Paul Laurienti (1), Christina Hugenschmidt (1) e Satoru Hayasaka (2) fizeram o primeiro mapeamento da modularidade cerebral que não restringe as análises a estruturas anatômicas prédefinidas, focalizando o fenômeno por toda a extensão do funcionamento do cérebro.
1. Wake Forest University School of Medicine, Radiology
2. Wake Forest University School of Medicine, Public Health Science and Radiology
Mapas de modularidade revelam estrutura comunitária do cérebro humano em repouso é o nome do artigo de Laurienti e colegas, publicado ontem nos Precedings da revista Nature. Já falamos de modularidade aqui, em 29 de junho e em 21 de setembro de 2008, sendo que o artigo de Elizabeth Bates (ardorosa defensora da modularidade) recebe agora uma importante comprovação experimental. Leia o abstract/resumo de Laurienti e colegas:
“O cérebro é uma rede complexa de neurônios interconectados que combina especificidade regional com processamento distribuido. Progressos recentes no campo da teoria de redes facilitaram análises pioneiras demonstrando que a conectividade cerebral exibe propriedades de pequeno-mundo similares às de outras redes auto-organizadas como a internet, o genoma, e até mesmo organizações sociais. A conectividade cerebral dá apoio ao processamento local e global através de grandes conglomerados (high clustering) e de vias curtas de conectividade, respectivamente. Na mesma medida em que esses índices de rede abrangente enfatizam a organização global da rede, a especificidade regional está relacionada à interconectividade de regiões vizinhas locais dentro do sistema como um todo (global). O trabalho apresentado aqui avaliou a estrutura comunitária de redes do cérebro humano em repouso para identificar as regiões vizinhas locais e mapear aquelas áreas interconectadas relativamente ao cérebro. O estudo identificou um predizível aglomerado nos córtices unisensoriais. Entretanto, a inesperada estrutura comunitária da rede de modo default (DMN – default-mode network) revelou três módulos distintos e incluiu os córtices frontais laterais às tradicionais regiões DMN. Esses resultados são os primeiros a mapear a modularidade por todo o cérebro sem restringir as análises a estruturas anatômicas prédefinidas. Tais análises fornecem uma visão imparcial das comunidades de rede e prometem nos trazer novas idéias sobre a organização do cérebro. A avaliação da estrutura modular do cérebro em todos os seus estados, durante tarefas exigentes ou em populações de doentes irá revelar modificações dinâmicas de conectividade em redes cerebrais globais”.
Modularity maps reveal community structure in the resting human brain é o nome do artigo de Laurienti e colegas, e esse mesmo link traz o endereço da versão PDF do artigo completo.