quinta-feira, 21 de abril de 2011

Laing & Cooper - Razão e Violência



Jean-Paul Sartre escreveu de maneira aprovativa no Prefácio: "Li muito atentamente a obra que os senhores houveram por bem me confiar, e tive o grande prazer de encontrar nela uma exposição bastante clara e muito fiel do meu pensamento. Mais ainda do que vosso perfeito entendimento da Crítica da Razão Dialética (...)"

9 de novembro de 1983. Jean-Paul Sartre

Depois da Introdução assinada por Cooper & Laing, segue o livro, com mais três capítulos: (1) Questions of Method (Cooper), Sartre on Genet (Cooper) e (3) Critique of Dialetical Reason (Laing). Por certo as quatro partes são densas e importantes, mas o que chamou a atenção na época em que li esse livro foi mesmo o capítulo de Laing sobre a Crítica.


Seus desmontes:


"Alguns desses princípio dialéticos são encontrados em outras abordagens. Por exemplo, o determinismo dos positivistas comtianos é necessariamente um materialismo, mas o obeto de seu estudo é sempre um mecanismo, por ser condicionado a partir de fora."

Suas frase curtas e explicativas:
"O objeto desse estudo é o cenário humano em sua completa realidade". (p. 93)


"A dialética marxista da natureza inventa uma natureza sem o homem". (p. 96)


"Uma dialética da natureza é possível mas não necessária". (p. 99)


"A inércia da liberdade é uma inércia que é ela mesma constituída por liberdade e nada mais, e então, secundariamente, se torna o momento não-dialético de uma ação posterior". (p. 130)


"A dialética é um método de conhecimento e um movimento no objeto conhecido". (p. 93-94)


Mas temos um caveat: catar frases interessantes através do livro não resolve o problema. Esta última frase também chama atenção para o poder dos autores em relacionar passagens conexas que vão auxiliando na compreensão do todo. Vejamos, quando discutem o conceito de dépasser (e a ele, L&C dão o seu dinamismo inerente), a tradução de Sartre para o conceito aufheben, de Hegel:


"Um conceito absolutamente chave nesse tipo de pensamento (CLM - a concepção de Sartre da razão analítica, abordada no parágrafo imediatamente anterior) é necessariamente o conceito de aufheben, de Hegel. Sartre o chama de dépasser. Uma totalização mantém o campo. É desafiada por outra totalização. A primeira totalização perde sua validade absoluta, conserva uma validade relativa e torna-se absorvida na segunda, se esta segunda for suficientemente abrangente. Desse modo ela é negada como um absoluto, conservada como relativa, e subordinada a uma síntese posterior. E esta síntese, por sua vez, ficará subordinada a uma outra, e esta a uma outra, e assim por diante. Um ponto de vista, uma síntese, uma totalização, ao ser depassado dessa tripla maneira, torna-se um momento histórico". (p. 13)


Vamos agora a uma crítica metodológica que, logo se verá, o texto anterior vai ajudar a esclarecer com mais facilidade:


"A pesquisa em ciências naturais não precisa necessariamente estar ciente de seus próprios princípios básicos a fim de ser operacionalmente eficaz. O conhecimento dialético dos objetos, ao contrário, é inextricável ao conhecimento da dialética. A dialética é um método de conhecimento e um movimento no objeto conhecido. A estrutura do real e a de nossa própria práxis está interligada. A razão dialética não toma posição foram do sistema ao qual ela deve se aplicar; ela não segue em frente vinda de uma hipótese de trabalho inicial formulada no exterior do sistema a ser investigado e então aplica-se a ele. Ela depassa, isto é, dissolve-se em si mesma sem eliminar a razão analítica do século 17 como um momento de uma síntese mais ampla". (p. 94)


Para acabar, gostaria de recomendar a leitura do livro de Luis Carlos Maciel sobre Sartre, escrito na década de 1960, que se é simples por questão de espaço, nos guia bastante bem pelos meandros da obra do homem.


A gravação da obra deve ser meio chatinha - 116 MB - mas vale cada segundo gasto, é claro.

Reason and Violence: a Decade of Sartre's Philosophy, 1950-1960 (Selected Works of R.D. Laing, 3)
R. D. Laing, David G. Cooper
Routledge; Reprint edition 1998 184 Pages PDF 116 MB
http://www.filesonic.com/file/809149824/Reason_and_Violence.pdf
http://depositfiles.com/files/cbs49pcfp

Uma nova não muito boa: só para garantir, fiz o download dos dois arquivos, e ambos estão com defeito. Não vamos arrancar os cabelos nesse momento. Já procurei bastante antes de escrever esse último parágrafo, e não encontrei outras versões que funcionem, mas quem sabe algum dos nossos leitores sabe e nos dá conhecimento? Outra coisa: os arquivos PDF não são todos iguais. Quem sabe alguém pode consertar um dessas duas versões? Bem, vamos aguardar um pouco.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Interocepção na Ansiedade e na Depressão

