O site Zakkorama colocou à disposição dos fãs quinze CDs (5 lotes de 3 CDs cada um) com músicas representativas da história do reggae, o que inclui ska, dub, rocksteady, etc. Coloquei aqui parte da listagem dos primeiros e dos últimos CDs para que a riqueza do repertório possa ser avaliada.
Do primeiro lote de CDs:
Carl Dawkins - I'll Make It Up
Boris Gardiner & The Keys - Bobby Sox To Stockings
Amiel Moodie - Mellow Reggae
Bim & Bam - Fatty
The Mad Lads - Mother Nature
Slim Smith - No Honey, No Money
Ansel Collins - Cock
RobinGladstone Anderson - Swanee River
The Cimarons - Kick Me or I'll Kick You
Delroy Williams - Don't Play That Song
Hugh Hendricks & The Upsetters - Land of Kinks
Nora & Vern - Look Over Your Shoulder
The Sensations - War Boats (aka Mr Blue)
Delroy Jones & The Jets - Bum Ball Chapter II
The Chosen Few - Why Can't I Touch You
The Gaylads - If You Don't Mind
Do quinto lote de CDs:
01 Derrick Morgan - The Hop
02 Don Drummond - Dragon Weapon
03 Raymond Harper&The Carib Beats - Discipline
04 Lloyd/Brown & Glen Robinson - Too Late
05 Laurel Aitken - Hey, Bartender
06 Lee "Scratch" Perry - What A Good Woodman
07 Winston Samuels - My Bride To Be
08 Lord Tanamo - You Belong To My Heart
09 Derrick Harriott - Derrick!
10 Ewan Mcdermott & The Vibrators - Sinners Got A Moaning Heart
11 The Riots - Yeah Yeah
12 Jackie Estick - Daisy I Love You
13 The Sounds - Shufflin'
14 The Dreamletts - Really Now
15 Baba Books & His Band - Girl's Town Ska
16 The Silvertones - True Confession
17 Lord Creator - Hurry Up
Em http://zakkorama.blogspot.com/search?q=trojan
domingo, 30 de novembro de 2008
sábado, 29 de novembro de 2008
As Origens da Música
Josh McDermott (Perceptual Science Group, Department of Brain and Cognitive Sciences, MIT) e Marc Hauser (Department of Psychology and Program in Neurosciences, Harvard) escreveram The origins of music: innateness, uniqueness, and evolution (As origens da música: o inato, o singular e a evolução). O artigo foi publicado em Music Perception, Vol. 23, Issue1, p. 29-59, 2005, e discute basicamente que “Na perspectiva da ciência cognitiva, a música é uma das características mais bizarras e fascinantes da cultura humana. A música é aparentemente universal, sendo encontrada em todas as culturas humanas do passado e do presente. É incorporada em vasta diversidade de eventos culturais, incluindo casamentos e funerais, serviços religiosos, danças e eventos esportivos, assim como em sessões de audição solitária. Pode tornar as pessoas felizes ou tristes de um tal modo que a música é decisiva nas modernas campanhas publicitárias. E as pessoas de todo o mundo gastam bilhões de dólares na indústria de música e de diversão. A despeito desse papel central na cultura humana, as origens e a função adaptativa da música permanecem sendo virtualmente um completo mistério. A música está em posição bastante contrastante com relação a outros comportamentos humanos prazerosos (comer, dormir, falar, sexo) porque ela não produz nenhum benefício óbvio para aqueles que dela compartilham. As origens evolutivas da música, então, intrigaram tanto cientistas como filósofos desde a época de Darwin (1871). As teorias sobre a evolução da música são muitas. Diversas delas sugeriram que a música poderia ser uma adaptação biológica, com funções que vão da corte à coesão social, em atividades de grupo como a religião e a guerra (por exemplo, Darwin, 1871; Merker, 2000; Miller, 2001; Cross, 2001; Huron, 2001; Hagen & Bryant, 2003). Outros sugeriram que a música não é uma adaptação, mas um efeito colateral das propriedades do sistema auditivo que evoluiram para outros propósitos (Pinker, 1997). Essas hipóteses não precisam ser mutuamente exclusivas; pode-se descobrir que alguns aspectos da música são resultado de mecanismos auditivos de propósito geral, e outros resultado de adaptações específicamente musicais. De qualquer modo, atualmente há relativamente poucas evidências para comprovação das diversas hipóteses. Sugerimos que antes de se iniciar um debate sobre as putativas ações adaptativas da música, um objetivo mais razoável para a ciência cognitiva, e necessariamente um primeiro passo para a psicologia evolutiva, seria o de estabelecer se quaisquer aspectos da música são inatos, e assim metas potenciais da seleção natural.”
Esse pequeno trecho já deixa perceber que o artigo é bem interessante, e ele pode ser lido em: http://johnhawks.net:84/files/mcdermott%20hauser%202006%20origins%20of%20music.pdf
Esse pequeno trecho já deixa perceber que o artigo é bem interessante, e ele pode ser lido em: http://johnhawks.net:84/files/mcdermott%20hauser%202006%20origins%20of%20music.pdf
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Mozart - String Quartets Complete
A integral dos quartetos para cordas de Mozart está no blog Fauteil d’Oreille. A execução, a cargo do Amadeus Quartet, é muito boa, e a formação do quarteto é: Norbert Brainin e Siegmund Nissel, violinos; Peter Schidlof, viola; Martin Lovett, cello.
São seis CDs gravados em APE, de quatro partes .rar cada um, e um arquivo de 15,4 Mb com o material gráfico escaneado (capas, etc.). As gravações são de datas diversas, e o CD foi lançado em ADD pela Polydor em 1976. Há um link de 1.99 Gb para uma só gravação de tudo, incluindo a parte gráfica. Ver em http://fauteildoreille.blogspot.com .
São seis CDs gravados em APE, de quatro partes .rar cada um, e um arquivo de 15,4 Mb com o material gráfico escaneado (capas, etc.). As gravações são de datas diversas, e o CD foi lançado em ADD pela Polydor em 1976. Há um link de 1.99 Gb para uma só gravação de tudo, incluindo a parte gráfica. Ver em http://fauteildoreille.blogspot.com .
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Sonhando no Paraíso
“A Dream To Have In Heaven” (Tengoku De Miru Yume - 天国でみる夢), de Maki Sasaki, é um mangá surrealista, sem narrativa, publicado em novembro de 1967 na extinta revista alternativa Garo. Não se deixe enganar pela aparente simplicidade ‘contracultural’.
No cap. 11 de seu livro Without Miracles, Gary Cziko diz: “Normalmente, pensamos na linguagem em primeiro lugar como uma ferramenta de comunicação entre os indivíduos, mas parece que ela também é usada silenciosamente como meio de pensamento. Ainda que seu papel específico em facilitar e dar forma a nossos processos de pensamento continue sendo assunto de aceso debate entre os pesquisadores, a experiência subjetiva de ser humano sugere que a linguagem desempenha importante papel na cognição e na consciência humanas”. Cziko é psicólogo e Professor Emeritus de Cognitive Science of Teaching and Learning e de Educational Psychology da University of Illinois at Urbana-Champaign. Suas palavras, que aparentam ser um mero truísmo, de fato unem cognição e consciência na experiência da linguagem.
E a linguagem é o inventário da experiência humana, como disse L. W. Lockhart (citação em Bodmer: The Loom of Language, de 1944). Qualquer experiência, mesmo a dos sonhos. Se olharmos o mangá de Sasaki com atenção, traduzindo para nossas vivências seus símbolos oníricos, a transferência de inventários ocorrerá e poderemos enriquecer nosso próprio inventário de vivências. Veja: http://www.pinktentacle.com/2008/10/vintage-avant-garde-manga-by-maki-sasaki/
No cap. 11 de seu livro Without Miracles, Gary Cziko diz: “Normalmente, pensamos na linguagem em primeiro lugar como uma ferramenta de comunicação entre os indivíduos, mas parece que ela também é usada silenciosamente como meio de pensamento. Ainda que seu papel específico em facilitar e dar forma a nossos processos de pensamento continue sendo assunto de aceso debate entre os pesquisadores, a experiência subjetiva de ser humano sugere que a linguagem desempenha importante papel na cognição e na consciência humanas”. Cziko é psicólogo e Professor Emeritus de Cognitive Science of Teaching and Learning e de Educational Psychology da University of Illinois at Urbana-Champaign. Suas palavras, que aparentam ser um mero truísmo, de fato unem cognição e consciência na experiência da linguagem.
