Vou traduzir um trecho do início do artigo de Ridley.
A evolução humana apresenta um enigma. Nada parece explicar o progresso súbito dos últimos 45.000 anos - a conversão de apenas outro raro macaco predatório no dominador do planeta com tecnologias de rápido desenvolvimento. Uma vez que o 'progresso' começou a produzir novas ferramentas, diferentes modos de vida e populações crescentes, isso se acelerou por todo o mundo, culminando na agricultura, nas cidades, na escrita e todo o resto. Ainda assim, todos os ingredientes do sucesso humano - fabricação de ferramentas, cérebros grandes, cultura, o fogo e até a linguagem - aparentemente já existiam há meio milhão de anos e nada havia acontecido. As ferramentas eram feitas segundo o mesmo desenho monótono por centenas de milhares de anos, e o impacto ecológico das pessoas era mínimo. Então, de repente - bang! - a cultura explodiu, iniciando na África. Por que então, por que ali?
A resposta está em uma nova idéia, tomada por empréstimo da economia, conhecida como inteligência coletiva: a noção de que o que determina a inventividade e a taxa de modificação cultural de uma população é a quantidade de interações entre os indivíduos. Mesmo que ela explique antigos padrões da pré-história, esta idéia sustenta a esperança de que a raça humana irá prosperar tremendamente nos anos por vir - porque as idéias estão fazendo sexo umas com as outras como jamais aconteceu.
Quanto mais os cientistas descobrem, maior se torna o enigma da evolução. A própria fabricação de ferramentasparece ter sido levada a um passado de dois milhões de anos, e os modernos kits de ferramentas emergiram gradualmente na África durante uns 300.000 anos. Enquanto isso, sabe-se que os homens de Neanderthal tinham cérebros que eram ainda maiores do que os nossos, e herdaram as mesmas mutações genéticas que facilitam a fala para nós. Entretanto, a despeito de terem sobrevivido até há uns 30.000 anos, eles quase não inventaram novas ferramentas, sem falar de fazendas, cidades e da pasta de dentes. Os homens de Neanderthal provaram que é bem possível ser um humano inteligente e imaginativo (eles enterravam seus mortos) e ainda assim não experimentar progresso cultural e econômico.
Humans: Why They Triumphed
How did one ape 45,000 years ago happen to turn into a planet dominator? The answer lies in an epochal collision of creativity. By Matt Ridley
The Saturday Essay. May 22, 2010
Caso não saibas quem é ele, aqui está uma minibiografia de Ridley:
MATT RIDLEY'S 23 pairs of chromosomes, together with a doctorate form Oxford University, equipped him for a career as a science journalist with The Economist and the Daily Telegraph. His books include The Agile Gene: How Nature Turns on Nature; Nature Via Nurture: Genes, Experience, and What Makes Us Human; Red Queen: Sex and the Evolution of Human Nature; Genome: The Autobiography of a Species in 23 Chapters; Origins of Virtue: Human Instincts and the Evolution of Cooperation; and editor of The Best American Science Writing 2002.
He is chairman of the International Centre for Life, Newcastle-upon-Tyne’s science park and visitor centre devoted to life science. He has ingeniously combined his chromosomes with those of his wife, the neuroscientist Dr Anya Hurlbert, to produce two entirely new human beings. His books have been shortlisted for six literary awards. He has been a scientist, a journalist, and a national newspaper columnist. He is also a visiting professor at Cold Spring Harbor Laboratory in New York.
Outros artigos de interesse:
Nature? Nurture? What Makes Us Human?
Matt Ridley
Presented at the Alfred Deakin Innovation Deakin Lectures, Melbourne, Australia
10 July 2007
Why are we all getting cleverer?
A evolução humana apresenta um enigma. Nada parece explicar o progresso súbito dos últimos 45.000 anos - a conversão de apenas outro raro macaco predatório no dominador do planeta com tecnologias de rápido desenvolvimento. Uma vez que o 'progresso' começou a produzir novas ferramentas, diferentes modos de vida e populações crescentes, isso se acelerou por todo o mundo, culminando na agricultura, nas cidades, na escrita e todo o resto. Ainda assim, todos os ingredientes do sucesso humano - fabricação de ferramentas, cérebros grandes, cultura, o fogo e até a linguagem - aparentemente já existiam há meio milhão de anos e nada havia acontecido. As ferramentas eram feitas segundo o mesmo desenho monótono por centenas de milhares de anos, e o impacto ecológico das pessoas era mínimo. Então, de repente - bang! - a cultura explodiu, iniciando na África. Por que então, por que ali?
A resposta está em uma nova idéia, tomada por empréstimo da economia, conhecida como inteligência coletiva: a noção de que o que determina a inventividade e a taxa de modificação cultural de uma população é a quantidade de interações entre os indivíduos. Mesmo que ela explique antigos padrões da pré-história, esta idéia sustenta a esperança de que a raça humana irá prosperar tremendamente nos anos por vir - porque as idéias estão fazendo sexo umas com as outras como jamais aconteceu.
Quanto mais os cientistas descobrem, maior se torna o enigma da evolução. A própria fabricação de ferramentasparece ter sido levada a um passado de dois milhões de anos, e os modernos kits de ferramentas emergiram gradualmente na África durante uns 300.000 anos. Enquanto isso, sabe-se que os homens de Neanderthal tinham cérebros que eram ainda maiores do que os nossos, e herdaram as mesmas mutações genéticas que facilitam a fala para nós. Entretanto, a despeito de terem sobrevivido até há uns 30.000 anos, eles quase não inventaram novas ferramentas, sem falar de fazendas, cidades e da pasta de dentes. Os homens de Neanderthal provaram que é bem possível ser um humano inteligente e imaginativo (eles enterravam seus mortos) e ainda assim não experimentar progresso cultural e econômico.
Humans: Why They Triumphed
How did one ape 45,000 years ago happen to turn into a planet dominator? The answer lies in an epochal collision of creativity. By Matt Ridley
The Saturday Essay. May 22, 2010
Caso não saibas quem é ele, aqui está uma minibiografia de Ridley:
MATT RIDLEY'S 23 pairs of chromosomes, together with a doctorate form Oxford University, equipped him for a career as a science journalist with The Economist and the Daily Telegraph. His books include The Agile Gene: How Nature Turns on Nature; Nature Via Nurture: Genes, Experience, and What Makes Us Human; Red Queen: Sex and the Evolution of Human Nature; Genome: The Autobiography of a Species in 23 Chapters; Origins of Virtue: Human Instincts and the Evolution of Cooperation; and editor of The Best American Science Writing 2002.
He is chairman of the International Centre for Life, Newcastle-upon-Tyne’s science park and visitor centre devoted to life science. He has ingeniously combined his chromosomes with those of his wife, the neuroscientist Dr Anya Hurlbert, to produce two entirely new human beings. His books have been shortlisted for six literary awards. He has been a scientist, a journalist, and a national newspaper columnist. He is also a visiting professor at Cold Spring Harbor Laboratory in New York.
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Matt Ridley
Presented at the Alfred Deakin Innovation Deakin Lectures, Melbourne, Australia
10 July 2007
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Matt Ridley 2009