Interoception in anxiety and depression 2010
Martin P. Paulus & Murray B. Stein
Brain Struct Funct (2010) 214:451–463
PDF em
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2886901/pdf/429_2010_Article_258.pdf
Outro PDF em

http://koso.ucsd.edu/~martin/PaulusInteroceptiveAnxietyDepression.pdf

Abstract. Fazemos uma revisão da literatura sobre interocepção quanto à sua relação com depressão e ansiedade, com ênfase em crenças/opiniões/convicções (belief - ver Os Conceitos, abaixo) e em aliestesia. A ligação entre o input interoceptivo aferente intensificado/amplificado (increased) mas apresentando interferências (noisy), os estados auto-referentes e baseados em crenças/opiniões/convicções, e a modulação top-down de sinais antecipatórios (predictive) de baixa acuidade integra-se em um modelo neuroanatômico e de processamento referente a depressão e ansiedade. A vantagem dessa conceituação é a capacidade de se examinar especificamente a interface entre a interocepção básica, os estados auto-referenciais baseados em crenças/opiniões/convicções e a modulação top-down incrementada para se atenuar uma previsibilidade fraca. Concluimos que a depressão e a ansiedade não são simplesmente distúrbios interoceptivos, mas sim estados interoceptivos alterados em consequência de estados de crença/opinião/convicção antecipatórios auto-referentes que são amplificados/intensificados com interferências.

Vou manter o abstract original aqui embaixo para que o leitor possa ir acompanhando com mais facilidade as soluções encontradas e propostas para sua tradução acima:

We review the literature on interoception as it relates to depression and anxiety, with a focus on belief, and alliesthesia. The connection between increased but noisy afferent interoceptive input, self-referential and belief-based states, and top-down modulation of poorly predictive signals is integrated into a neuroanatomical and processing model for depression and anxiety. The advantage of this conceptualization is the ability to specifically examine the interface between basic interoception, self-referential belief-based states, and enhanced top-down modulation to attenuate poor predictability. We conclude that depression and anxiety are not simply interoceptive disorders but are altered interoceptive states as a consequence of noisily amplified self-referential interoceptive predictive belief states.

Os Conceitos

Os três conceitos que esse artigo parece instituir como eixos em torno dos quais suas proposições devem se encadear epistemologicamente são (1) interocepção, (2) aliestesia e (3) belief. Abaixo, vou colocar as definições encontradas no artigo (mas não deixe de ler as seções completas para ter uma compreensão melhor desses conceitos).

1. A interocepção

Interoception: base do 'como me sinto'. A interocepção compreende sentir o estado fisiológico do corpo, assim como a representação do estado interno no contexto de atividades correntes, e está estreitamente associada à ação motivada de regular homeostaticamente o estado interno. A interocepção inclui diversas sensações, como dor, temperatura, coceira, cócegas, toque sensorial (NT - acepção 1.a do OED para 'sensual'), tensão muscular, necessidade de ar, desconforto estomacal relacionado a um pH baixo e tensão intestinal, que em conjunto fornecem uma sensação integrada da condição fisiológica do corpo.

2. A aliestesia

Ainda que não conste no Houaiss, a palavra "aliestesia" já vem sendo utilizada com essa grafia em português brasileiro e de Portugal e em espanhol.

Alliesthesia é um constructo fisiológico introduzido em 1973 para articular os estímulos originados no meio ambiente exterior que afetam o meio ambiente interior. A aliestesia liga, de modo crítico, a experiência subjetiva de estímulos externos ao estado interno do indivíduo.

3. O belief

Traduzido no abstract como crenças/opiniões/convicções, fica como substantivo masculino porque é um constructo, um conjunto, um processo.

Belief: a key dysfunctional process in depression and anxiety
Belief pode ser definido um constructo mental proposicional que afirma ou nega a verdade de um estado de coisas/status quo (state of affairs) e está estreitamente relacionado a processos básicos de avaliação/juízo (basic judgement processes). A manutenção de um conjunto amplo e estável de beliefs é essencial para o comportamento inteligente, já que esse conjunto forma a base de todas ações que alguém possa empreender para chegar a seus objetivos. Ainda mais importante é que os beliefs são frequentemente utilizados na elaboração de modelos mentais do status do mundo, sendo portanto importantes constructos que guiam a tomada de decisão.


O Self
Por certo, o self é outro conceito importante nesse contexto, mas ele é utilizado mais operacionalmente. Veja, por exemplo:

Self: depression and anxiety
Um importante aspecto tanto da ansiedade como da depressão é a experiência alterada do indivíduo com respeito ao self, aos outros e ao futuro. Um processamento alterado com relação ao self (por exemplo, tendência reduzida em se auto-favorecer e/ou uma auto-imagem negativa exagerada) foi relacionado no desenvolvimento da ansiedade em geral e da ansiedade social em particular. Além disso, a antecipação de dano futuro ao self foi proposta como importante processo na ansiedade. Similarmente, descobriu-se com a utilização de rigorosa metodologia estatística que a baixa auto-estima é uma das vias críticas para o desenvolvimento de depressão. Esta propensão negativa de avaliação com relação a informações auto-relevantes persiste mesmo quando sintomas evidentes de depressão estão ausentes. Beck propôs que a depressão é uma manifestação de uma visão negativa irrealista da relação entre o self e o mundo.


