Jean-Paul Sartre escreveu de maneira aprovativa no Prefácio: "Li muito atentamente a obra que os senhores houveram por bem me confiar, e tive o grande prazer de encontrar nela uma exposição bastante clara e muito fiel do meu pensamento. Mais ainda do que vosso perfeito entendimento da Crítica da Razão Dialética (...)"
9 de novembro de 1983. Jean-Paul Sartre
Depois da Introdução assinada por Cooper & Laing, segue o livro, com mais três capítulos: (1) Questions of Method (Cooper), Sartre on Genet (Cooper) e (3) Critique of Dialetical Reason (Laing). Por certo as quatro partes são densas e importantes, mas o que chamou a atenção na época em que li esse livro foi mesmo o capítulo de Laing sobre a Crítica.
9 de novembro de 1983. Jean-Paul Sartre
Depois da Introdução assinada por Cooper & Laing, segue o livro, com mais três capítulos: (1) Questions of Method (Cooper), Sartre on Genet (Cooper) e (3) Critique of Dialetical Reason (Laing). Por certo as quatro partes são densas e importantes, mas o que chamou a atenção na época em que li esse livro foi mesmo o capítulo de Laing sobre a Crítica.
Seus desmontes:
"Alguns desses princípio dialéticos são encontrados em outras abordagens. Por exemplo, o determinismo dos positivistas comtianos é necessariamente um materialismo, mas o obeto de seu estudo é sempre um mecanismo, por ser condicionado a partir de fora."
Suas frase curtas e explicativas:
"O objeto desse estudo é o cenário humano em sua completa realidade". (p. 93)
"O objeto desse estudo é o cenário humano em sua completa realidade". (p. 93)
"A dialética marxista da natureza inventa uma natureza sem o homem". (p. 96)
"Uma dialética da natureza é possível mas não necessária". (p. 99)
"A inércia da liberdade é uma inércia que é ela mesma constituída por liberdade e nada mais, e então, secundariamente, se torna o momento não-dialético de uma ação posterior". (p. 130)
"A dialética é um método de conhecimento e um movimento no objeto conhecido". (p. 93-94)
Mas temos um caveat: catar frases interessantes através do livro não resolve o problema. Esta última frase também chama atenção para o poder dos autores em relacionar passagens conexas que vão auxiliando na compreensão do todo. Vejamos, quando discutem o conceito de dépasser (e a ele, L&C dão o seu dinamismo inerente), a tradução de Sartre para o conceito aufheben, de Hegel:
"Um conceito absolutamente chave nesse tipo de pensamento (CLM - a concepção de Sartre da razão analítica, abordada no parágrafo imediatamente anterior) é necessariamente o conceito de aufheben, de Hegel. Sartre o chama de dépasser. Uma totalização mantém o campo. É desafiada por outra totalização. A primeira totalização perde sua validade absoluta, conserva uma validade relativa e torna-se absorvida na segunda, se esta segunda for suficientemente abrangente. Desse modo ela é negada como um absoluto, conservada como relativa, e subordinada a uma síntese posterior. E esta síntese, por sua vez, ficará subordinada a uma outra, e esta a uma outra, e assim por diante. Um ponto de vista, uma síntese, uma totalização, ao ser depassado dessa tripla maneira, torna-se um momento histórico". (p. 13)
Vamos agora a uma crítica metodológica que, logo se verá, o texto anterior vai ajudar a esclarecer com mais facilidade:
"A pesquisa em ciências naturais não precisa necessariamente estar ciente de seus próprios princípios básicos a fim de ser operacionalmente eficaz. O conhecimento dialético dos objetos, ao contrário, é inextricável ao conhecimento da dialética. A dialética é um método de conhecimento e um movimento no objeto conhecido. A estrutura do real e a de nossa própria práxis está interligada. A razão dialética não toma posição foram do sistema ao qual ela deve se aplicar; ela não segue em frente vinda de uma hipótese de trabalho inicial formulada no exterior do sistema a ser investigado e então aplica-se a ele. Ela depassa, isto é, dissolve-se em si mesma sem eliminar a razão analítica do século 17 como um momento de uma síntese mais ampla". (p. 94)
Para acabar, gostaria de recomendar a leitura do livro de Luis Carlos Maciel sobre Sartre, escrito na década de 1960, que se é simples por questão de espaço, nos guia bastante bem pelos meandros da obra do homem.
A gravação da obra deve ser meio chatinha - 116 MB - mas vale cada segundo gasto, é claro.
Reason and Violence: a Decade of Sartre's Philosophy, 1950-1960 (Selected Works of R.D. Laing, 3)
R. D. Laing, David G. Cooper
Routledge; Reprint edition 1998 184 Pages PDF 116 MB
http://www.filesonic.com/file/809149824/Reason_and_Violence.pdf
http://depositfiles.com/files/cbs49pcfp
Uma nova não muito boa: só para garantir, fiz o download dos dois arquivos, e ambos estão com defeito. Não vamos arrancar os cabelos nesse momento. Já procurei bastante antes de escrever esse último parágrafo, e não encontrei outras versões que funcionem, mas quem sabe algum dos nossos leitores sabe e nos dá conhecimento? Outra coisa: os arquivos PDF não são todos iguais. Quem sabe alguém pode consertar um dessas duas versões? Bem, vamos aguardar um pouco.