Chris C. King, do Mathematics Department, University of Auckland, Austrália, tem seu artigo The Central Enigma of Consciousness ( O Enigma Central da Consciência) publicado no site Nature Precedings. O título é explicado no abstract/resumo, que aqui está em tradução:
“A natureza e a base física da consciência continuam sendo o principal enigma da descrição científica do terceiro milênio. Esse estudo procura examinar a natureza fenomênica da consciência subjetiva e elucidar uma possível base biofísica para sua existência, em termos de uma forma de antecipação quântica baseada em estados de paralelismo (entangled *) guiados pela sensibilidade caótica da dinâmica global do cérebro durante os processos de tomada de decisão. São apresentadas evidências para a emergência evolutiva da excitação caótica como um órgão universal de sentido nos primeiros eucariontes, que então acabou sendo utilizado de maneira sensível ao contexto por complexos sistemas nervosos centrais, levando ao cérebro dinâmico”.
Esse artigo de King exige uma leitura cuidadosa e algum conhecimento, mesmo básico, de fisiologia cerebral e mecânica quântica. Só assim o leitor poderá fugir do fantasma levantado por Alan Sokal em 1998 (veja The Sokal Affair na Wikipedia): uma mistureba de conceitos quânticos e matemáticos com processos biológicos de nossa atividade cerebral (para quem acredita que ‘a mente é aquilo que o cérebro faz’, como postulou Marvin Minsky). De qualquer modo, King levanta umas questões interessantes e aponta para algumas direções ainda mal exploradas. Divirta-se.
* Chamo entanglement de paralelismo à falta de uma tradução melhor. Veja o conceito em seu texto predileto de mecânica quântica.