segunda-feira, 29 de setembro de 2008

GEORGES CANGUILHEM

Georges Canguilhem apresentou sua tese de doutorado em 1943, na Faculdade de Medicina de Estrasburgo (FR), chamada Ensaio Sobre Alguns Problemas Relativos ao Normal e ao Patológico. Em 1966 a editora Presses Universitaires de France publicou-a em forma de livro (Le Normal et le Pathologique, publicado no Brasil pela Editora Forense-Universitária com o título de O Normal e o Patológico), com a adição de uma segunda parte chamada Novas Reflexões Referentes ao Normal e ao Patológico (1963-1966).

A Dra. Victoria Margree, autora do artigo aqui em questão, fez um BA Honours em Filosofia e Literatura na University of Sussex em 1995, mestrado em Literatura Inglesa: Teoria Crítica ainda em Sussex, 1996, e D Phil ( o PhD inglês) em literatura inglesa, também em Sussex, explorando construções de “loucura” e “anormalidade” em um amplo cenário de discursos e literaturas. Depois de completar seu doutorado em 2002, Margree trabalhou como Visiting Lecturer (conferencista convidada) em diversas instituições (Sussex University, a Open University, a University Of London Royal Holloway e a Brighton University, enquanto continuava a fazer pesquisas e publicar artigos sobre teoria e literatura. Em setembro de 2006 ela assumiu o cargo em tempo integral de Lecturer em Brighton.

O artigo de Margree chama-se Normal and Abnormal: Georges Canguilhem and the Question of Mental Pathology (O Normal e o Anormal: Georges Canguilhem e a Questão da Patologia Mental), e foi publicado em dezembro de 2002 na revista Philosophy, Psychiatry & Psychology (9:4). Ele está sendo citado aqui porque é um excelente trabalho de pesquisa em fontes valiosas e foi redigido de modo a reunir o conteúdo dessas fontes em um texto integrado e lúcido. Aqui está a tradução do seu Abstract/Resumo:

“Tradicionalmente, os debates entre psiquiatras e antipsiquiatras concentrou-se em torno da propriedade (NT – ou impropriedade) de modelos positivistas do distúrbio psicológico. De acordo com o positivismo, a causa de estados mentais incomuns ou incômodos deve ser encontrada em anormalidades biológicas. (...) Utilizando o trabalho do filósofo da medicina, Georges Canguilhem, desejo elaborar uma descrição não positivista da doença física que possa então ser aplicada em debates sobre saúde mental para se redefinir os termos no âmbito dos quais o papel das anormalidades biológicas possa ser pensado. Aplicando a definição de Canguilhem de patologia, o estudo defende uma concepção de doença mental na qual a identificação científica de anormalidades biológicas seja útil, mas não suficiente em si mesma. Finalmente, esses argumentos estão relacionados a trabalhos recentes que envolvem terapia cognitiva para alucinações auditivas e esquizofrenia”.

O artigo está em http://www.critpsynet.freeuk.com/Margree.pdf