceptos semeados ao longo do texto começaram a interagir com abobrinhas diversas armazenadas na memória e minha perspectiva histórica recebeu incentivos. Pode ter sido o próprio cenário armado por Horning que determinou o viés comparativo: ele se vale do Book of the Courtier (Il Libro del Cortegiano), de Baldassare Castiglione (Veneza, 1528), para apresentar características da vida interior moderna:
Aquilo que supostamente fará sua amada saber que seu amor é sincero passa subsequentemente a fazer o papel de uma duvidosa performance de sinceridade. O amante deve controlar a representação de sentimentos que, se sinceros, estariam fora de controle, e ao mesmo tempo ele também deve reconhecer sinceridade em sentimentos que ele sabe que podem ser inventados e desenvolvidos estrategicamente. Como ele algum dia saberá se seus sentimentos são realmente sinceros se tiver que fazer constantemente a direção de cena de sua expressão?
Este é o tipo de reflexividade aniquiladora que, de acordo com o sociólogo Anthony Giddens, é uma das características definidoreas da modernidade. Segundo Giddens, estar sempre tenazmente auto-consciente se origina do nosso desenraizamento das condições e circunstâncias locais que antes estabilizavam nossa identidade. O tipo de problema cosmopolitano que antes estava reservado aos aristocratas da Renascença, agora aflige quase todos nós. Como os cortesãos de Castiglione, somos obrigados a imaginar que podemos nos aperfeiçoar de acordo com um ideal social gerado em abstrato.
Em certo sentido, a corte renascentista pode ter funcionado como um primeiro exemplo de um nonplace (não-lugar), o termo de Marc Augé para aqueles ambientes sociais artificiais que negam as contingências da natureza. Estes (ambientes...) podem ser entendidos como espaços nos quais nossa identidade é inteiramente determinada por relações sociais abstratas - onde, com efeito, a identidade se torna inteiramente política. Na vida urbana contemporânea, nós atravessamos seamlessly (sem solução de continuidade) esses espaços, e nossa identidade não é mais fixada por um conjunto de tradições locais. Ao invés, nossas práticas locais estão ligadas a relações sociais globalizadas através de discursos e procedimentos amplamente disseminados e através de nonplaces e marcas registradas generalizadas. Nós usamos caixas eletrônicos; comemos no McDonald's; fazemos compras em supermercados - as lojas são mais confortantes e familiares do que as pessoas à nossa volta, que quase sempre são desconhecidos indiferentes que sinalizam sua benevolência nos ignorando estudadamente.
Não mais contamos com uma comunidade para fornecer um contexto no qual possamos ser reconhecidos; podemos estar em qualquer lugar e continuar a agir como nós mesmos. Os horizontes da familiaridade local limitaram um dia o que poderíamos imaginar por nós mesmos, ao passo que a vida moderna nos situou em 'espaços abstratos' mais amplos - maneiras padronizadas de fazer as coisas e pontos culturais de referência que estão por toda parte, procedimentos e autoridades universalmente reconhecidos. A tradição - 'como as coisas são feitas por aqui' - foi fatalmente desintegrada. Podemos entrar em um elevador em qualquer metrópole ou em um restaurante italiano em qualquer cidadezinha americana e entender o que esperar e o que fazer. E graças à universalidade do dinheiro e às normas difundidas do mercado capitalista de troca, temos certeza que não precisamos de um relacionamento pessoal com o dono do bar para podermos comprar uma cerveja.
Os indivíduos são livres para atribuir razões pessoais a rotinas que anteriormente eram apenas 'aquilo que se faz'. Passamos a acreditar que podemos controlar em grau muito maior quem nós somos, e então tentamos dominar os processos sociais que nos dão forma ao ditarmos o resultado deles (processos sociais) através da cuidadosa administração daquilo com que os alimentamos. Portanto, a identidade moderna nasce da alienação da vigilância de si mesmo, que faz o eu (self) parecer uma coisa distinta (discrete) que manipulamos por trás das cortinas da publicidade. Mas isto serve apenas para acelerar aqueles processos e torná-los mais imprevisíveis. "A questão não é que não exista qualquer mundo social estável a ser conhecido", afirma Giddens, "e sim que o conhecimento daquele mundo contribui para seu caráter instável ou mutante". Ao querermos conhecer os processos sociais, colocamos em andamento os meios através dos quais eles se modificam incompreensivelmente. A reflexividade gera uma angústia (angst) embrutecedora, mesmo que torne possível o auto-refinamento.
