O IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers) publicou um número especial sobre a singularidade. O artigo de Paul Wallich esclarece alguns pontos: "O cientista da computação e escritor de ficção científica Vernor Vinge esboçou uma seminal hipótese moderna da singularidade há 15 anos, em seu ensaio The Coming Technological Singularity. Desde então, muitas outras pessoas aderiram à causa, e agora você pode curtir ou zombar de muitos tipos diferentes de singularidades. Talvez a variação mais inclusiva seja a que chamamos de 'tecnotopia', aquele cenário no qual os computadores alcançam e ultrapassam os níveis humanos de inteligência, resultando essencialmente na resolução de todos os problemas humanos, incluindo as doenças e o limitado tempo de vida. A idéia de 'horizonte de evento' corresponde bem de perto ao original de Vinge: uma confluência de mudanças tecnológicas, muito provavelmente incluindo máquinas inteligentes, para além da qual não conseguimos enxergar o futuro para prevermos qualquer coisa. As 'máquinas inteligentes' representam a predição de que os computadores o nível de inteligência humano e ainda a consciência ou algo indistinto dela. Uploading (carregar em um computador), que também é parte da visão tecnotópica, refere-se à predição de que os cérebros humanos (e muito provavelmente seus estados de consciência) serão replicáveis de forma computadorizada, levando (entre outras coisas) à imortalidade virtual. A hipótese da "mudança de fase", de Kevin Kelly, compara a singularidade às mudanças entre os estados da matéria sólido e líquido ou líquido e gasoso: o mundo se torna fundamentalmente diferente, mas de maneiras que podem não ser imediatamente perceptíveis para os indivíduos imersos nele nessa época. A hipótese da 'explosão de inteligência', inicialmente desenvolvida pelo colega de Turing, I. J. Goode, postula que à medida que máquinas (inicialmente sob a direção de humanos) projetam a próxima geração de máquinas, eventualmente níveis superinteligentes serão alcançados. O efeito é similar à taxa de aceleração de mudança tecnológica antecipada pelo tecnotópicos, mas o caminho para chegar lá é diferente". Diversos artigos interessantes sobre o assunto estão nesse número especial, e um deles traz a surpreendente frase (de Rodney Brooks): "À medida que nossas máquinas se tornarem mais parecidas conosco, nós nos tornaremos mais parecidos com elas".
Ver em www.spectrum.ieee.org/singularity.