segunda-feira, 31 de maio de 2010

Música, evolução biológica e o cérebro


Music, biological evolution, and the brain
Aniruddh D. Patel 2010
The Neurosciences Institute, San Diego, CA

ADP é autor do consagrado livro abaixo, que fez um sucesso danado e vendeu um trilhão de exemplares (só em Votuporanga, imagine no resto do mundo...) Anyways, esse artigo mais recente, como diz o abstract abaixo, oferece uma nova perspectiva teórica sobre a evolução da música. Vamos ler, então, para saber o que está acontecendo.

Patel, A.D. (2008). Music, Language, and the Brain. New York: Oxford Univ. Press.

Abstract. Esse ensaio oferece uma nova perspectiva teórica sobre a evolução da música. Atualmente, diversas teorias adaptacionistas postulam que a capacidade humana para a música é um produto da seleção natural, refletindo o valor de sobrevivência de comportamentos musicais do passado de nossa espécie (e.g., Wallin et al., 2000). Contrastando bastante com isso, uma proeminente teoria não-adaptacionista da música argumenta que a música é uma invenção humana e biologicamente inútil (Pinker, 1997). Eu argumento que as pesquisas sobre música e cérebro não sustentam nenhum desses dois pontos de vista. Contrariamente às teorias adaptacionistas, as pesquisas neurocientíficas sugerem que a existência da música pode ser explicada sem se invocar qualquer especialização cerebral de base evolutiva ref. às habilidades musicais. E, contrariamente às alegações de Pinker, as pesquisas neurocientíficas sugerem que a música pode ser biologicamente poderosa. Por biologicamente poderosa, quero dizer que os comportamentos musicais (por exemplo, tocar, ouvir) podem ter efeitos duradouros sobre funções cerebrais não-musicais, como a linguagem e a atenção, em vidas individuais. Assim, teoriza-se que a música seja uma invenção humana biologicamente poderosa, ou uma 'tecnologia transformativa da mente'.