segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Cérebro e Cultura

Com um nome horripilante (Taking the sacred path to decision making) mas nos trazendo conteúdo de primeira, o blog A Hippo on Campus publicou uma postagem muito interessante sobre a tomada de decisões, o valor que atribuímos às nossas escolhas e algumas abobrinhas sobre a localização cerebral disso tudo. Vou traduzir um trechinho para sacudir a inércia dos leitores.

Valores sagrados são aqueles valores e crenças fundamentais que guiam as decisões que tomamos através da vida. De sua identidade como membro de uma nação até sua ideologia política, sua crença religiosa e talvez até seu time favorito, esses valores são definidos pelo fato de que v. não os trocaria por todo o ouro desse mundo. Pelo menos não por $100. E precisamente foi isto que se pediu que fizessem os participantes de um estudo recente que estava pesquisando as redes neurais referentes a tudo o que é sacrossanto. Os pesquisadores da Emory University utilizaram fMRI para observar os cérebros de 32 participantes à medida em que liam afirmativas que iam do corriqueiro (Você é uma pessoa do tipo felino) àquelas que provavelmente alcançavam os valores sagrados do participante (Você acredita em deus - NT- com 'd' minúsculo no original). Cada uma das 62 afirmativas tinha um par oposto (Você é uma pessoa do tipo canino e Você não acredita em deus), e pediu-se aos participantes que selecionassem as afirmativas que melhor refletissem seus pontos de vista.

(...)

Quando Berns e seus colegas compararam os resultados de fMRI com as afirmativas que estavam sendo examinadas, descobriram algo muito interessante. As afirmativas que mexiam com os valores sagrados dos participantes resultavam em ativação significativamente maior dos sistemas neurais na junção temporoparietal esquerda e no córtex préfrontal ventrolateral esquerdo, e as afirmativas que os participantes se recusavam a abandonar resultavam em ativação da amigdala. Ora, eu sei o que v. está pensando. Não são essas as respectivas regiões cerebrais responsáveis pela determinação da oposição entre certo e errado, da recuperação das regras semânticas e das reações emocionais? Sim, elas são, mas para se ter uma idéia melhor da importância desses resultados talvez nós devêssemos fazer um passeio pelos meandros da ética da virtude.

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