terça-feira, 5 de abril de 2011

A Biologia da Consciência

Biology of consciousness
Gerald M. Edelman, Joseph A. Gally and Bernard J. Baars 2011
The Neurosciences Institute, San Diego, CA, USA http://www.frontiersin.org/Consciousness_Research/10.3389/fpsyg.2011.00004/abstract

Para ler o artigo todo é só (em Article Info) clicar na rubrica PDF

Fiquei sabendo deste novo artigo de Edelman, Gally e Baars através do blog Thoughts on Thoughts, da Dona Janete (olha ela aí de novo!). Ela reproduz o abstract e chama a atenção para os pontos que considera mais importantes. Aqui, pefiro traduzir por inteiro os dois primeiros parágrafos da introdução, onde os autores dizem a que vêm e declaram inequivocamente que consideram a consciência como um fenômeno biológico que é produto tanto da evolução como do desenvolvimento individual.

Introdução
Os avanços em neurociência agora tornaram possível estudar a base biológica da consciência. Realmente, nos últimos anos tem-se dirigido crescente atenção para esse assunto. Nossos próprios esforços para explicar os principais aspectos da consciência em um nível biológico tomam duas formas: a primeira envolve a proposta de uma teoria cerebral global de base neurocientífica chamada comumente de Darwinismo Neural. Esta teoria propõe o funcionamento de um Núcleo (core) Dinâmico gerado por um processo neural, a reentrada (reentry), para ligar áreas corticais e talâomicas dispersas e explicar a relação entre percepção e memória consciente. A segunda teoria foi proposta principalmente a partir de um ponto de vista psicológico-cognitivo. Esta teoria do Espaço Global de Trabalho (global workspace) hipotetiza que um certo número de componentes cerebrais se constituem em um espaço de trabalho integrativo que serve para reconciliar a limitada capacidade momentânea de conteúdos conscientes através de um recrutamento generalizado de funções cerebrais inconscientes, incluindo a memória de longo prazo.


Na presente discussão, nós tratamos de reconciliar e expandir estas noções iniciais considerando a consciência como um fenômeno biológico, um fenômeno que é tanto produto da evolução como do desenvolvimento. Acreditamos que tal abordagem biológica pode lidar com (e mesmo descartar) diversas preocupações articuladas por filósofos da mente e outros. Nós propomos que uma explicação biológica da consciência não exige propostas metafísicas, redução matemática ou 'física alienada'. Também afirmamos que categorias previamente discutidas como selfhood e experiência fenomênica podem ser explicadas biologicamente em termos de padrões de atividade neural.