E a linguagem é o inventário da experiência humana, como disse L. W. Lockhart (citação em Bodmer: The Loom of Language, de 1944). Qualquer experiência, mesmo a dos sonhos. Se olharmos o mangá de Sasaki com atenção, traduzindo para nossas vivências seus símbolos oníricos, a transferência de inventários ocorrerá e poderemos enriquecer nosso próprio inventário de vivências. Veja: http://www.pinktentacle.com/2008/10/vintage-avant-garde-manga-by-maki-sasaki/
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Linguagem e Genes
A relação entre genes, meio ambiente/cultura e fala e linguagem sempre fez surgirem discussões entre os pesquisadores desses campos. O artigo Linguagem e genes: Reflexões sobre biolinguística e a questão natureza/cultura (Languages and Genes: Reflections on Biolinguistics and the Nature–Nurture Question), de D. Robert Ladd, Dan Dediu & Anna R. Kinsella, faz uma resenha dessas discussões sem deixar de tomar partido e defender a opinião dos autores. A seguir a tradução de um trecho:
“2. Linguagens e Genes
Hoje em dia tem-se como fato que os genes afetam a fala e a linguagem em indivíduos. Com isso, queremos dizer que existem associações demonstráveis entre diferenças interindividuais na formação genética e diferenças interindividuais quanto a habilidades de fala e de linguagem. Até hoje, o caso mais bem conhecido é sem dúvida o do gene FOXP2 (Hurst et al. 1990, Gopnik & Crago 1991, Lai et al. 2001, Fisher et al. 2003), mas é de conhecimento geral que há muitos outros elos entre a variação genética e a variação em habilidades relevantes para a fala e para a linguagem. O estudo desse tipo de correlação usa as ferramentas da Genética Comportamental (Plomin et al. 2001, Stromswold 2001), que permitem que os pesquisadores investiguem três tipos de questões: primeiro, para fornecer estimativas da herdabilidade de diversas habilidades e dificuldades de fala e de linguagem (Stromswold 2001, Felsenfeld 2002, Bishop 2003, Plomin & Kovas 2005); segundo, para identificar loci genéticos e alelos envolvidos (Fisher et al. 2003, Halliburton 2004, Plomin et al. 2001); e terceiro, para dissecar as complexas relações entre os aspectos de fala e linguagem e no intercâmbio entre esses aspectos (Plomin et al. 2001, Stromswold 2001, Plomin & Kovas 2005). As principais conclusões desse campo, que está em rápido desenvolvimento, parecem ser (Dediu 2007: 125) que: (1) a fala e a linguagem são influenciadas fortemente por nosos genes no nível individual, mas a natureza e a potência dessa influência variam grandemente entre os aspectos particulares considerados; (2) o melhor modelo, tanto para as dificuldades como para a amplitude normal de variação, é aquele que envolve muitos genes com pequenos efeitos; (3) alguns desses genes são generalistas, enquanto outros são especialistas; (4) a maior parte das dificuldades de fala e de linguagem simplesmente representam a ponta final da distribuição normal (curva) de variabilidade linguística, mais do que patologias qualitativamente distintas. Também parece claro, diante desse trabalho, que em geral os elos causais entre os genes e a variabilidade em fala e linguagem são muito complexos e envolvem de modo importante o meio ambiente. Vamos voltar a isso daqui a pouco.”
Cadastre-se no site da revista e leia o artigo todo em Biolinguistics 2.1: 114–126, 2008 http://www.biolinguistics.eu/
“2. Linguagens e Genes
Hoje em dia tem-se como fato que os genes afetam a fala e a linguagem em indivíduos. Com isso, queremos dizer que existem associações demonstráveis entre diferenças interindividuais na formação genética e diferenças interindividuais quanto a habilidades de fala e de linguagem. Até hoje, o caso mais bem conhecido é sem dúvida o do gene FOXP2 (Hurst et al. 1990, Gopnik & Crago 1991, Lai et al. 2001, Fisher et al. 2003), mas é de conhecimento geral que há muitos outros elos entre a variação genética e a variação em habilidades relevantes para a fala e para a linguagem. O estudo desse tipo de correlação usa as ferramentas da Genética Comportamental (Plomin et al. 2001, Stromswold 2001), que permitem que os pesquisadores investiguem três tipos de questões: primeiro, para fornecer estimativas da herdabilidade de diversas habilidades e dificuldades de fala e de linguagem (Stromswold 2001, Felsenfeld 2002, Bishop 2003, Plomin & Kovas 2005); segundo, para identificar loci genéticos e alelos envolvidos (Fisher et al. 2003, Halliburton 2004, Plomin et al. 2001); e terceiro, para dissecar as complexas relações entre os aspectos de fala e linguagem e no intercâmbio entre esses aspectos (Plomin et al. 2001, Stromswold 2001, Plomin & Kovas 2005). As principais conclusões desse campo, que está em rápido desenvolvimento, parecem ser (Dediu 2007: 125) que: (1) a fala e a linguagem são influenciadas fortemente por nosos genes no nível individual, mas a natureza e a potência dessa influência variam grandemente entre os aspectos particulares considerados; (2) o melhor modelo, tanto para as dificuldades como para a amplitude normal de variação, é aquele que envolve muitos genes com pequenos efeitos; (3) alguns desses genes são generalistas, enquanto outros são especialistas; (4) a maior parte das dificuldades de fala e de linguagem simplesmente representam a ponta final da distribuição normal (curva) de variabilidade linguística, mais do que patologias qualitativamente distintas. Também parece claro, diante desse trabalho, que em geral os elos causais entre os genes e a variabilidade em fala e linguagem são muito complexos e envolvem de modo importante o meio ambiente. Vamos voltar a isso daqui a pouco.”
Cadastre-se no site da revista e leia o artigo todo em Biolinguistics 2.1: 114–126, 2008 http://www.biolinguistics.eu/
terça-feira, 25 de novembro de 2008
Bob Dylan
O site Don’t Think Twice, It’s Alright coloca de presente para os fãs de Bob Dylan uma discografia completa para download. Por certo faltará uma ou outra edição pirata, mas todos os discos oficiais e os principais bootlegs estão disponíveis, exceto The Bootleg Series (volumes 1-3) Rare and Unreleased, 1961-1991.
Em ordem alfabética: Another Side Of Bob Dylan, Before The Flood (2 CDs), Blonde On Blonde, Blood On The Tapes (Demos de "Blood On The Tracks"), Blood On The Tracks, Bob Dylan, No Direction Home Bootlegs (2 CDs), Live At Budokan (2 CDs), Bringing It All Back Home, Desire, Down In The Groove, Dylan, Empire Burlesque, Good As I Been To You, Hard Rain, Highway 61 Revisited, Infidels, John Wesley Harding, Knocked Out Loaded, Live At The Gaslight (Live 1962), Love & Theft, Modern Times, MTV Unplugged (1984), Nashville Skyline, New Morning, Oh Mercy, Pat Garrett & Billy The Kid, Philharmonic Hall Live, 1964 (2 CDs), Real Live, Rolling Thunder Revue, 1975 (2 CDs), Royal Albert Hall, 1966 (2 CDs), Saved, Self Portrait, Shot Of Love, Slow Train Coming, Street Legal, The Freewheelin' Bob Dylan, The Times They Are A Changin', Time Out Of Mind, Under The Red Sky e World Gone Wrong.
