sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Os genes e as doenças mentais

October 23, 2010
Por que os genes são de esquerda?
A direita adora explicações genéticas da pobreza e da doença mental. Mas a ciência aponta para a sociedade.
Oliver James in The Guardian:
http://www.guardian.co.uk/commentisfree/cifamerica/2010/oct/12/why-genes-are-leftwing

Quando o mapa do genoma humano foi apresentado ao mundo em 2001, os psiquiatras tinham grandes esperanças quanto a ele. Transformar todos os nossos genes em itens certamente proveria evidências moleculares de que a causa principal da doença mental era genética - algo em que os psiquiatras acreditavam há tempos. As companias de drogas estavam babando quanto à perspectiva de lucros maciços vindos de poções únicas para cada idiossincrasia.
Mas uma década depois, sem ser notado pela mídia, o projeto do genoma humano não deixou entrever o que os psiquiatras esperavam: hoje nós sabemos que os genes desempenham um papel pequeno em porque um entre irmãos, classe social ou grupo étnico tem mais probabilidades de sofrer problemas de saúde mental do que outros.


Este resultado tinha sido previsto por Craig Venter, um dos principais pesquisadores do projeto. Quando o mapa foi publicado, ele disse que por termos apenas em torno de 25.000 genes, diferenças psicológicas não poderiam ser muito determinadas por eles. "Our environments are critical," (Nossos meios ambientes são críticos), ele concluiu. E, após alguns poucos anos de extensa pesquisa sobre o genoma, mesmo os mais convencidos geneticistas começaram a admitir publicamente que não há quaisquer genes individuais para a vasta maioria dos problemas de saúde mental. Em 2009, o Professor Robert Plomin, um dos principais geneticistas comportamentais, escreveu que evidências tinham comprovado que "os efeitos genéticos são muito menores do que se achava anteriormente: os maiores efeitos respondem apenas por 1% dos traços quantitativos". Entretanto, ele acreditava que nem tudo estava perdido. Combinações complexas de genes poderiam ser a chave. Até agora, isso não foi demonstrado, nem é provável que o seja.

Não deixe de ler o restante do artigo no endereço do Guardian, acima.