sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Dizem os psicólogos...


Paul Broks


A revista eletrônica da British Psychological Society - para comemorar sua ducentésima edição - publica uma postagem bem bolada, onde alguns psicólogos falam de suas experiências com a disciplina na qual labutam. Traduzi a de Paul Broks (veja abaixo) porque também sou fã e praticante da filosofia dos estóicos gregos e romanos que ele cita, e de alguns outros que ele não cita.

Psychology to the rescue
Thursday, 3 November 2011



The fortnightly email version of the BPS Research Digest, first launched in 2003, has today reached its 200th issue. To mark the occasion I've asked a handful of leading psychologists to write 200 words on a time in their lives that their psychology knowledge or skills came to their rescue. Here's what they had to say:

Simon Baron-Cohen: Cycles of abuse
Vaughan Bell: Living with ambiguity
Sue Blackmore: Coping with demented patients
Paul Broks: My confession
David Buss: Derogation of competitors
Susan Fiske: Nerdy but nice
Chris French: Seeing what we want to believe
Howard Gardner: Forming a synergistic team
Emily Holmes: My inner CBT therapist
Bruce Hood: Storytelling
Brian Knutson: (anti)complementarity
Ellen Langer: Combating ageism
David Lavallee: The Zeigarnik effect
Scott Lilienfeld: The unnatural nature of scientific thinking
Elizabeth Loftus: Prestige-enhancing memory tricks
Catherine Loveday: An insurance policy
David Myers: Advocating hearing assistance technology
Tom Stafford: Avoiding bystander apathy
Robert Sternberg: Understanding love
Jon Sutton: Pride before a fall
Essi Viding: A "good enough" child-rearing environment


Thursday, 3 November 2011
Paul Broks: My confession

Eis uma confissão. Tenho sido psicólogo profissional por trinta anos, clínico e acadêmico, mas não consigo pensar em uma só oportunidade em que fiz uso pessoal de meu conhecimento de psicologia. Mesmo nas horas mais sombrias, especialmente nas horas mais sombrias, nunca me volto para a psicologia científica à procura de esclarecimentos. Estou escrevendo essas palavras a alguns dias do primeiro aniversário da morte de minha mulher, e por esta razão tive alguns dias muito sombrios ultimamente. Através disso tudo, meu conhecimento de psicologia clínica pareceu irrelevante ou, se não irrelevante, então certamente periférico com relação às minhas necessidades e preocupações mais profundas. Sei que isto pode soar presunçoso, insincero ou forçadamente do contra. Mas é verdade. Por inclinação natural, sou um estóico. Não no sentido impreciso de "soturnamente determinado" ou de "eterno sofredor", especialmente não por ter orgulho disso. Quero dizer estóico na tradição daquele círculo de filósofos gregos e romanos - Epictetus e Seneca entre eles - para os quais a questão de "Como melhor viver a vida?" era a mais importante de todas. Sua sabedoria coletiva pode ser resumida dessa maneira: as emoções negativas são prejudiciais; livre-se delas através de pensamentos e atos. Estas são as raízes da CBT (cognitive behavioural therapy), é claro, sendo que a diferença é que os estóicos oferecem uma ampla filosofia de vida, e não apenas um punhado de truques psicológicos. É completamente diferente.

Paul Broks is a neuropsychologist based at Plymouth University. He gained international recognition as a writer with his first book 'Into the Silent Land', a mix of neurological case stories, memoir and speculative fiction. A second volume, 'Next', is forthcoming.