Figura 2.2 O modelo neurológico clássico da leitura (topo) foi substituido hoje por um modelo paralelo e ramificado (embaixo). A "caixa de letras" occípito-temporal à esquerda identifica a forma visual das cadeias de letras. Depois distribui essas informações visuais invariantes para diversas regiões, espalhadas pelo hemisfério esquerdo, que codificam o significado da palavra, o padrão sonoro e a articulação. Todas as regiões em verde e laranja não são específicas da leitura: elas contribuem primariamente no processamento da linguagem falada. Assim, aprender a ler consiste em desenvolver uma interconexão eficiente entre as áreas visuais e as áreas da linguagem. Todas as conexões são didirecionais. Sua organização detalhada ainda não é conhecida por completo - de fato, provavelmente a conectividade cortical é muito mais rica do que se sugere neste diagrama. (Clique para aumentar)
O livro de Stanislas Dehaene, que investiga a Leitura no Cérebro, ainda não está disponível na internet (ainda não encontrei - se alguém souber adindonde, please ...)
Mas todas as suas ilustrações - que aparentemente SD utiliza em suas conferências por aí - estão AQUI, e escolhi a figura 2.2 do capítulo A Caixa de Letras do Cérebro para ilustrar esta postagem. Diz o pequeno texto que introduz esse capítulo:
Em 1892, o neurologista francês Joseph-Jules Déjerine descobriu que uma lesão que afetava um pequeno setor do sistema visual esquerdo do cérebro levou a uma desintegração completa e seletiva da leitura. A tomografia cerebral moderna confirma que essa região desempenha um papel tão essencial na leitura que pode muito bem ser chamada de "a caixa de letras do cérebro". Localizada na mesma área cerebral em leitores de todo o mundo, ela responde automaticamente às palavras escritas. Em menos de 1/5 de um segundo, um intervalo breve demais para ocorrer a percepção consciente, ela extrai a identidade de uma cadeia de letras independentemente de modificações superficiais do tamanho, da forma ou da posição das letras. Depois, transmite essas informações para dois conjuntos importantes de áreas cerebrais distribuídas nos lobos temporal e frontal, que respectivamente codificam o padrão sonoro e o significado.