O endereço do Don’t Think Twice é http://zak425.blogspot.com/
Em ordem alfabética: Another Side Of Bob Dylan, Before The Flood (2 CDs), Blonde On Blonde, Blood On The Tapes (Demos de "Blood On The Tracks"), Blood On The Tracks, Bob Dylan, No Direction Home Bootlegs (2 CDs), Live At Budokan (2 CDs), Bringing It All Back Home, Desire, Down In The Groove, Dylan, Empire Burlesque, Good As I Been To You, Hard Rain, Highway 61 Revisited, Infidels, John Wesley Harding, Knocked Out Loaded, Live At The Gaslight (Live 1962), Love & Theft, Modern Times, MTV Unplugged (1984), Nashville Skyline, New Morning, Oh Mercy, Pat Garrett & Billy The Kid, Philharmonic Hall Live, 1964 (2 CDs), Real Live, Rolling Thunder Revue, 1975 (2 CDs), Royal Albert Hall, 1966 (2 CDs), Saved, Self Portrait, Shot Of Love, Slow Train Coming, Street Legal, The Freewheelin' Bob Dylan, The Times They Are A Changin', Time Out Of Mind, Under The Red Sky e World Gone Wrong.
O endereço do Don’t Think Twice é http://zak425.blogspot.com/
domingo, 23 de novembro de 2008
A calma dessa gente...
Está confirmado: a matéria são apenas flutuações do vácuo
New Scientist 19:00 20 November 2008 by Stephen Battersby
“A matéria se estrutura num substrato anômalo. Físicos confirmaram agora que as coisas aparentemente substanciais na verdade são apenas flutuações do vácuo quântico. Os pesquisadores simularam a atividade frenética que ocorre no interior de prótons e nêutrons. Essas partículas fornecem quase toda a massa total da matéria comum.
Cada próton (ou nêutron) é feito de três quarks – mas as massas individuais desses quarks só completam 1% da massa do próton. O que responde pelo restante? A teoria diz que ela (a matéria) é criada pela força que une os quarks, chamada de força nuclear forte. Em termos quânticos, a força forte é ativada por um campo de partículas virtuais chamadas glúons, pipocando na existência e desaparecendo de novo. A energia dessas flutuações do vácuo tem que ser incluída na massa total do próton e do nêutron”.
Vale a pena ler o restante do artigo, que termina com esse parágrafo:
“Também se considera que o campo de Higgs faz uma pequena contribuição, fornecendo massa para quarks individuais assim como para elétrons e algumas outras partículas. O campo de Higgs também cria massa a partir do vácuo quântico, na forma de bósons de Higgs. Então, se o LHC confirmar que o Higgs existe, significará que toda a realidade é virtual”.
Está em: http://www.newscientist.com/article/dn16095-its-confirmed-matter-is-merely-vacuum-fluctuations.html
New Scientist 19:00 20 November 2008 by Stephen Battersby
“A matéria se estrutura num substrato anômalo. Físicos confirmaram agora que as coisas aparentemente substanciais na verdade são apenas flutuações do vácuo quântico. Os pesquisadores simularam a atividade frenética que ocorre no interior de prótons e nêutrons. Essas partículas fornecem quase toda a massa total da matéria comum.
Cada próton (ou nêutron) é feito de três quarks – mas as massas individuais desses quarks só completam 1% da massa do próton. O que responde pelo restante? A teoria diz que ela (a matéria) é criada pela força que une os quarks, chamada de força nuclear forte. Em termos quânticos, a força forte é ativada por um campo de partículas virtuais chamadas glúons, pipocando na existência e desaparecendo de novo. A energia dessas flutuações do vácuo tem que ser incluída na massa total do próton e do nêutron”.
Vale a pena ler o restante do artigo, que termina com esse parágrafo:
“Também se considera que o campo de Higgs faz uma pequena contribuição, fornecendo massa para quarks individuais assim como para elétrons e algumas outras partículas. O campo de Higgs também cria massa a partir do vácuo quântico, na forma de bósons de Higgs. Então, se o LHC confirmar que o Higgs existe, significará que toda a realidade é virtual”.
Está em: http://www.newscientist.com/article/dn16095-its-confirmed-matter-is-merely-vacuum-fluctuations.html
sábado, 22 de novembro de 2008
Rock and Roll
Saturday night, e a dica é o CD da banda Chains: Towards the Blues, de 1971. Banda australiana encapetada, confira. Em http://chrisgoesrocks.blogspot.com/ .
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Daniel Dennett - Consciousness Explained
Dennett é um dos bons filósofos da atualidade. Sua obra é uma comprovação de que a filosofia e a ciência não são mais assintóticas como eram antigamente: hoje elas são praticamente interdependentes. “Nasceu em 1942 (Boston, Massachusetts), e suas pesquisas abordam a filosofia da mente, a filosofia da ciência e a filosofia da biologia, particularmente à medida que elas se relacionam com biologia evolutiva e ciência cognitiva. Atualmente é co-diretor do Center for Cognitive Studies e Austin B. Fletcher Professor de filosofia na Tufts University. Entre seus livros, estão: Brainstorms: Philosophical Essays on Mind and Psychology (MIT Press 1981), The Mind's I (Bantam, Reissue edition 1985, with Douglas Hofstadter), Consciousness Explained (Back Bay Books 1992), Darwin's Dangerous Idea: Evolution and the Meanings of Life (Simon & Schuster; reprint edition 1996) e muitos outros” (adaptado do verbete de Dennett na Wikipedia). Aqueles interessados em pesquisas sobre consciência podem fazer o download de Consciousness Explained (530 pgs, pdf) no endereço www.mininova.org/get/1839178
Alguns leitores podem ter dificuldades para fazer esse download porque é necessário ter um aplicativo torrent no computador. Esse aplicativo vai administrar o download e direcioná-lo para uma pasta quando terminar. Faça o download do utorrent a partir do endereço http://utorrent.en.softonic.com/ . Esta é uma sugestão – há dezenas de opções semelhantes de aplicativos torrent e de sites com download grátis. O arquivo é pequeno e funciona muito bem. Para fazer o download do livro, depois de carregar o utorrent (peça para colocar um ícone de atalho no desktop), você clica no link do site mininova (que está acima, no parágrafo anterior) e depois em ‘abrir’ (não em ‘salvar’). Na barra inferior do seu desktop vai aparecer um ícone vermelho piscando, que deve ser clicado. Confira se o arquivo que surgir é mesmo o Consciousness Explained e tecle OK. Tome um chá de sua planta preferida, volte para o computador e dê um clique duplo no ícone do utorrent. Se tudo estiver indicando que o livro está sendo transferido (veja o progresso percentual do download) para seu computador, é só aguardar: o próprio utorrent encerra o download e envia o livro para uma pasta. Se v. não souber que pasta é essa ou não tiver indicado nenhuma, faça uma Pesquisa no menu Iniciar e grave o nome dessa pasta: todos os futuros downloads do utorrent irão para ela. Bom proveito.
Alguns leitores podem ter dificuldades para fazer esse download porque é necessário ter um aplicativo torrent no computador. Esse aplicativo vai administrar o download e direcioná-lo para uma pasta quando terminar. Faça o download do utorrent a partir do endereço http://utorrent.en.softonic.com/ . Esta é uma sugestão – há dezenas de opções semelhantes de aplicativos torrent e de sites com download grátis. O arquivo é pequeno e funciona muito bem. Para fazer o download do livro, depois de carregar o utorrent (peça para colocar um ícone de atalho no desktop), você clica no link do site mininova (que está acima, no parágrafo anterior) e depois em ‘abrir’ (não em ‘salvar’). Na barra inferior do seu desktop vai aparecer um ícone vermelho piscando, que deve ser clicado. Confira se o arquivo que surgir é mesmo o Consciousness Explained e tecle OK. Tome um chá de sua planta preferida, volte para o computador e dê um clique duplo no ícone do utorrent. Se tudo estiver indicando que o livro está sendo transferido (veja o progresso percentual do download) para seu computador, é só aguardar: o próprio utorrent encerra o download e envia o livro para uma pasta. Se v. não souber que pasta é essa ou não tiver indicado nenhuma, faça uma Pesquisa no menu Iniciar e grave o nome dessa pasta: todos os futuros downloads do utorrent irão para ela. Bom proveito.
