terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Reducionismo

Trials and Errors: Why Science Is Failing Us
By Jonah Lehrer
December 16, 2011
http://www.wired.com/magazine/2011/12/ff_causation/all/1

Esta suposição - de que entender as partes que constituem um sistema significa que também entendemos as causas inerentes do sistema - não se limita à indústria farmacêutica ou mesmo à biologia. Ela define a ciência moderna. Em geral, acreditamos que o chamado problema da causação pode ser curado por mais informações, por nossa incessante acumulação de fatos. Os cientistas se referem a este processo como reducionismo. Desmontando um processo, podemos ver como tudo se ajusta; o complexo mistério é destilado em uma lista de ingredientes. E assim, a questão do colesterol - qual é sua relação com a doença cardíaca? - se torna um loop predizível de proteínas otimizando proteínas, acrônimos em constante alteração. A medicina moderna se vale particularmente bastante dessa abordagem. A cada ano, perto de 100 bilhões de dólares são investidos em pequisas biomédicas nos Estados Unidos, todas objetivando esmiuçar nacos invisíveis do corpo. Supomos que esses novos detalhes finalmente revelarão as causas das doenças, ligando nossas mazelas a pequenas moléculas ou a fragmentos errantes de DNA. Assim que encontrarmos a causa, é claro, poderemos começar a trabalhar na cura.

O problema desta suposição, entretanto, é que as causas são um tipo estranho de conhecimento. Isto foi notado pela primeira vez por David Hume, o filósofo escocês do século 18. Hume percebeu que ainda que as pessoas falem sobre causas como se elas fossem fatos reais (sic - real facts), coisas tangíveis que podem ser descobertas, na verdade elas não são nada factuais. Ao invés, disse Hume, toda causa é apenas uma história fugidia, uma conjectura atraente, uma "concepção intensa produzida pelo hábito". Quando uma maçã cai de uma árvore, a causa é óbvia - a gravidade. A idéia cética de Hume era que não vemos a gravidade - vemos apenas um objeto atraído paara a terra. Olhamos para X e depois para Y, e inventamos uma história sobre o que acontece nesse intervalo. Podemos medir fatos, mas uma causa não é um fato - é uma ficção que nos ajuda a dar sentido aos fatos
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