Para a postagem Cosmologia, de ontem, o artigo abaixo poderia ser um subsídio interessante, ainda que sua linguagem seja mais antropológica do que propriamente astrofísica. Lendo os comentários, entretanto, somos transportados para o subconjunto da máxima "Nada do que é humano me é estranho" - em resposta a uma crítica bem aguda e certeira de Daeda (IMHO), Adam Frank reclama de uma visão estreita da ciência e de sua relação com a cultura, dizendo que "o intercâmbio entre ciência e cultura vai bem mais além do que simplesmente a ciência prover novas tecnologias para a cultura". Com o que concordo também. Felizmente a leitora Christina Anne Knight veio em nosso socorro (veja lá nos comentários) e resumiu a pendenga toda em um pequeno parágrafo, traduzido abaixo, com o qual concordo também (só que 99%).
Does Cosmology Matter?
By Adam Frank October 21, 2011
Acho que é inevitável que um modelo evolutivo cíclico, dirigido pela instabilidade termodinâmica em nível quântico anteriormente à expansão cósmica, irá se tornar o modelo cosmológico dominante. Ele é, longe, a melhor maneira de explicar a chamada sintonia fina dos parâmetros cósmicos e também a relativa complexidade do universo inicial. É razoável supor-se que os mesmos padrões evolutivos encontrados por toda a hierarquia de sistemas do universo poderiam ser aplicados ao próprio universo. A questão, então, se torna: será que existe um nível máximo de complexidade até o qual o universo (devido a considerações termodinâmicas) pode evoluir durante o processo cíclico? Também: será que existe a repetição de um padrão da encarnação cíclica mais simples para uma mais complexa? Se assim for, isso significa que estarei digitando esta mesma pergunta um número infinito de vezes? Christina Anne Knight
E, muito à propos, leia o poema inédito de Fernando Pessoa que também postei hoje.