O artigo abaixo remete a uma polêmica (altamente lucrativa para os leitores) entre Evelina Fedorenko & Nancy Kanwisher e Gregory Hickok, fornecendo alguns comentários e todos os links para a pendenga. Para os interessados no assunto, imperdível. (Para quem não sabe, Hickok não é um blogueiro de neurociência - é professor de neurobiologia da linguagem da UCI, University of California, Irvine).
Does functional specialization exist in the language system?
Friday, September 3rd, 2010
http://www.talyarkoni.org/blog/tag/language/
Em um recente estudo de revisão, Fedorenlo & Kanwisher (2009) procuraram aplicar idéias do estudo de regiões visuais funcionalmente seletivas ao estudo da linguagem. Elas propuseram a seguinte questão com respeito à neuroimagem da linguagem no título de seu trabalho: Por que não emergiu um quadro (ou figura) mais claro? E deram a seguinte resposta: É porque os cérebros diferem uns dos outros, seu burro.
É claro que estou parafraseando: elas não usam exatamente essas palavras. Mas a questão básica defendida por elas é que é difícil identificar regiões funcionalmente seletivas quando v. está fazendo um rateio entre uma porção de cérebros muito diferentes. E a solução que elas propõem - novamente, importada do estudo das áreas visuais - é identificar regiões-de-interesse (ROIs: regions-of-interest) linguísticas potencialmente seletivas com base na especificidade do sujeito, mais do que procurar sustentação em análises em nível de grupo.
O estudo de Fedorenko e Kanwisher, aparentemente, não agradou Greg Hickok, do Talking Brains, que já fez vários trabalhos elegantes sobre a neurobiologia da linguagem. Um resumo da reação de Hickok:
Mas o que achei um pouco irritante foi a visão extremamente fraca e lamentavelmente míope do progresso (que existe) no campo da base neural da linguagem.