Por acaso, comecei a ler "A Poet's Progress: Reading Robert Gibbons", de Richard Hoffman (em seu blog Mnemosyne's Memes - de onde vem a foto de Gibbons, acima). Começa assim:
Em seu ensaio "Training For Poets", H. L. Hix escreve, "A inspiração poética não ocorre por ocasião da visita fortuita de uma musa caprichosa, mas como função da própria incorporação progressiva por parte do poeta de uma atitude para com a linguagem e o mundo". Eu gostaria de traçar o desenvolvimento de Robert Gibbons ao longo de três décadas de publicação tendo em mente essa frase de Hix.
Hoffman nos traz cultura e sensibilidade em sua viagem através do universo de Gibbons. Um exemplo disso vem logo a seguir:
Em outras palavras, Gibbons é um poeta para quem interessa menos forjar uma posição com relação ao mundo da experiência do que dedicar-se a encontrar uma poética que o ajude a permanecer presente, tanto quanto possível, dentro dele. Este é um posicionamento do espírito que o mantém na soleira da porta à maneira de Janus, olhando tanto para dentro como para fora, e no qual o poeta não apenas existe com relação a este mundo como também o contém em uma consciência expandida e vive no interior de seus ritmos. Sua posição é menos recíproca do que complementar, para utilizar termos de (Gregory) Bateson: ele não apenas "se relaciona" com o mundo; mais ainda, ele se situa no interior de suas riquezas, sua carências, seus sofrimentos, sua realidade fundamentalmente erótica. Para enumerar as maneiras através das quais essa obra é curativa, reparadora, teríamos que discutir o erro cartesiano ou talvez, antes disso, a modificação da consciência humana presente na mudança neolítica da caça para a agricultura, ou talvez a própria Queda, o antigo "exílio" do título.
Hoffman descreve sucintamente a claridade que emana da poesia de Gibbons:
Gibbons é um poeta diurno; raramente os humores noturnos de melancolia, arrependimento, tristeza, expectativa ou tédio se intrometem. O sol brilha em seus poemas - nas ondas da enseada, nos navios de portos distantes, nas conversações, nos livros, nas pinturas e na arquitetura, nas viagens, na comida e na bebida, no comércio de um mundo admirável e novo a cada dia. Seu gênio está no frescor, de algum modo renovando o sentimento de estarmos maravilhados.
Em seu ensaio "Training For Poets", H. L. Hix escreve, "A inspiração poética não ocorre por ocasião da visita fortuita de uma musa caprichosa, mas como função da própria incorporação progressiva por parte do poeta de uma atitude para com a linguagem e o mundo". Eu gostaria de traçar o desenvolvimento de Robert Gibbons ao longo de três décadas de publicação tendo em mente essa frase de Hix.
Hoffman nos traz cultura e sensibilidade em sua viagem através do universo de Gibbons. Um exemplo disso vem logo a seguir:
Em outras palavras, Gibbons é um poeta para quem interessa menos forjar uma posição com relação ao mundo da experiência do que dedicar-se a encontrar uma poética que o ajude a permanecer presente, tanto quanto possível, dentro dele. Este é um posicionamento do espírito que o mantém na soleira da porta à maneira de Janus, olhando tanto para dentro como para fora, e no qual o poeta não apenas existe com relação a este mundo como também o contém em uma consciência expandida e vive no interior de seus ritmos. Sua posição é menos recíproca do que complementar, para utilizar termos de (Gregory) Bateson: ele não apenas "se relaciona" com o mundo; mais ainda, ele se situa no interior de suas riquezas, sua carências, seus sofrimentos, sua realidade fundamentalmente erótica. Para enumerar as maneiras através das quais essa obra é curativa, reparadora, teríamos que discutir o erro cartesiano ou talvez, antes disso, a modificação da consciência humana presente na mudança neolítica da caça para a agricultura, ou talvez a própria Queda, o antigo "exílio" do título.
Hoffman descreve sucintamente a claridade que emana da poesia de Gibbons:
Gibbons é um poeta diurno; raramente os humores noturnos de melancolia, arrependimento, tristeza, expectativa ou tédio se intrometem. O sol brilha em seus poemas - nas ondas da enseada, nos navios de portos distantes, nas conversações, nos livros, nas pinturas e na arquitetura, nas viagens, na comida e na bebida, no comércio de um mundo admirável e novo a cada dia. Seu gênio está no frescor, de algum modo renovando o sentimento de estarmos maravilhados.
Esta postagem não traz nenhuma tradução dos excertos de Gibbons que Hoffman nos apresenta. O leitor irá à sua procura nos originais e com isso traduzirá para seu próprio mundo interior aquilo que sua mente e seu coração desejarem. Como diz o próprio Gibbons: "One star visible, & a billion burning." ("The Right Stone")