Josh McDermott (Perceptual Science Group, Department of Brain and Cognitive Sciences, MIT) e Marc Hauser (Department of Psychology and Program in Neurosciences, Harvard) escreveram The origins of music: innateness, uniqueness, and evolution (As origens da música: o inato, o singular e a evolução). O artigo foi publicado em Music Perception, Vol. 23, Issue1, p. 29-59, 2005, e discute basicamente que “Na perspectiva da ciência cognitiva, a música é uma das características mais bizarras e fascinantes da cultura humana. A música é aparentemente universal, sendo encontrada em todas as culturas humanas do passado e do presente. É incorporada em vasta diversidade de eventos culturais, incluindo casamentos e funerais, serviços religiosos, danças e eventos esportivos, assim como em sessões de audição solitária. Pode tornar as pessoas felizes ou tristes de um tal modo que a música é decisiva nas modernas campanhas publicitárias. E as pessoas de todo o mundo gastam bilhões de dólares na indústria de música e de diversão. A despeito desse papel central na cultura humana, as origens e a função adaptativa da música permanecem sendo virtualmente um completo mistério. A música está em posição bastante contrastante com relação a outros comportamentos humanos prazerosos (comer, dormir, falar, sexo) porque ela não produz nenhum benefício óbvio para aqueles que dela compartilham. As origens evolutivas da música, então, intrigaram tanto cientistas como filósofos desde a época de Darwin (1871). As teorias sobre a evolução da música são muitas. Diversas delas sugeriram que a música poderia ser uma adaptação biológica, com funções que vão da corte à coesão social, em atividades de grupo como a religião e a guerra (por exemplo, Darwin, 1871; Merker, 2000; Miller, 2001; Cross, 2001; Huron, 2001; Hagen & Bryant, 2003). Outros sugeriram que a música não é uma adaptação, mas um efeito colateral das propriedades do sistema auditivo que evoluiram para outros propósitos (Pinker, 1997). Essas hipóteses não precisam ser mutuamente exclusivas; pode-se descobrir que alguns aspectos da música são resultado de mecanismos auditivos de propósito geral, e outros resultado de adaptações específicamente musicais. De qualquer modo, atualmente há relativamente poucas evidências para comprovação das diversas hipóteses. Sugerimos que antes de se iniciar um debate sobre as putativas ações adaptativas da música, um objetivo mais razoável para a ciência cognitiva, e necessariamente um primeiro passo para a psicologia evolutiva, seria o de estabelecer se quaisquer aspectos da música são inatos, e assim metas potenciais da seleção natural.”
Esse pequeno trecho já deixa perceber que o artigo é bem interessante, e ele pode ser lido em: http://johnhawks.net:84/files/mcdermott%20hauser%202006%20origins%20of%20music.pdf