William Lu, do blog Quantum Lobe Chronicles (e que faz doutorado de psicologia clínica), postou sobre o cognit em 30 de setembro. Se o nome pegar, não sei se os lusófonos vão chamar de cognito ou de cógnito, mas Lu o compara a uma mudança de paradigma, sinal de coisa séria, derrubando a visão modular das redes neurais do cérebro. Nosso herói é Joaquín M. Fuster, que publicou os dois artigos citados ao final. Como uma imagem diz mais do que mil palavras, pirateio também a ilustração do artigo de Lu, que traduzo abaixo.
“O que é um cógnito? É uma unidade básica de memória ou de conhecimento definida por um padrão de conexões no interior de uma rede de neurônios associados pela experiência.
Batizado por Fuster em 2006, o constructo foi criado para solucionar a concepção popular mas problemática de que o cérebro humano é composto de domínios corticais discretos dedicados exclusivamente a discriminação visual, linguagem, atenção espacial, reconhecimento de rostos, programação motora, recuperação de memórias e memória de trabalho.
Ainda que o modelo modular do cérebro tenha fracassado completamente devido à ausência de evidências conclusivas, muitos neurocientistas continuam a manter essa visão antiquada. Mas por que? Simplesmente porque não havia nada melhor. Entretanto, graças a Fuster, está surgindo um novo paradigma...
Introduzindo o modelo de rede do cógnito.Ele postula que a memória e o conhecimento são representados por redes interativas, distribuídas e sobrepostas de neurônios em córtices associativos.
O córtex associativo posterior-pós-rolândico (não sei se é assim que se traduz posterior-post-rolandic association cortex) contém cógnitos perceptuais, e o córtex associativo frontal contém cógnitos executivos. Os córtices associativos préfrontal e posterior são ligados por cógnitos complexos em uma ordem hierárquica. Os córtices parassensorial e prémotor, encontrados na parte inferior da hierarquia, contêm cógnitos pequenos e relativamente simples que representam os atos motores ou perceptos simples. No topo da hierarquia estão os córtices temporoparietal e préfrontal, contendo grandes cógnitos que representam informações complexas e abstratas da percepção e do controle executivo. As longas conexões córtico-corticais recíprocas entre as redes posterior e frontal dão sustentação ao comportamento sequencial, à fala e ao raciocínio.
O que achei mais fascinante sobre isso tudo é que é possível para um só neurônio envolver-se em múltiplas redes de memória, fazendo assim parte de muitas memórias e unidades de conhecimento”.
Fuster JM (2009). Cortex and memory: emergence of a new paradigm.
“O que é um cógnito? É uma unidade básica de memória ou de conhecimento definida por um padrão de conexões no interior de uma rede de neurônios associados pela experiência.
Batizado por Fuster em 2006, o constructo foi criado para solucionar a concepção popular mas problemática de que o cérebro humano é composto de domínios corticais discretos dedicados exclusivamente a discriminação visual, linguagem, atenção espacial, reconhecimento de rostos, programação motora, recuperação de memórias e memória de trabalho.
Ainda que o modelo modular do cérebro tenha fracassado completamente devido à ausência de evidências conclusivas, muitos neurocientistas continuam a manter essa visão antiquada. Mas por que? Simplesmente porque não havia nada melhor. Entretanto, graças a Fuster, está surgindo um novo paradigma...
Introduzindo o modelo de rede do cógnito.Ele postula que a memória e o conhecimento são representados por redes interativas, distribuídas e sobrepostas de neurônios em córtices associativos.
O córtex associativo posterior-pós-rolândico (não sei se é assim que se traduz posterior-post-rolandic association cortex) contém cógnitos perceptuais, e o córtex associativo frontal contém cógnitos executivos. Os córtices associativos préfrontal e posterior são ligados por cógnitos complexos em uma ordem hierárquica. Os córtices parassensorial e prémotor, encontrados na parte inferior da hierarquia, contêm cógnitos pequenos e relativamente simples que representam os atos motores ou perceptos simples. No topo da hierarquia estão os córtices temporoparietal e préfrontal, contendo grandes cógnitos que representam informações complexas e abstratas da percepção e do controle executivo. As longas conexões córtico-corticais recíprocas entre as redes posterior e frontal dão sustentação ao comportamento sequencial, à fala e ao raciocínio.
O que achei mais fascinante sobre isso tudo é que é possível para um só neurônio envolver-se em múltiplas redes de memória, fazendo assim parte de muitas memórias e unidades de conhecimento”.
Fuster JM (2009). Cortex and memory: emergence of a new paradigm.
Journal of cognitive neuroscience, 21 (11), 2047-72 PMID: 19485699
Fuster, J. (2006). The cognit: A network model of cortical representation International Journal of Psychophysiology, 60 (2), 125-132 DOI: 10.1016/j.ijpsycho.2005.12.015
Fuster, J. (2006). The cognit: A network model of cortical representation International Journal of Psychophysiology, 60 (2), 125-132 DOI: 10.1016/j.ijpsycho.2005.12.015