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Depressão, antidepressivos, etc.
“Prozac makes my cells spiky” (o prozac faz meus neurônios faiscarem) é um artigo do blog Neuroskeptic de 15 de novembro de 2008. Explora o debate sobre a interação estresse/neurogênese/antidepressivos, faz uma revisão relâmpago da literatura e acrescenta conclusões pertinentes. O neurocético do título do blog é um neurocientista inglês que sabe do que está falando, escreve lucidamente e os leitores leigos entendem tudo. Os leitores da profissão só têm a lucrar com o acesso a novos artigos e novas abordagens.Um trecho, a partir do início:
“Muitos neurocientistas estão interessados na depressão clínica e nos antidepressivos. Ainda estamos longe de entender a depressão em nível biológico – e se alguém tentar te dizer o contrário, provavelmente estará querendo te vender alguma coisa. Discuti anteriormente as controvérsias que cercam o neurotransmissor serotonina – de acordo com a crença popular, a ‘química da felicidade’ do cérebro. Minha conclusão foi que, apesar da depressão clínica não ser causada apenas por ‘baixa de serotonina’, esta desempenha importante papel no humor, pelo menos em algumas pessoas.
Um estudo publicado recentemente em Molecular Psychiatry faz diversas contribuições importantes para a literatura sobre depressão e antidepressivos; não vi o assunto discutido em outro lugar, então aqui vai minha versão dele. O estudo é de um grupo de pesquisadores portugueses, Bessa et al., e chama-se The mood-improving actions of antidepressants do not depend on neurogenesis but are associated with neuronal remodeling. Os achados estão já no título, mas um pouco de história é necessário para que possamos apreciar sua importância.
Por longo tempo, a única teoria biológica que tentou explicar a depressão clínica e como os antidepressivos a combatem foi a hipótese da monoamina. Durante o início da década de 1960, notou-se que drogas antidepressivas antigas, como a imipramina, inibiam a decomposição (breakdown) ou a remoção (reuptake) de substâncias químicas do cérebro chamadas monoaminas, incluindo a serotonina. Isso levou muitos a concluir que os antidepressivos melhoram o humor aumentando os níveis de monoamina, e que a depressão provavelmente é causada por algum tipo de deficiência de monoamina, Por várias razões (nem todas elas boas), mais tarde decidiu-se que a serotonina era a monoamina mais importante envolvida no humor, apesar da maioria das pessoas, por muitos anos, favorecerem a noradrenalina”.
Depois de muitas outras considerações interessantes, o neurocético encerra o artigo: “Finalmente, não quero sugerir que a teoria da neurogênese da depressão está ‘morta’ hoje. Em neurociência, as teorias nunca vivem ou morrem com base em experimentos isolados (à diferença do que ocorre em física). Mas sugere-se que a hipótese da neurogênese, muito discutida em diversos blogs, não é a história completa. A depressão não é apenas um caso de muito pouca serotonina, e não é o caso de muito pouca neurogênese nem de muito pouco BDNF (fator neurotrófico derivado do cérebro)”. Leia o restante em http://neuroskeptic.blogspot.com/2008/11/prozac-made-my-cells-spiky.html Para o original: J M Bessa, D Ferreira, I Melo, F Marques, J J Cerqueira, J A Palha, O F X Almeida, N Sousa (2008). The mood-improving actions of antidepressants do not depend on neurogenesis but are associated with neuronal remodeling Molecular Psychiatry DOI: 10.1038/mp.2008.119 (Esse link abre para o abstract/resumo do estudo).
“Muitos neurocientistas estão interessados na depressão clínica e nos antidepressivos. Ainda estamos longe de entender a depressão em nível biológico – e se alguém tentar te dizer o contrário, provavelmente estará querendo te vender alguma coisa. Discuti anteriormente as controvérsias que cercam o neurotransmissor serotonina – de acordo com a crença popular, a ‘química da felicidade’ do cérebro. Minha conclusão foi que, apesar da depressão clínica não ser causada apenas por ‘baixa de serotonina’, esta desempenha importante papel no humor, pelo menos em algumas pessoas.
Um estudo publicado recentemente em Molecular Psychiatry faz diversas contribuições importantes para a literatura sobre depressão e antidepressivos; não vi o assunto discutido em outro lugar, então aqui vai minha versão dele. O estudo é de um grupo de pesquisadores portugueses, Bessa et al., e chama-se The mood-improving actions of antidepressants do not depend on neurogenesis but are associated with neuronal remodeling. Os achados estão já no título, mas um pouco de história é necessário para que possamos apreciar sua importância.
Por longo tempo, a única teoria biológica que tentou explicar a depressão clínica e como os antidepressivos a combatem foi a hipótese da monoamina. Durante o início da década de 1960, notou-se que drogas antidepressivas antigas, como a imipramina, inibiam a decomposição (breakdown) ou a remoção (reuptake) de substâncias químicas do cérebro chamadas monoaminas, incluindo a serotonina. Isso levou muitos a concluir que os antidepressivos melhoram o humor aumentando os níveis de monoamina, e que a depressão provavelmente é causada por algum tipo de deficiência de monoamina, Por várias razões (nem todas elas boas), mais tarde decidiu-se que a serotonina era a monoamina mais importante envolvida no humor, apesar da maioria das pessoas, por muitos anos, favorecerem a noradrenalina”.
Depois de muitas outras considerações interessantes, o neurocético encerra o artigo: “Finalmente, não quero sugerir que a teoria da neurogênese da depressão está ‘morta’ hoje. Em neurociência, as teorias nunca vivem ou morrem com base em experimentos isolados (à diferença do que ocorre em física). Mas sugere-se que a hipótese da neurogênese, muito discutida em diversos blogs, não é a história completa. A depressão não é apenas um caso de muito pouca serotonina, e não é o caso de muito pouca neurogênese nem de muito pouco BDNF (fator neurotrófico derivado do cérebro)”. Leia o restante em http://neuroskeptic.blogspot.com/2008/11/prozac-made-my-cells-spiky.html Para o original: J M Bessa, D Ferreira, I Melo, F Marques, J J Cerqueira, J A Palha, O F X Almeida, N Sousa (2008). The mood-improving actions of antidepressants do not depend on neurogenesis but are associated with neuronal remodeling Molecular Psychiatry DOI: 10.1038/mp.2008.119 (Esse link abre para o abstract/resumo do estudo).
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
George Frideric Handel
Para os apreciadores, o site Branle de Champaigne traz sete versões dos Concerti Grossi (grandes concertos) Op. 3 (concerti 1 - 6) de Handel, dirigidos por John Eliot Gardiner (English Baroque Soloists), Nikolaus Harnoncourt (Concentus musicus Wien), Roy Goodman (The Brandenburg Consort), Trevor Pinnock (The English Concert), Jeanne Lamon (Tafelmusik), Richard Egarr (Academy of Ancient Music) e (last but not least) Karl Richter (Münchener Bach-Orchester). Em http://passacaille.blogspot.com/
Quanto ao nome do compositor, diz James Galway em A Música no Tempo: “Em 1703, um jovem músico alemão do Halle foi contratado para o Teatro do Mercado dos Gansos, de Hamburg, como violinista e cravista – tratava-se de Georg Friederich Haendel (1685-1759). Compôs duas óperas em italiano para os palcos de Hamburg e partiu para a Itália para completar os estudos. Ao voltar, se tornaria a figura dominante da música inglesa do século XVIII, adotando o nome de George Frideric Haendel.” Como as capas dos sete discos mencionados no parágrafo anterior grafam o nome dele como Handel, sem o ‘ae’ e sem o ‘ä’, Galway pecou por excesso (ou foi o editor da tradução brasileira).
