Where Did the Time Go? Do Not Ask the Brain
Benedict Carey
The New York Times, January 4, 2010
Um artigo muito interessante, e que traz algumas novidades. Como sempre, alguns comentários dos leitores trazem surpresas - dê uma olhada. Leia um trecho:
De fato, os cientistas não têm certeza sobre como o cérebro registra o tempo. Uma teoria sustenta que ele tem um conjunto de células especializadas em contar intervalos de tempo; outra, que uma vasta cadeia de processos neurais atua como relógio interno.
Seja de que maneira for, dizem os estudos, esse marc-passo biológico apresenta uma avaliação fraca de intervalos mais longos. O tempo não parece passar nem um pouco mais devagar durante uma tarde vazia e disparar quando o cérebro está ocupado com um serviço desafiador. Os estimulantes, incluindo a cafeína, tendem a a fazer as pessoas se sentirem melhor como se o tempo passasse mais depressa; trabalhos complexos, como preparar os impostos, parecem se arrastar mais do que realmente ocorre.
E eventos emocionais - um rompimento, uma promoção, uma viagem transformadora ao estrangeiro - tendem a ser percebidas como mais recentes do que realmente são, por meses e até por anos. Resumindo, alguns psicólogos dizem que os achados sustentam a observação do filósofo Martin Heidegger de que o tempo "persiste meramente como consequência dos eventos que ocorrem nele" (mas veja os comentários dos leitores).
Agora, os pesquisadores estão descobrindo que o inverso também pode ser verdade: se bem poucos eventos chegarem à mente, então a percepção do tempo não persiste; o cérebro encurta o intervalo ocorrido.
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Um livro legal traz tudo sobre música
The Sound of Music
Stephen Gislason
Persona Digital Books 2011
Curioso esse livro... Seus capitulinhos, que não chegam a ter duas páginas, vão abordando os temas com dados novinhos em folha e uma redação enxuta. Gislason (veja seus talentos lá no final da postagem) entende de tudo o que fala, e nós lucramos com isso. Qualquer que seja nossa abordagem predileta sobre o assunto, que é vasto, está lá. Veja um trecho:
Som e Comunicação
O cérebro humano extrai diversos tipos de informação dos componentes dos sons: timbre, altura, localização e direção do movimento. A comunicação animal começa com sons que declaram significados específicos, como os gritos de alarme de esquilos e macacos, canções de pássaros que regulam o acasalamento e a atividade social, e os grunhidos gritos humanos, que atraem a atenção, sinalizam perigo ou expressam emoção. Todos os que passaram algum tempo em um ambiente natural saberá que pequenos sons estão por toda parte na natureza. Sons altos são incomuns e sinalizam perigo. Detectar e localizar a fonte dos sons é importante para a sobrevivência. Os sons naturais são específicos e bem definidos, e assim a identidade da fonte é rapidamente reconhecida.
Uma pessoa acostumada com a natureza será capaz de identificar aves, insetos e outros animais por seus sons característicos. Sons do vento informam sobre mudanças no tempo. Algumas árvores podem ser identificadas pelo som de suas folhas vibrando ao vento. Um marinheiro pode determinar a direção e velocidade do vento movimentando um pouquinho sua cabeça para escutar mudanças de tom e timbre enquanto o vento sopra em torno de sua cabeça. Nossos cérebros evoluiram para detectar e avaliar sons de volume baixo e discreto. Quando diferentes aves estão cantando, nós tendemos a focalizar apenas uma canção. Nós nos habituamos a sons regularmente recorrentes, manejando-os com a finalidade de detectar novos sons. O estudo dos sons naturais e as tendências inatas de nossa mente fornecem uma fundamentação para se entender música, por um lado, e ruído, por outro.
Leia alguma coisa sobre Gislason aqui.