Os próximos cinco parágrafos de Horning continuam a se valer de Castiglione, e tratam basicamente da arbitrariedade dos sentimentos na situação social e existencial dos cortesãos. Ele (Horning) nos apresenta o interessante conceito de 'sprezzatura' (veja no texto original) e introduz a 'insegurança ontológica' na vida daqueles infelizes personagens, utilizando uma definição restrita de Giddens que não faz justiça ao histórico do conceito (Heidegger, Binswanger, Laing e muitos outros). E prossegue:
Na modernidade, passamos a nos valer de esperanças similares para nossa própria segurança ontológica. Para aplacar as ansiedades da auto-conciência, Giddens argumenta em The Consequences of Modernity que a natureza aberta da identidade moderna significa que temos necessidade constante de renovar a confiança. Obtemos algo disso da continuidade do mundo social - a familiaridade da comérciosfera (buyosphere) ao longo de todas as cidades. Mas, no final das contas, isto é insatisfatório:
"As rotinas que estão integradas com os sistemas abstratos são básicas para a segurança ontológica nas condições da modernidade. Entretanto, esta situação também cria novas formas de vulnerabilidade psicológica; e a confiança em sistemas abstratos não é psicologicamente recompensadora como a confiança em pessoas". Giddens
Precisamos obter confiança básica na amizade recíproca, mas o fundamento de tais relacionamentos continua a ser erodido pelos avanços tecnológicos da modernidade, que sistematizam as amizades como se elas fossem redes sociais que existem para nossa conveniência. Empresas como o Facebook nos prometem a habilidade para gerenciar a intimidade e a intensidade de nossa capacidade de amar, mas essa habilidade de gerenciamento a torna suspeita.
Desse modo, o déficit de intimidade se amplia e esperamos mais de nossas relações pessoais para fecharmos essa lacuna, mas não sabemos como obter isso.
Horning certamente leu Marshall McLuhan, Herbert Marcuse, Erving Goffman e muitos outros autores que tratam das mazelas da civilização moderna sob diversos aspectos. Eles foram os primeiros a descrever essa civilização 'doente' (vai assim entre aspas porque ela pode se considerar 'doente' mas ficou desse modo devido à sua dinâmica social e conceitual intrínseca) valendo-se de um conjunto de obras de crítica social que vieram surgindo desde o Iluminismo (lembro-me logo de Swift, Erasmus, Hobbes, Malthus, etc.) e que acabariam culminando na obra de Marx, na condenação freudiana do rolo psico-compressor da civilização, na teoria crítica da Escola de Frankfurt (que nos deu Marcuse) e na crescente atividade acadêmica da sociologia profissional (Durkheim, C. W. Mills, Weber, Simmel, Foucault e incontáveis outros). Seu artigo abordado aqui não pode ser mais explícito/específico do que é, nem pretende ser - há questões de espaço e de preferências do público leitor - mas configura-se como mais uma análise dos males que nos afligem enquanto seres humanos modernos, o que é sempre bem-vindo. Horning fecha o artigo assim:
A experiência compartilhada já não é um fenômeno local, mas algo que ocorre em comunidades virtuais onde a identidade é uma perpétua obra em progresso, um esforço para alcançar um lar que não é qualquer lugar específico, e sim um estado mental, uma realização de alguma comunidade ideal que nutra um eu (self) ideal. Mas ela pode ser uma ficção irrealizável.
Nossas genuínas peculiaridades individuais - aquela sorte de coisas que poderiam ter permitido o florescimento do tipo de amor mútuo que dá valor à singularidade dos indivíduos envolvidos - são substituidas por esforços para produzir coisas arquitetadas. Como a vida citadina moderna é tão impessoal e objetva, afirma Simmel, os indivíduos tentam exageradamente ser singulares com relação a quaisquer mdos de ser que tenham permanecido abertos e que não tenham sido objeto de legislação ou que não tenham sido subordinados à eficiência econômica. "Extremismos, peculiaridades e individualizações têm que ser produzidos, e eles devem ser sobre-exagerados simplesmente para conseguirem ser objeto da atenção até do próprio indivíduo". A internet é uma extensão da metrópolis como vista por Simmel. A internet tornou essa condição ainda mais aguda, automatizando a simulação, colocando cada vez mais conteúdo diante de nossos olhos, dando-nos um fluxo interminável de novidades e sobrecarregando os limites de nossa capacidade de atenção.
Os meios sociais de comunicação tornam-se agora o lugar onde a autonomia luta com o anonimato, onde o reconhecimento social se bate para permanecer fora da reificação comercial (uncommodified). A Metrópole da Internet esvazia as oportunidades para uma individualização e nos fornece commodities, miçangas e outros quetais para nos compensar por isso, para nos manter distraídos. Ela nos instiga a nos empacotarmos em um esforço para nos sobressairmos em meio ao caos, até para nós mesmos, de modo que nós próprios possamos nos reconhecer como portadores de uma identidade. A sprezzatura renascentista permitia que os cortesãos situados em um ambiente altamente competitivo interagissem com graciosa deferência, como se ali fosse o reino hermético do decoro bem-educado. Nossa versão mediatizada nas redes sociais nos permitem trocar presentes enquanto elaboramos nossas marcas pessoais de fábrica (brands) em plena luz do dia.