Quanto ao nome do compositor, diz James Galway em A Música no Tempo: “Em 1703, um jovem músico alemão do Halle foi contratado para o Teatro do Mercado dos Gansos, de Hamburg, como violinista e cravista – tratava-se de Georg Friederich Haendel (1685-1759). Compôs duas óperas em italiano para os palcos de Hamburg e partiu para a Itália para completar os estudos. Ao voltar, se tornaria a figura dominante da música inglesa do século XVIII, adotando o nome de George Frideric Haendel.” Como as capas dos sete discos mencionados no parágrafo anterior grafam o nome dele como Handel, sem o ‘ae’ e sem o ‘ä’, Galway pecou por excesso (ou foi o editor da tradução brasileira).
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Juó Bananère
Quem já conhecia, reveja. Quem não conhecia, deleite-se!
“Juó Bananère (Alexandre Marcondes Machado), paulista que se tornou popularíssimo no Brasil pela irreverência de suas paródias a sonetos de Camões e de Olavo Bilac, a poesias de Casimiro de Abreu e de Guerra Junqueiro, bem como pelas sátiras políticas contra o marechal Hermes da Fonseca e outros figurões da velha República. Parodiou também La Fontaine e Machado de Assis, escrevendo em dialeto macarrônico, numa imitação dos habitantes de origem italiana do Abaixo-Piques, bairro de São Paulo. Deixou um livro, apenas, "La divina Increnca", cujo êxito foi sensacional, e que é nos dias de hoje uma raridade bibliográfica. Otto Maria Carpeaux, em interessante estudo, considerou Juó Bananère um prémodernista, principalmente pelo fato de ter começado a tratar de forma irreverente as produções do romantismo e do parnasianismo, até então levadas muito a sério”. (Extraído de "Antologia de Humorismo e Sátira", Editora Civilização Brasileira - Rio de Janeiro, 1957, pág. 305, seleção de R. Magalhães Júnior. No site http://www.releituras.com/juobananere_menu.asp )
Um exemplo de sua poesia (do site http://bananere.art.br/ )
MIGNA TERRA
MIGNA terra tê parmeras,
Che ganta inzima o sabiá.
As aves che stó aqui,
Tembê tuttos sabi gorgeá.
A abobora celestia tambê,
Che tê lá na mia terra,
Tê moltos millió di strella
Che non tê na Ingraterra.
Os rios lá sô maise grandi
Dus rios di tuttas naçó;
I os matto si perde di vista,
Nu meio da imensidó.
Na migna terra tê parmeras
Dove ganta a galigna dangola;
Na migna terra tê o Vap'relli,
Chi só anda di gartolla.
(Vap’relli é o professor Spencer Vampré. Veja o glossário de Juó em http://bananere.art.br/notas#capito )
Não deixe de ler o texto de Trajano Vieira “Juó Bananère e a caricatura verbal”, em http://paginas.terra.com.br/arte/PopBox/juobananere.htm
“Juó Bananère (Alexandre Marcondes Machado), paulista que se tornou popularíssimo no Brasil pela irreverência de suas paródias a sonetos de Camões e de Olavo Bilac, a poesias de Casimiro de Abreu e de Guerra Junqueiro, bem como pelas sátiras políticas contra o marechal Hermes da Fonseca e outros figurões da velha República. Parodiou também La Fontaine e Machado de Assis, escrevendo em dialeto macarrônico, numa imitação dos habitantes de origem italiana do Abaixo-Piques, bairro de São Paulo. Deixou um livro, apenas, "La divina Increnca", cujo êxito foi sensacional, e que é nos dias de hoje uma raridade bibliográfica. Otto Maria Carpeaux, em interessante estudo, considerou Juó Bananère um prémodernista, principalmente pelo fato de ter começado a tratar de forma irreverente as produções do romantismo e do parnasianismo, até então levadas muito a sério”. (Extraído de "Antologia de Humorismo e Sátira", Editora Civilização Brasileira - Rio de Janeiro, 1957, pág. 305, seleção de R. Magalhães Júnior. No site http://www.releituras.com/juobananere_menu.asp )
Um exemplo de sua poesia (do site http://bananere.art.br/ )
MIGNA TERRA
MIGNA terra tê parmeras,
Che ganta inzima o sabiá.
As aves che stó aqui,
Tembê tuttos sabi gorgeá.
A abobora celestia tambê,
Che tê lá na mia terra,
Tê moltos millió di strella
Che non tê na Ingraterra.
Os rios lá sô maise grandi
Dus rios di tuttas naçó;
I os matto si perde di vista,
Nu meio da imensidó.
Na migna terra tê parmeras
Dove ganta a galigna dangola;
Na migna terra tê o Vap'relli,
Chi só anda di gartolla.
(Vap’relli é o professor Spencer Vampré. Veja o glossário de Juó em http://bananere.art.br/notas#capito )
Não deixe de ler o texto de Trajano Vieira “Juó Bananère e a caricatura verbal”, em http://paginas.terra.com.br/arte/PopBox/juobananere.htm
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Cérebro e Criatividade
De Lemming, um ‘escriba’ do site Slashdot, dá a dica: “Susanne Jaeggi, uma psicóloga da University of Michigan, pode ser capaz de ajudar. Ela inventou um jogo para treinamento do cérebro que funciona de verdade. É um jogo estranho e complexo que envolve sequências de quadrados em uma tela de computador, e ele melhora definitivamente a ‘inteligência fluida’ – aquela parte de sua mente que trata diretamente com a novidade crua da experiência, ou, como definiu Jaeggi, ‘a habilidade de raciocinar e resolver novos problemas independentemente de um conhecimento previamente adquirido’. Aqui está um link (do PNAS) para o abstract/resumo de seu estudo. E o projeto Brain Workshop (Sourceforge.net) liberou uma versão aberta do jogo usado no estudo”. Aqui está a tradução do resumo:
Improving fluid intelligence with training on working memory
Melhorando a inteligência fluida com treinamento da memória de trabalho
Susanne M. Jaeggi et al.
Published online before print April 28, 2008, doi: 10.1073/pnas.0801268105
A inteligência fluida (Gf) se refere à habilidade de raciocinar e de resolver novos problemas independentemente de conhecimentos previamente adquiridos. A Gf é muito importante em uma ampla variedade de tarefas cognitivas, sendo considerada um dos mais importantes fatores da aprendizagem. Além disso, a Gf relaciona-se estreitamente com o sucesso profissional e educacional, especialmente em ambientes complexos e exigentes. Ainda que o desempenho em testes de Gf possa ser melhorado através do treinamento direto com os próprios testes, não há evidências de que o treinamento ou qualquer outra terapia produza incremento na Gf em adultos. Mais: existe uma longa história de pesquisas sobre treinamento cognitivo demonstrando que ainda que o desempenho em tarefas possa ser melhorado dramaticamente, a transferência dessa aprendizagem para outras tarefas permanece insuficiente. Apresentamos aqui evidências da transferência do treinamento em uma tarefa difícil de memória de trabalho para mensurações da Gf. Essa transferência se efetua ainda que a tarefa treinada seja inteiramente diferente do próprio teste de inteligência. Além do mais, demonstramos que a extensão do ganho em inteligência depende criticamente da quantidade de treinamento: quanto mais treinamento, maior a melhora da Gf. Isto é, o efeito do treinamento depende de sua dosagem. Assim, em contraste com muitos estudos anteriores, concluimos que é possível aumentar a Gf sem executar as próprias tarefas de teste, o que abre uma grande amplitude de aplicações.
O artigo (PDF) também pode ser lido em: http://www.iapsych.com/articles/jaeggi2008.pdf
Improving fluid intelligence with training on working memory
Melhorando a inteligência fluida com treinamento da memória de trabalho
Susanne M. Jaeggi et al.