Stephen Gislason
Persona Digital Books 2011
Curioso esse livro... Seus capitulinhos, que não chegam a ter duas páginas, vão abordando os temas com dados novinhos em folha e uma redação enxuta. Gislason (veja seus talentos lá no final da postagem) entende de tudo o que fala, e nós lucramos com isso. Qualquer que seja nossa abordagem predileta sobre o assunto, que é vasto, está lá. Veja um trecho:
Som e Comunicação
O cérebro humano extrai diversos tipos de informação dos componentes dos sons: timbre, altura, localização e direção do movimento. A comunicação animal começa com sons que declaram significados específicos, como os gritos de alarme de esquilos e macacos, canções de pássaros que regulam o acasalamento e a atividade social, e os grunhidos gritos humanos, que atraem a atenção, sinalizam perigo ou expressam emoção. Todos os que passaram algum tempo em um ambiente natural saberá que pequenos sons estão por toda parte na natureza. Sons altos são incomuns e sinalizam perigo. Detectar e localizar a fonte dos sons é importante para a sobrevivência. Os sons naturais são específicos e bem definidos, e assim a identidade da fonte é rapidamente reconhecida.
Uma pessoa acostumada com a natureza será capaz de identificar aves, insetos e outros animais por seus sons característicos. Sons do vento informam sobre mudanças no tempo. Algumas árvores podem ser identificadas pelo som de suas folhas vibrando ao vento. Um marinheiro pode determinar a direção e velocidade do vento movimentando um pouquinho sua cabeça para escutar mudanças de tom e timbre enquanto o vento sopra em torno de sua cabeça. Nossos cérebros evoluiram para detectar e avaliar sons de volume baixo e discreto. Quando diferentes aves estão cantando, nós tendemos a focalizar apenas uma canção. Nós nos habituamos a sons regularmente recorrentes, manejando-os com a finalidade de detectar novos sons. O estudo dos sons naturais e as tendências inatas de nossa mente fornecem uma fundamentação para se entender música, por um lado, e ruído, por outro.
Leia alguma coisa sobre Gislason aqui.
Nova metáfora/analogia para o cérebro
The Packet Switching Brain
Daniel Graham and Daniel Rockmore
A metáfora do computador serviu bem à ciência cerebral como ferramenta para a compreensão dos sistemas neurais. Ainda assim, nós propomos aqui que essa metáfora seja substituida ou suplementada por uma nova metáfora, a 'Metáfora da Internet', para refletir uma compreensão teórica de rede dramaticamente nova da estrutura e função cerebrais. Nós eferecemos uma forma 'fraca' e uma forma 'forte' dessa metáfora: a primeira sugere que as estruturas e os processos singulares às arquiteturas parecidas com a Internet (por exemplo, domínios e protocolos) podem guiar frutiferamente nosso pensamento sobre cérebros, ao passo que a última sugere que uma característica particular da Internet - a troca de pacotes (packet switching) - pode se materializar na estrutura de certas redes cerebrais, particularmente no neocórtex de mamíferos.
http://www.math.dartmouth.edu/~dgraham/packet_switching_PREPRINT.pdf
Abaixo, a identidade 'oficial' do artigo, que está em 'draft' no link acima:
The packet switching brain
Graham D & Rockmore D
Department of Mathematics, Dartmouth College, Hanover, NH 03755, USA. Journal of Cognitive Neuroscience [2011, 23(2):267-76]
Daniel Graham and Daniel Rockmore
A metáfora do computador serviu bem à ciência cerebral como ferramenta para a compreensão dos sistemas neurais. Ainda assim, nós propomos aqui que essa metáfora seja substituida ou suplementada por uma nova metáfora, a 'Metáfora da Internet', para refletir uma compreensão teórica de rede dramaticamente nova da estrutura e função cerebrais. Nós eferecemos uma forma 'fraca' e uma forma 'forte' dessa metáfora: a primeira sugere que as estruturas e os processos singulares às arquiteturas parecidas com a Internet (por exemplo, domínios e protocolos) podem guiar frutiferamente nosso pensamento sobre cérebros, ao passo que a última sugere que uma característica particular da Internet - a troca de pacotes (packet switching) - pode se materializar na estrutura de certas redes cerebrais, particularmente no neocórtex de mamíferos.