A Insula

Esta estrutura neural recebe especial atenção dos autores, especialmente (pois...) quando estudam a neurociência da depressão e da ansiedade (uns 70 por cento desse artigo são dedicados a ela - i. é, à neurociência da depr...etc.).

A ínsula, considerada o centro interoceptivo do cérebro, é crítica na avaliação do impacto potencial dos estímulos sobre o corpo. Juntamente com o mPFC (medial prefrontal cortex), a ínsula desempenha papel crucial na detecção de estímulos emocionalmente proeminentes, assim como na geração e regulagem de respostas (NT - ou condutas, ou reações) afetivas. Anatomicamente, o córtex insular compartilha conexões aferentes e eferentes com o mPFC, assim como com o giro cingulado anterior.

Assim, ao procurar compreender os distúrbios de interocepção na ansiedade e na depressão deve-se levar em consideração como os aferentes e os processos interoceptivos do interior do córtex insular se integram com a representação neural do self. Em particular, como o self é uma manifestação de experiências cognitivas, afetivas e corporais passadas e atuais, deve haver um elo crítico entre os processos interoceptivos e os chamados esquemas disfuncionais, isto é, elementos organizados de experiências e reações passadas que formam uma representação relativamente persistente e coesa que guia a percepção e as avaliações. Os processos relacionados ao belief fornecem essa importante ligação entre o self e a interocepção.

Depois de descreverem o modelo anterior criado por eles em artigo de 2006,

O modelo básico proposto aqui (Fig. 1) é uma extensão e um refinamento do modelo insular de ansiedade que propusemos anteriormente (NT - veja An Insular View of Anxiety, abaixo). Considerávamos que a ansiedade é resultado de uma resposta antecipatória ampliada ao potencial de consequências adversas, que se manifesta no processamento incrementado do córtex insular anterior. O objetivo principal desse modelo era incorporar aspectos do processamento interoceptivo na conceituação da ansiedade.

Paulus & Stein falam um pouco do modelo atual:

Na atual formulação, nós ampliamos este modelo de três maneiras. Primeiro, propomos que os beliefs, isto é, afirmativas proposicionais que se referem ao estado do indivíduo e que são processadas no mPFC e na TPJ (temporo-parietal junction), contribuem significativamente para a avaliação de sinais interoceptivos antecipatórios. Segundo, supomos que a aliestesia positiva, isto é, uma exageração da valência (positiva ou negativa) relativa ao estado interno do indivíduo, desempenha um papel no aumento dos aspectos adversos de sinais corporais preditivos, isto é, sinais interoceptivos aferentes inicialmente sub-limítrofes são amplificados e associados à predição de resultados potencialmente adversos ou negativos. Terceiro, propomos que os indivíduos em risco de ansiedade e depressão exibem uma reduzida razão sinal/ruído dos aferentes interoceptivos.

No último parágrafo do artigo, os autores fazem uma avaliação geral:

O valor do modelo corrente é dissecar tanto os processos como as estruturas cerebrais para se poder ser capaz de formular e testar novas hipóteses sobre o distúrbio fundamental da depressão e da ansiedade. Especificamente, predizemos que indivíduos com ansiedade e depressão apresentam (1) capacidade reduzida de explicar adequadamente aferentes interoceptivos; (2) reação exagerada a aferentes interoceptivos adversos, mesmo àqueles que não são preditivos de resultados adversos. Em consequência, esses indivíduos devem executar de modo mais deficiente tarefas que são guiadas por sinais somáticos, por exemplo, a Iowa gambling task. Resumindo, nós propomos que tanto a depressão como a ansiedade representam estados interoceptivos alterados em consequência de estados de belief preditivos, interoceptivos e auto-referentes serem amplificados com interferências (noise). Devido ao input interoceptivo ascendente incerto e com ruído (noise), desenvolvem-se esquemas interoceptivos instáveis que favorecem a incerteza preditiva e, em consequência, uma tentativa forçada de operar um controle top-down desses inputs e predizê-los.

Aqui está alguma coisa sobre psicologia e neurociência da depressão e da ansiedade, e outros berloques:

An Insular View of Anxiety
Martin P. Paulus and Murray B. Stein 2006

The psychology and neuroscience of depression and anxiety: towards an integrative model of emotion disorders
Andrew H. Kemp and Kim L. Felmingham 2008
University of Sydney, Australia
Psychology & Neuroscience, 2008, 1, 2, 177 - 181

Neuroimaging and Depression. Current Status and Unresolved Issues
Ian H. Gotlib and J. Paul Hamilton 2008
Stanford University
Curr Dir in Psych Sci vol. 17 no. 2

Depression. The Brain Finally Gets Into the Act
Barry L. Jacobs 2004
Princeton University
Curr Dir in Psych Sci vol. 13 no. 3

Neurocognitive mechanisms of anxiety: an integrative account
Sonia J. Bishop 2007
University of Cambridge, UK

Cultural neuroscience: Visualizing culture-gene influences on brain function
Joan Y. Chiao 2010 (?)
Department of Psychology, Northwestern University


Neuroscience: The Science of the Brain
Published by The British Neuroscience Association, UK
Copyright British Neuroscience Association 2003
(simplezinho, mas interessante para quem não quer complicações)

Algumas Músicas

Marc Cohn - One Safe Place http://www.fileden.com/files/2008/6/14/1959376/01_one_safe_place.mp3 Marc Cohn - True Companion http://bodapasoapaso.com/secciones/preparativos/musicayentretenimiento/musica/recepcion/primerbaileingles/TrueCompanion.mp3

Shady Bard - ótimo CD!