Published online before print April 28, 2008, doi: 10.1073/pnas.0801268105
A inteligência fluida (Gf) se refere à habilidade de raciocinar e de resolver novos problemas independentemente de conhecimentos previamente adquiridos. A Gf é muito importante em uma ampla variedade de tarefas cognitivas, sendo considerada um dos mais importantes fatores da aprendizagem. Além disso, a Gf relaciona-se estreitamente com o sucesso profissional e educacional, especialmente em ambientes complexos e exigentes. Ainda que o desempenho em testes de Gf possa ser melhorado através do treinamento direto com os próprios testes, não há evidências de que o treinamento ou qualquer outra terapia produza incremento na Gf em adultos. Mais: existe uma longa história de pesquisas sobre treinamento cognitivo demonstrando que ainda que o desempenho em tarefas possa ser melhorado dramaticamente, a transferência dessa aprendizagem para outras tarefas permanece insuficiente. Apresentamos aqui evidências da transferência do treinamento em uma tarefa difícil de memória de trabalho para mensurações da Gf. Essa transferência se efetua ainda que a tarefa treinada seja inteiramente diferente do próprio teste de inteligência. Além do mais, demonstramos que a extensão do ganho em inteligência depende criticamente da quantidade de treinamento: quanto mais treinamento, maior a melhora da Gf. Isto é, o efeito do treinamento depende de sua dosagem. Assim, em contraste com muitos estudos anteriores, concluimos que é possível aumentar a Gf sem executar as próprias tarefas de teste, o que abre uma grande amplitude de aplicações.
O artigo (PDF) também pode ser lido em: http://www.iapsych.com/articles/jaeggi2008.pdf
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Digital Meldown
Esse site é um blog de blogs, um site especial para pesquisarmos blogs de música por categoria. Também chamados de aggregators, todos são mais ou menos iguais mas uns são mais iguais do que os outros. O Digital Meltdown traz uma seleção bem razoável, com a vantagem de estar tudo no mesmo local. Vejamos por categorias: (1) recently added blogs, (2) music sharing communities, (3) music blog aggregators, (4) music search engines, (5) specialty: covers, instrumentals, B-sides, audio-books, guitar virtuosos, female artists, radio drama, children’s records, etc., (6) various/eclectic, (7) mixes, podcasts, compilations, (8) movies and TV soundtracks, (9) bootlegs, demos (10) rock – general (11) rock – 60’s and 70’s, (12) rock – punk, hardcore, (13) rock – garage rock, (14) rock – metal, doom, sludge, (15) progressive, (16) psychedelic, (17) folk, (18) pop, new wave, etc., (19) indie rock, alternative, etc. (20) experimental, avant-garde, etc., (21) electronic, ambient, drone, etc., (22) vintage electronics, (23) dance, techno, etc., (24) hip-hop, rap, etc., (25) rockabilly, country, etc., (26) surf, (27) jazz, swing, etc., (28) blues, (29) soul, funk, (30) reggae, (31) classical, (32) world, (33) Africa, (34) Australia, e outros países do 35 em diante. Em: http://music-bloggers.blogspot.com
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Bach - Complete Toccatas
Blandine Rannou, cravista francesa, toca Bach: BWV 910 a 916, a integral das toccatas, num desempenho - e registro digital DDD - imperdíveis. E cabe em um só CD... No site http://pqpbach.opensadorselvagem.org/
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Derek Bickerton - Linguagem
Em seu artigo Language evolution: a brief guide to linguists (2005 – Evolução da linguagem: um breve guia para lingüistas) Bickerton deflagra uma saudável discussão sobre a evolução da linguagem, como se verá no abstract/resumo traduzido abaixo. Ele formou-se em Cambridge (UK) em 1949, mas só entrou na vida acadêmica na década de 60, primeiro como professor de literatura inglesa na University of Cape Coast (Ghana). Depois de um ano de pós-graduação em lingüística na University of Leeds (UK), Bickerton foi para a University of Guyana (1967-1971), onde era Senior Lecturer. Diz ele que era ‘senior’ devido a ser o único lingüista de todo o país. Depois de um ano na University of Lancaster (UK), foi para a University of Hawaii, onde é professor emérito. Recebeu seu PhD em lingüística da University of Cambridge em 1976.
“Para auxiliar os lingüistas que são novatos no campo da evolução da linguagem, o autor introduz as questões que precisam ser destacadas em qualquer pesquisa sobre ela. Ele oferece uma excursão através das abordagens contemporâneas, incluindo o trabalho de lingüistas (Bickerton, Carstairs-McCarthy, Chomsky, Hurford, Jackendoff, Pinker, Wray), peritos em comportamento animal (Dunbar, Hauser, Premack, Savage-Rumbaugh), neurofisiologistas (Arbib, Calvin), psicólogos (Corballis, Donald), arqueólogos (Davidson) e modelistas computacionais (Batali, Kirby, Steels). Ele critica a expectativa de que descobertas recentes como ‘neurônios-espelhos’ e o gene FOXP2 fornecerão respostas fáceis. Enfatiza a natureza extremamente interdisciplinar do campo, e também a importância do envolvimento de lingüistas nele, depois de mais de um século de abandono”.
Na revista Lingua, Volume 117, Issue 3, March 2007, P. 510-526.
“Para auxiliar os lingüistas que são novatos no campo da evolução da linguagem, o autor introduz as questões que precisam ser destacadas em qualquer pesquisa sobre ela. Ele oferece uma excursão através das abordagens contemporâneas, incluindo o trabalho de lingüistas (Bickerton, Carstairs-McCarthy, Chomsky, Hurford, Jackendoff, Pinker, Wray), peritos em comportamento animal (Dunbar, Hauser, Premack, Savage-Rumbaugh), neurofisiologistas (Arbib, Calvin), psicólogos (Corballis, Donald), arqueólogos (Davidson) e modelistas computacionais (Batali, Kirby, Steels). Ele critica a expectativa de que descobertas recentes como ‘neurônios-espelhos’ e o gene FOXP2 fornecerão respostas fáceis. Enfatiza a natureza extremamente interdisciplinar do campo, e também a importância do envolvimento de lingüistas nele, depois de mais de um século de abandono”.
Na revista Lingua, Volume 117, Issue 3, March 2007, P. 510-526.
domingo, 9 de novembro de 2008
Crossroads Club 27
Um bom site de blues, rock, American song (23 CDs de Sinatra), é só escolher. . Em ordem alfabética, uma amostra: AC/DC (18 CDs), BB King (40 CDs), 30 compilações de blues, Buddy Guy, Coldplay, Dire Straits (ainda?), Dylan (33 CDs), Howling Wolf, Janis Joplin, Jeff Beck, John Lee Hooker (14 CDs), Led Zeppelin, Lou Reed, Muddy Waters, Otis Rush, Pink Floyd (16 CDs), Red H. C. Peppers, Willie Dixon e muitos e muitos outros. Temos até um DVD – Lightnin’ Hopkins, com apresentações de 1969-1979.
Na lista dos blogs recomendados (Faves), coisas boas também: Blues Rock (já referido aqui), Blues Everyday, Telhados do Mundo, etc. E para quem gosta, remete a outro site de sua rede, o Crossroads Club 27 Movies, com filmes para download: cinco de Hitchcock, Chinatown, Goodfellas, High Noon, Rashomon, Scarface, Vertigo, On the Waterfront, Monty Python e etc. Em http://crossroadsclub27.blogspot.com
Na lista dos blogs recomendados (Faves), coisas boas também: Blues Rock (já referido aqui), Blues Everyday, Telhados do Mundo, etc. E para quem gosta, remete a outro site de sua rede, o Crossroads Club 27 Movies, com filmes para download: cinco de Hitchcock, Chinatown, Goodfellas, High Noon, Rashomon, Scarface, Vertigo, On the Waterfront, Monty Python e etc. Em http://crossroadsclub27.blogspot.com
sábado, 8 de novembro de 2008
O Enigma da Consciência
Chris C. King, do Mathematics Department, University of Auckland, Austrália, tem seu artigo The Central Enigma of Consciousness ( O Enigma Central da Consciência) publicado no site Nature Precedings. O título é explicado no abstract/resumo, que aqui está em tradução:
“A natureza e a base física da consciência continuam sendo o principal enigma da descrição científica do terceiro milênio. Esse estudo procura examinar a natureza fenomênica da consciência subjetiva e elucidar uma possível base biofísica para sua existência, em termos de uma forma de antecipação quântica baseada em estados de paralelismo (entangled *) guiados pela sensibilidade caótica da dinâmica global do cérebro durante os processos de tomada de decisão. São apresentadas evidências para a emergência evolutiva da excitação caótica como um órgão universal de sentido nos primeiros eucariontes, que então acabou sendo utilizado de maneira sensível ao contexto por complexos sistemas nervosos centrais, levando ao cérebro dinâmico”.
