Fig. 1.8.4. Reconstrução tridimensional completa do neuropil (2x2x2 µm) do stratum radiatum do hipocampo. Axônios – verde; dendritos – ocre; astrócitos – azul claro; mielina – azul escuro. (Rato, hipocampo.) (From Atlas of Ultrastructural Neurocytology by Josef Spacek, MUDr., DrSc.)
"Além da Sinapse" é o título de um post de 24 de junho de 2009 do blog AK’s Rambling Thoughts, onde podem ser encontrados artigos sobre neurocognição muito bem embasados, discutidos e ilustrados, além de soberbamente linkados. Beyond the Synapse começa assim:
“Recentemente discuti o papel das membranas celulares, especialmente as das células de glia, na execução de cálculos complexos no cérebro, e agora quero lançar um olhar mais detalhado sobre que tipo de coisas podem estar ocorrendo nesses cálculos. Vou ligar essa discussão a três trabalhos recentes, todos os quais oferecem importantes detalhes auxiliares para a compreensão de como as membranas dos neurônios e das células de glia podem ser ‘inteligentes’.”
E segue-se um artigo altamente complexo sobre o assunto. Pensei que tinha emburrecido de repente, mas a primeira frase do primeiro comentário sobre o artigo foi “That is crazy complicated”, aí fui tomar um cafezinho. A última parte do artigo, chamada Criando a Inteligência, é assim:
“O que significa isso em relação à capacidade de computação do cérebro? Significa que todo o volume da matéria cinzenta é um tipo de máquina de computação maciça. Claro, muitas porções dela fazem o suporte material: vasos sanguíneos, axônios mielinados, corpos celulares, etc. A parte onde se concentra a computação se chama neuropil. É uma massa densamente compacta de partes celulares, estando suas membranas celulares quase sempre separadas por uma fração de mícron (ou micrômetro).
Em vista de pesquisas recentes, incluindo os três estudos discutidos aqui, temos todas as razões para supor que o cérebro comporta muito mais poder de computação do que aquele contido nos potenciais evocados (action potentials), ou mesmo nas reações dendríticas a eles. Os processos de velocidades mais altas, envolvendo potenciais evocados e ondas elétricas associadas aos dendritos, trabalham em uma escala de tempo de milisegundos. Os processos que descrevi aqui trabalham em uma escala um pouco mais extensa, mas ainda no âmbito de sub-segundos, sendo assim apropriados para coisas como memória de curto prazo, integração de percepções conscientes, etc. Em períodos de minutos, ou por mais tempo, as estruturas celulares podem se modificar, permitindo que o cérebro mude seu comportamento, provavelmente uma parte de como funciona nossa memória de longo prazo. Considerando tudo isso, o cérebro é potencialmente muto mais inteligente do que pensávamos há uma década”