Artist – Shady Bard

Album – Trials


Release Date – 2010


Genre – Indie, Folk, Lo-fi, Indie-folk


Tracks:

01 Trials

02 Volcano!

03 Night Song

04 The Dream

05 Daphne

06 Bears

07 Trials (Part III)

08 Plan B

09 The Last Waltz

10 Trials (Part II)

11 In Memoriam


O companheiro de Lucrécio que morava em Cambridge


Lucretius' didactic poem De rerum natura ('On the Nature of Things') is an impassioned and visionary presentation of the materialist philosophy of Epicurus, and one of the most powerful poetic texts of antiquity. After its rediscovery in 1417 it became a controversial and seminal work in successive phases of literary history, the history of science, and the Enlightenment. In this Cambridge Companion experts in the history of literature, philosophy and science discuss the poem in its ancient contexts and in its reception both as a literary text and as a vehicle for progressive ideas. The Companion is designed both as an accessible handbook for the general reader who wishes to learn about Lucretius, and as a series of stimulating essays for students of classical antiquity and its reception. It is completely accessible to the reader who has only read Lucretius in translation.


The Cambridge Companion to Lucretius

Stuart Gillespie

Cambridge University Press 2007 PDF 382 pages 10.8 MB http://www.filesonic.com/file/512279191

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Algumas Músicas

Matteah Baim - River



http://luxurywafers.com/mp3s/MatteahBaim_River.mp3

Matteah Baim - Monkey Chant
do CD Laughing Boy - Zillion Thanks to Raven Sings the Blues



http://www.ravensingstheblues.com/mp3/Monkey_Chant.mp3

Matteah Baim - Birthdays
do CD Laughing Boy - Zillion Thanks to Raven Sings the Blues



http://ravensingstheblues.com/mp3/Birthdays.mp3

Matteah Baim - All Night



http://luxurywafers.com/mp3s/MatteahBaim_AllNight.mp3

Corporificação essencial da consciência


Em postagem de 11 de junho de 2009, divaguei sobre a tradução da palavra "embodiment". Hic et nunc vai ficar "corporificação", ainda que etc. e tal.


Beginning with the view that human consciousness is essentially embodied and that the way we consciously experience the world is structured by our bodily dynamics and surroundings, the book argues that emotions are a fundamental manifestation of our embodiment, and play a crucial role in self-consciousness, moral evaluation, and social cognition.


Embodiment, Emotion, and Cognition

Michelle Maiese



Já recomendado aqui (em 5 de junho de 2010):



Andy Clark 2006


Embodied agents use bodily actions and environmental interventions to make the world a better place to think in. Where does language fit into this emerging picture of the embodied, ecologically efficient agent? One useful way to approach this question is to consider language itself as a cognition-enhancing animal-built structure. To take this perspective is to view language as a kind of self-constructed cognitive niche: a persisting but never stationary material scaffolding whose crucial role in promoting thought and reason remains surprisingly poorly understood. It is the very materiality of this linguistic scaffolding, I suggest, that gives it some key benefits. By materializing thought in words, we create structures that are themselves proper objects of perception, manipulation, and (further) thought.

Chris Bathgate - Salt Year


Chris Bathgate - Salt Year 2011


Parece que será lançado em abril Excelente CD!


Tracks:

01. Eliza (hue)

02. No Silver

03. Poor Eliza

04. Levee

05. Fur Curled on the Sad Road

06. Borders

07. In the City

08. Own Design

09. Salt Year

10. Time

11. Everything (Overture)


David Vertesi - Cardiography


David Vertesi - Cardiography 2010


Indie, Folk mp3 320 kbps 42:49 min 98,2 MB

Label: File Under: Music Tracks: 11 Rls.date: 2010-10-26


While we're getting to know Vertesi on his own, away from Hey Ocean!, we're also becoming acquainted with his love life and way of lovin'. "Cardiography" is a way to record the heart; he puts his on display not on his sleeve, but on his album's. Vertesi's move is gutsy and successful; his charming baritone also helps. The two parts to enjoy about this album are his honest storytelling (explaining to his father an "All Night, All Night, All Night" or a realization in "Learn to Run") and the solid studio work. Vertesi was joined by Hannah Georgas, Shad, Jose Miguel Contreras, Topless Gay Love Tekno Party, Aidan Knight and others. And while the record could have succumbed to a fun, collaborative party feel, Vertesi kept his friends close, staying true to what he wanted to convey. Vertesi's played his cards right.


Tracks:

01 3:58 Mountainside

02 3:06 Gentlemen Say

03 3:54 All Night, All Night, All Night

04 5:56 Learn to Run

05 3:59 Cardiography

06 2:25 Broadcasting

07 3:48 Caroline! A Ghost!