Esse artigo de King exige uma leitura cuidadosa e algum conhecimento, mesmo básico, de fisiologia cerebral e mecânica quântica. Só assim o leitor poderá fugir do fantasma levantado por Alan Sokal em 1998 (veja The Sokal Affair na Wikipedia): uma mistureba de conceitos quânticos e matemáticos com processos biológicos de nossa atividade cerebral (para quem acredita que ‘a mente é aquilo que o cérebro faz’, como postulou Marvin Minsky). De qualquer modo, King levanta umas questões interessantes e aponta para algumas direções ainda mal exploradas. Divirta-se.
* Chamo entanglement de paralelismo à falta de uma tradução melhor. Veja o conceito em seu texto predileto de mecânica quântica.
“A natureza e a base física da consciência continuam sendo o principal enigma da descrição científica do terceiro milênio. Esse estudo procura examinar a natureza fenomênica da consciência subjetiva e elucidar uma possível base biofísica para sua existência, em termos de uma forma de antecipação quântica baseada em estados de paralelismo (entangled *) guiados pela sensibilidade caótica da dinâmica global do cérebro durante os processos de tomada de decisão. São apresentadas evidências para a emergência evolutiva da excitação caótica como um órgão universal de sentido nos primeiros eucariontes, que então acabou sendo utilizado de maneira sensível ao contexto por complexos sistemas nervosos centrais, levando ao cérebro dinâmico”.
Esse artigo de King exige uma leitura cuidadosa e algum conhecimento, mesmo básico, de fisiologia cerebral e mecânica quântica. Só assim o leitor poderá fugir do fantasma levantado por Alan Sokal em 1998 (veja The Sokal Affair na Wikipedia): uma mistureba de conceitos quânticos e matemáticos com processos biológicos de nossa atividade cerebral (para quem acredita que ‘a mente é aquilo que o cérebro faz’, como postulou Marvin Minsky). De qualquer modo, King levanta umas questões interessantes e aponta para algumas direções ainda mal exploradas. Divirta-se.
* Chamo entanglement de paralelismo à falta de uma tradução melhor. Veja o conceito em seu texto predileto de mecânica quântica.
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
Download é o seguinte...
O site Clasicalandia (fazer o que?) tem em seu link http://clasicalandia.blogspot.com/2000/07/lista-completa-de-descargas.html a lista de tudo o que tem para ser gravado, sem intermediários. É só azular o endereço Rapidshare, copiar e colar na barra de endereços. De JS Bach temos: 3 Sonatas For Viola da gamba and Harpsichord, Bach Sons’ Works (7 Cds), Brandenburg Concertos, Christmas Oratorio, Easter Oratorio / Magnificat in Re, Johannes Passion BWV 245 (Herreweghe, 1987), Johannes Passion BWV 245 (Herreweghe, 2001), Kantaten BWV21 (Vinyl Rip), Magníficat, Morimur, Notenbuchlein fur Anna Magdalena Bach, Sechs Sonaten BWV 525-530, Sonatas and Partitas for Solo Violin - George Enescu, Six Concertos for the Margrave of Brandenburg, The 10 Cantatas with Violoncello Piccolo, The Art of Fugue - Pierre-Laurent Aimard, The Flute Sonatas, The Musical Offering BWV 1079, Todo Bach (154 CD) TELDEC, Trio Sonatas, BWV 527, 530, 1029, 1030, 1037, Trio Sonatas in Original Versions, Variazioni Goldberg BWV 988, Weihnachts-Oratorium - Karl Richter 1965. E assim por diante com mais alguns compositores e artistas: Bartok, Beethoven, Brahms, Chopin, Debussy, Haydn, Liszt, Ravel, Tchaikovsky e outros, além de Julian Bream, B. Gigli, Placido Domingo, Maria Callas, Gidon Kremer, etc. Não é o céu na terra, mas sempre tem alguma coisinha.
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
A calma dessa gente...
Em 1917, Fannie Ruthven Paget publicou How I know that the dead are alive (Como sei que os mortos estão vivos). Então tá. Veja em http://digital.library.upenn.edu/books/new.html, de November 3, 2008.
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Mullova toca Vivaldi
Viktoria Mullova nasceu nas proximidades de Moscou em 27 de novembro de 1959. Estudou com o grande Leonid Kogan e já ganhou vários prêmios internacionais. Seu primeiro disco, de 1985, traz os concertos para violino de Tchaikovsky e de Sibelius, e recebeu o Grand Prix du Disque. Com a orquestra Il Giardino Armonico, dirigida por G. Antonini, lançou em 2007 um disco dedicado a Vivaldi: traz os concertos em Dmajor (RV 208), Bminor (RV 580), Cmajor (RV 187), Dmajor (RV 234) e Eminor (RV 277). Imperdível. Em http://orchestralworks.blogspot.com
domingo, 2 de novembro de 2008
A Consciência Hoje
Na Enciclopédia Britânica de 1911, a consciência está definida assim: “(Do latim con-scientia, literalmente ‘conhecimento de uma coisa compartilhado com outra pessoa’ ou ‘conhecimento completo’, e derivativamente ‘consciência’ em geral), um termo filosófico usado tanto popular como tecnicamente em muitos sentidos diferentes para aquela faculdade mental que decide entre o certo e o errado. No uso popular, a ‘consciência’ é entendida em geral como aquilo que intuitivamente fornece decisões quanto à qualidade moral de ações isoladas. Esse uso supõe implicitamente que toda ação tem uma correção ou incorreção (o bem ou o mal) objetiva ou intrínseca, que a ‘consciência’ discerne mais ou menos do mesmo modo que os olhos vêem e as orelhas ouvem”. O glossário de termos filosóficos do Departamento de Filosofia da University of Hong Kong também não vai muito longe: “Uma explicação filosófica do que é a consciência ou como ela poderia ser explicada nos escapa. Se nos detivermos no que é um ser humano consciente, não temos explicação; se tentamos explicar consciência em termos do que ocorre em nosso cérebro, o próprio sentido da consciência é deixado de lado”.
Em A Consciência e seu Lugar na Natureza (2003), diz David J. Chalmers: “A consciência se encaixa mal em nossa concepção do mundo natural. Na concepção mais comum de natureza, o mundo natural é o mundo físico. Mas na concepção mais comum de consciência, não é fácil ver-se como ela poderia ser parte do mundo físico. Parece então que para encontrarmos um lugar para a consciência na ordem natural, precisamos revisar nossa concepção de consciência, ou revisar nossa concepção de natureza” (em http://consc.net/papers/nature.pdf ). Chalmers tem um site (http://consc.net/online ) com 5386 artigos ou estudos “sobre consciência em filosofia e em ciência, e tópicos relacionados da filosofia da mente”. Depois de ler os 5386 artigos, leia também Consciousness as Recursive, Spatiotemporal Self-Location (A consciência como uma autolocalização espaçotemporal recursiva), de Frederic Peters (University of Queens, Austrália). Aqui está o Resumo/Abstract do artigo para abrir seu apetite:
“No nível fenomênico, a consciência pode ser descrita como um campo singular e unificado de auto-percepção (self-awareness) consistentemente coerente de maneira particular; aquela de um sujeito localizado tanto espacial como temporalmente em um domínio egocentricamente estendido de modo que a auto-percepção consciente está explicitamente caracterizada pela eu-dade (I-ness), pela agora-dade (now-ness) e pela aqui-dade (now-ness). O mecanismo psicológico que subsidia essa autolocalização espaçotemporal e seu estilo recursivo de processamento envolve uma elaboração evolutiva do quadro de referência orientacional básico que estrutura harmoniosamente as contínuas computações de auto-localização espaçotemporal como eu-aqui-agora. A cognição computa o output de ação no interior de um movimento continuado, e conseqüentemente requer um quadro de referência espaçotemporal de auto-localização constante como base para essas computações. Com o tempo, as constantes pressões evolutivas por eficiência energética encorajaram tanto a proliferação de mecanismos antecipatórios de processamento como a elaboração, no ápice da hierarquia de processamento sonsóriomotor, de um circuito auto-ativador recursivamente antecipatório altamente atenuado processando o esquema orientacional básico independente de output da ação externa. Enquanto quadro primário de referência da cognição ativa do estado de alerta, esse processamento recursivo do eu-aqui-agora gera uma região de auto-percepção subjetiva em termos da qual há o sentido de ser si mesmo aqui e agora. Isto é a consciência”.
