sexta-feira, 21 de maio de 2010

Cérebro, leitura e graus de consistências sistêmicas

Mais um artigo sobre a correspondência entre áreas cerebrais e leitura. Parece que esta equipe enfatiza o estudo do estabelecimento e/ou impedimento de um padrão de consistência entre as atividades básicas da leitura. Bem, veja o abstract e leia o artigo, mas saiba que é mais denso do que as selvas de Bornéu. Tabelas completíssimas e ilustrações altamente informativas.

Abstract. Um dos desafios principais para dominar o inglês é tornar-se sensível à consistência de soletragem para som (isto é, consistência fonológica) e de som para soletragem (isto é, consistência ortográfica). Utilizando imagem por ressonância magnética funcional (fMRI), examinamos os correlatos neurais da consistência em Leitores Normais e Problemáticos de 9-15 anos durante uma tarefa de rima na modalidade visual. Na mesma linha do nosso estudo anterior [Bolger, D. J., Hornickel, J., Cone, N. E., Burman, D. D., & Booth, J. R. (in press). Neural correlates of orthographic and phonological consistency effects in children. Human Brain Mapping], para Leitores Normais, uma consistência ortográfica e fonológica menor foi associada a uma maior ativação de diversas regiões, incluindo os giros frontais bilaterais inferior/médio, o córtex cingulado anterior bilateral e o giro fusiforme esquerdo. Leitores com problemas só ativaram o córtex cingulado anterior bilateral em resposta a uma consistência em decréscimo. Comparações de grupos revelaram que, com relação aos Leitores Problemáticos, os Leitores Normais apresentavam uma resposta mais ampla nessa rede para uma consistência fonológica menor, ao passo que as diferenças de consistência ortográfica eram limitadas. Por último, as correlações cérebro-comportamento revelaram uma relação significativa entre a habilidade (isto é, Consciência Fonológica e decodificação de não-palavras) e efeitos de consistência cortical para Leitores Problemáticos nos giros frontais médio/inferior esquerdos e no giro fusiforme esquerdo. Leitores Problemáticos com maior habilidade apresentaram uma ativação maior para uma consistência maior. Esta relação foi confiavelmente diferente daquelas dos Leitores Normais, na qual uma habilidade maior estava associada a uma maior ativação para uma consistência menor. De acordo com modelos de via única, ou conexionistas, esses resultados sugerem que Leitores Problemáticos com maior habilidade dedicam recursos neurais para representar o mapeamento entre ortografia e fonologia para palavras de maior consistência, e portanto não ativam vigorosamente essa rede para palavras de menor consistência.

Differential effects of orthographic and phonological consistency in cortex for children with and without reading impairment
Donald J. Bolgera, Jennifer Minas, Douglas D. Burman, James R. Booth 2008