08 3:43 Rossland

09 4:30 Soft Skin

10 5:35 Hearts Don't Break, People Do

11 1:56 Epilogue


Great Northern - Remind Me Where the Light Is


Great Northern - Remind Me Where the Light Is

Date – 2009 Genre – Indie


Tracks:

01 Story 3:55

02 Houses 4:18

03 Fingers 3:52

04 Snakes 4:24

05 Stop 3:26

06 New Trick 3:21

07 Mountain 3:24

08 Warning 4:48

09 Driveway 4:24

10 Numbers 4:52

11 33 2:55


Matteah Baim - Death of the Sun


Matteah Baim - Death of the Sun 2007


Como uma das melhores páginas de críticas de discos da praça sempre foi a da Pitchfork, eis aqui (em parte) o que dizem por lá:


As it stands, Death of the Sun is two songs and nearly ten minutes finished before Baim conjures her first truly memorable melodic turn on "Wounded Whale", a hushed (natch) ecological lament that empties into the restrained psych-folk of the title track. Before the album can build upon this cautious momentum, Baim then digresses into a narcoleptic and completely superfluous version of the traditional "Michael Row the Boat Ashore", which is the type of performance that might work magic when actually gathered around the fire at a desert campsite-- maybe-- but almost certainly nowhere else. Baim recovers nicely with the spooky, flittering vocal harmonies of "Seven Stars" and "Who Loves", yet even these lovely pieces can seem half-finished and almost weightlessly ephemeral, their gauzy melodies always tantalizingly out of reach.


Baim and her group finally take the shackles off and turn the volume up slightly on the album closing "Up is North". Though it's still a far cry from grunge of any variant, the drums do at last provide a satisfying punch while reverberant acid guitar figures encircle Baim's wraith-like vocals, punctuating the album's submerged themes of loss and recovery. And while the moment lasts, Death of the Sun seems a valuable new refraction of the Metallic Falcons' "soft metal" soundscapes, one that perhaps can eventually inspire Matteah Baim to truly develop new genres worth naming.

Matthew Murphy, July 19, 2007


Tracks:

1. River

2. Dark Ship

3. Wounded Whale

4. Death of the Sun

5. Michael Row

6. Seven Stars

7. Who Loves

8. Far Away Songs

9. Up is North


terça-feira, 5 de abril de 2011

Algumas Músicas

Gillian Welch and David Rawlin - Snowin' On Raton
Many thanks to Cover Lay Down



http://coverlaydown.com/tunes/sorg.mp3

Mark May - Doll Maker



http://battletemp.s3.amazonaws.com/songs/178606/1a45e96354c292ec5031bbb837d5bd8b.mp3

Peter MacNeilage


Cognitive Critique é um journal publicado anualmente pelo Center for Cognitive Sciences, da University of Minnesota. Três números estão disponíveis para leitura, e trazem artigos excelentes. Esta postagem chama a atenção para os artigos Lashley's Serial Order Problem and the Acquisition/Evolution of Speech, de Peter F. MacNeilage (2011) e Book Review: MacNeilage’s The Origin of Speech, de James J. Jenkins (2010). Este último (AQUI) é recomendado por MacNeilage (p. 50 de seu artigo original) - e merece. Começa assim:


Acompanhando o ano bastante festejado do bicentenário de nascimento de Darwin, e o sesquicentenário de sua obra prima, A Origem das Espécies, é um privilégio fazer a apreciação desta obra tão importante na tradição darwiniana. O título do livro, A Origem da Fala, foi deliberada e conscientemente escolhido para evocar sua inspiração. Nesta obra, Peter MacNeilage (2009) fez a integração de quase cinquenta anos de sua própria pesquisa em psicologia e linguística e de sua leitura extensa e crítica das pesquisas e teorias de outros para elaborar uma explicação para a evolução da fala humana. Além disso, ainda que não seja seu objetivo principal, ele dá indícios de que essa evolução pode ser importante porque é um primeiro passo para que seja desenvolvida uma explicação sobre a própria faculdade da linguagem.


Não é uma tarefa das mais fáceis. MacNeilage nos avisa promissoramente em seu capítulo de abertura que pretende se alinhar com o cânone darwiniano. "Neste livro, é minha intenção dar uma explicação da evolução da fala que seja resolutamente fiel a uma perspectiva neodarwiniana - que defenda, em suma, que a fala não ocorreu através de um milagre secular, mas sim, ao invés disso, que ela evoluiu através da descendência com modificações, de acordo com o princípio da seleção natural." (p. 17)


O livro de MacNeilage, The Origin of Speech, foi postado aqui no CLM em 3 de julho de 2010. Veja AQUI.


Em Lashley's Serial Order Problem..., MacNeilage escreve no abstract:



The serial order problem is the problem of how any animal controls action sequences. Lashley maintained that in the case of speech the order of sounds was externally imposed on units that had, in them¬selves, no temporal valences. (etc.)