http://www.math.dartmouth.edu/~dgraham/packet_switching_PREPRINT.pdf
Abaixo, a identidade 'oficial' do artigo, que está em 'draft' no link acima:
The packet switching brain
Graham D & Rockmore D
Department of Mathematics, Dartmouth College, Hanover, NH 03755, USA. Journal of Cognitive Neuroscience [2011, 23(2):267-76]
Aprendizagem e Exclusão de Ruído
Music, Noise-Exclusion, and Learning
Bharath Chandrasekaran & Nina Kraus 2010
Northwestern University
Music Perception VOLUME 27, ISSUE 4, PP. 297–306
Abstract. Crianças com distúrbios de aprendizagem de base linguística apresentam processamento de fala prejudicado em ambientes onde é difícil escutar, sugerindo um déficit de exclusão de ruído. A aprendizagem musical induz modificações neuroplásticas por todo o sistema nervoso, incluindo um incremento no processamento sensorial inicial, capacidade linguística, memória de trabalho e segregação de fonte melhoradas - habilidades consideradas cruciais para a fala na percepção de ruído. Aqui, nós argumentamos a favor da utilidade da música como abordagem de treinamento auditivo para melhorar a percepção da fala (quando há ruído) em indivíduos com amplos déficits de exclusão de ruído.
Bharath Chandrasekaran & Nina Kraus 2010
Northwestern University
Music Perception VOLUME 27, ISSUE 4, PP. 297–306
Abstract. Crianças com distúrbios de aprendizagem de base linguística apresentam processamento de fala prejudicado em ambientes onde é difícil escutar, sugerindo um déficit de exclusão de ruído. A aprendizagem musical induz modificações neuroplásticas por todo o sistema nervoso, incluindo um incremento no processamento sensorial inicial, capacidade linguística, memória de trabalho e segregação de fonte melhoradas - habilidades consideradas cruciais para a fala na percepção de ruído. Aqui, nós argumentamos a favor da utilidade da música como abordagem de treinamento auditivo para melhorar a percepção da fala (quando há ruído) em indivíduos com amplos déficits de exclusão de ruído.
A música na linguagem
The Music in Language
November 16th, 2010 by Umaima Ahmad
The Harvard Brain
A música é capaz de fazer muitas coisas, e é utilizada em quase todos os eventos que são importantes para as vidas das pessoas. Pense em funerais e aniversários, e até em domingos na igreja. Em cada um desses eventos há um certo tipo de música que se pode encontrar. Mas o que ocorreria se uma marcha funeral fosse tocada em seu vigésimo aniversário? Ou se 'Feliz Aniversário' fosse cantado no funeral de um parente? Fica claro através desses exemplos que a música está diretamente relacionada à emoção.
As pessoas são treinadas para ligar a música aos eventos através de condicionamento, o mesmo processo tão onhecido que Pavlov utilizou. Ligar imagens de felicidade ao final da adversidade com uma canção animada, ou de desesperança com uma canção lenta em terça menor, pode intensificar a emoção. Do mesmo modo, apenas ouvir o 'Parabéns' pode nos lembrar de eventos que estejam ligados à música. Em um estudo publicado em outubro de 2010, Meagan Curtis, pesquisadora na Tufts, descobriu que quando ela grava atores dizendo frases comuns e inócuas como 'Vamos lá' com diversas intonações emocionais, os atores estavam se valendo da terça menor para transmitir tristeza. A terça menor é definida como uma diferença mensurável entre tonalidades musicais. Só isto já indica que a música e a linguagem estão relacionadas em um nível básico, subconsciente. O mesmo tom - terça menor - é utilizado em música que percebemos como 'triste'. Por outro lado, a música 'feliz' não utiliza a terça menor. Ouvir o 'Parabéns' utilizando a terça menor não tem o mesmo efeito procurado.
