segunda-feira, 6 de abril de 2009

Epistemologia em Quantum Philosophy

Roland Omnès é professor emérito de física teórica na faculdade de ciências de Orsay, Université Paris-Sud XI. Nasceu em 1931 e tem formação em matemática, mas seus trabalhos não inteiramente técnicos sempre enfatizam a ligação entre a física e a possibilidade do conhecimento. O livro examinado aqui, Quantum Philosophy (primeira edição: Paris, Gallimard, 1994), trata dessa ligação em grande estilo. Da Grécia antiga aos dias de hoje, Omnès examina em que contextos se desenvolveu a epistemologia corrente.

“Em seu livro de 2004, Converging Realities: Toward a Common Philosophy of Physics and Mathematics (Princeton University Press), Omnès apresenta, em detalhes, sua posição sobre a relação entre matemática e realidade, que ele começou a desenvolver em Quantum Philosophy” (Wikipedia). O texto editorial que apresenta Quantum Philosophy retrata direitinho o que se pode esperar de sua leitura:

“Nesta obra magistral, Roland Omnès nos leva das academias da antiga Grécia aos laboratórios da ciência moderna, à medida que procura reconstruir os fundamentos da filosofia do conhecimento. Um dos maiores físicos quânticos do mundo, Omnès resenha a história e os recentes desenvolvimentos da matemática, da lógica e das ciências físicas para mostrar que os atuais trabalhos em teoria quântica oferecem novas respostas para questões que intrigaram os filósofos durante séculos: O mundo é fundamentalmente inteligível? Todos os eventos são causados? Os objetos têm localizações definitivas? Omnès lida com essas questões através de argumentos vigorosos e uma redação clara e pitoresca, visando não só desenvolver o conhecimento como também esclarecer os leitores que não tenham base formal em ciência ou filosofia.

O livro se inicia com uma descrição ampla e penetrante dos principais desenvolvimentos da ciência e da filosofia do conhecimento da era pré-socrática até o século 19. Omnès então delineia o surgimento, no pensamento moderno, de uma fratura entre nossa visão intuitiva e trivial do mundo e o mundo abstrato e incomprensível – para muitas pessoas – retratado pela física avançada, a matemática e a lógica. Ele argumenta que a fratura ocorreu porque as idéias de Einstein e Bohr, os progressos lógicos de Frege, Russell e Gödel e a necessária matemática do infinito de Cantor e Hilbert não podem ser inteiramente expressados apenas por palavras e imagens. A mecânica quântica teve papel importante nesse desenvolvimento, já que pareceu minar as noções intuitivas de inteligibilidade, localidade e causalidade. Entretanto, Omnès argumenta que o senso comum e a mecânica quântica não são tão incompatíveis como achavam muitas pessoas. De fato, ele apresenta o provocativo argumento de que a abordagem da mecânica quântica através das ‘histórias consistentes’, desenvolvida nos últimos quinze anos, coloca o senso comum (um pouco reavaliado e circunscrito) em uma firme posição filosófica e científica pela primeira vez. Ao fazer isso, ele fornece o que os filósofos procuraram através dos tempos: uma base confiável para o conhecimento humano”.

Roland Omnès "Quantum Philosophy" Princeton University Press 1999 328 pages PDF
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