E prossegue nessa marcha. Eu nunca tinha visto um abstract tão pouco representativo do artigo que visa introduzir. Pelo menos não nesse nível de produção acadêmica. A totalidade do artigo é muitas e muitas vezes mais importante e interessante do que aquilo que o abstract procura descrever. Anyways, deve ser mesmo difícil empacotar num pequeno (por definição) texto a diversidade que o artigo abrange. Pouco depois, na Introdução, nos diz MacNeilage:


Este estudo é sobre o que se pode ganhar ao levar em consideração o veículo da transmissão de linguagem, a saber, a produção de fala, incluindo sua aquisição e sua evolução, a partir do ponto de vista de sua organização serial utilizando a perspectiva fornecida por Lashley. (...) Além disso, acrescenta uma tentativa de localizar o precursor ontogenético da fala - o balbucio dos bebês (babbling) - na perspectiva da etologia (a ciência do comportamento que ocorre naturalmente) e na perspectiva do recente progresso da nova disciplina científica da Evo-Devo - a biologia evolutiva do desenvolvimento. A tese básica desse estudo é que a presença do estágio do babbling da organização pré-fala nos oferece a chave para entendermos a evolução da capacidade para a produção de fala, uma capacidade sem a qual nem teríamos desenvolvido a linguagem falada, indiscutivelmente nossa mais importante possessão biológica.


A partir desse ponto, quando se inicia O Inatismo e a Compreensão de Fala, MacNeilage parte das concepções de Chomsky e Fitch, a crítica de Jeffrey Elman (não deixe de ver sua palestra, que foi noticiada aqui em 25 de março de 2008 em uma postagem sobre a série Grey Matters, em www.ucsd.tv/greymatters/archives.asp ), e acrescenta às nossas preocupações a psicologia evolutiva de Tooby e Cosmides, o livro de Steven Pinker (The Language Instinct), Evans e Levinson (2009) questionando a existência de universais linguísticos, Christianson and Chater (2008) questionando o próprio inatismo da gramática universal de Chomsky, e envereda pela crítica de um inatismo em fonética (citando Meilke, 2007 e Ladefoged, 2006, etc.).


MacNeilage dá grande importância ao estudo do babbling no contexto em que desenvolve seu trabalho, e faz referência a ele com diversas citações, examinando até o babbling sinalizado por bebês (de pais que utilizam a linguagem de sinais) e aproveitando a deixa para derrubar a afirmação de Chomsky feita em um artigo de 2006:


"...as linguagens de sinais são bem parecidas com as linguagens faladas e seguem os mesmos padrões de desenvolvimento, do estágio do babbling até a competência completa."


Não é tanto/apenas que eu seja fã de MacNeilage: é que me traz grande satisfação intelectual ler um artigo bem escrito e bem fundamentado. Para quem faz pesquisas e/ou trabalho de campo, é muito proveitoso.

A Biologia da Consciência

Biology of consciousness
Gerald M. Edelman, Joseph A. Gally and Bernard J. Baars 2011
The Neurosciences Institute, San Diego, CA, USA http://www.frontiersin.org/Consciousness_Research/10.3389/fpsyg.2011.00004/abstract

Para ler o artigo todo é só (em Article Info) clicar na rubrica PDF

Fiquei sabendo deste novo artigo de Edelman, Gally e Baars através do blog Thoughts on Thoughts, da Dona Janete (olha ela aí de novo!). Ela reproduz o abstract e chama a atenção para os pontos que considera mais importantes. Aqui, pefiro traduzir por inteiro os dois primeiros parágrafos da introdução, onde os autores dizem a que vêm e declaram inequivocamente que consideram a consciência como um fenômeno biológico que é produto tanto da evolução como do desenvolvimento individual.

Introdução
Os avanços em neurociência agora tornaram possível estudar a base biológica da consciência. Realmente, nos últimos anos tem-se dirigido crescente atenção para esse assunto. Nossos próprios esforços para explicar os principais aspectos da consciência em um nível biológico tomam duas formas: a primeira envolve a proposta de uma teoria cerebral global de base neurocientífica chamada comumente de Darwinismo Neural. Esta teoria propõe o funcionamento de um Núcleo (core) Dinâmico gerado por um processo neural, a reentrada (reentry), para ligar áreas corticais e talâomicas dispersas e explicar a relação entre percepção e memória consciente. A segunda teoria foi proposta principalmente a partir de um ponto de vista psicológico-cognitivo. Esta teoria do Espaço Global de Trabalho (global workspace) hipotetiza que um certo número de componentes cerebrais se constituem em um espaço de trabalho integrativo que serve para reconciliar a limitada capacidade momentânea de conteúdos conscientes através de um recrutamento generalizado de funções cerebrais inconscientes, incluindo a memória de longo prazo.


Na presente discussão, nós tratamos de reconciliar e expandir estas noções iniciais considerando a consciência como um fenômeno biológico, um fenômeno que é tanto produto da evolução como do desenvolvimento. Acreditamos que tal abordagem biológica pode lidar com (e mesmo descartar) diversas preocupações articuladas por filósofos da mente e outros. Nós propomos que uma explicação biológica da consciência não exige propostas metafísicas, redução matemática ou 'física alienada'. Também afirmamos que categorias previamente discutidas como selfhood e experiência fenomênica podem ser explicadas biologicamente em termos de padrões de atividade neural.