O que Curtis conclui a partir de seu estudo se baseia em uma teoria elaborada por Scott Brown em 2000 (citada no estudo de Curtis), de que deve ter havido um sistema compreendendo elementos acústicos comuns tanto à música como à linguagem, a partir do qual as duas evoluiram.Em seguida, esses elementos devem ter servido o propósito de 'funções referenciais e emotivas'. A conclusão de Curtis de que as expressões humanas vocais de tristeza e raiva 'aproximam' a música triste ou raivosa leva à teoria (de Brown), mas faz surgir a questão: isso é universal? No momento ainda não está claro, mas a música em geral é considerada universal. Além disso, um estudo feito em 2009 demonstrou que Africanos Nativos que nunca tinham ouvido rádio podem escolher se uma música é triste, raivosa ou inspira medo. Desse modo, segue-se que reconhecer a emoção em música é algo que todos podem fazer, reforçando a teoria de Brown de que pode ter havido uma 'musilinguagem', como ele a chama, da qual tanto a música como a linguagem vieram.
References:
http://www.sciencedaily.com/releases/2009/03/090319132909.htm
http://ase.tufts.edu/psychology/music-cognition/pdfs/Curtis&Bharucha2010Emotion.pdf
http://www.scientificamerican.com/blog/post.cfm?id=music-and-speech-share-a-code-for-c-2010-06-17
(Os comentários ref. a essa postagem do SciAmer são muito bons e alguns deles expressam minha própria opinião de que nem sempre os tons menores - ou os maiores - expressam tristeza - ou alegria, no caso dos maiores. O artigo de Ahmad, em geral, não é grande coisa, mas tem o mérito de chamar a atenção para o assunto. A teoria de Scott Brown, citada na tradução acima, é altamente suspeita...)
November 16th, 2010 by Umaima Ahmad
The Harvard Brain
A música é capaz de fazer muitas coisas, e é utilizada em quase todos os eventos que são importantes para as vidas das pessoas. Pense em funerais e aniversários, e até em domingos na igreja. Em cada um desses eventos há um certo tipo de música que se pode encontrar. Mas o que ocorreria se uma marcha funeral fosse tocada em seu vigésimo aniversário? Ou se 'Feliz Aniversário' fosse cantado no funeral de um parente? Fica claro através desses exemplos que a música está diretamente relacionada à emoção.
As pessoas são treinadas para ligar a música aos eventos através de condicionamento, o mesmo processo tão onhecido que Pavlov utilizou. Ligar imagens de felicidade ao final da adversidade com uma canção animada, ou de desesperança com uma canção lenta em terça menor, pode intensificar a emoção. Do mesmo modo, apenas ouvir o 'Parabéns' pode nos lembrar de eventos que estejam ligados à música. Em um estudo publicado em outubro de 2010, Meagan Curtis, pesquisadora na Tufts, descobriu que quando ela grava atores dizendo frases comuns e inócuas como 'Vamos lá' com diversas intonações emocionais, os atores estavam se valendo da terça menor para transmitir tristeza. A terça menor é definida como uma diferença mensurável entre tonalidades musicais. Só isto já indica que a música e a linguagem estão relacionadas em um nível básico, subconsciente. O mesmo tom - terça menor - é utilizado em música que percebemos como 'triste'. Por outro lado, a música 'feliz' não utiliza a terça menor. Ouvir o 'Parabéns' utilizando a terça menor não tem o mesmo efeito procurado.