Não se deixe abater. O texto do próprio artigo é bem menos hermético. Por exemplo (p. 2): “O mistério aparentemente intratável da consciência tem uma explicação mais simples e mais imediata, com raízes na incompletude da atual teoria neuropsicológica. O problema de explicar as propriedades da experiência fenomênica em termos psicológicos (e em última análise, biofísicos) encontra paralelo, como sugere Antii Revonsuo, no enigma encontrado pela ciência há um século, quando tentava explicar a relação da química com a física e da biologia com a química. Em ambas as instâncias, a descontituidade entre as propriedades se dissolveram à medida que os cientistas passaram a entender cada nível de organização com mais precisão – o papel dos elétrons na física atômica, suficiente para explicar as ligações químicas, e o papel das macromoléculas e das complexas vias bioquímicas de feedback, suficientes para se explicar a atividade biológica.
Similarmente, a aparente descontinuidade entre as propriedades fenomênicas da consciência e os processos psiconeurológicos empiricamente demonstrados provavelmente se deriva de uma compreensão incompleta dos mecanismos de processamento cognitivo, por um lado, juntamente com uma análise insuficientemente precisa das propriedades fenomênicas da consciência, por outro lado. De acordo com isso, a explicação da consciência como auto-localização recursiva vai alinhar as características fenomênicas básicas da consciência (auto-percepção consistente enquanto sujeito localizado aqui e agora) com um constructo cognitivo específico (o esquema auto-localizacional) processado de maneira particular recursivamente antecipatória”.
Em A Consciência e seu Lugar na Natureza (2003), diz David J. Chalmers: “A consciência se encaixa mal em nossa concepção do mundo natural. Na concepção mais comum de natureza, o mundo natural é o mundo físico. Mas na concepção mais comum de consciência, não é fácil ver-se como ela poderia ser parte do mundo físico. Parece então que para encontrarmos um lugar para a consciência na ordem natural, precisamos revisar nossa concepção de consciência, ou revisar nossa concepção de natureza” (em http://consc.net/papers/nature.pdf ). Chalmers tem um site (http://consc.net/online ) com 5386 artigos ou estudos “sobre consciência em filosofia e em ciência, e tópicos relacionados da filosofia da mente”. Depois de ler os 5386 artigos, leia também Consciousness as Recursive, Spatiotemporal Self-Location (A consciência como uma autolocalização espaçotemporal recursiva), de Frederic Peters (University of Queens, Austrália). Aqui está o Resumo/Abstract do artigo para abrir seu apetite:
“No nível fenomênico, a consciência pode ser descrita como um campo singular e unificado de auto-percepção (self-awareness) consistentemente coerente de maneira particular; aquela de um sujeito localizado tanto espacial como temporalmente em um domínio egocentricamente estendido de modo que a auto-percepção consciente está explicitamente caracterizada pela eu-dade (I-ness), pela agora-dade (now-ness) e pela aqui-dade (now-ness). O mecanismo psicológico que subsidia essa autolocalização espaçotemporal e seu estilo recursivo de processamento envolve uma elaboração evolutiva do quadro de referência orientacional básico que estrutura harmoniosamente as contínuas computações de auto-localização espaçotemporal como eu-aqui-agora. A cognição computa o output de ação no interior de um movimento continuado, e conseqüentemente requer um quadro de referência espaçotemporal de auto-localização constante como base para essas computações. Com o tempo, as constantes pressões evolutivas por eficiência energética encorajaram tanto a proliferação de mecanismos antecipatórios de processamento como a elaboração, no ápice da hierarquia de processamento sonsóriomotor, de um circuito auto-ativador recursivamente antecipatório altamente atenuado processando o esquema orientacional básico independente de output da ação externa. Enquanto quadro primário de referência da cognição ativa do estado de alerta, esse processamento recursivo do eu-aqui-agora gera uma região de auto-percepção subjetiva em termos da qual há o sentido de ser si mesmo aqui e agora. Isto é a consciência”.
Não se deixe abater. O texto do próprio artigo é bem menos hermético. Por exemplo (p. 2): “O mistério aparentemente intratável da consciência tem uma explicação mais simples e mais imediata, com raízes na incompletude da atual teoria neuropsicológica. O problema de explicar as propriedades da experiência fenomênica em termos psicológicos (e em última análise, biofísicos) encontra paralelo, como sugere Antii Revonsuo, no enigma encontrado pela ciência há um século, quando tentava explicar a relação da química com a física e da biologia com a química. Em ambas as instâncias, a descontituidade entre as propriedades se dissolveram à medida que os cientistas passaram a entender cada nível de organização com mais precisão – o papel dos elétrons na física atômica, suficiente para explicar as ligações químicas, e o papel das macromoléculas e das complexas vias bioquímicas de feedback, suficientes para se explicar a atividade biológica.
Similarmente, a aparente descontinuidade entre as propriedades fenomênicas da consciência e os processos psiconeurológicos empiricamente demonstrados provavelmente se deriva de uma compreensão incompleta dos mecanismos de processamento cognitivo, por um lado, juntamente com uma análise insuficientemente precisa das propriedades fenomênicas da consciência, por outro lado. De acordo com isso, a explicação da consciência como auto-localização recursiva vai alinhar as características fenomênicas básicas da consciência (auto-percepção consistente enquanto sujeito localizado aqui e agora) com um constructo cognitivo específico (o esquema auto-localizacional) processado de maneira particular recursivamente antecipatória”.
sábado, 1 de novembro de 2008
Download no Cérebro
Já imaginei que isso iria acontecer um dia, mas não tão cedo. Nem tinha tanta certeza se daria certo. As idéias de Ray Kurzweil, que estabeleceu que os humanos eventualmente iriam encontrar uma forma de imortalidade ao transferir um plano geral do cérebro de uma pessoa para um computador ou um robô, ou transferir conhecimento direto para o córtex ou para o hipocampo, estão sendo estudadas em alguns laboratórios nesse momento. A revista Scientific American, em sua edição de 12 de novembro de 2008 (num artigo que já está online em http://www.sciam.com/article.cfm?id=jacking-into-the-brain&print=true) aborda o assunto. O exemplo do artigo é cinematográfico: a cena de Matrix onde a personagem aprende a pilotar um helicóptero recebendo instruções diretamente no cérebro através de um telefone. A pequena manchete do blog Arts and Letters Daily (http://www.aldaily.com/ ), que me levou ao artigo, diz: “Você não tem que ler Guerra e Paz, você só precisa fazer o download para seu cérebro”. Mas não é bem assim. Guerra e Paz não é uma tabela com os horários dos trens. Podemos ler o livro com 14 anos e apreender ‘x’. O ‘y’ fica para quando relermos aos 40, depois de reunir uma vivência histórica, cognitiva, amorosa, e todos os etcs possíveis. Ou como diz John P. Donoghue, da Brown University, no artigo: “Informações complexas como o conteúdo de um livro exigem interações entre um grande número de neurônios em uma grande área do sistema nervoso. Portanto, não se poderia lidar com todas elas, fazê-las armazenar em suas conexões o tipo correto de informação. Eu diria, então, baseado no atual conhecimento, que não é possível”. Será?
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