Alguma coisa vista no artnet



Grace Gaupe-Prillard, Camp XRay (2002)


http://www.artnet.com/galleries/


Alguma coisa vista no artnet

William Engel - Amethyst Cliff (2006)


sexta-feira, 1 de abril de 2011

Algumas Músicas - Spencer Bohren

Spencer Bohren - Long Black Veil

http://spencerbohren.com/mp3/cd5-10.mp3

Spencer Bohren - Night is Fallin'
http://www.spencerbohren.com/mp3/01-XM-Night-is-Fallin.mp3

Spencer Bohren - Born in a Biscayne
http://www.spencerbohren.com/mp3/cd8-3.mp3

Spencer Bohren - Sand To Sand
http://www.spencerbohren.com/mp3/cd31-102.mp3

Dijksterhuis - Teoria do Pensamento Inconsciente

Ça va sans dire: se esse artigo não fosse interessante, eu não teria o trabalho de traduzí-lo procês. Ele tem o condão de nos dar vontade de ler o original, o mínimo que se espera de resenhas desse tipo. Dona Janete entremeia tantas citações de Dijksterhuis em seu texto que fiz o seguinte: o texto dela fica em caracteres normais e as citações em itálico (mesmo entre aspas) - talvez ajude a construir uma perspectiva melhor da coisa toda.

Dijksterhuis revisited Janet Kwasniak

Um dos erros mais fáceis de cometer é ficar afeiçoado demais às palavras que v. usa e suas definições preferidas para elas. Eu tentei o mais que pude evitar discussões puramente semânticas. A leitura (e releitura) de trabalhos de Ap Dijksterhuis me fez reconsiderar como defino mente e pensamento.

Ao explicar sua UTT (unconscious thought theory - teoria do pensamento inconsciente), Dijksterhuis usa a palavra mente (mind) apenas uma vez (três, se contarmos uma citação e uma frase corriqueira) - ele evita a idéia de duas mentes em um só crânio. Ao invés, ele fala de dois modos de pensamento, um consciente e outro inconsciente. "...nós não supomos sistemas distintos. A UTT descreve as características de dois processos, mais do que de dois sistemas ou módulos". Fico à vontade com duas maneiras de funcionamento de um só sistema, em lugar de dois sistemas. E quanto ao pensamento, ele parece rotular o 'trabalho pesado' do pensamento como modo inconsciente. "Entretanto, isto não quer dizer que o pensamento consciente compreende apenas processos conscientes. Pode-se compará-lo à fala. A fala é consciente, mas diversos processos inconscientes (como aqueles responsáveis pela escolha das palavras ou pela sintaxe) parecem estar ativos para que alguém possa falar. Da mesma maneira, o pensamento consciente não pode ocorrer sem que processos inconscientes estejam ativos ao mesmo tempo". Ele até se deu ao trabalho, com o passar do tempo, de reduzir alguns contrastes entre os modos consciente e inconsciente no que se refere a atenção e metas. "...a compreensão da implementação do comportamento volitivo: aprendizagem implícita, condicionamento avaliativo e pensamento inconsciente. Conclui-se que esses processos dependem do objetivo e que precisam da atenção, mas que em geral eles podem ocorrer sem a percepção consciente (awareness)". Então posso conviver com 'dois modos de pensamento' - na verdade, estou até começando a gostar disso. Meu problema com o 'pensamento consciente' era que o pensamento (o processo, em oposição aos resultados) não é consciente, não percebemos as engrenagens cognitivas funcionando, apenas os resultados e sub-resultados do pensamento alcançam a consciência (consciousness). Nós percebemos apenas o modelo do mundo, não a construção do modelo. Existe apenas uma diferença semântica entre as duas descrições.

O que Dijksterhuis tem a dizer sobre a sua UTT é muito interessante. Ele propõe diversas diferenças entre os dois modos de pensamento. O pensamento consciente tem uma capacidade muito limitada - "Dependendo do contexto, a consciência pode processar entre 10 e 60 bits por segundo. Por exemplo: se v. está lendo, processa uns 45 bits por segundo, o que corresponde a uma frase curta. Entretanto, a totalidade do sistema humano, funcionando combinadamente, pode processar uns 11.200.000 bits por segundo." Por causa desse limite, o pensamento que utiliza a consciência tem que se valer de esquemas, estereótipos, controle top-down e métodos de simplificação por não ter a totalidade das informações à sua disposição. Ironicamente, "a despeito dos estereótipos serem ativados automaticamente, eles são aplicados quando se pensa conscientemente sobre uma pessoa ou um grupo." Devido a esse limite de capacidade, existe ainda o perigo de uma opinião preconcebida com a finalidade de simplificar - "a distorção antes de uma decisão mostra que mesmo não tendo recebido algo a ser esperado, as pessoas rapidamente criam seu próprio guia para incrementar o pensamento consciente." A importância relativa também sai prejudicada por causa desse limite de capacidade. "O pensamento consciente leva as pessoas a dar importância desproporcional a atributos que são acessíveis, plausíveis e de fácil verbalização."