O que Curtis conclui a partir de seu estudo se baseia em uma teoria elaborada por Scott Brown em 2000 (citada no estudo de Curtis), de que deve ter havido um sistema compreendendo elementos acústicos comuns tanto à música como à linguagem, a partir do qual as duas evoluiram.Em seguida, esses elementos devem ter servido o propósito de 'funções referenciais e emotivas'. A conclusão de Curtis de que as expressões humanas vocais de tristeza e raiva 'aproximam' a música triste ou raivosa leva à teoria (de Brown), mas faz surgir a questão: isso é universal? No momento ainda não está claro, mas a música em geral é considerada universal. Além disso, um estudo feito em 2009 demonstrou que Africanos Nativos que nunca tinham ouvido rádio podem escolher se uma música é triste, raivosa ou inspira medo. Desse modo, segue-se que reconhecer a emoção em música é algo que todos podem fazer, reforçando a teoria de Brown de que pode ter havido uma 'musilinguagem', como ele a chama, da qual tanto a música como a linguagem vieram.
References:
http://www.sciencedaily.com/releases/2009/03/090319132909.htm
http://ase.tufts.edu/psychology/music-cognition/pdfs/Curtis&Bharucha2010Emotion.pdf
http://www.scientificamerican.com/blog/post.cfm?id=music-and-speech-share-a-code-for-c-2010-06-17
(Os comentários ref. a essa postagem do SciAmer são muito bons e alguns deles expressam minha própria opinião de que nem sempre os tons menores - ou os maiores - expressam tristeza - ou alegria, no caso dos maiores. O artigo de Ahmad, em geral, não é grande coisa, mas tem o mérito de chamar a atenção para o assunto. A teoria de Scott Brown, citada na tradução acima, é altamente suspeita...)
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Algumas Músicas
Guy Clark - Instant Coffee Blues
http://www.coffeeworksdesign.com/music/Guy_Clark-InstantCoffeeBlue-Old_No_1.mp3
Guy Clark - The Last Gunfighter Ballad
http://www.beforeyoulisten.com/Uploads/2008/The Last Gunfighter Ballad.mp3
Guy Clark - L.A. Freeway
http://sowellremembered.files.wordpress.com/2009/09/02-l-a-freeway.mp3
Guy Clark - Hemingway's Whiskey
http://www.strangerdance.com/wp-content/uploads/2009/10/03-hemingways-whiskey.mp3
Guy Clark - Boats To Build
http://streamos.nonesuch.com/download/nonesuch/radio/pop-rock-alt/a_fl_guy_clark_boats_to_build_4_boats_to_build_250192_192.mp3
Guy Clark - Dublin Blues
http://www.snapdrive.net/files/545478/01 Dublin Blues.mp3
Guy Clark - The Cape
http://leadslingerstudios.com/cape.mp3
Guy Clark - Don't Let The Sunshine Fool You
http://rocky-52.net/son/son_c/clark_guy/clark_guy_dontletthesunshine.mp3
http://www.coffeeworksdesign.com/music/Guy_Clark-InstantCoffeeBlue-Old_No_1.mp3
Guy Clark - The Last Gunfighter Ballad
http://www.beforeyoulisten.com/Uploads/2008/The Last Gunfighter Ballad.mp3
Guy Clark - L.A. Freeway
http://sowellremembered.files.wordpress.com/2009/09/02-l-a-freeway.mp3
Guy Clark - Hemingway's Whiskey
http://www.strangerdance.com/wp-content/uploads/2009/10/03-hemingways-whiskey.mp3
Guy Clark - Boats To Build
http://streamos.nonesuch.com/download/nonesuch/radio/pop-rock-alt/a_fl_guy_clark_boats_to_build_4_boats_to_build_250192_192.mp3
Guy Clark - Dublin Blues
http://www.snapdrive.net/files/545478/01 Dublin Blues.mp3
Guy Clark - The Cape
http://leadslingerstudios.com/cape.mp3
Guy Clark - Don't Let The Sunshine Fool You
http://rocky-52.net/son/son_c/clark_guy/clark_guy_dontletthesunshine.mp3
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