A capacidade restrita do pensamento consciente provavelmente se deve ao uso da memória de trabalho, um atributo com faculdades bastante limitadas. Mas existem vantagens no pensamento baseado em regras quanto ao uso da memória de trabalho para manter os sub-resultados de cada etapa. "A chave para se entender porque o inconsciente não pode fazer aritmética é porque ele não pode seguir regras... A distinção entre o pensamento baseado em regras e o pensamento associativo se circunscreve em boa parte na distinção entre a consciência e o inconsciente. Durante o pensamento consciente pode-se lidar com problemas lógicos que exijam precisão e cumprimento estrito de regras, ao passo que durante o pensamento inconsciente pode-se...distinguir entre cumprir as regras e meramente conformar-se a elas, e esta distinção é muito importante aqui. Por exemplo, uma maçã obedece à gravidade ao cair, não subir, mas ela não cumpre ativamente uma regra ao fazer isso." Acredito que isto é similar à razão pela qual a fala tende a estar no modo consciente, como a matemática e a lógica: montar uma frase é um processo pontuado (stepwise), preciso e baseado em regras.

Finalmente, a capacidade limitada do modo consciente significa que ele é convergente, ao passo que o modo inconsciente é divergente. Isto é relevante para a criatividade. "Há muito a criatividade está associada à noção de incubação (depois de algum pensamento inicial no modo consciente)." O pensamento inconsciente pode explorar aspectos limítrofes sem ficar confinado ao que é fundamentalmente importante.

Mas vou prosseguir com minhas próprias palavras. Acho que quatro coisas deveriam ser distinguidas: há (1) pensamento/cognição, há (2) memória de trabalho, há (3) foco de atenção e há (4) experiência consciente. É provável que todas as quatro sejam grupos complexos, mais do que processos simples. Suponho que o pensamento/cognição é basicamente inconsciente. Provavelmente a única via para a memória episódica seja através da memória de trabalho, e a única via para a memória de trabalho seja através da consciência. É quase certo que o processo da atenção dirija o pensamento e também determine o que fica incluído tanto na consciência como na memória de trabalho. A consciência é um modelo integrado do mundo, do eu, do aqui e do agora, modelo acessível à maior parte dos processos inconscientes. Usando as palavras de Dijksterhuis, v. poderia qualificar esses dois modos de pensamento - um como consciente e o outro como inconsciente.

O principal artigo citado por Janet Kwasniak: Dijksterhuis, A. & Nordgren, L. (2006). A Theory of Unconscious Thought. Perspectives on Psychological Science, 1 (2), 95-109

Muita coisa para ler: Unconscious Lab This is the website of the Nijmegen Unconscious lab, led by Ap Dijksterhuis and Rick van Baaren (com artigos atualizados apenas até 2009)

História do Problema Mente-Corpo


History of the Mind-Body Problem is a collection of new essays by leading contributors on the various concerns that have given rise to and informed the mind-body problem in philosophy.The essays in this stellar collection discuss famous philosophers such as Aristotle, Aquinas and Descartes and cover the subjects of the origins of the qualia and intentionality.


History of the Mind-Body Problem

Tim Crane & Sarah Patterson - edits.

O sistema dos neurônios espelhos


Mirror neurons may hold the brain's key to social interaction - each coding not only a particular action or emotion but also the recognition of that action or emotion in others. The Mirror System Hypothesis adds an evolutionary arrow to the story - from the mirror system for hand actions, shared with monkeys and chimpanzees, to the uniquely human mirror system for language. In this accessible 2006 volume, experts from child development, computer science, linguistics, neuroscience, primatology and robotics present and analyse the mirror system and show how studies of action and language can illuminate each other. Topics discussed in the fifteen chapters include: what do chimpanzees and humans have in common? Does the human capability for language rest on brain mechanisms shared with other animals? How do human infants acquire language? What can be learned from imaging the human brain? How are sign- and spoken-language related? Will robots learn to act and speak like humans?


Action to Language via the Mirror Neuron System

Michael A. Arbib - edit.

Cambridge University Press 2006 566 pages PDF 8,7 MB http://www.filesonic.com/file/436472594/0521847559ActionLanguage.pdf

Arqueologia e Neurociência


What makes the human mind unique? What is the sapient mind made of? The turn of the 21st century has seen a new era in the cognitive and brain sciences that allows us to address the age old question of what it means to be human from a whole new range of different perspectives. Our knowledge of the workings of the human brain increases day by day and so does our understanding of the extended, distributed, embodied and culturally mediated character of the human mind. This Theme Issue attempts a cross-disciplinary coalition between archaeology, anthropology and neuroscience, aiming at a new integrative approach to the study of human cognitive becoming (both before and most importantly after the so-called speciation phase). Focusing on the interface between brain and culture, this Issue covers topics ranging from the unique ability of the human mind to manufacture and use a wide range of tools, to the possible role of material culture and joint action in the shaping of human self-awareness and agency. Moreover, the human capacities to imagine, learn from instruction, accumulate and transmit cultural knowledge are examined in the light of new findings from social neuroscience. Finally, some of the most significant manifestations of human social intelligence such as symbolism, religion and value are explored placed against their possible cultural and neurological foundation.


The Sapient Mind: archaeology meets neuroscience (Philosophical Transactions of the Royal Society B)

Colin Renfrew

The Royal Society 2008 PDF 126 pages 2.8 MB